{"id":174464,"date":"2021-10-28T11:37:46","date_gmt":"2021-10-28T14:37:46","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=174464"},"modified":"2021-10-28T11:37:49","modified_gmt":"2021-10-28T14:37:49","slug":"brasil-e-4o-no-mundo-em-ranking-de-emissao-de-gases-poluentes-desde-1850","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/10\/28\/174464-brasil-e-4o-no-mundo-em-ranking-de-emissao-de-gases-poluentes-desde-1850.html","title":{"rendered":"Brasil \u00e9 4\u00ba no mundo em ranking de emiss\u00e3o de gases poluentes desde 1850"},"content":{"rendered":"\n
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Levantamento leva em conta, pela primeira vez, emiss\u00f5es provocadas por desmatamento, n\u00e3o apenas queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis – REUTERS<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Na COP 26, a pr\u00f3xima confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, o Brasil pretende enfatizar o argumento que pa\u00edses desenvolvidos polu\u00edram muito mais ao longo da hist\u00f3ria para enriquecer e devem, portanto, compensar na\u00e7\u00f5es em desenvolvimento pela prote\u00e7\u00e3o de suas florestas.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Mas uma nova pesquisa sobre acumulado hist\u00f3rico de emiss\u00f5es de g\u00e1s carb\u00f4nico p\u00f5e o Brasil entre os maiores poluidores do mundo. No estudo, que leva em considera\u00e7\u00e3o pela primeira vez o desmatamento ao contabilizar a libera\u00e7\u00e3o de CO2, o Brasil aparece em quarto lugar no ranking de emiss\u00f5es desde 1850.<\/p>\n\n\n\n

A China, gigante emergente que s\u00f3 pretende come\u00e7ar a reduzir suas emiss\u00f5es a partir de 2030, \u00e9 apontada como o segundo maior emissor de gases do efeito estufa no acumulado hist\u00f3rico, atr\u00e1s dos Estados Unidos.<\/p>\n\n\n\n

O levantamento foi feito pelo\u00a0think tank\u00a0<\/em>internacional Carbon Brief e leva em conta dados de emiss\u00f5es de queima de combust\u00edvel f\u00f3ssil, mudan\u00e7as no uso do solo, produ\u00e7\u00e3o de cimento e desmatamento de 1850 a 2021. Pesquisas anteriores consideravam no c\u00e1lculo as emiss\u00f5es decorrentes de queima de combust\u00edvel, sem incluir a polui\u00e7\u00e3o provocada pela destrui\u00e7\u00e3o de florestas.<\/p>\n\n\n\n

Brasil e Indon\u00e9sia sobem ao top 5 da polui\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
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A mudan\u00e7a de metodologia altera a lista de top 20 maiores poluidores hist\u00f3ricos. Pesquisa de 2019 da Carbon Brief, que s\u00f3 considerava emiss\u00f5es por queima de combust\u00edvel, apontava EUA, China, R\u00fassia, Alemanha e Reino Unido com os cinco maiores emissores.<\/p>\n\n\n\n

O estudo atualizado, publicado em outubro, inclui Brasil e Indon\u00e9sia entre os grandes emissores, por causa da libera\u00e7\u00e3o de CO2 na atmosfera decorrente de desmatamento e manuseio do solo ao longo dos \u00faltimos 171 anos.<\/p>\n\n\n\n

Conforme esse novo ranking, os cinco pa\u00edses que mais polu\u00edram desde a Revolu\u00e7\u00e3o Industrial, de 1850 a 2021, s\u00e3o: EUA, China, R\u00fassia, Brasil e Indon\u00e9sia. No Brasil e na Indon\u00e9sia, a maior parte das emiss\u00f5es vem da derrubada de florestas e uso do solo para pecu\u00e1ria e agricultura, n\u00e3o da queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis, como ocorre com os demais grandes poluidores.<\/p>\n\n\n\n

Portanto, conforme ambientalistas, pesquisas que n\u00e3o consideram emiss\u00f5es decorrentes de desmatamento, negligenciam as peculiaridades da polui\u00e7\u00e3o brasileira.<\/p>\n\n\n\n

Segundo Marcio Astrini, secret\u00e1rio-executivo do Observat\u00f3rio do Clima, organiza\u00e7\u00e3o que calcula anualmente as emiss\u00f5es no Brasil, nos \u00faltimos 30 anos, cerca de 80% das emiss\u00f5es do pa\u00eds foram decorrentes de desmatamento e uso do solo para pecu\u00e1ria.<\/p>\n\n\n\n

“Se voc\u00ea pegar os \u00faltimos 30 anos, 73% do das emiss\u00f5es do planeta est\u00e3o na \u00e1rea de energia. Se voc\u00ea pegar os \u00faltimos 30 anos no Brasil, 55% das emiss\u00f5es s\u00e3o por desmatamento. Se voc\u00ea incluir emiss\u00f5es decorrentes da pecu\u00e1ria brasileira, a gente bate na casa dos 80%”, disse Astrini \u00e0 BBC News Brasil.<\/p>\n\n\n\n

