{"id":176296,"date":"2022-02-08T19:16:25","date_gmt":"2022-02-08T22:16:25","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=176296"},"modified":"2022-02-08T19:16:32","modified_gmt":"2022-02-08T22:16:32","slug":"superbacterias-ja-eram-um-problema-mas-pandemia-pode-ter-piorado-a-situacao","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/02\/08\/176296-superbacterias-ja-eram-um-problema-mas-pandemia-pode-ter-piorado-a-situacao.html","title":{"rendered":"Superbact\u00e9rias j\u00e1 eram um problema, mas pandemia pode ter piorado a situa\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a>
Oito col\u00f4nias bacterianas, cada uma formada por um pat\u00f3geno diferente, que desenvolveram resist\u00eancia a antibi\u00f3ticos e causaram infec\u00e7\u00f5es hospitalares.
FOTO DE\u00a0COMPOSITE BY SCOTT CHIMILESKI, MICROBEPHOTOGRAPHY.COM, AND ROBERTO KOLTER, HARVARD MEDICAL SCHOOL<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Especialistas em sa\u00fade p\u00fablica temem que o uso indevido e excessivo de antibi\u00f3ticos durante a pandemia possa piorar outra crise j\u00e1 existente: a resist\u00eancia a antibi\u00f3ticos, na qual pat\u00f3genos como bact\u00e9rias e fungos evoluem e conseguem escapar da a\u00e7\u00e3o dos medicamentos poderosos criados para destru\u00ed-los.<\/p>\n\n\n\n

Mais de 750 mil pessoas morrem\u00a0anualmente de infec\u00e7\u00f5es resistentes a antibi\u00f3ticos e esse n\u00famero deve chegar a\u00a010 milh\u00f5es at\u00e9 2050. Somente nos Estados Unidos, micr\u00f3bios resistentes a antibi\u00f3ticos causam\u00a0mais de 2,8 milh\u00f5es de infec\u00e7\u00f5es e mais de 35 mil mortes\u00a0todos os anos.<\/p>\n\n\n\n

Agora, o uso excessivo de antibi\u00f3ticos durante a pandemia de covid-19 pode estar piorando o problema. Nos primeiros meses da pandemia, quando os pacientes com covid-19 apresentavam tosse, febre, falta de ar e as radiografias de t\u00f3rax revelavam manchas brancas \u2014 inflama\u00e7\u00e3o pulmonar semelhante \u00e0 causada por uma pneumonia bacteriana \u2014 muitos receberam a prescri\u00e7\u00e3o de antibi\u00f3ticos. Nos Estados Unidos, por exemplo,\u00a0mais da metade dos quase cinco mil pacientes\u00a0hospitalizados entre fevereiro e julho de 2020 receberam prescri\u00e7\u00e3o de pelo menos um antibi\u00f3tico nas primeiras 48 horas de interna\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

\u201cQuando est\u00e3o lidando com a incerteza, os m\u00e9dicos preferem prescrever, o que n\u00e3o \u00e9 necessariamente a coisa certa a ser feita\u201d, explica Jacqueline Bork, m\u00e9dica de doen\u00e7as infecciosas do Centro M\u00e9dico da Universidade de Maryland.<\/p>\n\n\n\n

Os antibi\u00f3ticos matam apenas bact\u00e9rias e n\u00e3o v\u00edrus como o SARS-CoV-2, que causa a covid-19. Contudo, pneumonias podem ser causadas por fungos, bact\u00e9rias ou v\u00edrus, e descobrir o pat\u00f3geno respons\u00e1vel pode levar pelo menos 48 horas e, em alguns casos, s\u00e3o necess\u00e1rios procedimentos invasivos para confirmar a causa da infec\u00e7\u00e3o. \u00c0s vezes, os exames n\u00e3o identificam o culpado. \u201cMuitos de n\u00f3s provavelmente estavam prescrevendo antibi\u00f3ticos em excesso. Mas sem o conhecimento necess\u00e1rio sobre aquilo que est\u00e1vamos lidando, fizemos o melhor que pudemos na \u00e9poca\u201d, afirma Bork.<\/p>\n\n\n\n

Alguns m\u00e9dicos tamb\u00e9m estavam preocupados que uma infec\u00e7\u00e3o f\u00fangica ou bacteriana pudesse ocorrer durante ou ap\u00f3s a covid-19, semelhante ao\u00a0observado na gripe e em outras doen\u00e7as virais. \u201cNo come\u00e7o, o n\u00famero de pessoas admitidas com pneumonia era t\u00e3o alto que n\u00e3o consegu\u00edamos realizar exames para saber se era infec\u00e7\u00e3o viral ou bacteriana\u201d, explica Bork.<\/p>\n\n\n\n

