{"id":177909,"date":"2022-06-08T08:50:32","date_gmt":"2022-06-08T11:50:32","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=177909"},"modified":"2022-06-08T08:50:38","modified_gmt":"2022-06-08T11:50:38","slug":"vale-do-javari-conheca-o-local-onde-reporter-e-indigenista-desapareceram","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/06\/08\/177909-vale-do-javari-conheca-o-local-onde-reporter-e-indigenista-desapareceram.html","title":{"rendered":"Vale do Javari: conhe\u00e7a o local onde rep\u00f3rter e indigenista desapareceram"},"content":{"rendered":"\n
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O indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista ingl\u00eas Dom Phillips (Foto: Divulga\u00e7\u00e3o\/Funai e Reprodu\u00e7\u00e3o Twitter\/@domphillips)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O\u00a0indigenista\u00a0Bruno Ara\u00fajo Pereira e o jornalista ingl\u00eas Dom Phillips, correspondente do jornal\u00a0The Guardian<\/em>, est\u00e3o desaparecidos desde domingo (5) no Vale do Javari, no\u00a0Amazonas,\u00a0segundo\u00a0informa nota\u00a0da Uni\u00e3o das Organiza\u00e7\u00f5es Ind\u00edgenas da regi\u00e3o (Univaja).<\/p>\n\n\n\n

Segundo a entidade, Pereira acompanhava Phillips em dire\u00e7\u00e3o ao Lago do Jaburu para que o jornalista entrevistasse ind\u00edgenas. Os dois chegaram no local em 3 de junho (sexta-feira). Dois dias depois, sa\u00edram logo cedo para a cidade de Atalaia do Norte, sendo vistos primeiro em uma parada na comunidade S\u00e3o Rafael, por volta das 6h da manh\u00e3. Por\u00e9m, eles deveriam ter chegado em Atalaia do Norte entre 8h ou 9h do mesmo dia, o que n\u00e3o aconteceu.<\/p>\n\n\n\n

A dupla viajava pelo rio Itaqua\u00ed com uma embarca\u00e7\u00e3o nova, abastecida com 70 litros de gasolina (suficiente para a viagem) e mais 7 tambores vazios de combust\u00edvel. H\u00e1 suspeita de que os dois colegas possam ter sido\u00a0v\u00edtimas\u00a0de um crime na \u00e1rea amea\u00e7ada por\u00a0madeireiros e\u00a0garimpeiros.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

\u201cEnfatizamos que na semana do desaparecimento, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipe recebeu amea\u00e7as em campo. A amea\u00e7a n\u00e3o foi a primeira, outras j\u00e1 vinham sendo feitas a demais membros da equipe t\u00e9cnica da Univaja”, relata o comunicado.<\/p>\n\n\n\n

A regi\u00e3o do desaparecimento<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Segundo o\u00a0Centro de Trabalho Indigenista (CTI), o Vale do Javari fica no extremo oeste do Estado do Amazonas e l\u00e1 vivem povos como Mayuruna\/Mats\u00e9s, Matis, Marubo, Kulina Pano, Kanamari, al\u00e9m dos pequenos grupos Korubo e Tsohom Dyap\u00e1\u00a0\u2014 ambos de recente contato. Dados de 2020 do\u00a0site Terras Ind\u00edgenas do Brasil, do Instituto Socioambiental, estimam que haja pelo menos 6,3 mil ind\u00edgenas de 26 grupos vivendo no local.<\/p>\n\n\n\n

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Vale do Javari abriga ind\u00edgenas Kanamari em quatro \u00e1reas dferentes (Foto: Amaz\u00f4nia Real\/Bruno Kelly\/Flickr )<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A regi\u00e3o tem sofrido ao longo da hist\u00f3ria com a explora\u00e7\u00e3o de seus recursos naturais, em especial borracha, madeira e peles de\u00a0animais.\u00a0Por causa de sua localiza\u00e7\u00e3o com a fronteira peruana, o vale tem sido alvo de ca\u00e7a e pesca ilegais, do narcotr\u00e1fico e da explora\u00e7\u00e3o petroleira, de acordo com o CTI.<\/p>\n\n\n\n

Demandas territoriais e ambientais<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O Programa Javari do CTI realiza projetos em parceira com os ind\u00edgenas Matis, Marubo, Mayuruna\/Mats\u00e9s, Kanamari e Kulina que habitam a terra. Uma s\u00e9rie de a\u00e7\u00f5es s\u00e3o definidas por demandas identificadas em conjunto com os povos e suas associa\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Entre elas, est\u00e3o estabelecer a autonomia dos\u00a0ind\u00edgenas\u00a0no Vale do Javari em suas estrat\u00e9gias de controle territorial e reprodu\u00e7\u00e3o sociocultural, al\u00e9m de valorizar a biodiversidade local, buscar alternativas econ\u00f4micas auto-sustent\u00e1veis e influenciar pol\u00edticas p\u00fablicas de prote\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio e dos direitos dos grupos que l\u00e1 vivem.<\/p>\n\n\n\n

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Terra Indigena Vale do Javari, no extremo oeste do Estado do Amazonas, em 2018 (Foto: Amaz\u00f4nia Real\/Flickr )<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Outras reivindica\u00e7\u00f5es s\u00e3o o acompanhamento da equipe no debate e na consolida\u00e7\u00e3o dessas pol\u00edticas relacionadas aos direitos ind\u00edgenas e disponibilizar informa\u00e7\u00f5es sobre as amea\u00e7as territoriais e demais assuntos de import\u00e2ncia para os povos do vale.<\/p>\n\n\n\n

Exig\u00eancias culturais e \u00e9tnicas<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m das\u00a0quest\u00f5es ambientais, os povos ind\u00edgenas querem ser atores em suas organiza\u00e7\u00f5es para defenderem seus interesses. Entre as principais pautas culturais, eles desejam valorizar e incorporar a educa\u00e7\u00e3o escolar ind\u00edgena dos grupos do Vale do Javari, al\u00e9m dos pr\u00f3prios conhecimentos tradicionais de seus povos, como os Kanamari, Kulina, Marubo, Matis e Mats\u00e9s\/Mayuruna.<\/p>\n\n\n\n

Nesse \u00e2mbito, a ideia \u00e9 formar jovens e adultos em registros audiovisuais e coproduzir livros e materiais de divulga\u00e7\u00e3o sobre as pr\u00e1ticas culturais e pol\u00edticas locais. A atua\u00e7\u00e3o do CTI junto \u00e0s popula\u00e7\u00f5es tradicionais do vale come\u00e7ou em 2000, promovendo inclusive cursos de forma\u00e7\u00e3o complementar para professores ind\u00edgenas; oficinas tem\u00e1ticas nas aldeias; produ\u00e7\u00e3o de pesquisas, materiais did\u00e1ticos etc.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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