A discuss\u00e3o sobre responsabilidades no controle das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas vai ser central na reuni\u00e3o da COP26, que acontece do dia 31 de outubro a 12 de novembro em Glasglow, na Esc\u00f3cia. No encontro, l\u00edderes de mais de 100 pa\u00edses v\u00e3o negociar novos compromissos para garantir a meta do Acordo de Paris de manter o aquecimento global em 1,5\u00b0C.<\/p>\n\n\n\n

Pa\u00edses pobres e em desenvolvimento devem cobrar mais compensa\u00e7\u00f5es de na\u00e7\u00f5es ricas e destacar que elas falharam em cumprir o compromisso de contribuir com US$ 100 bilh\u00f5es por ano em a\u00e7\u00f5es para mitiga\u00e7\u00e3o das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

Por sua vez, EUA, Reino Unido e Uni\u00e3o Europeia tentam obter de grandes pa\u00edses emergentes, como Brasil, R\u00fassia, China e \u00cdndia, compromissos mais ambiciosos de controle do desmatamento e redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

A expectativa \u00e9 que o Brasil seja um dos pa\u00edses mais pressionados, por causa do grande crescimento do desmatamento e das queimadas da Amaz\u00f4nia nos tr\u00eas primeiros anos de governo Bolsonaro.<\/p>\n\n\n\n

Nessa queda de bra\u00e7o entre pa\u00edses ricos e em desenvolvimento, a responsabilidade de cada pa\u00eds pelo aquecimento do planeta ser\u00e1 medida, entre outras maneiras, pelo seu volume atual e hist\u00f3rico de emiss\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

O que revela o novo ranking<\/h2>\n\n\n\n
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O levantamento publicado pela Carbon Brief sugere que os pa\u00edses com maior ac\u00famulo de emiss\u00f5es desde o in\u00edcio da Revolu\u00e7\u00e3o Industrial seriam, tamb\u00e9m, os maiores respons\u00e1veis pelas mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

“A hist\u00f3ria importa porque o acumulado de di\u00f3xido de carbono emitido desde o in\u00edcio da Revolu\u00e7\u00e3o Industrial est\u00e1 intimamente ligada ao aquecimento de 1,2\u00b0C que j\u00e1 ocorreu”, escreve o autor do estudo, Simon Evans.<\/p>\n\n\n\n

“Emiss\u00f5es de CO2 de centenas de anos atr\u00e1s continuam a contribuir para o aquecimento do planeta, e o aquecimento atual \u00e9 determinado pelo total de emiss\u00f5es acumuladas ao longo do tempo.”<\/p>\n\n\n\n

Desde 1850, as a\u00e7\u00f5es humanas foram respons\u00e1veis por emitir 2,5 trilh\u00f5es de toneladas de CO2 na atmosfera, conforme o estudo. Em primeiro lugar no ranking de polui\u00e7\u00e3o, os Estados Unidos seriam respons\u00e1veis por 20% do total de emiss\u00f5es. A China aparece em segundo lugar, como respons\u00e1vel por 11% do CO2 global.<\/p>\n\n\n\n

A R\u00fassia vem em seguida, com 7% das emiss\u00f5es. O Brasil, segundo o estudo, \u00e9 respons\u00e1vel por 5% do total de emiss\u00f5es nos \u00faltimos 171 anos e a Indon\u00e9sia, por 4%.<\/p>\n\n\n\n

Segundo a pesquisa, \u00e9 a partir de 1950 que a acelera\u00e7\u00e3o do desmatamento nesses dois pa\u00edses come\u00e7a a provocar aumento significativo de emiss\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

“As florestas tropicais de Brasil e Indon\u00e9sia j\u00e1 passavam por desmatamentos no final do s\u00e9culo 19 e in\u00edcio do s\u00e9culo 20, para produ\u00e7\u00e3o de borracha, tabaco e outros. Mas o desmatamento come\u00e7ou ‘para valer’ por volta de 1950, incluindo pecu\u00e1ria, extra\u00e7\u00e3o de madeira e planta\u00e7\u00f5es de \u00f3leo de palma”, diz o estudo publicado pelo Carbon Brief.<\/p>\n\n\n\n

Conforme a pesquisa, o Brasil emitiu 112,9 bilh\u00f5es de toneladas de CO2 (GtCO2) desde 1850. Mais de 85% desse volume estaria associado \u00e0 derrubada de florestas. Dos 20 maiores poluidores, o Brasil lidera na categoria desmatamento e emiss\u00f5es associadas ao uso da terra.<\/p>\n\n\n\n

