{"id":177325,"date":"2022-04-28T16:48:43","date_gmt":"2022-04-28T19:48:43","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=177325"},"modified":"2022-04-28T16:48:45","modified_gmt":"2022-04-28T19:48:45","slug":"intoxicacao-por-agrotoxicos-mata-um-brasileiro-a-cada-2-dias","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/04\/28\/177325-intoxicacao-por-agrotoxicos-mata-um-brasileiro-a-cada-2-dias.html","title":{"rendered":"Intoxica\u00e7\u00e3o por agrot\u00f3xicos mata um brasileiro a cada 2 dias"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a><\/figure>\n\n\n\n

Relat\u00f3rio afirma que empresas agroqu\u00edmicas europeias j\u00e1 gastaram cerca de 2 milh\u00f5es de euros em apoio ao lobby do agroneg\u00f3cio no Brasil. Alian\u00e7a deu frutos: uso de agrot\u00f3xicos no pa\u00eds se multiplicou por seis em 20 anos.<\/p>\n\n\n\n

A cada dois dias, uma pessoa morre por intoxica\u00e7\u00e3o de agrot\u00f3xicos no Brasil \u2013 cerca de 20% dessas v\u00edtimas s\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes de at\u00e9 19 anos. O dado consta num relat\u00f3rio publicado nesta quinta-feira (28\/04) pela rede ambientalista Friends of the Earth Europe.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisa da entidade europeia, que re\u00fane uma s\u00e9rie de organiza\u00e7\u00f5es, mapeia a alian\u00e7a entre empresas agroqu\u00edmicas europeias \u2013 como Bayer e Basf \u2013 e o lobby do agroneg\u00f3cio brasileiro.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o texto, os esfor\u00e7os conjuntos desses dois atores para promover o livre-com\u00e9rcio entre o Mercosul e a Uni\u00e3o Europeia (UE) “causaram danos significativos \u00e0 sa\u00fade das pessoas e ao meio ambiente no Brasil”.<\/p>\n\n\n\n

“Corpora\u00e7\u00f5es europeias como Bayer e Basf, que s\u00e3o os principais fabricantes europeus de pesticidas, t\u00eam promovido o acordo comercial UE-Mercosul por meio de grupos de lobby. Seu lobby tem procurado aumentar o acesso ao mercado de alguns de seus agrot\u00f3xicos mais nocivos ao unir for\u00e7as com associa\u00e7\u00f5es do agroneg\u00f3cio brasileiro. Ao fazer isso, eles apoiam uma agenda legislativa que visa minar os direitos dos ind\u00edgenas, remover salvaguardas ambientais e legitimar o desmatamento”, diz a Friends of the Earth Europe no documento.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o relat\u00f3rio, grupos que representam a Bayer, a Basf e a Syngenta j\u00e1 gastaram cerca de 2 milh\u00f5es de euros para apoiar o lobby do agroneg\u00f3cio no Brasil.<\/p>\n\n\n\n

E esse lobby financiado por empresas europeias deu frutos: o uso de agrot\u00f3xicos em territ\u00f3rio brasileiro se multiplicou por seis nos \u00faltimos 20 anos, afirma o relat\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n

Somente em 2021, foram aprovados 499 novos pesticidas no pa\u00eds, um n\u00famero recorde. Al\u00e9m disso, a Bayer e a Basf tiveram, juntas, 45 novos agrot\u00f3xicos aprovados no Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro, sendo que 19 deles cont\u00eam\u00a0subst\u00e2ncias proibidas na UE.<\/p>\n\n\n\n

“Como se bastasse manchar os pratos europeus com glifosato, a Bayer vem operando uma ofensiva agressiva de lobby no Brasil para promover pesticidas que s\u00e3o mortais demais para a Uni\u00e3o Europeia”, afirma Audrey Changoe, especialista em com\u00e9rcio da Friends of the Earth Europe e uma das autoras do estudo, ao lado da brasileira\u00a0Larissa Bombardi, professora da USP e especialista em agrot\u00f3xicos no Brasil.<\/p>\n\n\n\n

“Licen\u00e7a para envenenar”<\/h2>\n\n\n\n

O relat\u00f3rio assinado pelas duas especialistas afirma que grandes corpora\u00e7\u00f5es europeias fabricantes de agrot\u00f3xicos se beneficiam das “regula\u00e7\u00f5es ambientais fracas do Brasil” e, al\u00e9m disso, tamb\u00e9m trabalham com o agroneg\u00f3cio brasileiro para moldar como essas leis s\u00e3o escritas.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o texto, a agenda do agroneg\u00f3cio se reflete no Congresso brasileiro por meio da bancada ruralista, “not\u00f3ria por pressionar para enfraquecer a legisla\u00e7\u00e3o ambiental e de pesticidas e desmantelar \u00f3rg\u00e3os governamentais respons\u00e1veis pela prote\u00e7\u00e3o do meio ambiente”. “As empresas da UE est\u00e3o apoiando esse bloco e, por sua vez, facilitando sua agenda”, diz o relat\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n

