{"id":174765,"date":"2021-11-10T09:47:54","date_gmt":"2021-11-10T12:47:54","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=174765"},"modified":"2021-11-10T09:47:56","modified_gmt":"2021-11-10T12:47:56","slug":"cop26-ministro-do-meio-ambiente-se-recusa-a-responder-se-vai-retirar-apoio-a-combo-do-desmatamento-no-congresso","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/11\/10\/174765-cop26-ministro-do-meio-ambiente-se-recusa-a-responder-se-vai-retirar-apoio-a-combo-do-desmatamento-no-congresso.html","title":{"rendered":"COP26: ministro do Meio Ambiente se recusa a responder se vai retirar apoio a ‘combo do desmatamento’ no Congresso"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a>
Tr\u00eas projetos de lei apoiados pelo governo Bolsonaro s\u00e3o vistos como retrocessos na pol\u00edtica ambiental e v\u00e3o na contram\u00e3o de metas clim\u00e1ticas prometidas pelo Brasil em confer\u00eancia do clima – REUTERS\/ADRIANO MACHADO<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O Brasil anunciou compromissos para zerar desmatamento ilegal e reduzir emiss\u00f5es durante as negocia\u00e7\u00f5es da COP26, a confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre mudan\u00e7as clim\u00e1ticas que ocorre em Glasgow, na Esc\u00f3cia.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Mas, em coletiva de imprensa nesta ter\u00e7a-feira (9\/11), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, se recusou a responder se o governo vai ou n\u00e3o retirar apoio a projetos de lei em tramita\u00e7\u00e3o no Congresso Nacional vistos como “combo de desmatamento e polui\u00e7\u00e3o”.<\/p>\n\n\n\n

Leite chegou na segunda a Glasgow para participar da \u00faltima semana de reuni\u00f5es da COP26. Ele foi perguntado pela BBC News Brasil se, como sinaliza\u00e7\u00e3o de que ir\u00e1 cumprir as metas prometidas, o governo vai retirar apoio aos projeto de lei 510\/21, que regulariza invas\u00f5es ilegais de terras ocorridas at\u00e9 2011; ao PL 191\/20, que autoriza minera\u00e7\u00e3o em terras ind\u00edgenas; e ao PL 490\/2007, do chamado “Marco Temporal”, que s\u00f3 permite demarca\u00e7\u00e3o de terras ocupadas por povos ind\u00edgenas at\u00e9 1988.<\/p>\n\n\n\n

Esses tr\u00eas projetos s\u00e3o vistos por ambientalistas e ind\u00edgenas como um combo que faria explodir desmatamentos e emiss\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

A retirada de apoio \u00e0s propostas, duas das quais s\u00e3o de autoria do governo Bolsonaro, seria uma sinaliza\u00e7\u00e3o de que h\u00e1 inten\u00e7\u00e3o em cumprir as metas prometidas na COP26.<\/p>\n\n\n\n

Mas, em vez de responder \u00e0 pergunta, Joaquim Leite passou a defender pol\u00edticas de remunera\u00e7\u00e3o e incentivos financeiros para a chamada “economia verde”- atividades econ\u00f4micas que reduzem risco e impacto ambiental.<\/p>\n\n\n\n

“O governo mant\u00e9m apoio a esses tr\u00eas projetos de lei?”, perguntou a BBC News Brasil. “O governo mant\u00e9m apoio a atividades que conservem florestas. Qual o desafio? Que projetos verdes sejam acelerados dentro da pol\u00edtica do governo federal”, disse Leite.<\/p>\n\n\n\n

Em seguida, ainda sem responder \u00e0 pergunta, o ministro passou a defender que minera\u00e7\u00e3o pode ser “verde”, embora constitua uma das atividades que mais geram polui\u00e7\u00e3o e degrada\u00e7\u00e3o ambiental. Os maiores acidentes com barragens, por exemplo, como o de Brumadinho (MG) e Mariana (MG), ocorreram em minera\u00e7\u00e3o exercida legalmente por grandes empresas nacionais e internacionais.<\/p>\n\n\n\n

