{"id":174433,"date":"2021-10-26T12:35:08","date_gmt":"2021-10-26T15:35:08","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=174433"},"modified":"2021-10-26T12:35:11","modified_gmt":"2021-10-26T15:35:11","slug":"cientistas-encontram-sinais-do-primeiro-planeta-fora-da-via-lactea","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/10\/26\/174433-cientistas-encontram-sinais-do-primeiro-planeta-fora-da-via-lactea.html","title":{"rendered":"Cientistas encontram sinais do ‘primeiro planeta fora da Via L\u00e1ctea’"},"content":{"rendered":"\n
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A descoberta aconteceu a partir da observa\u00e7\u00e3o de um bin\u00e1rio de raios-X \u2014 uma estrela de n\u00eautrons ou buraco negro que extrai o g\u00e1s de uma estrela companheira – ESO \/ L. CAL\u00c7ADA<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os astr\u00f4nomos encontraram ind\u00edcios do que pode ser o primeiro planeta a ser descoberto fora da nossa gal\u00e1xia.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

At\u00e9 agora, foram identificados cerca de 5 mil “exoplanetas” \u2014 que est\u00e3o fora do nosso Sistema Solar, em \u00f3rbita de outras estrelas \u2014 mas todos eles foram localizados dentro da nossa gal\u00e1xia, a Via L\u00e1ctea.<\/p>\n\n\n\n

O poss\u00edvel planeta tem o tamanho de Saturno e foi descoberto pelo telesc\u00f3pio de raios-X Chandra, da Nasa, a ag\u00eancia espacial americana. Ele fica na gal\u00e1xia Messier 51, a cerca de 28 milh\u00f5es de anos-luz da Via L\u00e1ctea.<\/p>\n\n\n\n

Esta descoberta \u00e9 baseada nos chamados tr\u00e2nsitos, em que a passagem de um planeta na frente de uma estrela bloqueia parte da luz da estrela e produz uma queda caracter\u00edstica no brilho que pode ser detectada por telesc\u00f3pios.<\/p>\n\n\n\n

Esta t\u00e9cnica geral j\u00e1 foi usada para se encontrar milhares de exoplanetas.<\/p>\n\n\n\n

A astrof\u00edsica Rosanne Di Stefano e seus colegas procuraram por quedas no brilho dos raios-X recebidos de um tipo de objeto conhecido como bin\u00e1rio de raios-X brilhante.<\/p>\n\n\n\n

Esses objetos costumam conter uma estrela de n\u00eautrons ou um buraco negro que extrai g\u00e1s de uma estrela companheira que orbita perto. A mat\u00e9ria pr\u00f3xima \u00e0 estrela de n\u00eautrons ou buraco negro superaquece e brilha em comprimentos de onda de raios-X.<\/p>\n\n\n\n

Como a regi\u00e3o que produz raios-X brilhantes \u00e9 pequena, um planeta que passa na frente dela pode bloquear a maioria ou todos os raios, tornando o tr\u00e2nsito mais f\u00e1cil de detectar.<\/p>\n\n\n\n

Os membros da equipe usaram esta t\u00e9cnica para detectar o candidato a exoplaneta em um sistema bin\u00e1rio chamado M51-ULS-1.<\/p>\n\n\n\n

“O m\u00e9todo que desenvolvemos e empregamos \u00e9 o \u00fanico m\u00e9todo atualmente implement\u00e1vel para descobrir sistemas planet\u00e1rios em outras gal\u00e1xias”, afirma \u00e0 BBC News Di Stefano, que faz parte do Centro de Astrof\u00edsica Harvard-Smithsonian da Universidade de Harvard, nos EUA.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 um m\u00e9todo \u00fanico, especialmente adequado para encontrar planetas ao redor de bin\u00e1rios de raios-X a qualquer dist\u00e2ncia da qual possamos medir uma curva de luz.”<\/p>\n\n\n\n

Futuro da ca\u00e7a a planetas<\/h2>\n\n\n\n

Este bin\u00e1rio cont\u00e9m um buraco negro ou estrela de n\u00eautrons orbitando uma estrela companheira com uma massa cerca de 20 vezes a do Sol. Uma estrela de n\u00eautrons \u00e9 o n\u00facleo colapsado do que foi um dia uma estrela massiva.<\/p>\n\n\n\n

