{"id":177395,"date":"2022-05-04T15:50:03","date_gmt":"2022-05-04T18:50:03","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=177395"},"modified":"2022-05-04T15:50:07","modified_gmt":"2022-05-04T18:50:07","slug":"como-a-russia-busca-substituir-ue-na-venda-de-gas-e-petroleo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/05\/04\/177395-como-a-russia-busca-substituir-ue-na-venda-de-gas-e-petroleo.html","title":{"rendered":"Como a R\u00fassia busca substituir UE na venda de g\u00e1s e petr\u00f3leo"},"content":{"rendered":"\n
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Uni\u00e3o Europeia \u00e9 um dos melhores clientes de Moscou. Por\u00e9m, ap\u00f3s a invas\u00e3o da Ucr\u00e2nia, bloco busca se livrar deste parceiro comercial. Se os planos derem certo, a R\u00fassia precisar\u00e1 urgentemente de novos compradores.<\/p>\n\n\n\n

A R\u00fassia \u00e9 o maior exportador de petr\u00f3leo e g\u00e1s natural do mundo. De acordo com a Ag\u00eancia Internacional de Energia, 45% do or\u00e7amento russo em 2021 veio das receitas geradas por essas exporta\u00e7\u00f5es. E a Uni\u00e3o Europeia (UE) \u00e9 um dos melhores clientes dos russos.<\/p>\n\n\n\n

No ano que terminou em outubro de 2021, a Administra\u00e7\u00e3o de Informa\u00e7\u00f5es sobre Energia dos Estados Unidos (EIA) afirmou que 49% do petr\u00f3leo bruto e condensado russo foi exportado para pa\u00edses europeus da Organiza\u00e7\u00e3o para a Coopera\u00e7\u00e3o e Desenvolvimento Econ\u00f4mico (OCDE). Com rela\u00e7\u00e3o ao g\u00e1s natural, tr\u00eas quartos destas exporta\u00e7\u00f5es foram para na\u00e7\u00f5es europeias neste mesmo per\u00edodo.<\/p>\n\n\n\n

Apesar desta estreita rela\u00e7\u00e3o comercial, a\u00a0invas\u00e3o da Ucr\u00e2nia\u00a0e as crescentes evid\u00eancias de crimes de guerras levaram \u00e0 UE a acelerar os planos de reduzir a\u00a0depend\u00eancia\u00a0dos combust\u00edveis f\u00f3sseis russos. No entanto, ainda n\u00e3o est\u00e1 claro qu\u00e3o r\u00e1pido e em qual extens\u00e3o pa\u00edses europeus como a Alemanha e It\u00e1lia podem fazer isso.<\/p>\n\n\n\n

Por\u00e9m, se os planos da Comiss\u00e3o Europeia para atingir a independ\u00eancia dos combust\u00edveis russos “bem antes de 2030” derem certo, a R\u00fassia precisar\u00e1 urgentemente de novos clientes.<\/p>\n\n\n\n

Mercados asi\u00e1ticos<\/h2>\n\n\n\n

Moscou provavelmente precisar\u00e1 se concentrar em aumentar as vendas para pa\u00edses que n\u00e3o lhe impuseram san\u00e7\u00f5es, como a China. O pa\u00eds asi\u00e1tico j\u00e1 \u00e9 o maior cliente russo fora da Europa, adquirindo a maioria dos 38% do petr\u00f3leo russo exportado para a \u00c1sia e Oceania em 2021.<\/p>\n\n\n\n

A R\u00fassia \u00e9 atualmente o segundo maior fornecedor de petr\u00f3leo da China, atr\u00e1s da Ar\u00e1bia Saudita, mas especialistas acreditam que um dos principais objetivos de Moscou \u00e9 ultrapassar o pa\u00eds do Oriente M\u00e9dio no mercado chin\u00eas.<\/p>\n\n\n\n

“A din\u00e2mica mais interessante da perspectiva do mercado de energia que veremos neste ano \u00e9 como a R\u00fassia tenta deslocar as rela\u00e7\u00f5es comerciais de longa data do Oriente M\u00e9dio para o Leste Asi\u00e1tico”, avalia Fernando Ferreira, analistas de risco geopol\u00edtico da Rapidan Energy Group.<\/p>\n\n\n\n

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Putin visitou Xi em fevereiro e firmou acordos para a venda de g\u00e1s<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Outro alvo de Moscou deve ser a \u00cdndia. O pa\u00eds de 1,38 bilh\u00f5es de habitantes \u00e9 o terceiro maior consumidor de petr\u00f3leo do mundo e depende principalmente das importa\u00e7\u00f5es. O Iraque, a Ar\u00e1bia Saudita e os Emirados \u00c1rabes Unidos s\u00e3o os maiores fornecedores do mercado indiano. Em 2021, a R\u00fassia respondeu apenas por 2% das importa\u00e7\u00f5es indianas.<\/p>\n\n\n\n

A \u00cdndia n\u00e3o condenou a R\u00fassia pela invas\u00e3o da Ucr\u00e2nia, e, em mar\u00e7o e abril, aumentou significativamente a compra de petr\u00f3leo russo. Como diversos pa\u00edses est\u00e3o evitando e reduzindo as importa\u00e7\u00f5es russas, as refinarias indianas viram uma oportunidade para conseguir bons descontos. De acordo com Margarita Balmaceda, pesquisadora associada do Centro Davis para Estudos Russos e da Eur\u00e1sia da Universidade de Harvard, duas grandes refinarias indianas compraram recentemente uma carga de petr\u00f3leo grande da Sokol depois dela ter sido rejeitada por v\u00e1rios pa\u00edses.<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1, por\u00e9m, d\u00favidas sobre at\u00e9 que ponto a \u00cdndia e a China pode substituir a atual demanda europeia. Ferreira destaca que as rela\u00e7\u00f5es comerciais entre o Oriente M\u00e9dio e as na\u00e7\u00f5es asi\u00e1ticas s\u00e3o cultivadas h\u00e1 d\u00e9cadas. “Ambos ser\u00e3o cautelosos em fechar completamente as portas aos pa\u00edses do Oriente M\u00e9dio em favor dos barris russos”.<\/p>\n\n\n\n

