\n<\/iframe>\n<\/div><\/figure>\n\n\n\nEm 2022, o evento acontece pela primeira vez de forma h\u00edbrida \u2013 presencialmente na sede da ONU, em Nova York, e on-line<\/em>, via transmiss\u00e3o ao vivo. O tema abordado \u00e9 Revitaliza\u00e7\u00e3o: A\u00e7\u00e3o Coletiva pelo Oceano<\/em>, e durante o encontro ser\u00e3o destacadas a\u00e7\u00f5es e iniciativas coletivas globais para a conserva\u00e7\u00e3o, restaura\u00e7\u00e3o e explora\u00e7\u00e3o cient\u00edfica destinadas a revitalizar o oceano. <\/p>\n\n\n\n\u201cA data \u00e9 um lembrete do qu\u00e3o importante os oceanos s\u00e3o para a nossa vida. Eles t\u00eam grande parte no controle clim\u00e1tico, como grandes sumidouros de carbono, e s\u00e3o uma fonte essencial de alimento\u201d, disse Angelo Fraga Bernardino, ocean\u00f3grafo, ecologista marinho e Explorador da National Geographic <\/strong>em entrevista \u00e0 reportagem. \u201cPor sermos terrestres, \u00e0s vezes esquecemos sua import\u00e2ncia.\u201d<\/p>\n\n\n\nPara Cristian Lagger, bi\u00f3logo marinho, pesquisador do Laborat\u00f3rio de Ecologia Marinha do Instituto de Diversidade e Ecologia Animal (Idea\/Conicet) na Argentina e Explorador da National Geographic<\/strong>, a efem\u00e9ride \u00e9 essencial para ressaltar que um oceano vivo impacta diretamente nossa sa\u00fade e bem-estar econ\u00f4mico. \u201cEsta \u00e9 uma data muito especial para tentarmos transmitir isso \u00e0s pessoas e para que entendam que, se n\u00e3o olhamos para o mar, estamos perdendo 70% do nosso planeta\u201d, afirma Lagger.<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-dia-mundial-dos-oceanos-por-que-os-mares-sao-importantes\">Dia Mundial dos Oceanos: por que os mares s\u00e3o importantes?<\/strong><\/h2>\n\n\n\nExistem cinco oceanos no planeta: Atl\u00e2ntico, Pac\u00edfico, \u00cdndico, \u00c1rtico e o Ant\u00e1rtico \u2013 este \u00faltimo\u00a0reconhecido oficialmente\u00a0como oceano pelo comit\u00ea de pol\u00edticas de mapas da\u00a0National Geographic<\/strong>\u00a0h\u00e1 exatamente um ano. Mas, apesar dessa divis\u00e3o, para Bernardino \u00e9 um engano pensar nos grandes corpos de \u00e1gua que rodeiam os continentes como coisas diferentes. \u201cO oceano \u00e9 um elo de liga\u00e7\u00e3o para a humanidade e todas suas partes est\u00e3o conectadas”, diz ele. “N\u00e3o s\u00e3o v\u00e1rios oceanos, \u00e9 um planeta oceano.\u201d<\/p>\n\n\n\n<blockquote class=\"wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow\">\u201cO oceano \u00e9 um elo de liga\u00e7\u00e3o para a humanidade e todas suas partes est\u00e3o conectadas. N\u00e3o s\u00e3o v\u00e1rios oceanos, \u00e9 um planeta oceano\u201d<\/p><cite>POR\u00a0ANGELO FRAGA BERNARDINO<\/strong> OCEAN\u00d3GRAFO, ECOLOGISTA MARINHO E EXPLORADOR DA NATIONAL GEOGRAPHIC SOCIETY<\/cite><\/blockquote>\n\n\n\nSegundo Bernardino, o oceano \u00e9 essencial para a vida humana por ser fonte de alimento, transporte, gera\u00e7\u00e3o de energia, lazer e regula\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica, al\u00e9m de abrigar uma enorme biodiversidade. <\/p>\n\n\n\nO oceano \u00e9 a base de economias e meios de subsist\u00eancia locais, nacionais e globais. De acordo com o Relat\u00f3rio Especial sobre o Oceano e a Criosfera em um Clima sob Mudan\u00e7a<\/em> <\/em>(SROCC, na sigla em ingl\u00eas), produzido pelo Painel Intergovernamental para Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas (IPCC), cerca de 28% da popula\u00e7\u00e3o mundial vive em regi\u00f5es costeiras, e mais de dois bilh\u00f5es de pessoas dependem direta ou indiretamente dos ecossistemas marinhos. Como exemplo, o informe traz que os oceanos fornecem aproximadamente 170 milh\u00f5es de toneladas de frutos do mar por ano, cerca de 15% de toda a prote\u00edna consumida pelos seres humanos.