O estudo aponta ainda que Alemanha e Reino Unido respondem por 4% e 3% do total hist\u00f3rico de emiss\u00f5es, respectivamente. Mas esse percentual n\u00e3o leva em conta a polui\u00e7\u00e3o que eles causaram no exterior, no per\u00edodo em que colonizaram na\u00e7\u00f5es. Portanto, a responsabilidade hist\u00f3rica deles pode ser muito maior do que os n\u00fameros revelam.<\/p>\n\n\n\n

O que o novo ranking significa para o Brasil?<\/h2>\n\n\n\n
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Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta semana que Brasil n\u00e3o deve ser visto como vil\u00e3o ambiental porque teria menor responsabilidade sobre total de emiss\u00f5es – REUTERS\/ADRIANO MACHADO<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Integrantes do governo brasileiro reiteradamente usam o argumento de que o Brasil n\u00e3o \u00e9 um grande poluidor, para defender que cobran\u00e7as de metas ambiciosas para controle clim\u00e1tico devem ser dirigidas a pa\u00edses ricos.<\/p>\n\n\n\n

Diferentes pesquisas que n\u00e3o levam em conta desmatamento na contabilidade de emiss\u00f5es colocam o Brasil na s\u00e9tima ou sexta posi\u00e7\u00e3o no ranking de emiss\u00f5es, como respons\u00e1vel por cerca de 3% do total de CO2 na atmosfera.<\/p>\n\n\n\n

A equipe de negociadores brasileiros vai apresentar \u00e0 COP26 um documento que argumenta que o Brasil n\u00e3o \u00e9 um grande emissor de CO2 e que, portanto, seu compromisso volunt\u00e1rio de cortar em 43% as emiss\u00f5es at\u00e9 2030, levando como base o ano de 2005, \u00e9 ambicioso o suficiente.<\/p>\n\n\n\n

“O NDC (documento em que pa\u00edses apresentam metas clim\u00e1ticas) do Brasil \u00e9 mais ambicioso do que o de v\u00e1rios pa\u00edses do G20. O Brasil responde por menos de 3% das emiss\u00f5es globais e nosso compromisso inclui uma meta n\u00e3o s\u00f3 para 2030, mas tamb\u00e9m uma meta de curto prazo, para 2015, o que permite melhor monitorar as a\u00e7\u00f5es de mitiga\u00e7\u00e3o”, diz o texto da delega\u00e7\u00e3o brasileira, a que BBC News Brasil teve acesso.<\/p>\n\n\n\n

Na COP26, o Brasil vai se comprometer a reduzir em 37% as emiss\u00f5es at\u00e9 2025, em 43% at\u00e9 2030 e alcan\u00e7ar a neutralidade de carbono em 2050- quando as emiss\u00f5es s\u00e3o reduzidas ao m\u00e1ximo e as restantes s\u00e3o integralmente compensadas com reflorestamento para absor\u00e7\u00e3o de CO2 da atmosfera ou tecnologias de captura de carbono.<\/p>\n\n\n\n

Nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tamb\u00e9m lan\u00e7ou o argumento de que o Brasil n\u00e3o \u00e9 grande poluidor, ao criticar cobran\u00e7as de redu\u00e7\u00e3o do desmatamento.<\/p>\n\n\n\n

“N\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel que o Brasil seja tratado como vil\u00e3o da polui\u00e7\u00e3o internacional. Quando pegamos fluxos de polui\u00e7\u00e3o, o Brasil tem 1,7%, a Europa tem 15%, os Estados Unidos t\u00eam 15%, a China tem 30%. Como pode o pa\u00eds que menos polui ser o mais agredido internacionalmente? Evidentemente h\u00e1 interesses pol\u00edticos e comerciais por tr\u00e1s”, disse Guedes, sem especificar de onde tirou esses percentuais.<\/p>\n\n\n\n

Mas, para ambientalistas, o levantamento que aponta o Brasil como quarto maior emissor hist\u00f3rico de carbono coloca o pa\u00eds em posi\u00e7\u00e3o de grande responsabilidade para o controle das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

“O Brasil \u00e9 um dos maiores emissores do mundo. Atualmente, ele est\u00e1 em sexto lugar em emiss\u00f5es e \u00e9 o quarto maior em emiss\u00f5es hist\u00f3ricas. Ent\u00e3o, tem papel importante na redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es, apesar de ainda ser um pa\u00eds em desenvolvimento com desafios para redu\u00e7\u00e3o de pobreza”, afirmou \u00e0 BBC News Brasil Carlos Rittl, especialista em pol\u00edticas p\u00fablicas da Rain Forest Foundation, ONG ambiental da Noruega.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Na COP 26, a pr\u00f3xima confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, o Brasil pretende enfatizar o argumento que pa\u00edses desenvolvidos polu\u00edram muito mais ao longo da hist\u00f3ria. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":174465,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[203,603,4739],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/174464"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=174464"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/174464\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":174469,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/174464\/revisions\/174469"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/174465"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=174464"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=174464"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=174464"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}