{"id":177080,"date":"2022-03-29T17:51:45","date_gmt":"2022-03-29T20:51:45","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=177080"},"modified":"2022-03-29T17:51:48","modified_gmt":"2022-03-29T20:51:48","slug":"a-estranha-razao-pela-qual-passaros-estao-migrando-para-cidades","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/03\/29\/177080-a-estranha-razao-pela-qual-passaros-estao-migrando-para-cidades.html","title":{"rendered":"A estranha raz\u00e3o pela qual p\u00e1ssaros est\u00e3o migrando para cidades"},"content":{"rendered":"\n
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Nuvens de estorninhos formam figuras no c\u00e9u – GLYN KIRK\/AFP VIA GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ana Morales andava pelos arbustos, atenta aos sinais captados por um receptor de r\u00e1dio.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O aparelho havia captado um sinal de um transmissor que ela e seus colegas haviam acoplado a um tordo de Swainson (ou sabi\u00e1-de-\u00f3culos, como \u00e9 chamado no Brasil) – um pequeno p\u00e1ssaro manchado de marrom e branco nativo do continente americano.<\/p>\n\n\n\n

O mesmo sinal havia sido captado pelo receptor port\u00e1til de Morales poucos dias antes, vindo exatamente do mesmo arbusto em um parque na periferia de Montreal, no Canad\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

Isso era preocupante. Parecia muito improv\u00e1vel que o transmissor permanecesse conectado a uma ave viva. Era mais f\u00e1cil que ele tivesse ca\u00eddo e estivesse pendurado em um ramo.<\/p>\n\n\n\n

Para ter certeza, Morales, que \u00e9 estudante de gradua\u00e7\u00e3o da Universidade McGill, no Canad\u00e1, agitou suavemente o arbusto carregado de frutos – e um conjunto de penas esvoa\u00e7antes entre os ramos chamou sua aten\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Para sua surpresa, a ave, viva e muito saud\u00e1vel, estava pulando entre os arbustos e protestando por ter sido molestada. O pequeno p\u00e1ssaro havia permanecido no local por mais tempo que ela esperava.<\/p>\n\n\n\n

Os sabi\u00e1s-de-\u00f3culos migram do norte do continente para a Am\u00e9rica Central e o norte da Am\u00e9rica do Sul todos os outonos. Mas alguns fazem um “pit stop” em cidades como Montreal.<\/p>\n\n\n\n

Para um estudo que foi publicado em janeiro de 2022, Morales e seus colegas haviam pesquisado como os sabi\u00e1s-de-\u00f3culos conciliam a necessidade de migrar rapidamente – para maximizar os benef\u00edcios da viagem – e a busca de reabastecimento, parando em lugares como Montreal.<\/p>\n\n\n\n

Muitas aves migrat\u00f3rias visitam cidades em todo o mundo em suas extraordin\u00e1rias viagens, que muitas vezes cobrem milhares de quil\u00f4metros. Nem sempre \u00e9 evidente por que elas visitam locais urbanos. Alguns desses p\u00e1ssaros parecem ser atra\u00eddos pelas luzes.<\/p>\n\n\n\n

Outros, como o sabi\u00e1-de-\u00f3culos no seu arbusto cheio de frutos, parecem apreciar a oferta de alimento. Mas as cidades nem sempre recebem bem seus visitantes.<\/p>\n\n\n\n

A mortalidade, infelizmente, \u00e9 assustadora. Alguns p\u00e1ssaros migrat\u00f3rios, por exemplo, s\u00e3o mortos por gatos dom\u00e9sticos, enquanto outros colidem com edif\u00edcios.<\/p>\n\n\n\n

Milhares de aves morrem todos os anos somente em Nova York, nos Estados Unidos, batendo contra a luz brilhante das janelas dos arranha-c\u00e9us, um problema muito conhecido nas megacidades. Mais recentemente, um bando de melros foi filmado caindo do c\u00e9u sobre uma rua na cidade de Chihuahua, no noroeste do M\u00e9xico. Muitos deles morreram.<\/p>\n\n\n\n

E, mesmo assim, os cientistas est\u00e3o descobrindo que as cidades, embora sejam perigosas, \u00e0s vezes podem ajudar as esp\u00e9cies migrat\u00f3rias. Como podemos fazer para que as cidades funcionem mais como pousadas para essas aves viajantes e n\u00e3o como armadilhas para a morte?<\/p>\n\n\n\n