<\/p>\n\n\n\nEm rela\u00e7\u00e3o \u00e0 biodiversidade, os ecossistemas marinhos abrigam pelo menos 230 mil esp\u00e9cies de plantas, invertebrados, peixes e outros vertebrados, segundo o\u00a0Censo da Vida Marinha<\/em>, programa global de pesquisa, divulgado em 2010, que reuniu 2,7 mil cientistas de mais de 80 pa\u00edses sobre a vida nos mares. O censo estima que, para cada esp\u00e9cie marinha conhecida pela ci\u00eancia, existam pelo menos quatro n\u00e3o descobertas.\u00a0<\/p>\n\n\n\n\u201cO oceano pode ser ainda mais diverso do que as florestas terrestres, e o papel ecol\u00f3gico dessa diversidade toda \u00e9 importante n\u00e3o s\u00f3 nos ecossistemas locais, j\u00e1 que tamb\u00e9m desempenham fun\u00e7\u00f5es essenciais em n\u00edvel global\u201d, afirmou\u00a0Cristian Lagger. Um exemplo \u00e9 a relev\u00e2ncia de organismos oce\u00e2nicos para a produ\u00e7\u00e3o do oxig\u00eanio na atmosfera.\u00a0<\/p>\n\n\n\nSegundo\u00a0informa\u00e7\u00f5es\u00a0dos Centros Nacionais de Ci\u00eancias do Oceano Costeiro, dos Estados Unidos, entre 50 a 80% da produ\u00e7\u00e3o de oxig\u00eanio na Terra vem do processo de fotoss\u00edntese de esp\u00e9cies de pl\u00e2ncton oce\u00e2nico.<\/p>\n\n\n\nOs oceanos tamb\u00e9m s\u00e3o essenciais para a regulamenta\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica do planeta, absorvendo CO2 e calor da atmosfera. Por meio da circula\u00e7\u00e3o oce\u00e2nica (correntes), o calor \u00e9 absorvido e distribu\u00eddo pelo globo, dos tr\u00f3picos aos p\u00f3los e da superf\u00edcie ao fundo do mar, \u201clevando calor dos lugares mais quentes para os mais frios e vice e versa\u201d, explicou Bernardino. \u201cEsses s\u00e3o alguns exemplos de como os oceanos influenciam at\u00e9 regi\u00f5es que n\u00e3o est\u00e3o pr\u00f3ximas \u00e0 costa, ou seja, mesmo pessoas que nunca viram o mar precisam dele.\u201d<\/p>\n\n\n\nVeja estas imagens do oceano tiradas pelos exploradores da National Geographic:<\/strong><\/em><\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-full\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/06\/explorando_o_oceano.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"474\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/06\/explorando_o_oceano.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-177907\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/06\/explorando_o_oceano.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/06\/explorando_o_oceano-300x200.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><\/a><\/figure>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\">Quais amea\u00e7as os oceanos enfrentam<\/strong><\/h2>\n\n\n\nAssim como outros ecossistemas do planeta, diversos estudos, como o artigo\u00a0Or\u00e7amento Global de Carbono 2020,<\/em>\u00a0publicado\u00a0no peri\u00f3dico cient\u00edfico\u00a0Earth System Science Data<\/em>, mostram que os ambientes marinhos est\u00e3o sofrendo mudan\u00e7as por conta de a\u00e7\u00f5es humanas degradantes. Entre os principais problemas, os exploradores procurados pela reportagem mencionaram a pesca excessiva, a polui\u00e7\u00e3o dos mares, principalmente a polui\u00e7\u00e3o pl\u00e1stica, e os efeitos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas nos oceanos. \u201cPessoalmente, eu fico muito mais alarmado com as mudan\u00e7as do clima em fun\u00e7\u00e3o da sua magnitude\u201d, afirmou Bernardino.