{"id":175917,"date":"2022-01-11T17:42:10","date_gmt":"2022-01-11T20:42:10","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=175917"},"modified":"2022-01-11T17:42:12","modified_gmt":"2022-01-11T20:42:12","slug":"chuvas-de-verao-colocam-milhoes-de-brasileiros-em-risco","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/01\/11\/175917-chuvas-de-verao-colocam-milhoes-de-brasileiros-em-risco.html","title":{"rendered":"Chuvas de ver\u00e3o colocam milh\u00f5es de brasileiros em risco"},"content":{"rendered":"\n
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Quatro em cada 100 pessoas no pa\u00eds vivem em \u00e1reas suscet\u00edveis a deslizamentos, inunda\u00e7\u00f5es e enxurradas. Chuvas fortes j\u00e1 castigaram Bahia e Minas Gerais e poder\u00e3o causar mais estragos no Norte e Nordeste neste ver\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A esta\u00e7\u00e3o mal come\u00e7ou, e chuvas de ver\u00e3o j\u00e1 causaram desastres pelo Brasil, enquanto, ao mesmo tempo, v\u00e1rias regi\u00f5es sofrem com estiagem.<\/p>\n\n\n\n

Em Minas Gerais, mais de 17 mil pessoas est\u00e3o desalojadas e outras seis morreram por causa das chuvas fortes que atingem praticamente todo o estado, de acordo com\u00a0boletim da Defesa Civil de Minas Gerais divulgado nesta segunda-feira (10\/01). O \u00f3rg\u00e3o n\u00e3o considera nesta conta, at\u00e9 o momento, os\u00a0dez mortos no acidente em Capit\u00f3lio, onde uma placa rochosa se desprendeu e atingiu dezenas de pessoas no \u00faltimo s\u00e1bado.<\/p>\n\n\n\n

Apesar de n\u00e3o serem esperadas para o Nordeste neste per\u00edodo,\u00a0precipita\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m castigaram a Bahia. Mais de 850 mil pessoas foram afetadas, 26 morreram e duas est\u00e3o desaparecidas, segundo a Defesa Civil estadual.<\/p>\n\n\n\n

O secret\u00e1rio nacional de Prote\u00e7\u00e3o e Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas Alves, aponta que pelo menos quatro munic\u00edpios baianos – Vit\u00f3ria da Conquista, Teofil\u00e2ndia, Ruy Barbosa e Feira de Santana – estavam em situa\u00e7\u00e3o de emerg\u00eancia por causa de estiagem quando foram atingidos pela \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

“A regi\u00e3o afetada pelas chuvas [na Bahia] \u00e9 caracterizada por intensa estiagem”, afirma Alves. Ele explica que as chuvas s\u00e3o esperadas no estado somente entre mar\u00e7o e junho.<\/p>\n\n\n\n

“O estado praticamente n\u00e3o tem refer\u00eancia para lidar com esse tipo de desastre natural, n\u00e3o tinha um preparo. A maior parte das cidades afetadas nunca teve esse tipo de evento”, diz o secret\u00e1rio nacional.<\/p>\n\n\n\n

O mesmo ocorreu em Minas Gerais, onde pelo menos quatro munic\u00edpios que sofrem com os desastres causados pelas chuvas este m\u00eas – Almenara, Rio do Prado, Ponto dos Volantes e Bert\u00f3polis – tamb\u00e9m tinham decreto de estiagem para o per\u00edodo.<\/p>\n\n\n\n

“Estes s\u00e3o apenas alguns exemplos de munic\u00edpios que est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de emerg\u00eancia tanto pelo desastre decorrente das chuvas quanto pela estiagem”, diz o secret\u00e1rio nacional da Defesa Civil.<\/p>\n\n\n\n

O Brasil n\u00e3o tem dados oficiais sobre as cidades mais vulner\u00e1veis \u00e0 ocorr\u00eancia de desastres naturais de grande porte, mas o Servi\u00e7o Geol\u00f3gico Brasileiro monitora \u00e1reas consideradas propensas a desabamentos, inunda\u00e7\u00f5es, deslizamentos de rochas, etc. Atualmente, o Servi\u00e7o considera que 1.601 cidades t\u00eam “alto e muito alto risco” de deslizamentos de terra, inunda\u00e7\u00f5es, enxurradas e queda de rochas, o equivalente a 28,74% do territ\u00f3rio brasileiro.<\/p>\n\n\n\n

“O Brasil \u00e9 marcado por desastres naturais entre novembro e abril por conta do per\u00edodo chuvoso, quando ocorrem grandes acumulados pluviom\u00e9tricos distribu\u00eddos sobretudo entre as Regi\u00f5es Norte, Centro Oeste e Sudeste”, aponta o coordenador-geral substituto de Opera\u00e7\u00e3o e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Giovanni Dolif.<\/p>\n\n\n\n

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Enchente em Itabuna, na Bahia, em 26 de dezembro<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Quatro a cada 100 brasileiros vivem em \u00e1reas expostas<\/h2>\n\n\n\n

Os impactos de um desastre natural dependem, al\u00e9m da magnitude do fen\u00f4meno, da vulnerabilidade do local e da exposi\u00e7\u00e3o de bens e pessoas ao desastre. Por isso, um desastre com menor magnitude, por\u00e9m ocorrido em \u00e1reas de popula\u00e7\u00f5es mais vulner\u00e1veis, pode causar mais danos.<\/p>\n\n\n\n

Apesar de n\u00e3o se poder comparar os eventos, Alves ressalta que as chuvas causaram mais mortes na Bahia, estado que n\u00e3o est\u00e1 acostumado a esse tipo de evento, do que em Minas Gerais.<\/p>\n\n\n\n

“N\u00e3o tem como comparar os impactos dos desastres, porque, al\u00e9m da realidade geogr\u00e1fica de cada local, a estrutura das Defesas Civis muda regionalmente. O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, por exemplo, tem 8 mil bombeiros e seis helic\u00f3pteros. J\u00e1 o da Bahia tem 2 mil bombeiros e nenhum helic\u00f3ptero”, diz. <\/p>\n\n\n\n

De acordo com o Cemaden, mais de 8,2 milh\u00f5es de pessoas distribu\u00eddas em 825 munic\u00edpios vivem expostas ao risco de deslizamentos, inunda\u00e7\u00f5es e enxurradas. A maioria delas vive no Sudeste: enquanto, na m\u00e9dia nacional, quatro a cada 100 brasileiros vivem em \u00e1reas expostas, o n\u00famero salta para dez a cada 100 no Sudeste.<\/p>\n\n\n\n

Um estudo in\u00e9dito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE) publicado em 2019 mostrou que as \u00e1reas mais suscet\u00edveis a deslizamentos est\u00e3o no Sudeste (23,2% da \u00e1rea t\u00eam suscetibilidade muito alta a deslizamento) e Sul (15,6% da \u00e1rea t\u00eam suscetibilidade muito alta a deslizamento). A publica\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m mostrou que:<\/p>\n\n\n\n