Durante seu estudo, Morales e seus colegas capturaram e acoplaram transmissores de r\u00e1dio a cerca de 80 p\u00e1ssaros. Eles conclu\u00edram que os sabi\u00e1s-de-\u00f3culos fazem paradas surpreendentemente longas em Montreal, onde ocorre a muda de muitos desses p\u00e1ssaros – o processo em que as aves perdem algumas de suas penas, que crescem novamente. Isso os ajuda a preparar-se para a longa migra\u00e7\u00e3o. \u00c9 como colocar um novo jogo de pneus no carro.<\/p>\n\n\n\n

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Cerca de um milh\u00e3o de sabi\u00e1s-ruivos migram para o Reino Unido todos os anos – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“\u00c9 surpreendente que essa pequena \u00e1rea verde possa abrigar um p\u00e1ssaro por 40 dias”, segundo Morales, maravilhada com a satisfa\u00e7\u00e3o demonstrada pelos sabi\u00e1s. As aves talvez se mudem para esse espa\u00e7o verde urbano exatamente por ser rico em recursos como frutos e \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

Qualquer ave que pouse em um parque urbano poder\u00e1 encontrar essas recompensas, mas o que traz os p\u00e1ssaros para uma metr\u00f3pole agitada como aquela? Poder\u00e1, em grande parte, ser algo relacionado com a luz, segundo Barbara Frei, colega de Morales no departamento do governo canadense respons\u00e1vel pelo meio ambiente e mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, chamado Environment and Climate Change Canada.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o se sabe exatamente por que os p\u00e1ssaros s\u00e3o atra\u00eddos pelas luzes artificiais \u00e0 noite, mas existem amplas evid\u00eancias a respeito. Uma possibilidade, segundo Frei, \u00e9 que as aves – que usam as luzes das estrelas e outros fen\u00f4menos para navegar – sejam naturalmente atra\u00eddas pelos pontos de luz.<\/p>\n\n\n\n

Estudos centen\u00e1rios<\/h2>\n\n\n\n

Mais de 100 anos atr\u00e1s, o anatomista e ornit\u00f3logo irland\u00eas Charles Patten foi trabalhar em um farol no litoral da Irlanda, onde observou esse fen\u00f4meno ao vivo. Segundo seus relatos, revoadas alucinantes de p\u00e1ssaros migrat\u00f3rios voavam em dire\u00e7\u00e3o ao farol e, infelizmente, batiam em suas janelas.<\/p>\n\n\n\n

Muitas dessas aves morriam, o que permitiu que Patten as recolhesse e estudasse. Mas, naquela \u00e9poca, as fontes de luz artificial muito brilhante eram pouco comuns, enquanto hoje a luz el\u00e9trica \u00e9 vis\u00edvel \u00e0 noite em praticamente todos os lugares.<\/p>\n\n\n\n

Muitos milh\u00f5es, talvez at\u00e9 bilh\u00f5es, de aves migrat\u00f3rias morrem como resultado desse fen\u00f4meno todos os anos. Os edif\u00edcios mais altos e brilhantes situados ao longo de rotas conhecidas dos voos migrat\u00f3rios s\u00e3o provavelmente os mais mortais. Pesquisas indicam, por exemplo, que o enorme centro de conven\u00e7\u00f5es McCormick Place em Chicago, nos Estados Unidos, causou a morte de at\u00e9 11.567 p\u00e1ssaros entre 2000 e 2020.<\/p>\n\n\n\n

“Muitas das luzes realmente n\u00e3o s\u00e3o necess\u00e1rias”, afirma Frank La Sorte, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, ao referir-se \u00e0 ilumina\u00e7\u00e3o urbana em geral. “\u00c9 um exagero.”<\/p>\n\n\n\n

Desligar mais luzes \u00e0 noite durante a migra\u00e7\u00e3o das aves poder\u00e1 salvar a vida de milhares de p\u00e1ssaros, segundo ele. Um estudo publicado em 2021 estimou que, se a metade das luzes de McCormick Place for desligada na primavera e no outono, a mortalidade das aves poder\u00e1 ser reduzida em cerca de 60%.<\/p>\n\n\n\n

