{"id":176139,"date":"2022-01-26T19:22:19","date_gmt":"2022-01-26T22:22:19","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=176139"},"modified":"2022-01-26T19:22:21","modified_gmt":"2022-01-26T22:22:21","slug":"astronomos-descobrem-fonte-de-energia-misteriosa-diferente-de-tudo-o-que-ja-se-viu","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/01\/26\/176139-astronomos-descobrem-fonte-de-energia-misteriosa-diferente-de-tudo-o-que-ja-se-viu.html","title":{"rendered":"Astr\u00f4nomos descobrem fonte de energia misteriosa, diferente de tudo o que j\u00e1 se viu"},"content":{"rendered":"\n
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Como se sabe, o universo \u00e9 repleto de\u00a0mist\u00e9rios, e os cientistas se surpreendem a cada nova descoberta sobre o cosmos. Desta vez, uma equipe de pesquisadores que mapeavam\u00a0ondas de r\u00e1dio\u00a0no espa\u00e7o identificou algo incomum que libera uma explos\u00e3o gigante de energia e \u00e9 diferente de qualquer coisa j\u00e1 vista antes.<\/p>\n\n\n\n

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Imagem meramente ilustrativa demonstrando uma fonte de energia nunca antes detectada no universo. Imagem: Artsiom P \u2013 Shutterstock<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Segundo os astr\u00f4nomos envolvidos na descoberta, que foi publicada na revista\u00a0Nature<\/em>, pode ser uma\u00a0estrela de n\u00eautrons\u00a0ou uma an\u00e3 branca \u2014 n\u00facleos colapsados de estrelas \u2014 com um campo magn\u00e9tico ultra-poderoso.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Enquanto gira no espa\u00e7o, o objeto estranho envia um feixe de radia\u00e7\u00e3o que cruza a linha de vis\u00e3o da Terra, de acordo com o estudo, por um minuto em cada 20, sendo uma das fontes de r\u00e1dio mais brilhantes no c\u00e9u.<\/p>\n\n\n\n

Objeto est\u00e1 em nosso \u201cquintal gal\u00e1ctico\u201d<\/strong><\/h2>\n\n\n\n

Natasha Hurley-Walker, do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia da Universidade de Curtin, liderou a equipe que fez a descoberta. \u201cEste objeto estava aparecendo e desaparecendo durante algumas horas nas nossas observa\u00e7\u00f5es\u201d, disse ela. \u201cIsso foi completamente inesperado. Foi meio assustador para um astr\u00f4nomo porque n\u00e3o h\u00e1 nada conhecido no c\u00e9u que fa\u00e7a isso. E \u00e9 realmente muito perto de n\u00f3s \u2013 cerca de 4.000 anos-luz de dist\u00e2ncia. Est\u00e1 em nosso quintal gal\u00e1ctico\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Segundo Natasha, o objeto foi descoberto por Tyrone O\u2019Doherty, aluno da Universidade de Curtin, que usava o telesc\u00f3pio Murchison Widefield Array (MWA) no interior da Austr\u00e1lia Ocidental e uma nova t\u00e9cnica desenvolvida por ele mesmo. \u201c\u00c9 emocionante que a fonte que identifiquei no ano passado tenha se tornado um objeto t\u00e3o peculiar\u201d, disse O\u2019Doherty, que agora faz doutorado na Curtin. \u201cO amplo campo de vis\u00e3o e sensibilidade extrema da MWA s\u00e3o perfeitos para examinar todo o c\u00e9u e detectar o inesperado\u201d.<\/p>\n\n\n\n