Conforme ela e outros m\u00e9dicos em todo o mundo descobriram que infec\u00e7\u00f5es f\u00fangicas e bacterianas concomitantes ocorriam em\u00a0menos de 20%\u00a0dos pacientes com covid-19, alguns reduziram o uso de antibi\u00f3ticos. Mas para os pacientes que estavam gravemente doentes e ficavam internados por mais tempo, os antibi\u00f3ticos eram necess\u00e1rios, pois muitas vezes esses pacientes ficavam intubados e tinham cateteres que poderiam causar infec\u00e7\u00f5es bacterianas e at\u00e9 mesmo sepse.<\/p>\n\n\n\n

Ainda assim, em muitas partes do mundo, os m\u00e9dicos continuaram prescrevendo antibi\u00f3ticos a pacientes com covid-19 que podem n\u00e3o precisar desses medicamentos. Quando ficou mais dif\u00edcil consultar um m\u00e9dico, os pacientes recorreram \u00e0 automedica\u00e7\u00e3o com antibi\u00f3ticos, \u00e0s vezes at\u00e9 mesmo como\u00a0medida preventiva. O custo e a falta de acesso a exames de diagn\u00f3stico para confirmar a origem bacteriana da infec\u00e7\u00e3o e, portanto, a necessidade de antibi\u00f3ticos, atitudes do tipo \u201cna d\u00favida, \u00e9 melhor tomar\u201d e a falta de conhecimento sobre as descobertas cient\u00edficas mais recentes podem ter contribu\u00eddo para o uso excessivo e indevido de antibi\u00f3ticos durante a pandemia.<\/p>\n\n\n\n

Como se desenvolve a resist\u00eancia antimicrobiana<\/h3>\n\n\n\n

Na natureza, fungos e bact\u00e9rias do solo produzem subst\u00e2ncias qu\u00edmicas chamadas antibi\u00f3ticos que matam ou inibem o crescimento de outras bact\u00e9rias que competem pelos mesmos recursos limitados. Com o tempo, os alvos se adaptam, desenvolvendo resist\u00eancia contra tal mecanismo. Eles fazem isso produzindo prote\u00ednas chamadas enzimas que inativam o antibi\u00f3tico, drenam o medicamento das c\u00e9lulas bacterianas, restringem sua entrada ou contornam seus efeitos. \u00c0s vezes, outras esp\u00e9cies bacterianas que n\u00e3o eram o alvo original dos antibi\u00f3ticos tamb\u00e9m podem desenvolver defesas, adquirindo genes importantes de bact\u00e9rias resistentes que est\u00e3o ao seu redor, por meio de um processo chamado transfer\u00eancia horizontal de genes.<\/p>\n\n\n\n

Esses antibi\u00f3ticos naturais foram utilizados pelos cientistas como base para desenvolver medicamentos comerciais que combatem infec\u00e7\u00f5es bacterianas em humanos e animais. Mas \u00e9 prov\u00e1vel que algumas dessas bact\u00e9rias respons\u00e1veis pelas infec\u00e7\u00f5es, encontradas na \u00e1gua e no solo, j\u00e1 tenham adquirido genes que conferem resist\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

Inicialmente, as bact\u00e9rias resistentes representam uma pequena parcela da popula\u00e7\u00e3o bacteriana encontrada nos hospedeiros, mas isso muda com o aumento do uso de antibi\u00f3ticos. O medicamento destr\u00f3i as bact\u00e9rias suscet\u00edveis, eliminando assim a competi\u00e7\u00e3o e permitindo que as bact\u00e9rias resistentes se reproduzam e prosperem rapidamente. Al\u00e9m disso, administrar doses incorretas de antibi\u00f3ticos ou us\u00e1-los de forma inadequada, por exemplo, para uma doen\u00e7a diagnosticada errada, pode destruir as bact\u00e9rias boas do nosso organismo e estimular o estabelecimento das chamadas superbact\u00e9rias resistentes a diversos antibi\u00f3ticos.<\/p>\n\n\n\n