A atra\u00e7\u00e3o das aves migrat\u00f3rias pelas luzes urbanas provavelmente n\u00e3o \u00e9 exclusiva das cidades grandes. Simon Gillings, da organiza\u00e7\u00e3o British Trust for Ornithology, vive em Cambridge, no Reino Unido – uma cidade com apenas 130 mil habitantes. Seu edif\u00edcio mais alto, a torre da biblioteca da Universidade de Cambridge, tem menos de 50 metros de altura. “\u00c9 muito diferente de Manhattan”, admite ele.<\/p>\n\n\n\n

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A mariquita-de-asa-amarela migra principalmente \u00e0 noite, viajando cerca de 312 km por dia na primavera – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Gillings queria descobrir se mesmo uma pequena cidade como Cambridge seria um farol emissor de luz significativo, atraindo aves migrat\u00f3rias \u00e0 noite. Ele e diversos volunt\u00e1rios instalaram gravadores de som nos seus jardins durante o outono de 2019 e juntos gravaram milhares de horas de \u00e1udio noturno.<\/p>\n\n\n\n

“Qualquer pessoa que comece a fazer isso perceber\u00e1 rapidamente que existe uma enorme quantidade de aves se movimentando”, afirma Gillings, maravilhado com a variedade de cantos de p\u00e1ssaros capturados nas grava\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Para selecionar os dados, ele usou um sistema de intelig\u00eancia artificial que contava automaticamente nas grava\u00e7\u00f5es a quantidade de cantos de tr\u00eas esp\u00e9cies migrat\u00f3rias: o sabi\u00e1-ruivo, o tordo-comum e o melro.<\/p>\n\n\n\n

Revelou-se uma correla\u00e7\u00e3o clara. O maior n\u00famero de cantos dessas esp\u00e9cies foi gravado em jardins localizados em \u00e1reas densamente povoadas, iluminadas com luzes brilhantes. Gillings ressalta que \u00e9 poss\u00edvel que os p\u00e1ssaros voando sobre os jardins no estudo simplesmente fizessem mais barulho ao voar perto de luzes brilhantes. Mas \u00e9 pelo menos alguma evid\u00eancia de que existe maior atividade dos p\u00e1ssaros migrat\u00f3rios em locais com mais ilumina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Gillings afirma que nossa primeira medida deveria ser reduzir as luzes emitidas em \u00e1reas urbanas, para evitar atrair desnecessariamente esp\u00e9cies como o sabi\u00e1-ruivo e o tordo-comum para as cidades durante a sua migra\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Ele sugere que as pessoas poderiam fazer com que as luzes de seguran\u00e7a sejam viradas para baixo, por exemplo, ou que as ciclovias sejam iluminadas apenas com luzes mais fracas. Outra pesquisa indica que a luz vermelha pode ser menos atrativa para os p\u00e1ssaros durante a migra\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Dentre os muitos p\u00e1ssaros pequenos que migram por enormes dist\u00e2ncias todos os anos no continente americano, encontram-se algumas esp\u00e9cies de mariquitas, como a mariquita-de-asa-amarela e a mariquita-de-coroa-ruiva. Algumas aves dessas esp\u00e9cies cruzam toda a Am\u00e9rica do Norte, at\u00e9 chegarem ao M\u00e9xico.<\/p>\n\n\n\n

Quando o pesquisador Jorge Schondube e o estudante de doutorado Rodrigo Pacheco-Mu\u00f1oz, que estudam ecologia na Universidade Nacional Aut\u00f4noma do M\u00e9xico, come\u00e7aram a marcar e registrar as mariquitas em diversos locais na cidade mexicana de Mor\u00e9lia e em suas proximidades, eles rapidamente descobriram algo inesperado.<\/p>\n\n\n\n

As aves capturadas por eles em \u00e1reas verdes na cidade eram t\u00e3o saud\u00e1veis, em termos de massa do corpo, condi\u00e7\u00f5es das penas e quantidade de parasitas, quanto os p\u00e1ssaros da mesma esp\u00e9cie capturados em locais fora da \u00e1rea urbana, incluindo em um parque nacional pr\u00f3ximo a Mor\u00e9lia.<\/p>\n\n\n\n

Schondube afirma que ficou surpreso com o sucesso das mariquitas nas \u00e1reas urbanizadas. “Por muito tempo, pensei que esses p\u00e1ssaros estavam indo morrer”. Mas agora ficou comprovado que isso n\u00e3o \u00e9 verdade.<\/p>\n\n\n\n

