{"id":175943,"date":"2022-01-12T20:17:04","date_gmt":"2022-01-12T23:17:04","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=175943"},"modified":"2022-01-12T20:17:06","modified_gmt":"2022-01-12T23:17:06","slug":"especies-invasoras-pegam-carona-em-navios-e-ameacam-areas-virgens-da-antartica","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/01\/12\/175943-especies-invasoras-pegam-carona-em-navios-e-ameacam-areas-virgens-da-antartica.html","title":{"rendered":"Esp\u00e9cies invasoras pegam ‘carona’ em navios e amea\u00e7am \u00e1reas virgens da Ant\u00e1rtica"},"content":{"rendered":"\n
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Navios que viajam para o continente gelado colocam em risco biodiversidade de \u00faltimo ecossistema intocado do oceano, diz novo estudo \u2014 Foto: Victoria Gill<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Esp\u00e9cies de todo o mundo que est\u00e3o “pegando carona” em navios amea\u00e7am o ecossistema marinho intocado da Ant\u00e1rtica.<\/p>\n\n\n\n

Essa \u00e9 a conclus\u00e3o de um estudo de rastreamento de embarca\u00e7\u00f5es de pesquisa, pesca e turismo que visitam rotineiramente a regi\u00e3o protegida, antes isolada.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisa revelou que navios de 1,5 mil portos ao redor do mundo visitam o continente gelado.<\/p>\n\n\n\n

“Esses navios viajam por todo o mundo”, explica Arlie McCarthy, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, respons\u00e1vel pelo estudo.<\/p>\n\n\n\n

“Isso significa que quase qualquer lugar pode ser uma fonte potencial para esp\u00e9cies invasoras.” Essas esp\u00e9cies n\u00e3o nativas, diz, “podem mudar completamente um ecossistema”.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

“Elas podem criar habitats inteiramente novos que tornariam mais dif\u00edcil para esses incr\u00edveis animais da Ant\u00e1rtica encontrar seu pr\u00f3prio lugar para viver”, acrescenta McCarthy.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas dizem serem necess\u00e1rias medidas mais rigorosas para garantir que os navios n\u00e3o tragam esp\u00e9cies que possam perturbar os fr\u00e1geis habitats da Ant\u00e1rtica.<\/p>\n\n\n\n

A equipe de pesquisa, do Servi\u00e7o Ant\u00e1rtico Brit\u00e2nico (BAS, na sigla em ingl\u00eas) e da Universidade de Cambridge, usou dados de sat\u00e9lite e bancos de dados de navega\u00e7\u00f5es internacionais para descobrir o impacto do tr\u00e1fego ant\u00e1rtico \u2014 e a origem desses navios.<\/p>\n\n\n\n

“O que foi realmente surpreendente foi que eles n\u00e3o t\u00eam apenas um porto de origem para onde v\u00e3o e voltam”, diz McCarthy.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

Em vez disso, o movimento global de navios liga partes isoladas da Ant\u00e1rtica a mais de 1,5 mil portos em todo o mundo.<\/p>\n\n\n\n

‘Bioincrusta\u00e7\u00e3o’<\/h2>\n\n\n\n

Qualquer esp\u00e9cie marinha que possa se agarrar ao casco do navio e sobreviver \u00e0 jornada para a Ant\u00e1rtica pode representar uma amea\u00e7a invasiva.<\/p>\n\n\n\n

Criaturas, incluindo mexilh\u00f5es, cracas, caranguejos e algas, s\u00e3o particularmente preocupantes, porque se prendem ao casco, em um processo denominado “bioincrusta\u00e7\u00e3o”.<\/p>\n\n\n\n

Os mexilh\u00f5es, por exemplo, podem sobreviver em \u00e1guas polares e se espalhar facilmente, amea\u00e7ando a vida marinha no fundo do mar. Sua filtragem de \u00e1gua altera a cadeia alimentar marinha e tamb\u00e9m a qu\u00edmica da \u00e1gua ao seu redor.<\/p>\n\n\n\n