Essas bact\u00e9rias resistentes a medicamentos podem se propagar em hospitais, comunidades, e fazendas de cria\u00e7\u00e3o de gado e aves por meio do esgoto, \u00e1gua, superf\u00edcies e alimentos contaminados \u2014 ou por contato direto. Com mais pessoas infectadas por superbact\u00e9rias e os antibi\u00f3ticos atuais se tornando cada vez mais ineficazes, as consequ\u00eancias podem incluir hospitaliza\u00e7\u00f5es prolongadas, custos m\u00e9dicos mais altos e mais mortes. Isso \u00e9 particularmente preocupante para\u00a0pa\u00edses de baixa e m\u00e9dia renda que s\u00e3o desproporcionalmente impactados\u00a0devido ao acesso limitado a \u00e1gua pot\u00e1vel e saneamento, falta de assist\u00eancia m\u00e9dica de qualidade e acesso a antibi\u00f3ticos sem necessidade de receita m\u00e9dica, o que pode incentivar a automedica\u00e7\u00e3o nos casos em que a consulta m\u00e9dica tem um alto custo.<\/p>\n\n\n\n

Como a covid-19 pode exacerbar infec\u00e7\u00f5es resistentes a diversos medicamentos<\/h3>\n\n\n\n

Em uma\u00a0pesquisa global\u00a0realizada pela Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade no final de 2020, 35 dos 56 pa\u00edses relataram um aumento na prescri\u00e7\u00e3o de antibi\u00f3ticos durante a pandemia. Em um pa\u00eds, os m\u00e9dicos prescreveram antibi\u00f3ticos em quase todos os casos de covid-19 e outro pa\u00eds relatou automedica\u00e7\u00e3o desenfreada com esses medicamentos.<\/p>\n\n\n\n

M\u00e9dicos prescreveram antibi\u00f3ticos para pacientes hospitalizados com covid-19, incluindo azitromicina, doxiciclina, fluoroquinolonas, cefalosporinas e carbapen\u00eamicos. Os profissionais costumam prescrever\u00a0 antibi\u00f3ticos de amplo espectro que destroem diversos tipos de bact\u00e9rias, incluindo as ben\u00e9ficas, embora\u00a0diversos\u00a0estudos\u00a0tenham sugerido que as taxas de infec\u00e7\u00e3o bacteriana ou f\u00fangica concomitante ou infec\u00e7\u00e3o secund\u00e1ria sejam inferiores a 20% entre os pacientes com covid-19. Pacientes ambulatoriais, muitas vezes com sintomas leves de covid-19, tamb\u00e9m receberam prescri\u00e7\u00e3o preventiva de antibi\u00f3ticos, como azitromicina e doxiciclina.<\/p>\n\n\n\n

No in\u00edcio da pandemia,\u00a0alguns\u00a0estudos\u00a0recomendaram o uso de azitromicina e doxiciclina devido \u00e0s suas poss\u00edveis propriedades antivirais e anti-inflamat\u00f3rias que poderiam ajudar a controlar o sistema imunol\u00f3gico hiperativo de um paciente com covid-19 quando ele come\u00e7a a destruir suas pr\u00f3prias c\u00e9lulas. Mas trabalhos mais recentes\u00a0n\u00e3o sugeriram benef\u00edcios reais.<\/p>\n\n\n\n

\u201cMuitos pacientes com covid-19 me procuram para uma segunda opini\u00e3o e ainda vejo azitromicina em suas prescri\u00e7\u00f5es\u201d, diz Lancelot Pinto, pneumologista do P.D. Hospital Hinduja em Mumbai, na \u00cdndia. \u201cTalvez a justificativa seja a possibilidade de uma infec\u00e7\u00e3o bacteriana e, portanto, \u00e9 melhor estar protegido, mas acredito que muitos m\u00e9dicos [na \u00cdndia] n\u00e3o se importam se \u00e9 um v\u00edrus ou n\u00e3o quando se trata de prescrever antibi\u00f3ticos.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Em outros casos, os m\u00e9dicos se sentiram compelidos a prescrever azitromicina em zonas rurais, por exemplo, que n\u00e3o t\u00eam acesso a exames de diagn\u00f3stico, como radiografia, para confirmar pneumonia, muito menos descobrir se a infec\u00e7\u00e3o \u00e9 de origem bacteriana, f\u00fangica ou viral.<\/p>\n\n\n\n

