{"id":177554,"date":"2022-05-16T00:01:00","date_gmt":"2022-05-16T03:01:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=177554"},"modified":"2022-05-14T14:53:26","modified_gmt":"2022-05-14T17:53:26","slug":"como-os-predadores-superam-as-defesas-mais-complicadas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/redacao\/traducoes\/2022\/05\/16\/177554-como-os-predadores-superam-as-defesas-mais-complicadas.html","title":{"rendered":"Como os predadores superam as defesas mais complicadas"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/05\/pexels-lucile-elville-5475192-scaled.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"683\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/05\/pexels-lucile-elville-5475192-1024x683.jpg\" alt=\"As lagartixas t\u00eam uma estrat\u00e9gia muito espec\u00edfica para matar escorpi\u00f5es venenosos.\" class=\"wp-image-177559\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/05\/pexels-lucile-elville-5475192-1024x683.jpg 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/05\/pexels-lucile-elville-5475192-300x200.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/05\/pexels-lucile-elville-5475192-768x512.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/05\/pexels-lucile-elville-5475192-1536x1024.jpg 1536w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/05\/pexels-lucile-elville-5475192-2048x1365.jpg 2048w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><\/a><figcaption>As lagartixas t\u00eam uma estrat\u00e9gia muito espec\u00edfica para matar escorpi\u00f5es venenosos.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Quando uma lagartixa ocidental quer comer um grilo ou uma minhoca indefesa, ela simplesmente a engole.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cMuito entediante\u201d, diz Malachi Whitford, ecologista do Clovis Community College, na Calif\u00f3rnia.<\/p>\n\n\n\n<blockquote class=\"wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow\"><p>Mas se a mesma lagartixa for atr\u00e1s de presas mais perigosas, como um escorpi\u00e3o das dunas, ela usa uma estrat\u00e9gia diferente: contorce seu corpo como se estivesse acumulando tens\u00e3o semelhante a uma mola antes de atacar o aracn\u00eddeo, diz Whitford. Ent\u00e3o, assim que ele morde, o lagarto come\u00e7a a se debater como um espectador em uma roda-punk.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n<p>\u201cObservando a olho nu, quase parece que a lagartixa tem algum tipo de problema m\u00e9dico\u201d, diz Whitford, que liderou um estudo descrevendo o novo comportamento na Revista <a href=\"https:\/\/academic.oup.com\/biolinnean\/article-abstract\/135\/3\/533\/6498130\" target=\"_blank\" rel=\"noreferrer noopener\">Biological Journal of the Linnean Society<\/a>. \u201c\u00c9 t\u00e3o r\u00e1pido e t\u00e3o violento.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Para investigar mais de perto, Whitford e seus colegas capturaram v\u00e1rias lagartixas e escorpi\u00f5es selvagens e filmaram os ataques dos r\u00e9pteis no laborat\u00f3rio com uma c\u00e2mera de alta velocidade. A filmagem sugere que a surra pode ser uma tentativa de quebrar os delicados ferr\u00f5es dos escorpi\u00f5es ou impedi-los de liberar muito veneno. Ou as lagartixas podem simplesmente estar tentando matar os escorpi\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n<iframe loading=\"lazy\" width=\"636\" height=\"358\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/v6raGBJkaUs\" title=\"YouTube video player\" frameborder=\"0\" allow=\"accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture\" allowfullscreen><\/iframe>\n\n\n\n<blockquote class=\"wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow\"><p>Seja qual for o caso, as lagartixas adotaram um comportamento que lhes permite se alimentar de uma fonte de alimento muito perigosa, diz Whitford.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n<p>\u00c9 apenas um exemplo de como os predadores superam at\u00e9 mesmo as defesas mais formid\u00e1veis \u200b\u200bde poss\u00edveis presas.<\/p>\n\n\n\n<h4 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-aves-de-rapina-vs-vespas-batalha-pelas-copas-das-arvores\">Aves de rapina vs. vespas: batalha pelas copas das \u00e1rvores<\/h4>\n\n\n\n<p>Enfrentar um \u00fanico aracn\u00eddeo pungente n\u00e3o \u00e9 para os fracos de cora\u00e7\u00e3o. Ent\u00e3o, novamente, enfrentar uma col\u00f4nia de centenas ou milhares de insetos venenosos transportados pelo ar \u00e9 o pr\u00f3ximo n\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n<p>Caracaras-de-garganta-vermelha s\u00e3o aves de rapina sociais de tamanho m\u00e9dio que trabalham juntas em florestas de v\u00e1rzea na Am\u00e9rica Central e do Sul para atacar vespas de v\u00e1rias esp\u00e9cies diferentes. Eles costumam perseguir aqueles da tribo Epiponini, que inclui as chamadas vespas guerreiras.