{"id":174512,"date":"2021-10-29T11:31:54","date_gmt":"2021-10-29T14:31:54","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=174512"},"modified":"2021-10-29T11:31:56","modified_gmt":"2021-10-29T14:31:56","slug":"o-que-planeta-sobrevivente-revela-sobre-fim-do-nosso-sistema-solar","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/10\/29\/174512-o-que-planeta-sobrevivente-revela-sobre-fim-do-nosso-sistema-solar.html","title":{"rendered":"O que ‘planeta sobrevivente’ revela sobre fim do nosso Sistema Solar"},"content":{"rendered":"\n
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Que planetas sobreviver\u00e3o \u00e0 morte do Sol? – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Como o Sistema Solar vai morrer? \u00c9 uma quest\u00e3o extremamente importante sobre a qual os pesquisadores t\u00eam especulado bastante, usando nosso conhecimento de f\u00edsica para criar modelos te\u00f3ricos complexos.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Sabemos que o Sol acabar\u00e1 se tornando uma “an\u00e3 branca”, um remanescente de estrela que “morreu”, cuja luz fraca gradualmente se apaga na escurid\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Esta transforma\u00e7\u00e3o envolver\u00e1 um processo violento que destruir\u00e1 um n\u00famero desconhecido de seus planetas.<\/p>\n\n\n\n

Mas que planetas sobreviver\u00e3o \u00e0 morte do Sol? Uma maneira de buscar a resposta \u00e9 examinando o destino de outros sistemas planet\u00e1rios semelhantes.<\/p>\n\n\n\n

Isso tem se mostrado complicado, no entanto. A radia\u00e7\u00e3o fraca das an\u00e3s brancas torna dif\u00edcil detectar exoplanetas (planetas em \u00f3rbita de outras estrelas, fora do nosso Sistema Solar) que sobreviveram a essa transforma\u00e7\u00e3o estelar \u2014 eles est\u00e3o literalmente no escuro.<\/p>\n\n\n\n

Na verdade, dos mais de 4,5 mil exoplanetas conhecidos atualmente, apenas alguns foram encontrados em torno das an\u00e3s brancas \u2014 e a localiza\u00e7\u00e3o desses planetas sugere que eles chegaram l\u00e1 ap\u00f3s a morte da estrela.<\/p>\n\n\n\n

Esta falta de dados oferece um panorama incompleto do nosso pr\u00f3prio destino planet\u00e1rio. Felizmente, agora estamos preenchendo as lacunas.<\/p>\n\n\n\n

Em nosso novo artigo, publicado na revista Nature, relatamos a descoberta do primeiro exoplaneta conhecido a sobreviver \u00e0 morte de sua estrela sem ter sua \u00f3rbita alterada por outros planetas se movendo no entorno \u2014 girando a uma dist\u00e2ncia compar\u00e1vel \u00e0quela entre o Sol e os planetas do Sistema Solar .<\/p>\n\n\n\n

Um planeta semelhante a J\u00fapiter<\/h2>\n\n\n\n

Este novo exoplaneta, que descobrimos com o Observat\u00f3rio Keck no Hava\u00ed, \u00e9 particularmente semelhante a J\u00fapiter tanto em massa quanto em dist\u00e2ncia orbital, e nos fornece um registro crucial dos sobreviventes planet\u00e1rios ao redor de estrelas moribundas.<\/p>\n\n\n\n

A transforma\u00e7\u00e3o de uma estrela em an\u00e3 branca envolve uma fase violenta na qual ela expande e se torna uma “gigante vermelha”, tamb\u00e9m conhecida como estrela do “ramo das gigantes”, centenas de vezes maior do que antes.<\/p>\n\n\n\n

Acreditamos que este exoplaneta sobreviveu por pouco: se estivesse originalmente mais perto de sua estrela-m\u00e3e, teria sido engolido pela expans\u00e3o da mesma.<\/p>\n\n\n\n

Quando o Sol um dia se tornar uma gigante vermelha, seu raio alcan\u00e7ar\u00e1 a \u00f3rbita atual da Terra.<\/p>\n\n\n\n

Isso significa que o Sol (provavelmente) engolir\u00e1 Merc\u00fario e V\u00eanus, e possivelmente a Terra \u2014 mas n\u00e3o temos certeza.<\/p>\n\n\n\n

A expectativa era de que J\u00fapiter e suas luas sobrevivessem, embora antes n\u00e3o soub\u00e9ssemos com certeza.<\/p>\n\n\n\n

Mas com a nossa descoberta deste novo exoplaneta, podemos agora ter mais certeza de que J\u00fapiter realmente sobreviver\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, a margem de erro na posi\u00e7\u00e3o desse exoplaneta pode significar que ele est\u00e1 quase 50% mais perto da an\u00e3 branca do que J\u00fapiter est\u00e1 do Sol atualmente.<\/p>\n\n\n\n

Neste caso, \u00e9 uma evid\u00eancia adicional para supor que J\u00fapiter e Marte sobreviver\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, ser\u00e1 que alguma vida poderia sobreviver a essa transforma\u00e7\u00e3o?<\/p>\n\n\n\n

Uma an\u00e3 branca pode alimentar a vida em luas ou planetas que acabem muito pr\u00f3ximos a ela (cerca de um d\u00e9cimo da dist\u00e2ncia entre o Sol e Merc\u00fario) durante os primeiros bilh\u00f5es de anos.<\/p>\n\n\n\n

Depois disso, n\u00e3o haveria radia\u00e7\u00e3o suficiente para manter nada.<\/p>\n\n\n\n

