![\"\"](\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/05\/fossil_do_periodo_Cretaceo.png\")
<\/a>Autoridades do governo franc\u00eas fizeram uma cerim\u00f4nia nesta ter\u00e7a-feira (24) em Le Havre para oficializar a devolu\u00e7\u00e3o do\u00a0maior lote de f\u00f3sseis contrabandeados\u00a0j\u00e1 recuperado pelo Brasil. Ao todo, s\u00e3o\u00a0998 pe\u00e7as do per\u00edodo Cret\u00e1ceo<\/strong>, de 65 a 145 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s.<\/p>\n\n\n\n
Participaram da cerim\u00f4nia cientistas brasileiros, servidores p\u00fablicos e integrantes do Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal (MPF).<\/p>\n\n\n\n
A repatria\u00e7\u00e3o \u00e9 fruto de um\u00a0acordo entre o MPF e a Justi\u00e7a francesa, e os f\u00f3sseis ser\u00e3o enviados para o Cear\u00e1 (leia detalhes mais abaixo<\/em>). A negocia\u00e7\u00e3o come\u00e7ou em 2013, quando os f\u00f3sseis foram descobertos em um cont\u00eainer que saiu do Brasil em dire\u00e7\u00e3o ao pa\u00eds europeu.<\/p>\n\n\n\n
Funcion\u00e1rios da alf\u00e2ndega do porto de Le Havre desconfiaram do contrabando durante a inspe\u00e7\u00e3o de um cont\u00eainer que, supostamente, levaria para a Fran\u00e7a carga de barris de quartzo.<\/p>\n\n\n\n
A alf\u00e2ndega francesa informou ter encontrado:<\/p>\n\n\n\n
- 650 placas da Forma\u00e7\u00e3o Crato com f\u00f3sseis de crust\u00e1ceos, insetos e plantas;<\/li>
- 348 n\u00f3dulos de animais fossilizados em cobertura de argila (peixes, restos de dinossauros, tartarugas, crocodilos e pterossauros).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
A per\u00edcia no material foi feita por especialistas de museus de Paris e de Le Havre e confirmou a autenticidade dos\u00a0f\u00f3sseis. Segundo a avalia\u00e7\u00e3o francesa,\u00a0s\u00e3o pe\u00e7as emblem\u00e1ticas do per\u00edodo<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n
A justi\u00e7a francesa determinou a devolu\u00e7\u00e3o dos f\u00f3sseis ao Brasil ap\u00f3s uma investiga\u00e7\u00e3o ter confirmado a origem ilegal do material apreendido.<\/p>\n\n\n\n
![\"\"](\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/05\/fossil_do_periodo_Cretaceo.webp\")
<\/a>F\u00f3ssil do per\u00edodo Cret\u00e1ceo apreendido em 2013 e devolvido pela Fran\u00e7a ao Brasil \u2014 Foto: Geopark Araripe\/URCA<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n A devolu\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
A cerim\u00f4nia desta ter\u00e7a-feira marcou a entrega oficial dos f\u00f3sseis \u00e0s autoridades brasileiras. Horas antes, os cientistas tiveram a oportunidade de dar uma olhada r\u00e1pida no material, guardado em um galp\u00e3o num distrito a 20 quil\u00f4metros de Le Havre.<\/p>\n\n\n\n
No material recuperado, os cientistas j\u00e1 encontraram f\u00f3sseis de:<\/p>\n\n\n\n
- plantas, com todas as partes preservadas;<\/li>
- insetos;<\/li>
- peixes;<\/li>
- um lagarto;<\/li>
- uma tartaruga;<\/li>
- um pequeno pterossauro.<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Os cientistas ainda n\u00e3o tiveram acesso a todos os f\u00f3sseis.<\/p>\n\n\n\n
Os f\u00f3sseis v\u00e3o ser enviados a um museu gerido pela Universidade Regional do Cariri (URCA) . A Urca \u00e9 respons\u00e1vel pelo Geopark Araripe, reconhecido pela Unesco como o primeiro geoparque das Am\u00e9ricas, e por um museu de paleontologia que re\u00fane um importante acervo de registros geol\u00f3gicos do per\u00edodo Cret\u00e1ceo presentes na regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
![\"\"](\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/05\/Fossil_apreendido_na_Franca.webp\")
<\/a>F\u00f3ssil do per\u00edodo Cret\u00e1ceo apreendido em 2013 e devolvido pela Fran\u00e7a ao Brasil \u2014 Foto: Geopark Araripe\/URCA<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n Momento ‘muito significativo’<\/h2>\n\n\n\n
O diretor do Museu, Allysson Pinheiro, disse que o momento \u00e9 “muito significativo”.<\/p>\n\n\n\n
“\u00c9 um momento muito significativo para o Cariri, para o Geopark Araripe, para o Brasil, para a paleontologia do Brasil. Estamos recebendo um material de valor inestim\u00e1vel. Estamos recuperando nosso patrim\u00f4nio que vai direto para o nosso museu. Vamos receber esse material, trabalhar ele cientificamente e apresentar ele para a sociedade”, afirmou Allysson Pinheiro.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Brasil pode recuperar mais f\u00f3sseis<\/h2>\n\n\n\n
O procurador Rafael Rayol, do Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal do Cear\u00e1, que atuou no caso, diz que o Brasil pode recuperar mais f\u00f3sseis desviados em breve.<\/p>\n\n\n\n
Somente na Fran\u00e7a, h\u00e1 outros dois casos em tramita\u00e7\u00e3o e envolvem um esqueleto quase completo de pterossauro da esp\u00e9cie Anhanguera com quase quatro metros de envergadura e outros 45 f\u00f3sseis, que incluem tartarugas marinhas, aracn\u00eddeos, peixes, r\u00e9pteis, insetos e plantas.<\/p>\n\n\n\n
E h\u00e1 outras a\u00e7\u00f5es em pa\u00edses como Alemanha, Espanha, Portugal e Cor\u00e9ia do Sul. Em outra frente, cientistas atuam junto a organismos internacionais e universidades para pedir a devolu\u00e7\u00e3o volunt\u00e1ria desse material cient\u00edfico.<\/p>\n\n\n\n
“\u00c9 um trabalho que a gente vem tentando convencer, mostrar para a comunidade acad\u00eamica e para a comunidade jur\u00eddica internacional que n\u00e3o se deve fazer ci\u00eancia, nem se fazer com\u00e9rcio, se sobrepondo \u00e0s legisla\u00e7\u00f5es e ao patrim\u00f4nio de outros pa\u00edses. E que, mesmo a ci\u00eancia desses pa\u00edses, pode ser realizada com a observ\u00e2ncia das leis. […] A ci\u00eancia n\u00e3o precisa ser feita sobre material criminoso”, afirmou o procurador.<\/p>\n\n\n\n
“O que a gente espera da nossa atividade \u00e9 que possa reverter isso, possa reverter a nossa atividade em benef\u00edcio da comunidade cient\u00edfica, da popula\u00e7\u00e3o em geral, para poder, aos poucos, desfrutar desse material em museus”, acrescentou.<\/p>\n\n\n\n
Fonte: G1<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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