{"id":178055,"date":"2022-06-17T17:15:54","date_gmt":"2022-06-17T20:15:54","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=178055"},"modified":"2022-06-17T17:15:56","modified_gmt":"2022-06-17T20:15:56","slug":"ursos-polares-geneticamente-mais-isolados-do-mundo-sao-vistos-na-groenlandia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/06\/17\/178055-ursos-polares-geneticamente-mais-isolados-do-mundo-sao-vistos-na-groenlandia.html","title":{"rendered":"Ursos polares geneticamente mais isolados do mundo s\u00e3o vistos na Groenl\u00e2ndia"},"content":{"rendered":"\n
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Urso polar do sudeste da Groenl\u00e2ndia em geleira em setembro de 2016 (Foto: Thomas W. Johansen\/NASA Oceans Melting Greenland)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Cientistas descobriram uma popula\u00e7\u00e3o desconhecida de\u00a0ursos polares\u00a0vivendo isolada no sudeste da\u00a0Groenl\u00e2ndia. Os animais, que sobrevivem apesar do derretimento de\u00a0gelo marinho\u00a0pelas\u00a0mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, foram alvo de estudo publicado nesta quinta-feira (16) na revista\u00a0Science.<\/em><\/p>\n\n\n\n

De acordo com os autores da pesquisa, os ursos se adaptaram exclusivamente ao ambiente in\u00f3spito e s\u00e3o os mais geneticamente isolados do\u00a0planeta. Isso os torna intrigantes para pesquisas sobre o futuro da esp\u00e9cie diante dos impactos do aquecimento global no\u00a0\u00c1rtico.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores combinaram sete anos de dados coletados ao longo da costa sudeste da Groenl\u00e2ndia com 30 anos de registros hist\u00f3ricos de toda a costa leste da ilha. De acordo com a principal autora do estudo, Kristin Laidre, cientista polar da Universidade de Washington, a equipe j\u00e1 supunha haver alguns ursos polares na \u00e1rea.<\/p>\n\n\n\n

Mas os cientistas n\u00e3o tinham conhecimento do qu\u00e3o especial era esse bando isolado de\u00a0mam\u00edferos.\u00a0\u201cQuer\u00edamos pesquisar essa regi\u00e3o porque n\u00e3o sab\u00edamos muito sobre os ursos polares no sudeste da Groenl\u00e2ndia, mas nunca esper\u00e1vamos encontrar uma nova subpopula\u00e7\u00e3o vivendo l\u00e1\u201d, diz Laidre, em\u00a0comunicado.<\/p>\n\n\n\n

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Urso polar fica em iceberg coberto de neve cercado por gelo marinho no sudeste da Groenl\u00e2ndia em mar\u00e7o de 2016 (Foto: Kristin Laidre\/University of Washington)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A diferen\u00e7a gen\u00e9tica entre o bando peculiar de animais e seu vizinho gen\u00e9tico mais pr\u00f3ximo \u00e9 maior do que a observada para qualquer uma das 19 popula\u00e7\u00f5es de ursos polares previamente conhecidas. <\/p>\n\n\n\n

\u201cOs ursos polares est\u00e3o amea\u00e7ados pela\u00a0perda de gelo marinho devido \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. Essa nova popula\u00e7\u00e3o nos d\u00e1 algumas dicas de como a esp\u00e9cie pode persistir no futuro\u201d, conta a pesquisadora. \u201cMas precisamos ter cuidado ao extrapolar nossas descobertas, porque o gelo da geleira que possibilita a sobreviv\u00eancia dos ursos do sudeste da Groenl\u00e2ndia n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel na maior parte do \u00c1rtico\u201d, ela ressalva.<\/p>\n\n\n\n

Segundo informa Beth Shapiro, geneticista que colaborou com o estudo, a popula\u00e7\u00e3o de ursos vive separada de outras h\u00e1 pelo menos v\u00e1rias centenas de anos  \u2014 per\u00edodo no qual permaneceu sempre pequena em quantidade. O isolamento dos animais ocorreu, de acordo com os pesquisadores, porque eles vivem cercados por todos os lados: \u00e0 oeste, ficam os picos das montanhas e a enorme camada de gelo da Groenl\u00e2ndia; \u00e0 leste, est\u00e3o as \u00e1guas abertas do Estreito da Dinamarca e uma corrente costeira. <\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m dos registros hist\u00f3ricos, os pesquisadores coletaram dois anos de informa\u00e7\u00f5es de\u00a0 ca\u00e7adores de ursos e ainda usaram tecnologia de rastreamento por\u00a0sat\u00e9lite. Ao localizarem f\u00eameas adultas, os equipamentos revelaram que o grupo isolado de animais era mais \u201ccaseiro\u201d em compara\u00e7\u00e3o a outros que se arriscam viajando al\u00e9m do gelo marinho para ca\u00e7ar.<\/p>\n\n\n\n

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Ursa polar adulta (\u00e0 esquerda) e dois filhotes de 1 ano caminham sobre o gelo de uma geleira de \u00e1gua doce coberta de neve no sudeste da Groenl\u00e2ndia em mar\u00e7o de 2015 (Foto: Kristin Laidre\/Universidade de Washington)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O gelo marinho em derretimento serve como palco onde a maioria dos 26 mil ursos polares do\u00a0\u00c1rtico\u00a0ca\u00e7a focas. Contudo, os que vivem no sudeste da Groenl\u00e2ndia t\u00eam acesso a esse gelo por apenas quatro meses, entre fevereiro e final de maio. Como alternativa, eles usam uma estrat\u00e9gia diferente: ca\u00e7am as focas nos peda\u00e7os de gelo de \u00e1gua doce que se rompem no manto da ilha.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas observaram que 50% dos 27 ursos rastreados flutuou acidentalmente a uma m\u00e9dia de 190 km ao sul em pequenos blocos de gelo capturados na corrente costeira do leste da Groenl\u00e2ndia. Em seguida, os\u00a0animais\u00a0saltaram e caminharam de volta ao norte em terra at\u00e9 seu local de origem.<\/p>\n\n\n\n

Os autores da pesquisa estimam que existam cerca de algumas centenas de ursos no sudeste da ilha, com\u00a0f\u00eameas\u00a0menores e com menos filhotes, o que pode acontecer por causa da dificuldade delas de encontrarem parceiros nessa complexa paisagem.<\/p>\n\n\n\n

Laidre defende que seja feito um monitoramento de longo prazo para entender o que acontece com as popula\u00e7\u00f5es isoladas de ursos. Embora considere as descobertas esperan\u00e7osas, a cientista afirma n\u00e3o acreditar que as geleiras ir\u00e3o sustentar um grande n\u00famero de animais. \u201cSimplesmente n\u00e3o h\u00e1 o suficiente. Ainda esperamos ver grandes decl\u00ednios nos ursos polares no \u00c1rtico sob as\u00a0mudan\u00e7as clim\u00e1ticas\u201d, ela alerta.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"