Asteroides e an\u00e3s brancas<\/h2>\n\n\n\n

Embora tenha sido dif\u00edcil encontrar planetas orbitando as an\u00e3s brancas, detectar asteroides se partindo perto da superf\u00edcie da an\u00e3 branca \u00e9 muito mais f\u00e1cil.<\/p>\n\n\n\n

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GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Para que os exoasteroides cheguem t\u00e3o perto de uma an\u00e3 branca, eles precisam ter for\u00e7a suficiente, fornecida a eles pelos exoplanetas sobreviventes.<\/p>\n\n\n\n

Assim, h\u00e1 muito tempo se sup\u00f5e que os exoasteroides s\u00e3o evid\u00eancias de que os exoplanetas tamb\u00e9m est\u00e3o l\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

Nossa descoberta finalmente confirma isso.<\/p>\n\n\n\n

Embora no sistema que est\u00e1 sendo discutido no artigo, a tecnologia atual n\u00e3o nos permita ver nenhum exoasteroide, pelo menos agora podemos juntar as diferentes pe\u00e7as do quebra-cabe\u00e7a do destino planet\u00e1rio, mesclando as evid\u00eancias de diferentes sistemas de an\u00e3s brancas.<\/p>\n\n\n\n

A rela\u00e7\u00e3o entre exoasteroides e exoplanetas tamb\u00e9m se aplica ao nosso pr\u00f3prio Sistema Solar.<\/p>\n\n\n\n

Objetos individuais no cintur\u00e3o principal de asteroides e no cintur\u00e3o de Kuiper (regi\u00e3o em forma de disco no Sistema Solar exterior) provavelmente sobreviver\u00e3o ao desaparecimento do Sol, mas alguns ser\u00e3o deslocados pela gravidade por um dos planetas sobreviventes em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 superf\u00edcie da an\u00e3 branca.<\/p>\n\n\n\n

Perspectivas de descoberta futura<\/h2>\n\n\n\n

O novo exoplaneta de an\u00e3 branca foi encontrado com o que \u00e9 conhecido como m\u00e9todo de detec\u00e7\u00e3o por microlente.<\/p>\n\n\n\n

Ele mostra como a luz se curva devido a um forte campo gravitacional, o que acontece quando uma estrela se alinha momentaneamente com uma estrela mais distante, conforme visto da Terra.<\/p>\n\n\n\n

A gravidade da estrela em primeiro plano amplia a luz da estrela atr\u00e1s dela.<\/p>\n\n\n\n

Quaisquer planetas orbitando a estrela em primeiro plano v\u00e3o curvar e distorcer essa luz ampliada, que \u00e9 como podemos detect\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n

A an\u00e3 branca que investigamos est\u00e1 a um quarto do caminho em dire\u00e7\u00e3o ao centro da gal\u00e1xia Via L\u00e1ctea, ou cerca de 6,5 mil anos-luz do nosso Sistema Solar, e a estrela mais distante est\u00e1 no centro da gal\u00e1xia.<\/p>\n\n\n\n

Uma caracter\u00edstica fundamental da t\u00e9cnica de microlente \u00e9 que ela \u00e9 sens\u00edvel aos planetas que orbitam estrelas na dist\u00e2ncia J\u00fapiter-Sol.<\/p>\n\n\n\n

Os outros planetas conhecidos que orbitam an\u00e3s brancas foram encontrados a partir de diferentes t\u00e9cnicas que s\u00e3o sens\u00edveis a diferentes dist\u00e2ncias entre estrela-planeta.<\/p>\n\n\n\n

Dois exemplos se referem a planetas que sobreviveram \u00e0 transforma\u00e7\u00e3o de uma estrela em an\u00e3 branca e acabaram mais perto dela do que antes.<\/p>\n\n\n\n

Um foi encontrado por fotometria de tr\u00e2nsito \u2014 m\u00e9todo para detectar planetas quando eles passam na frente de uma an\u00e3 branca, o que cria uma queda na luz recebida pela Terra \u2014, e o outro foi descoberto por meio da detec\u00e7\u00e3o da evapora\u00e7\u00e3o da atmosfera do planeta.<\/p>\n\n\n\n

Outra t\u00e9cnica de detec\u00e7\u00e3o \u2014 astrometria, que mede precisamente o movimento das an\u00e3s brancas no c\u00e9u \u2014 tamb\u00e9m deve render resultados.<\/p>\n\n\n\n

A expectativa \u00e9 de que, em alguns anos, a astrometria da miss\u00e3o Gaia, da Ag\u00eancia Espacial Europeia, encontre cerca de uma d\u00fazia de planetas orbitando an\u00e3s brancas. E talvez possam oferecer evid\u00eancias melhores de como exatamente o Sistema Solar vai morrer.<\/p>\n\n\n\n

Esta variedade de t\u00e9cnicas de descoberta \u00e9 um bom press\u00e1gio para potenciais detec\u00e7\u00f5es futuras, que podem proporcionar mais informa\u00e7\u00f5es sobre o destino do nosso pr\u00f3prio planeta.<\/p>\n\n\n\n

Mas, por enquanto, o rec\u00e9m-descoberto exoplaneta semelhante a J\u00fapiter oferece o vislumbre mais claro do nosso futuro.<\/p>\n\n\n\n

Dimitri Veras \u00e9 professor associado e bolsista Ernest Rutherford (do STFC) de astrof\u00edsica na Universidade de Warwick, no Reino Unido.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"