<\/p>\n\n\n\n<p>Primeiro, os p\u00e1ssaros se revezam para bombardear os ninhos de vespas, que variam do tamanho de uma toranja a maiores que uma melancia. Cada rasante significa o risco de picadas dolorosas, mas eventualmente os caracar\u00e1s derrubam a estrutura no ch\u00e3o da floresta. As aves ent\u00e3o devoram larvas de vespas ricas em prote\u00ednas enquanto as vespas adultas fogem.<\/p>\n\n\n\n<blockquote class=\"wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow\"><p>\u201cOs caracar\u00e1s-de-garganta-vermelha est\u00e3o explorando o que \u00e9 conhecido como resposta de fuga\u201d, diz Sean McCann, um historiador natural independente de Vancouver, Col\u00fambia Brit\u00e2nica, que estuda o comportamento animal. \u201cBasicamente, \u00e9 quando as vespas abandonam seu ninho diante de um inimigo imbat\u00edvel.\u201d<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n<iframe loading=\"lazy\" width=\"636\" height=\"358\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/j6fhE4sCP4A\" title=\"YouTube video player\" frameborder=\"0\" allow=\"accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture\" allowfullscreen><\/iframe>\n\n\n\n<p>Os esquadr\u00f5es de ataque do caracar\u00e1 s\u00e3o t\u00e3o eficazes em mutilar e devorar ninhos de vespas que se acreditava que os p\u00e1ssaros estavam equipados com um produto qu\u00edmico repelente de vespas. Mas a pesquisa de McCann refutou essa teoria; embora os p\u00e1ssaros sofram picadas, sua t\u00e9cnica de bater e correr parece limitar os danos.<\/p>\n\n\n\n<h4 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-virando-o-roteiro-para-inimigos-formidaveis\">Virando o roteiro para inimigos formid\u00e1veis<\/h4>\n\n\n\n<p>Quando um parente da doninha conhecido como pescador, quer comer um porco-espinho norte-americano, ele dan\u00e7a em c\u00edrculos ao redor da criatura espinhosa, correndo de vez em quando para morder seus olhos e nariz. Depois de um tempo, o porco-espinho fica desorientado, e o pescador pode vir\u00e1-lo e rasgar sua parte inferior macia e sem espinhos.<\/p>\n\n\n\n<p>Virar criaturas bem fortificadas \u00e9 uma estrat\u00e9gia comum que evoluiu independentemente em muitos animais. Por exemplo, o peixe-porco-tit\u00e3 nos oceanos \u00cdndico e Pac\u00edfico realiza uma manobra semelhante para chegar ao ventre carnudo dos ouri\u00e7os-do-mar. As lontras do mar tamb\u00e9m adoram comer ouri\u00e7os, mas resolvem o problema batendo nos equinodermos com pedras at\u00e9 que suas conchas rachem.<\/p>\n\n\n\n<p>Os golfinhos-nariz-de-garrafa tamb\u00e9m usam uma combina\u00e7\u00e3o de c\u00e9rebro e m\u00fasculos para atacar polvos maori de membros pegajosos, advers\u00e1rios astutos que podem matar golfinhos sufocando seus respiradouros e, em um caso not\u00e1vel, agarrando-se \u00e0 laringe do golfinho \u2013 causando asfixia.<\/p>\n\n\n\n<p>A chave \u00e9 desativar o polvo antes de tentar com\u00ea-lo. Os golfinhos fazem isso batendo os cefal\u00f3podes contra a superf\u00edcie da \u00e1gua e jogando-os no ar. Isso causa um trauma maci\u00e7o \u2013 e at\u00e9 pode arrancar seus membros perigosos.<\/p>\n\n\n\n<h4 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-o-esofago-blindado-da-tartaruga-de-couro\">O es\u00f4fago blindado da tartaruga-de-couro<\/h4>\n\n\n\n<p>A tartaruga de couro n\u00e3o precisa de movimentos extravagantes. Quando as tartarugas-de-couro querem engolir uma medusa venenosa \u2013 elas preferem a \u00e1gua-viva juba de le\u00e3o \u2013 elas t\u00eam a vantagem de um es\u00f4fago de 1,80 m de comprimento, diz Kara Dodge, especialista em tartarugas marinhas do Aqu\u00e1rio da Nova Inglaterra, em Massachusetts.<\/p>\n\n\n\n<p>Cada cent\u00edmetro da superf\u00edcie do es\u00f4fago \u00e9 coberto por protuber\u00e2ncias longas e pontiagudas, ou papilas, cada uma com uma ponta dura que permite que a tartaruga arraste a presa gelatinosa at\u00e9 o est\u00f4mago, esmagando a refei\u00e7\u00e3o ao longo do caminho.