“Minera\u00e7\u00e3o, que voc\u00ea comentou, tem v\u00e1rios exemplos de minera\u00e7\u00e3o que protege floresta. Por ter minera\u00e7\u00e3o regulada, sustent\u00e1vel, h\u00e1 minera\u00e7\u00e3o que n\u00e3o utiliza nem \u00e1gua. \u00c9 uma forma de desenvolver economia verde”, defendeu.<\/p>\n\n\n\n

Jornalistas insistiram na pergunta, ministro n\u00e3o respondeu<\/h2>\n\n\n\n

Outros jornalistas refor\u00e7aram a pergunta feita pela BBC News Brasil. “Ministro o senhor n\u00e3o respondeu \u00e0 pergunta. O senhor apoia esses tr\u00eas projetos?”, perguntou um rep\u00f3rter.<\/p>\n\n\n\n

“Eu apoio qualquer lei que\u2026 Eu apoio especificamente criar mercado de servi\u00e7os ambientais para voc\u00ea remunerar quem cuida de florestas”, respondeu.<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/a>
Durante a COP26, Brasil se comprometeu com o Acordo sobre Florestas. Mas projetos de lei apoiados pelo governo t\u00eam potencial de aumentar desmatamento – REUTERS\/ADRIANO MACHADO<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Uma terceira jornalista tentou esclarecer se o ministro iria ou n\u00e3o retirar apoio ao “combo do desmatamento” que tramita no Congresso Nacional. “A gente pode entender ent\u00e3o, do que voc\u00ea est\u00e1 falando, que n\u00e3o vai haver retirada de apoio a esses projetos?”, perguntou.<\/p>\n\n\n\n

Mais uma vez, o ministro do Meio Ambiente desviou do assunto. Em vez de responder \u00e0 pergunta, ele passou a contar sobre encontros que teve com representantes de governos europeus.<\/p>\n\n\n\n

Questionado se a aus\u00eancia de Jair Bolsonaro na c\u00fapula do clima n\u00e3o teria deixado uma mensagem de falta de compromisso com o tema, Joaquim Leite respondeu que o presidente participou “de uma forma moderna” da COP26, ao transmitir uma mensagem gravada no estande do governo brasileiro na confer\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

Dezenas de l\u00edderes mundiais como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, compareceram \u00e0 confer\u00eancia. Se Bolsonaro tivesse participado, ele tamb\u00e9m discursaria no palco da COP26, diante dos demais governantes. Mas o Brasil ficou sem representa\u00e7\u00e3o oficial no plen\u00e1rio principal da abertura da confer\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

“O presidente participou de forma moderna aqui no estande do Brasil, por meio de uma transmiss\u00e3o. E dez ministros participaram da COP do clima, de Bras\u00edlia, por meio de transmiss\u00e3o pela internet. Foi uma forma moderna de trazer o governo para a COP”, disse o ministro.<\/p>\n\n\n\n

Ainda durante a entrevista coletiva Joaquim Leite cobrou que pa\u00edses ricos assumam compromissos mais ambiciosos at\u00e9 o final da COP26, principalmente em rela\u00e7\u00e3o a financiamento a na\u00e7\u00f5es em desenvolvimento. Na\u00e7\u00f5es desenvolvidas haviam prometido compensar com US$ 100 bilh\u00f5es por ano pa\u00edses pobres entre 2020 e 2025, mas a meta n\u00e3o foi cumprida em 2020 e, possivelmente, n\u00e3o ser\u00e1 alcan\u00e7ada em 2021.<\/p>\n\n\n\n

“Acho que falta ambi\u00e7\u00e3o financeira dos pa\u00edses industrializados. (E os grandes emissores de gases poluentes) tem que ter mais ambi\u00e7\u00e3o na redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es. O Brasil fez um primeiro movimento na primeira semana para deixar claro que \u00e9 preciso mais ambi\u00e7\u00e3o dos demais pa\u00edses”, disse.<\/p>\n\n\n\n