\u00a0<\/p>\n\n\n\nO relat\u00f3rio SCROCC do IPCC lista algumas das principais amea\u00e7as aos oceanos:<\/p>\n\n\n\n1)<\/strong> aumento da temperatura das \u00e1guas superficiais; <\/p>\n\n\n\n2)<\/strong> derretimento de gelo polar com consequente aumento do n\u00edvel do mar, amea\u00e7ando popula\u00e7\u00f5es costeiras; <\/p>\n\n\n\n3)<\/strong> altera\u00e7\u00f5es de temperatura de correntes marinhas com efeitos negativos no transporte de nutrientes e na produ\u00e7\u00e3o de oxig\u00eanio; <\/p>\n\n\n\n4)<\/strong> acidifica\u00e7\u00e3o dos oceanos, que afetam significativamente os recifes de corais; <\/p>\n\n\n\n5) <\/strong>mudan\u00e7as nos ciclos oce\u00e2nicos que potencializam fen\u00f4menos como o El Ni\u00f1o. <\/p>\n\n\n\nEsse \u00faltimo, por ser um fen\u00f4meno importante para a estabilidade no clima em diversas regi\u00f5es, pode causar o aumento da frequ\u00eancia e da intensidade de eventos extremos, como furac\u00f5es e tuf\u00f5es caso seja potencializado. Segundo Bernardino, isso acontece porque \u201ca \u00e1gua \u00e9 um condutor t\u00e9rmico, fazendo com que o oceano seja um enorme transportador de energia \u2013 em forma de calor \u2013 pelo planeta. Quando a \u00e1gua aquece demais e h\u00e1 excesso de energia liberada para a atmosfera, ocorrem anomalias capazes de gerar cat\u00e1strofes, como grande tempestades e furac\u00f5es”.<\/p>\n\n\n\nPara Lagger, a perda da biodiversidade tamb\u00e9m \u00e9 um motivo de preocupa\u00e7\u00e3o. \u201c\u00c9 uma consequ\u00eancia direta de quase todos os problemas que vemos nos ambientes oce\u00e2nicos na atualidade. O pior \u00e9 que ainda hoje existem diversas esp\u00e9cies que n\u00e3o conhecemos. Podemos estar perdendo esp\u00e9cies muito mais r\u00e1pido do que conseguimos encontr\u00e1-las\u201d, relatou o pesquisador.\u00a0<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\">O que \u00e9 a D\u00e9cada do Oceano para o Desenvolvimento Sustent\u00e1vel?<\/h2>\n\n\n\nA ONU tamb\u00e9m instituiu o per\u00edodo entre 2021 e 2030 como a\u00a0D\u00e9cada do Oceano\u00a0para o Desenvolvimento Sustent\u00e1vel. A meta \u00e9 mobilizar cientistas, pol\u00edticos, empresas e sociedade civil para a pesquisa e inova\u00e7\u00e3o para promover a conserva\u00e7\u00e3o dos recursos naturais marinhos. Segundo a ONU, a iniciativa dever\u00e1 facilitar a comunica\u00e7\u00e3o e o aprendizado m\u00fatuo entre as comunidades de pesquisa e partes interessadas.\u00a0<\/p>\n\n\n\nNos pr\u00f3ximos dez anos, a D\u00e9cada do Oceano prev\u00ea uma \u201crevolu\u00e7\u00e3o na ci\u00eancia oce\u00e2nica que desencadear\u00e1 uma mudan\u00e7a radical na rela\u00e7\u00e3o da humanidade com o oceano\u201d, informam documentos da ONU sobre o tema. Para tal, a a\u00e7\u00e3o reunir\u00e1 cientistas, governos, empresas e ind\u00fastrias, funda\u00e7\u00f5es filantr\u00f3picas, ag\u00eancias da Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas, entre outros interessados de diversos setores, para gerar conhecimento cient\u00edfico e desenvolver parcerias necess\u00e1rias para um oceano saud\u00e1vel, produtivo, resistente e sustent\u00e1vel. <\/p>\n\n\n\nPara Lagger, os incentivos da D\u00e9cada do Oceano e do Dia Mundial do Oceano tamb\u00e9m s\u00e3o meios para transmitir uma mensagem positiva sobre a conserva\u00e7\u00e3o dos ecossistemas marinhos, o que pode servir de exemplo para as pr\u00f3ximas gera\u00e7\u00f5es. \u201cOs mais jovens est\u00e3o, mais do que nunca, nos for\u00e7ando a defender nosso planeta”, diz ele. “Ent\u00e3o, temos que dar o exemplo e deixar essa mensagem de uni\u00e3o para a preserva\u00e7\u00e3o como um legado.\u201d<\/p>\n\n\n\nFonte: National Geographic Brasil<\/p>\n\n\n\n<a href=\"https:\/\/www.nationalgeographicbrasil.com\/ciencia\/2022\/03\/corais-resistentes-as-mudancas-climaticas-sao-esperanca-para-recifes\"><\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\">Em 8 de junho se comemora o Dia Mundial dos\u00a0Oceanos. 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