“Nossas descobertas s\u00e3o alarmantes: uma legisla\u00e7\u00e3o ainda mais fraca no Brasil dar\u00e1 \u00e0 Bayer uma licen\u00e7a para envenenar a natureza e as comunidades rurais que j\u00e1 sofrem com a agricultura intensiva de pesticidas”, completa Changoe.<\/p>\n\n\n\n

O documento lembra que a bancada ruralista \u00e9 aliada pr\u00f3xima do governo Bolsonaro e endossou sua candidatura em 2018. A organiza\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m acusa o atual governo de criminalizar a sociedade civil e os movimentos sociais que lutam contra o uso de agrot\u00f3xicos \u2013 o que faz aumentar ainda mais o poder pol\u00edtico de grandes corpora\u00e7\u00f5es europeias.<\/p>\n\n\n\n

Acordo UE-Mercosul<\/h2>\n\n\n\n

O relat\u00f3rio se posiciona de forma contr\u00e1ria \u00e0 ratifica\u00e7\u00e3o do acordo comercial UE-Mercosul \u2013 fechado ap\u00f3s duas d\u00e9cadas de negocia\u00e7\u00f5es \u2013, que aumentaria as exporta\u00e7\u00f5es de produtos agr\u00edcolas para a Europa e as importa\u00e7\u00f5es de agroqu\u00edmicos para os pa\u00edses do Mercosul \u2013 especialmente para o Brasil, que \u00e9 o maior exportador mundial de soja.<\/p>\n\n\n\n

“Embora o acordo traga oportunidades para as empresas agroqu\u00edmicas que operam na UE, incluindo a Bayer e a Basf, tamb\u00e9m corre o risco de exacerbar os danos devastadores causados \u00e0 natureza e \u00e0s comunidades locais, incluindo os povos ind\u00edgenas, cujo modo de vida e os direitos \u00e0 terra s\u00e3o atacados pelo agroneg\u00f3cio brasileiro”, diz o texto.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o relat\u00f3rio, o acordo vem num momento em que “os sinais da perda dram\u00e1tica da biodiversidade global relacionada ao uso de pesticidas se tornam cada vez mais evidentes”.<\/p>\n\n\n\n

A organiza\u00e7\u00e3o ressalta que, se o pacto comercial for ratificado, as tarifas sobre agroqu\u00edmicas ser\u00e3o reduzidas em at\u00e9 90%, levando a um prov\u00e1vel aumento da exporta\u00e7\u00e3o de pesticidas perigosos da UE aos pa\u00edses do Mercosul, incluindo alguns proibidos na Europa devido ao risco que representam \u00e0 sa\u00fade humana e ao meio ambiente.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o texto, o acordo tamb\u00e9m deve impulsionar as exporta\u00e7\u00f5es de produtos como soja, cana-de-a\u00e7\u00facar e etanol derivado da cana, que dependem fortemente de agrot\u00f3xicos, bem como de carne bovina e avi\u00e1ria, que dependem da soja como ra\u00e7\u00e3o animal, aumentando ainda mais o uso de pesticidas. “Esses produtos agr\u00edcolas tamb\u00e9m est\u00e3o ligados ao desmatamento e \u00e0 destrui\u00e7\u00e3o da biodiversidade, bem como \u00e0 viola\u00e7\u00e3o dos direitos ind\u00edgenas”, reitera o relat\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n

A Friends of the Earth Europe afirma, assim, que o com\u00e9rcio promovido pelo pacto est\u00e1 “fundamentalmente em desacordo” com outras metas ambientais do bloco europeu, e pede que os Estados-membros da UE rejeitem o acordo com o Mercosul, “se afastem de promover o modelo de monocultura com uso intensivo de pesticidas” e “apoiem abordagens de agricultura mais sustent\u00e1veis, amigas da natureza e centradas em pessoas”.<\/p>\n\n\n\n

O relat\u00f3rio pede ainda que a Uni\u00e3o Europeia introduza uma proibi\u00e7\u00e3o imediata das importa\u00e7\u00f5es de itens com res\u00edduos de produtos qu\u00edmicos que j\u00e1 s\u00e3o proibidos na pr\u00f3pria UE.<\/p>\n\n\n\n

“A Uni\u00e3o Europeia tem a responsabilidade de parar o com\u00e9rcio t\u00f3xico UE-Mercosul agora”, conclui Audrey Changoe, uma das autoras do relat\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n\n\n\n

<\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Relat\u00f3rio afirma que empresas agroqu\u00edmicas europeias j\u00e1 gastaram cerca de 2 milh\u00f5es de euros em apoio ao lobby do agroneg\u00f3cio no Brasil. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":177326,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[305,169,2440],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/177325"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=177325"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/177325\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":177327,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/177325\/revisions\/177327"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/177326"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=177325"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=177325"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=177325"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}