{"id":176426,"date":"2022-02-18T10:00:00","date_gmt":"2022-02-18T13:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=176426"},"modified":"2022-02-17T23:59:41","modified_gmt":"2022-02-18T02:59:41","slug":"tragedia-em-petropolis-chuvas-de-verao-extremas-sao-reflexo-das-mudancas-climaticas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/02\/18\/176426-tragedia-em-petropolis-chuvas-de-verao-extremas-sao-reflexo-das-mudancas-climaticas.html","title":{"rendered":"Trag\u00e9dia em Petr\u00f3polis: chuvas de ver\u00e3o extremas s\u00e3o reflexo das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas?"},"content":{"rendered":"\n
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Temporal extremo causou trag\u00e9dia em Petr\u00f3polis – REUTERS<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os temporais que atingiram desde o final do ano passado a Bahia, Minas Gerais, S\u00e3o Paulo e, agora, o Rio foram seguidos por dois tipos de rea\u00e7\u00e3o.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A primeira \u00e9 de dor e revolta, pelas vidas perdidas por causa dos desastres, mas \u00e9 bastante comum ouvir tamb\u00e9m que esses eventos extremos s\u00e3o por causa das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

Mas d\u00e1 pra dizer isso? Ou s\u00e3o as mesmas tempestades de ver\u00e3o de sempre?<\/p>\n\n\n\n

A resposta est\u00e1 no meio do caminho, segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Isso porque, sim, nessa \u00e9poca do ano, costumam ocorrer chuvas muito fortes.<\/p>\n\n\n\n

Mas, ao mesmo tempo, a frequ\u00eancia e intensidade dos eventos clim\u00e1ticos extremos est\u00e1 aumentando, de acordo com os dados cient\u00edficos dispon\u00edveis.<\/p>\n\n\n\n

A meteorologista Jos\u00e9lia Pegorim, da Climatempo, explica que essas tempestades s\u00e3o um resultado de um fen\u00f4meno clim\u00e1tico conhecido como zona de converg\u00eancia do Atl\u00e2ntico Sul.<\/p>\n\n\n\n

Essas zonas se formam quando a umidade trazida pelos ventos da Amaz\u00f4nia se encontra com uma frente fria que vem do sul.<\/p>\n\n\n\n

Isso faz com que as nuvens carregadas fiquem concentradas em uma regi\u00e3o at\u00e9 desaguarem em temporais.<\/p>\n\n\n\n

“Praticamente todos os anos a gente observa a forma\u00e7\u00e3o dessas zonas de converg\u00eancia, com maior ou menor intensidade. N\u00e3o \u00e9 nenhuma novidade, n\u00e3o d\u00e1 pra dizer que \u00e9 um fen\u00f4meno novo que as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas est\u00e3o provocando”, diz Pegorim.<\/p>\n\n\n\n

Combina\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n

A meteorologista faz uma ressalva, no entanto: as zonas de converg\u00eancia explicam os temporais em Minas, S\u00e3o Paulo e Bahia, mas, no caso de Petr\u00f3polis, tratou-se de um evento diferente e excepcional.<\/p>\n\n\n\n

“Os outros eventos de chuvas fortes que teve foram chuvas que foram se acumulando em alguns dias, houve v\u00e1rios epis\u00f3dios de chuva intensa. Foram v\u00e1rios eventos de zonas de converg\u00eancia atuando na mesma regi\u00e3o ao longo de semanas. Em Petr\u00f3polis, choveu em tr\u00eas horas mais do que a m\u00e9dia hist\u00f3rica do m\u00eas inteiro”, diz Pegorim.<\/p>\n\n\n\n

A meteorologista diz que houve na cidade fluminense uma “combina\u00e7\u00e3o perfeita” de fatores clim\u00e1ticos.<\/p>\n\n\n\n

O ar j\u00e1 estava \u00famido por causa de uma frente fria que tinha passado. Ventos vindos do oceano trouxeram ainda mais umidade. E o encontro desse ar mais frio com uma massa de ar quente na regi\u00e3o serrana favoreceu a forma\u00e7\u00e3o de nuvens.<\/p>\n\n\n\n

