{"id":177954,"date":"2022-06-10T09:31:00","date_gmt":"2022-06-10T12:31:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=177954"},"modified":"2022-06-10T09:31:04","modified_gmt":"2022-06-10T12:31:04","slug":"petroleo-e-gas-alimentam-disputas-na-america-latina","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/06\/10\/177954-petroleo-e-gas-alimentam-disputas-na-america-latina.html","title":{"rendered":"Petr\u00f3leo e g\u00e1s alimentam disputas na Am\u00e9rica Latina"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a><\/figure>\n\n\n\n

Bol\u00edvia quer rever pre\u00e7os de g\u00e1s vendido ao Brasil, Nicar\u00e1gua quer trocar o petr\u00f3leo dos EUA pelo do Ir\u00e3. A invas\u00e3o da Ucr\u00e2nia pela R\u00fassia provoca turbul\u00eancias no mercado energ\u00e9tico latino-americano.<\/p>\n\n\n\n

Depois da invas\u00e3o da Ucr\u00e2nia pela R\u00fassia, a crise de energia se abate com for\u00e7a total tamb\u00e9m sobre a Am\u00e9rica Latina. N\u00e3o se passa um dia na regi\u00e3o sem not\u00edcias e especula\u00e7\u00f5es sobre o setor energ\u00e9tico: Nicar\u00e1gua considera passar a comprar petr\u00f3leo do Ir\u00e3, n\u00e3o mais dos Estados Unidos; Bol\u00edvia quer renegociar o fornecimento de g\u00e1s para o Brasil.<\/p>\n\n\n\n

“N\u00e3o h\u00e1 uma disputa comercial entre o Brasil e a Bol\u00edvia, mas sim um conflito sobre o neg\u00f3cio operacional”, retifica Roberto Goulart Menezes, professor de Rela\u00e7\u00f5es Internacionais da Universidade de Bras\u00edlia. O acordo entre os dois pa\u00edses para fornecimento de g\u00e1s entrou em vigor em 1999, com validade de 20 anos, por\u00e9m n\u00e3o foi prorrogado desde 2019.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, enquanto os brasileiros seguem pagando sete d\u00f3lares por MMBTU (million British thermal units<\/em>, equivalentes a 26,4 metros c\u00fabicos), a Argentina desembolsa pelo mesmo volume de g\u00e1s 19 d\u00f3lares \u2013 o pre\u00e7o do mercado, que a Bol\u00edvia quer impor tamb\u00e9m ao Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em plena campanha presidencial, contudo, novas negocia\u00e7\u00f5es sobre o g\u00e1s adquirem carga emocional. O presidente populista de direita Jair Bolsonaro acusa o governo boliviano socialista de intencionalmente querer prejudicar Bras\u00edlia. Por sua vez, a ala do advers\u00e1rio Luiz In\u00e1cio Lula da Silva rebate que os bolsonaristas propagam not\u00edcias falsas sobre o pa\u00eds vizinho.<\/p>\n\n\n\n

Turbul\u00eancias de fundo pol\u00edtico no com\u00e9rcio de energia<\/h2>\n\n\n\n

Al\u00e9m das altera\u00e7\u00f5es econ\u00f4micas, tamb\u00e9m h\u00e1 no mercado internacional turbul\u00eancias de abastecimento por motivos pol\u00edticos. Recentemente o jornal nicaraguense cr\u00edtico ao governo La Prensa<\/em> noticiou que o presidente Daniel Ortega e sua esposa e vice-presidente Rosario Murillo estariam planejando remanejar as importa\u00e7\u00f5es de petr\u00f3leo.<\/p>\n\n\n\n

Em vez de comprar do inimigo ideol\u00f3gico Estados Unidos, o governo sandinista passaria a negociar com o Ir\u00e3. Desse modo, Man\u00e1gua \u2013 que \u00e9 objeto de condena\u00e7\u00e3o internacional devido a graves viola\u00e7\u00f5es dos direitos humanos \u2013 estaria seguindo a mesma l\u00f3gica que tantos outros pa\u00edses: comprar energia daqueles com que se esteja ideologicamente afinado.<\/p>\n\n\n\n

No fim de junho, o presidente argentino, Alberto Fern\u00e1ndez \u00e9 esperado na c\u00fapula do G7, na Alemanha, como representante latino-americano. Os pa\u00edses industrializados est\u00e3o muito interessados na jazida de xisto argentina de Vaca Muerta. Para poder extrair g\u00e1s ainda mais intensivamente, o pa\u00eds precisa de investidores internacionais, e o encontro das sete principais economias \u00e9 uma boa oportunidade para contatos.<\/p>\n\n\n\n

Outro evento que atrai aten\u00e7\u00e3o \u00e9 o retorno furtivo da Venezuela ao cen\u00e1rio da economia mundial. Os EUA decretaram san\u00e7\u00f5es contra o pa\u00eds mais rico em petr\u00f3leo do mundo, inclusive impedindo os neg\u00f3cios com a companhia estatal PDSVA, o que praticamente impossibilita exporta\u00e7\u00f5es para pa\u00edses mais abastados.<\/p>\n\n\n\n

O governo socialista venezuelano tamb\u00e9m \u00e9 alvo de cr\u00edticas internacionais por viola\u00e7\u00f5es dos direitos humanos. Apesar disso, recentemente Washington relaxou as san\u00e7\u00f5es, e agora h\u00e1 esperan\u00e7as de que em breve o governo de Nicol\u00e1s Maduro receba sinal verde para exportar seu petr\u00f3leo.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, “a crise que dura quase uma d\u00e9cada na Venezuela enfraqueceu extremamente sua capacidade de explora\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo”, explica Goulart Menezes. Assim, a dilapidada ind\u00fastria petrol\u00edfera do pa\u00eds necessita investimentos internacionais para retomar a produ\u00e7\u00e3o. A primeira parceira seria a americana Chevron, que recebeu de Washington permiss\u00e3o para negociar diretamente com Caracas no sentido da retomada das rela\u00e7\u00f5es comerciais.<\/p>\n\n\n\n

Anuncia-se briga pelo l\u00edtio<\/h2>\n\n\n\n

Na atual crise, o Brasil est\u00e1 nitidamente mais bem situado do que seus vizinhos latino-americanos. Segundo o professor Menezes, “a diversifica\u00e7\u00e3o de sua matriz energ\u00e9tica, com mais fontes e\u00f3licas e solares, contribui para reduzir o emprego de usinas termel\u00e9tricas dependentes do g\u00e1s”.<\/p>\n\n\n\n

Nesse \u00ednterim, j\u00e1 se prepara na regi\u00e3o a pr\u00f3xima luta pela distribui\u00e7\u00e3o: empresas dos EUA, Europa e China t\u00eam grande interesse nas abundantes reservas latino-americanas de l\u00edtio, mat\u00e9ria-prima essencial para a produ\u00e7\u00e3o de baterias para carros el\u00e9tricos e smartphones.<\/p>\n\n\n\n

As na\u00e7\u00f5es ricas nesse metal leve, como M\u00e9xico, Argentina, Bol\u00edvia e Chile, querem garantir que lucrar\u00e3o com essa demanda e n\u00e3o ser\u00e3o passadas para tr\u00e1s. Para tal, adotam estrat\u00e9gias diversas: M\u00e9xico e Chile querem que os contratos v\u00e3o sobretudo para as empresas estatais, enquanto a Argentina aposta na economia privada.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n\n\n\n

<\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"