\u201cQuando as pessoas n\u00e3o est\u00e3o t\u00e3o confiantes, elas costumam achar que \u00e9 melhor prevenir do que remediar\u201d, diz Rumina Hasan, patologista da Universidade Aga Khan em Karachi, no Paquist\u00e3o. Ela aponta que alguns usos inadequados e excessivos de antibi\u00f3ticos durante a pandemia tamb\u00e9m foram impulsionados por m\u00e9dicos desinformados ou incapazes de acompanhar as informa\u00e7\u00f5es atualizadas sobre a covid-19. \u201cE uma vez que uma tend\u00eancia foi estabelecida [de usar certos medicamentos contra uma doen\u00e7a], \u00e9 muito dif\u00edcil mud\u00e1-la\u201d, explica Hasan.<\/p>\n\n\n\n

Embora os antibi\u00f3ticos possam salvar vidas quando usados adequadamente, especialistas em sa\u00fade global suspeitam que seu uso generalizado e indiscriminado durante a pandemia possa ter criado o cen\u00e1rio ideal para a sele\u00e7\u00e3o de bact\u00e9rias resistentes.<\/p>\n\n\n\n

Daqui para frente<\/h3>\n\n\n\n

Podemos n\u00e3o ver o aumento das superbact\u00e9rias e seus impactos ainda, mas \u201co estrago est\u00e1 feito\u201d, diz Pilar Ramon-Pardo, consultora regional de resist\u00eancia antimicrobiana da Organiza\u00e7\u00e3o Pan-Americana da Sa\u00fade. O Sistema Global de Vigil\u00e2ncia de Uso e Resist\u00eancia Antimicrobiana, lan\u00e7ado pela OMS em 2015,\u00a0foi prejudicado\u00a0durante a pandemia pela redu\u00e7\u00e3o do n\u00famero de equipes m\u00e9dicas em todo o mundo que trabalha na coleta de amostras e registro de micr\u00f3bios resistentes a medicamentos.<\/p>\n\n\n\n

Com todos os recursos desviados para o combate \u00e0 covid-19, a crise or\u00e7ament\u00e1ria e a fadiga mental tamb\u00e9m est\u00e3o em jogo. <\/strong>\u201cAs pessoas n\u00e3o est\u00e3o interessadas em mais uma crise de sa\u00fade p\u00fablica\u201d, diz Muhammad Zaman, professor de engenharia biom\u00e9dica da Universidade de Boston. \u201cAlgo vai sair prejudicado.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Mas se as infec\u00e7\u00f5es resistentes a antibi\u00f3ticos aumentarem no mundo p\u00f3s-pandemia, ser\u00e1 que novos antibi\u00f3ticos ser\u00e3o desenvolvidos para combat\u00ea-las? Provavelmente n\u00e3o tantos, diz Zaman. Os tratamentos com antibi\u00f3ticos raramente excedem 14 dias e n\u00e3o trazem lucros confort\u00e1veis \u00e0s farmac\u00eauticas, como terapias para doen\u00e7as cr\u00f4nicas, como c\u00e2ncer e diabetes. Os novos medicamentos provavelmente tamb\u00e9m ser\u00e3o atingidos pela quest\u00e3o da resist\u00eancia com bastante rapidez, tornando os investimentos em inova\u00e7\u00e3o menos lucrativos.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, em 2013, os Institutos Nacionais de Sa\u00fade lan\u00e7aram um\u00a0programa de resist\u00eancia antibacteriana\u00a0para conduzir e financiar pesquisas destinadas a testar novos medicamentos e ferramentas de diagn\u00f3stico, bem como otimizar o uso dos antibi\u00f3ticos existentes. Para especialistas em sa\u00fade global, a solu\u00e7\u00e3o est\u00e1 em aumentar a preven\u00e7\u00e3o e o controle de infec\u00e7\u00f5es.\u00a0As vacinas atualmente em desenvolvimento\u00a0contra pat\u00f3genos resistentes a medicamentos tamb\u00e9m podem ser promissoras.<\/p>\n\n\n\n

\u201cMas a ideia de que esse problema seja puramente cient\u00edfico \u00e9 incompleta e imprecisa\u201d, comenta Zaman. \u201cTemos que pensar em economia, acesso e comportamento humano.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Especialistas em sa\u00fade p\u00fablica temem que o uso indevido e excessivo de antibi\u00f3ticos durante a pandemia possa piorar outra crise j\u00e1 existente. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":176297,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[2233,256,4365],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/176296"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=176296"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/176296\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":176298,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/176296\/revisions\/176298"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/176297"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=176296"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=176296"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=176296"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}