Para completar, o relevo montanhoso fez com que os ventos \u00famidos subissem as encostas das serras e deixassem as nuvens ainda mais carregadas.<\/p>\n\n\n\n

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Enchente em Caieiras (SP) no final de janeiro – REUTERS<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Estael Sias, meteorologista da Metsul, concorda que a chuva que atingiu Petr\u00f3polis foi incomum por causa da sua intensidade em uma \u00e1rea t\u00e3o concentrada, mas diz que isso n\u00e3o chega a ser surpreendente.<\/p>\n\n\n\n

Sias explica que o encontro entre massas de ar frio e quente costuma ser o gatilho de forma\u00e7\u00e3o de nuvens com potencial “explosivo”.<\/p>\n\n\n\n

O relevo dessa \u00e1rea do Rio tamb\u00e9m contribui para que ocorram chuvas fortes.<\/p>\n\n\n\n

“N\u00e3o precisa ir muito longe, nas \u00faltimas d\u00e9cadas, a regi\u00e3o serrana teve temporais, deslizamentos e mortes”, recorda a meteorologista.<\/p>\n\n\n\n

Ela cita especialmente as chuvas de janeiro de 2011, que deixaram mais de 900 mortos em Petr\u00f3polis, Nova Friburgo e Teres\u00f3polis.<\/p>\n\n\n\n

Mas Sias avalia que a ocorr\u00eancia de uma sequ\u00eancia de chuvas t\u00e3o intensas em t\u00e3o pouco tempo, junto com outros eventos clim\u00e1ticos extremos, \u00e9 um sinal das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

“Houve tempestades de areia no ano passado, calor muito forte no sul do pa\u00eds neste ano, cheia no Tocantins, secas intensas. Quando a gente olha tudo isso junto pode considerar um indicativo”, diz Sias.<\/p>\n\n\n\n

O climatologista Carlos Nobre diz ser raro que as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas provoquem eventos nunca vistos antes.<\/p>\n\n\n\n

O mais comum \u00e9 ver fen\u00f4menos extremos como esses cada vez mais intensos e frequentes.<\/p>\n\n\n\n

“Basta olhar os relat\u00f3rios cient\u00edficos e ver que a frequ\u00eancia das ondas de calor \u00e9 de tr\u00eas a quatro vezes maior do que h\u00e1 150 anos, as chuvas intensas que causam desastres ficaram mais frequentes, os inc\u00eandios florestais e as secas, batemos recordes de temperatura. Tudo isso est\u00e1 acontecendo por causa do aquecimento global”, diz Nobre.<\/p>\n\n\n\n

O cientista avalia que o que causa a trag\u00e9dia n\u00e3o \u00e9 exatamente a ocorr\u00eancia das tempestades, mas o fato de muita gente morar em \u00e1reas de risco e continuarem a viver ali mesmo depois de desastres como o de 2011, por exemplo.<\/p>\n\n\n\n

Hoje, diz Nobre, 5 milh\u00f5es de brasileiros vivem em \u00e1reas de risco. “Isso n\u00e3o \u00e9 nada trivial”, afirma o climatologista.<\/p>\n\n\n\n

“O que a gente v\u00ea hoje acontece em meio a um aumento de pouco mais de 1 grau na temperatura do planeta e, mesmo que a gente tenha muito sucesso com as pol\u00edticas ambientais, ainda vai subir mais, ent\u00e3o, a gente precisa colocar em pr\u00e1tica pol\u00edticas para sermos mais resilientes a esses desastres naturais, e a melhor delas \u00e9 n\u00e3o deixar as pessoas habitarem \u00e1reas de risco.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Os temporais que atingiram desde o final do ano passado a Bahia, Minas Gerais, S\u00e3o Paulo e, agora, o Rio foram seguidos por dois tipos de rea\u00e7\u00e3o. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":176427,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[1609,1674,46],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/176426"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=176426"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/176426\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":176429,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/176426\/revisions\/176429"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/176427"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=176426"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=176426"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=176426"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}