<\/p>\n\n\n\n<blockquote class=\"wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow\"><p>\u201c\u00c9 basicamente uma correia transportadora espinhosa para \u00e1guas-vivas\u201d, diz Dodge. \u201cE permite que elas se alimentem continuamente. N\u00f3s as filmamos comendo mais de 120 \u00e1guas-vivas em duas horas.\u201d<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n<p>N\u00e3o se sabe se as tartarugas t\u00eam alguma imunidade ao veneno de \u00e1gua-viva, assim como as cobras que comem trit\u00f5es venenosos, gamb\u00e1s que se alimentam de cascav\u00e9is e camundongos gafanhotos que atacam escorpi\u00f5es de casca.<\/p>\n\n\n\n<blockquote class=\"wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow\"><p>\u201cAs pessoas levantaram a hip\u00f3tese de que pode haver algum mecanismo para as tartarugas neutralizarem o veneno enquanto comem as \u00e1guas-vivas\u201d, diz Dodge, \u201cmas ningu\u00e9m descobriu realmente qual seria esse mecanismo\u201d.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n<p>Seja o que for, est\u00e1 funcionando: as tartarugas-de-couro s\u00e3o a \u00fanica tartaruga com uma dieta composta apenas por essa presa gelatinosa.<\/p>\n\n\n\n<h4 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-a-cobra-que-come-outras-cobras\">A cobra que come outras cobras<\/h4>\n\n\n\n<p>Voc\u00ea pode pensar que cobras venenosas, como bocas de algod\u00e3o e cascav\u00e9is nas florestas de pinheiros do sudeste dos EUA, t\u00eam pouco a temer. Mas h\u00e1 outra serpente nestes bosques que as faz &#8216;correr&#8217;.<\/p>\n\n\n\n<p>\u00c9 a cobra \u00edndigo oriental, que pode crescer at\u00e9 cerca de dois metros e meio, e tem grandes escamas pretas com um brilho iridescente. Sua dieta inclui uma variedade de animais, de roedores e p\u00e1ssaros a sapos e tartarugas, mas o que os \u00edndigos mais gostam \u00e9 de comer outras cobras. Elas fazem isso sem veneno ou constri\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cElas normalmente atacam a cabe\u00e7a ou o pesco\u00e7o de outras cobras, mastigando a presa at\u00e9 que seja subjugada o suficiente para engolir\u201d, diz Houston Chandler, diretor de ci\u00eancias da Sociedade Orianne, com sede na Ge\u00f3rgia, em homenagem \u00e0 filha do cofundador Thomas Kaplan. \u201cComo as cobras \u00edndigo s\u00e3o t\u00e3o grandes, elas podem facilmente dominar cobras menores, arrastando-as e empurrando-as \u00e0 vontade.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Pesquisas recentes sugerem que as cobras \u00edndigo tamb\u00e9m podem ter alguma imunidade contra o veneno caso sejam mordidas na briga.<\/p>\n\n\n\n<p>Tudo isso mostra que defesas como espinhos, ventosas, armaduras e at\u00e9 veneno n\u00e3o podem tornar um animal invenc\u00edvel. Assim como o Superman \u00e9 vulner\u00e1vel \u00e0 Kryptonita, a evolu\u00e7\u00e3o tem uma maneira de nivelar o campo de jogo.<\/p>\n\n\n\n<p><em>Fonte: National Geographic\/ Jason Bittel<br>Tradu\u00e7\u00e3o: Reda\u00e7\u00e3o Ambientebrasil \/ Maria Beatriz Ayello Leite<br>Para ler a reportagem original em ingl\u00eas acesse: <\/em><a href=\"https:\/\/www.nationalgeographic.com\/animals\/article\/how-predators-get-past-the-trickiest-of-defenses\" target=\"_blank\" rel=\"noreferrer noopener\">https:\/\/www.nationalgeographic.com\/animals\/article\/how-predators-get-past-the-trickiest-of-defenses<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>Muitas esp\u00e9cies inteligentes n\u00e3o se intimidam com espinhos de porco-espinho, presas de cobra venenosa, polvos com bra\u00e7os pegajosos e muito mais. <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/redacao\/traducoes\/2022\/05\/16\/177554-como-os-predadores-superam-as-defesas-mais-complicadas.html\" title=\"Como os predadores superam as defesas mais complicadas\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":177555,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4132],"tags":[527,1518,5152,5154,5155,2958,5151,5153,3844],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/177554"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=177554"}],"version-history":[{"count":9,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/177554\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":177570,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/177554\/revisions\/177570"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/177555"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=177554"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=177554"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=177554"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}