“Este \u00e9 o \u00faltimo lugar do mundo onde n\u00e3o temos esp\u00e9cies marinhas invasoras”, diz McCarthy. “Ent\u00e3o n\u00f3s [ainda] temos a oportunidade de proteg\u00ea-lo.”<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

Para David Aldridge, professor de Zoologia da Universidade de Cambridge, explica: “As esp\u00e9cies nativas da Ant\u00e1rtida permaneceram isoladas nos \u00faltimos 15 a 30 milh\u00f5es de anos”.<\/p>\n\n\n\n

Isso torna as esp\u00e9cies invasoras uma das maiores amea\u00e7as \u00e0 sua biodiversidade. E, como acrescenta o professor Lloyd Peck, do Servi\u00e7o Ant\u00e1rtico Brit\u00e2nico, “a chance de perdermos uma esp\u00e9cie completamente \u00fanica \u00e9 muito maior na Ant\u00e1rtida”.<\/p>\n\n\n\n

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Foto de novembro de 2019 mostra a Ba\u00eda de Chiriguano, na Ant\u00e1rtica \u2014 Foto: Johan Ordonez\/ AFP<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Turismo<\/h2>\n\n\n\n

O turismo \u00e9 regulamentado na regi\u00e3o; os navios tur\u00edsticos t\u00eam de seguir os protocolos de biosseguran\u00e7a. Mas o estudo revelou que o turismo foi respons\u00e1vel por 67% das visitas \u00e0s localidades ant\u00e1rticas (seguido pela pesquisa, que respondeu por 21% e pela pesca, 7%).<\/p>\n\n\n\n

Segundo a Associa\u00e7\u00e3o Internacional de Operadores de Turismo Ant\u00e1rtico, a temporada 2019\/20 levou mais de 70 mil pessoas \u00e0 regi\u00e3o. E embora o setor tenha sido interrompido pela pandemia, esse n\u00famero vem aumentando constantemente desde que as primeiras centenas de visitantes do Chile e da Argentina chegaram \u00e0s Ilhas Shetland do Sul na d\u00e9cada de 1950.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 um aumento, dizem os pesquisadores, que tem outras consequ\u00eancias.<\/p>\n\n\n\n

“Em qualquer lugar que esses navios v\u00e3o, vemos outros tipos de impacto humano no meio ambiente, seja a libera\u00e7\u00e3o acidental de res\u00edduos, polui\u00e7\u00e3o, colis\u00f5es com a vida selvagem ou dist\u00farbios sonoros”, diz McCarthy.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

O professor Peck disse que o turismo na Ant\u00e1rtica \u00e9 “positivo e negativo”. “Eles s\u00e3o uma grande parte do n\u00famero de visitas (ao continente) e, portanto, podem trazer (esp\u00e9cies n\u00e3o nativas).<\/p>\n\n\n\n

“Mas os operadores tur\u00edsticos est\u00e3o muito interessados \u200b\u200bno meio ambiente e tomam muitas medidas de seguran\u00e7a.”<\/p>\n\n\n\n

Mais amplamente, as medidas de biosseguran\u00e7a para proteger a Ant\u00e1rtida \u2014 como a limpeza dos cascos dos navios \u2014 est\u00e3o atualmente focadas em um pequeno grupo de “portos de entrada” da Ant\u00e1rtida reconhecidos.<\/p>\n\n\n\n

Mas como o estudo revelou que muitos outros portos ao redor do mundo est\u00e3o ligados \u00e0 regi\u00e3o, o Servi\u00e7o Ant\u00e1rtico Brit\u00e2nico est\u00e1 pedindo “protocolos de biosseguran\u00e7a aprimorados” e medidas de prote\u00e7\u00e3o ambiental para proteger as \u00e1guas ant\u00e1rticas. Isso significa inspecionar os cascos dos navios com c\u00e2meras e limp\u00e1-los com mais frequ\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

O professor Peck disse que isso \u00e9 particularmente importante “j\u00e1 que as temperaturas dos oceanos continuam a subir devido \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas”. Ele acrescentou: “sabemos que algo chegar\u00e1 se deixarmos as coisas como est\u00e3o”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: G1<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"