O tr\u00e2nsito durou cerca de tr\u00eas horas, durante as quais a emiss\u00e3o de raios-X caiu a zero. Com base nesta e em outras informa\u00e7\u00f5es, os astr\u00f4nomos estimam que o candidato a planeta teria aproximadamente o tamanho de Saturno \u2014 e orbitaria a estrela de n\u00eautrons ou buraco negro a cerca de duas vezes a dist\u00e2ncia que Saturno est\u00e1 do Sol.<\/p>\n\n\n\n

Di Stefano afirma que t\u00e9cnicas que tiveram tanto sucesso para encontrar exoplanetas na Via L\u00e1ctea n\u00e3o funcionam ao observar outras gal\u00e1xias.<\/p>\n\n\n\n

Em parte, isso acontece porque as grandes dist\u00e2ncias envolvidas reduzem a quantidade de luz que chega ao telesc\u00f3pio e tamb\u00e9m significam que muitos objetos est\u00e3o amontoados em um pequeno espa\u00e7o (visto da Terra), tornando dif\u00edcil identificar estrelas individuais.<\/p>\n\n\n\n

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A gal\u00e1xia Messier 51 est\u00e1 a cerca de 28 milh\u00f5es de anos-luz da Via L\u00e1ctea – NASA \/ ESA \/ S. BECKWITH \/ HHT<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Com os raios X, ela explicou, “pode \u200b\u200bhaver apenas algumas dezenas de fontes espalhadas por toda a gal\u00e1xia, ent\u00e3o podemos defini-las. Al\u00e9m disso, uma parte delas \u00e9 t\u00e3o brilhante nos raios-X que podemos medir suas curvas de luz”.<\/p>\n\n\n\n

“Finalmente, a enorme emiss\u00e3o de raios-X vem de uma pequena regi\u00e3o que pode ser substancialmente ou (como no nosso caso) totalmente bloqueada por um planeta que passa.”<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores admitem abertamente que mais dados s\u00e3o necess\u00e1rios para verificar esta interpreta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Um desafio \u00e9 que a grande \u00f3rbita do candidato a planeta significa que ele n\u00e3o cruzaria na frente de sua companheira bin\u00e1ria novamente por cerca de 70 anos, anulando qualquer tentativa de fazer uma observa\u00e7\u00e3o de acompanhamento no curto prazo.<\/p>\n\n\n\n

Outra poss\u00edvel explica\u00e7\u00e3o que os astr\u00f4nomos consideraram \u00e9 que o escurecimento foi causado por uma nuvem de g\u00e1s e poeira passando na frente da fonte de raios-X.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, eles acreditam que isso \u00e9 improv\u00e1vel, porque as caracter\u00edsticas do evento n\u00e3o correspondem \u00e0s propriedades de uma nuvem de g\u00e1s.<\/p>\n\n\n\n

“Sabemos que estamos fazendo uma afirma\u00e7\u00e3o empolgante e ousada, ent\u00e3o esperamos que outros astr\u00f4nomos a examinem com muito cuidado”, disse a coautora do estudo Julia Berndtsson, da Universidade de Princeton, nos EUA.<\/p>\n\n\n\n

“Achamos que temos um argumento forte, e este processo \u00e9 como a ci\u00eancia funciona.”<\/p>\n\n\n\n

Di Stefano disse que a nova gera\u00e7\u00e3o de telesc\u00f3pios \u00f3pticos e infravermelhos n\u00e3o seria capaz de compensar os problemas de aglomera\u00e7\u00e3o e escurecimento, ent\u00e3o observa\u00e7\u00f5es em comprimentos de onda de raios-X provavelmente seguiriam sendo o principal m\u00e9todo para detectar planetas em outras gal\u00e1xias.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, ela afirmou que um m\u00e9todo conhecido como microlente tamb\u00e9m pode ser promissor para identificar planetas fora da nossa gal\u00e1xia.<\/p>\n\n\n\n

O estudo foi publicado na revista cient\u00edfica Nature Astronomy.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"