{"id":177086,"date":"2022-03-29T18:11:05","date_gmt":"2022-03-29T21:11:05","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=177086"},"modified":"2022-03-29T18:11:09","modified_gmt":"2022-03-29T21:11:09","slug":"novo-genero-de-planta-e-descoberto-em-afloramento-rochoso-da-mata-atlantica","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/03\/29\/177086-novo-genero-de-planta-e-descoberto-em-afloramento-rochoso-da-mata-atlantica.html","title":{"rendered":"Novo g\u00eanero de planta \u00e9 descoberto em afloramento rochoso da Mata Atl\u00e2ntica"},"content":{"rendered":"\n
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Novo g\u00eanero de planta \u00e9 descoberto em afloramento rochoso da Mata Atl\u00e2ntica. Acima: Beija-flor se alimentando do n\u00e9ctar nas flores de Gyrosphragma santos-limae no jardim do Instituto Nacional da Mata Atl\u00e2ntica (Inma). Foto: Paulo Gonella<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Entre afloramentos rochosos da Serra do Padre \u00c2ngelo, em Conselheiro Pena (MG), pesquisadores brasileiros descobriram uma nova\u00a0esp\u00e9cie de planta\u00a0na\u00a0Mata Atl\u00e2ntica. Ao realizarem an\u00e1lises molecures e compara\u00e7\u00f5es com outras esp\u00e9cies\u00a0\u2014 em especial a “esp\u00e9cie-irm\u00e3”\u00a0Cuphea santos-limae\u00a0<\/em>\u2014, os cientistas notaram que estavam diante tamb\u00e9m da identifica\u00e7\u00e3o de um\u00a0novo g\u00eanero, o\u00a0Gyrosphragma<\/em>. A esp\u00e9cie rec\u00e9m-descoberta, ent\u00e3o, foi batizada de\u00a0Gyrosphragma latipetala<\/em>\u00a0e a antiga\u00a0C. santos-limae<\/em>, que, como conclu\u00edam os especialistas, tamb\u00e9m se encaixava melhor neste novo g\u00eanero,\u00a0foi renomeada para\u00a0Gyrosphragma\u00a0santos-limae<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

As decobertas foram descritas em artigo publicado no dia 19 de mar\u00e7o,\u00a0no peri\u00f3dico cient\u00edfico\u00a0Botanical Journal of the Linnean Society<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o estudo, as esp\u00e9cies ocorrem em\u00a0diferentes tipos de ecossistemas rup\u00edcolas ou rupestres, como s\u00e3o chamados os ambientes rochosos em serras que se avultam em meio a florestas como a Mata Atl\u00e2ntica. Enquanto a\u00a0G. latipetala<\/em>\u00a0\u00e9 t\u00edpica de\u00a0campos rupestres\u00a0com afloramentos de rocha quartz\u00edtica, a\u00a0G. santos-limae<\/em>\u00a0\u00e9 vista em afloramentos de rocha gran\u00edtica, apelidados de “p\u00e3es-de-a\u00e7\u00facar”.<\/p>\n\n\n\n

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Percevejo andando livremente sobre as folhas e flores pegajosas de exemplar de Gyrosphragma santos-limae cultivado no jardim do Inma (Foto: Paulo Gonella)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ambas apresentam\u00a0flores\u00a0e\u00a0folhas\u00a0com tricomas, uma esp\u00e9cie de “pelo” que ajuda as plantas a absorverem mais \u00e1gua e sais minerais e a se defenderem de predadores. Grudentos, eles prendem\u00a0insetos\u00a0que pousam na planta.<\/p>\n\n\n\n

\u201cMas em exemplares de\u00a0Gyrosphragma santos-limae<\/em>\u00a0existentes no INMA\u00a0\u00a0[Instituto Nacional da Mata Atl\u00e2ntica]<\/em>, n\u00f3s pudemos observar que um percevejo consegue andar nesses pelos sem ficar preso e ainda se alimentar dos insetos que ficaram grudados\u201d, explica o pesquisador Paulo Gonella, professor da Universidade Federal de S\u00e3o Jo\u00e3o del-Rei e supervisor do projeto “Biodiversidade, conserva\u00e7\u00e3o e perspectivas ao estudo dos ecossistemas rup\u00edcolas da Mata Atl\u00e2ntica”, desenvolvido no INMA.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m dos caracter\u00edsticos tricomas, as esp\u00e9cies de\u00a0Gyrosphragma<\/em>\u00a0tamb\u00e9m possuem t\u00edpicas flores vermelhas e em forma de tubo, que s\u00e3o visitadas e, provavelmente, polinizadas por beija-flores da regi\u00e3o, segundo o artigo. Apesar dos pesquisadores n\u00e3o terem conseguido captar imagens da poliniza\u00e7\u00e3o por eses\u00a0p\u00e1ssaros\u00a0em Minas Gerais, fotografias feitas no jardim do Inma, em Santa Teresa, regi\u00e3o serrana do Esp\u00edrito Santo, mostram beija-flores se alimentando de flores de\u00a0G. santos-limae<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

Mesmo que tenham acabado de ser descoberta, os cientistas alertam que as esp\u00e9cies j\u00e1 s\u00e3o consideradas amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o. Isso por que s\u00e3o end\u00eamicas e convivem com o risco de\u00a0inc\u00eandios florestais, de\u00a0minera\u00e7\u00e3o\u00a0e ainda da competi\u00e7\u00e3o com esp\u00e9cies ex\u00f3ticas introduzidas na Mata Atl\u00e2ntica. Por isso,\u00a0os pesquisadores alertam para a necessidade de criar a\u00e7\u00f5es de conserva\u00e7\u00e3o, como a demarca\u00e7\u00e3o de \u00e1reas protegidas e o monitoramento dessas popula\u00e7\u00f5es de\u00a0Gyrosphragma<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

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Gyrosphragma santos-limae no Inma com insetos (Foto: Paulo Gonella)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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