Ele tamb\u00e9m indica que, 10 anos atr\u00e1s, n\u00e3o havia registros da mariquita-de-coroa-ruiva na \u00e1rea urbana de Mor\u00e9lia. Mas aparentemente o p\u00e1ssaro come\u00e7ou a se abrigar nas \u00e1rvores adultas e \u00famidas das \u00e1reas verdes urbanas nos \u00faltimos tempos. \u00c1rvores bem desenvolvidas podem abrigar centenas de esp\u00e9cies de insetos e, por isso, conseguem abrigar as mariquitas, que s\u00e3o inset\u00edvoras.<\/p>\n\n\n\n

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Quando n\u00e3o est\u00e3o migrando, os sabi\u00e1s-de-\u00f3culos normalmente s\u00e3o encontrados em densas florestas, ca\u00e7ando insetos ou colhendo frutinhas dos arbustos – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Como as aves parecem t\u00e3o satisfeitas entre as \u00e1rvores das cidades, os dois pesquisadores argumentam que fornecer cobertura arb\u00f3rea adequada poder\u00e1 ajudar a acomodar aves migrat\u00f3rias que decidam ingressar nas \u00e1reas urbanas. Eles indicam que muito dificilmente encontram as mariquitas em espa\u00e7os urbanos com menos verde, o que tamb\u00e9m pode indicar a import\u00e2ncia dos parques como abrigo.<\/p>\n\n\n\n

Mas os abrigos tamb\u00e9m podem tornar-se armadilhas, adverte Frances Bonier, da Universidade Queen’s em Ont\u00e1rio, no Canad\u00e1. Um espa\u00e7o verde urbano poder\u00e1 atrair os p\u00e1ssaros, mas n\u00e3o fornecer realmente todos os recursos de que eles precisam quando est\u00e3o procriando, por exemplo. Isso \u00e9 conhecido como armadilha ecol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n

Polui\u00e7\u00e3o luminosa<\/h2>\n\n\n\n

Simon Gillings acrescenta que, embora a oferta de \u00e1rvores e telhados verdes em uma cidade seja ben\u00e9fica para algumas aves, outras esp\u00e9cies precisam de p\u00e2ntanos ou grandes e densas florestas para prosperar de verdade. E ainda outras dependem de \u00e1reas costeiras preservadas e assim por diante.<\/p>\n\n\n\n

Seria um erro pensar que podemos compensar a destrui\u00e7\u00e3o desses habitats tornando as cidades um pouco mais verdes. Afinal, essas esp\u00e9cies espec\u00edficas que dependem da rica diversidade de habitats do mundo s\u00e3o as que enfrentam maior risco.<\/p>\n\n\n\n

Com essa advert\u00eancia significativa em mente, mant\u00e9m-se a import\u00e2ncia de garantir que as cidades sejam acolhedoras para a vida selvagem, segundo Barbara Frei.<\/p>\n\n\n\n

As rotas de migra\u00e7\u00e3o das aves trazem-nas, por acaso, para perto de muitas cidades em todo o mundo e nossas luzes brilhantes as chamam para entrar. Frei prop\u00f5e que o planejamento urbano leve isso em considera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Os projetistas de novos parques ou zonas residenciais poder\u00e3o incluir, por exemplo, um pouco de vegeta\u00e7\u00e3o apropriada para os p\u00e1ssaros e outras esp\u00e9cies.<\/p>\n\n\n\n

“Dever\u00edamos planejar para todos em conjunto – para que seja bom para as pessoas, bom para o planeta e bom para a vida selvagem”, afirma ela.<\/p>\n\n\n\n

Pacheco-Mu\u00f1oz concorda. As cidades parecem ser a ant\u00edtese da natureza, mas n\u00e3o precisam ser assim porque, na verdade, elas j\u00e1 est\u00e3o cheias de verde. E, como agora ficou claro, elas atraem muitas esp\u00e9cies migrat\u00f3rias.<\/p>\n\n\n\n

“Precisamos pensar nas cidades como ecossistemas”, afirma Pacheco-Mu\u00f1oz. “Se pensarmos assim, seremos os mestres desse ecossistema – e podemos decidir como administrar o local.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Os sabi\u00e1s-de-\u00f3culos migram do norte do continente para a Am\u00e9rica Central e o norte da Am\u00e9rica do Sul todos os outonos. Mas alguns fazem um “pit stop” em cidades como Montreal. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":177081,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[2892,2395,412],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/177080"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=177080"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/177080\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":177085,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/177080\/revisions\/177085"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/177081"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=177080"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=177080"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=177080"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}