O especialista acrescenta que outro problema ser\u00e1 a capacidade da R\u00fassia para comprar equipamentos e tecnologia necess\u00e1rios para a produ\u00e7\u00e3o devido aos impactos das san\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Barreiras para a exporta\u00e7\u00e3o de g\u00e1s<\/h2>\n\n\n\n

Apesar destas dificuldades, ser\u00e1 mais f\u00e1cil para a R\u00fassia achar compradores para seu petr\u00f3leo do que para o g\u00e1s, pois o pa\u00eds demanda de gasodutos para escoar o produto e sua capacidade de produ\u00e7\u00e3o de GNL (g\u00e1s natural liquefeito) ainda est\u00e1 muito aqu\u00e9m do a de seus concorrentes.<\/p>\n\n\n\n

Aqui a China tamb\u00e9m \u00e9 a maior aposta russa para substituir os mercados europeus. Em fevereiro, Pequim e Moscou anunciaram um contrato de 30 anos para a R\u00fassia fornecer g\u00e1s \u00e0 China por meio de um novo gasoduto. Tamb\u00e9m foi acordado que as vendas ser\u00e3o feitas em euro.<\/p>\n\n\n\n

Moscou investe ainda no Paquist\u00e3o, onde assinou um contrato para construir um gasoduto para transportar GNL da cidade portu\u00e1ria Karachi at\u00e9 o norte do pa\u00eds. Como a vizinha \u00cdndia, o Paquist\u00e3o n\u00e3o condenou a R\u00fassia pela invas\u00e3o da Ucr\u00e2nia.<\/p>\n\n\n\n

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Gasoduto da Sib\u00e9ria para a China est\u00e1 em constru\u00e7\u00e3o<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Balmaceda afirma que a ret\u00f3rica russa sobre mudar os volumes de exporta\u00e7\u00e3o de g\u00e1s do Ocidente para o Oriente n\u00e3o condiz com o que \u00e9 veros\u00edmil. “Na realidade, esses projetos precisam de financiamento maci\u00e7o, e se n\u00e3o houver financiamento, eles n\u00e3o saem do papel”, acrescenta.<\/p>\n\n\n\n

Segundo a especialistas, em teoria, a R\u00fassia poderia construir a infraestrutura necess\u00e1ria para abastecer a China e a \u00cdndia, mas isso exigiria um alto investimento, algo que n\u00e3o parece realista dadas as perspectivas econ\u00f4micas do pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n

Para Ferreira, a \u00fanica op\u00e7\u00e3o realista de mercado para o g\u00e1s russo na \u00c1sia \u00e9 a China, por meio de gasodutos j\u00e1 existentes ou novos. “Isso vai demorar um pouco. Portanto, n\u00e3o h\u00e1 solu\u00e7\u00e3o de curto prazo para o g\u00e1s russo”.<\/p>\n\n\n\n

Perdendo poder<\/h2>\n\n\n\n

A longo prazo, Ferreira avalia que a R\u00fassia deixar\u00e1 de ser um ator importante no mercado global de energia. “Eles deixar\u00e3o de ser a pot\u00eancia energ\u00e9tica que s\u00e3o atualmente. N\u00e3o porque n\u00e3o tem recursos, mas porque simplesmente n\u00e3o ter\u00e3o acesso a mercados e tecnologias”.<\/p>\n\n\n\n

Balmaceda, por\u00e9m, n\u00e3o tem tanta certeza se esse realmente ser\u00e1 o futuro da R\u00fassia. A especialista acredita que a energia russa pode voltar a ser uma op\u00e7\u00e3o para os mercados europeus, a menos que uma coaliz\u00e3o forte o suficiente de grupos de interesses contr\u00e1rios aos combust\u00edveis f\u00f3sseis russos \u2013 por exemplo, produtores de carv\u00e3o, de GNL ou energias renov\u00e1veis \u2013 possam convencer os pol\u00edticos de ficarem longe da energia russa a longo prazo.<\/p>\n\n\n\n

Ela cita o exemplo dos chamados custos irrecuper\u00e1veis \u2013 onde foi investido dinheiro que n\u00e3o pode ser recuperado \u2013 como um dos argumentos que algumas empresas podem usar como uma raz\u00e3o econ\u00f4mica para continuar importando g\u00e1s da R\u00fassia. Balmaceda tamb\u00e9m lembra que alguns pa\u00edses da Europa Central e Oriental, como Hungria e S\u00e9rvia, est\u00e3o dispostos a continuar comprando g\u00e1s russo.<\/p>\n\n\n\n

Na quarta-feira, o primeiro-ministro h\u00fangaro, Vikto Orb\u00e1n, disse que a Hungria est\u00e1 disposta a atender as\u00a0exig\u00eancias de Vladimir Putin\u00a0e pagar pelo g\u00e1s importando do pa\u00eds em rublos. “S\u00e3o pa\u00edses relativamente pequenos, mas ainda assim \u00e9 perturbador que isso esteja acontecendo”, afirma Balmaceda.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n\n\n\n

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