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Quadro descreve evolu\u00e7\u00e3o das observa\u00e7\u00f5es. A forte cintila\u00e7\u00e3o ionosf\u00e9rica causa ondula\u00e7\u00f5es no brilho da fonte ao longo do tempo. Imagem: Hurley-Walker, N., Zhang, X., Bahramian.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Objetos que ligam e desligam no universo n\u00e3o s\u00e3o novidades para os astr\u00f4nomos, que os chamam de transit\u00f3rios. A astrof\u00edsica Gemma Anderson, coautora do estudo e professora em Curtin, disse que, \u201cao estudar transit\u00f3rios, voc\u00ea est\u00e1 assistindo \u00e0 morte de uma estrela massiva ou \u00e0 atividade dos remanescentes que deixa para tr\u00e1s\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Transit\u00f3rios lentos como as supernovas podem aparecer ao longo de alguns dias e desaparecer ap\u00f3s alguns meses. J\u00e1 os transit\u00f3rios r\u00e1pidos, como um tipo de estrela de n\u00eautrons chamada pulsar, piscam dentro e fora em milissegundos ou segundos.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Astr\u00f4nomos est\u00e3o monitorando o objeto<\/strong><\/h2>\n\n\n\n

Segundo Gemma, o objeto misterioso era \u201cincrivelmente brilhante\u201d e menor que o Sol, emitindo ondas de r\u00e1dio altamente polarizadas \u2014 o que sugeria que o objeto tinha um campo magn\u00e9tico extremamente forte.<\/p>\n\n\n\n

Para Natasha, as observa\u00e7\u00f5es correspondem a um objeto astrof\u00edsico previsto chamado\u00a0magnetar\u00a0de per\u00edodo ultra-longo. \u201c\u00c9 um tipo de estrela de n\u00eautrons lentamente girando que foi prevista para existir teoricamente\u201d, disse ela. \u201cMas ningu\u00e9m esperava detectar diretamente uma como esta porque n\u00e3o esper\u00e1vamos que elas fossem t\u00e3o brilhantes. De alguma forma, est\u00e1 convertendo energia magn\u00e9tica em ondas de r\u00e1dio de modo muito mais eficaz do que qualquer coisa que j\u00e1 vimos antes\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Ela est\u00e1 monitorando o objeto com a MWA para ver se ele liga novamente. \u201cSe isso acontecer, h\u00e1 telesc\u00f3pios em todo o Hemisf\u00e9rio Sul e at\u00e9 mesmo em \u00f3rbita que podem apontar diretamente para ele\u201d, revelou, acrescentando que planeja procurar mais desses objetos incomuns nos vastos arquivos da MWA. \u201cMais detec\u00e7\u00f5es dir\u00e3o aos astr\u00f4nomos se este foi um evento \u00fanico raro ou uma vasta nova popula\u00e7\u00e3o que nunca t\u00ednhamos notado antes\u201d, disse a pesquisadora.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com o diretor da equipe MWA, professor Steven Tingay, o telesc\u00f3pio \u00e9 um instrumento precursor do Square Kilometre Array (SKA) \u2014 uma iniciativa global para construir os maiores radiotelesc\u00f3pios do mundo na Austr\u00e1lia Ocidental e \u00c1frica do Sul. \u201cA chave para encontrar esse objeto, e estudar suas propriedades detalhadas, \u00e9 o fato de termos sido capazes de coletar e armazenar todos os dados que o MWA produziu durante quase a \u00faltima d\u00e9cada no Centro de Supercomputa\u00e7\u00e3o de Pesquisa Pawsey. Ser capaz de olhar para tr\u00e1s atrav\u00e9s de um conjunto de dados t\u00e3o massivo quando voc\u00ea encontra um objeto \u00e9 bastante \u00fanico na astronomia\u201d, disse ele. \u201cH\u00e1, sem d\u00favida, muitas outras pedras preciosas a serem descobertas pelo MWA e pelo SKA nos pr\u00f3ximos anos\u201d.<\/p>\n\n\n\n

O MWA fica no Observat\u00f3rio de Radioastronomia Murchison, na Austr\u00e1lia Ocidental, que \u00e9 gerenciado pela CSIRO, a Ag\u00eancia Nacional de Ci\u00eancia da Austr\u00e1lia, e foi criado com o apoio do governo do pa\u00eds.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Olhar Digital<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"