{"id":178441,"date":"2022-07-08T17:22:20","date_gmt":"2022-07-08T20:22:20","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=178441"},"modified":"2022-07-08T17:22:22","modified_gmt":"2022-07-08T20:22:22","slug":"saiba-porque-a-superficie-fofa-do-asteroide-bennu-pode-ser-um-risco-para-a-terra","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/07\/08\/178441-saiba-porque-a-superficie-fofa-do-asteroide-bennu-pode-ser-um-risco-para-a-terra.html","title":{"rendered":"Saiba porque a superf\u00edcie \u201cfofa\u201d do asteroide Bennu pode ser um risco para a Terra"},"content":{"rendered":"\n
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Pesquisadores da\u00a0Universidade do Arizona\u00a0e do Instituto de Pesquisas Geol\u00f3gicas do Colorado conduziram estudos separados que chegaram \u00e0 mesma conclus\u00e3o: o asteroide Bennu, um dos mais conhecidos objetos potencialmente danosos\u00a0\u00e0 Terra, tem uma superf\u00edcie extremamente porosa, quase sem resist\u00eancia, e isso pode trazer riscos ao nosso planeta caso ele entre em nossa rota orbital.<\/p>\n\n\n\n

As informa\u00e7\u00f5es v\u00eam das duas passagens\u00a0da sonda OSIRIS-REx, a miss\u00e3o lan\u00e7ada\u00a0pela NASA\u00a0em outubro de 2020 e que pousaram no asteroide a fim de analisar v\u00e1rias de suas propriedades. E desde a primeira visita, n\u00f3s tivemos diversas surpresas.<\/p>\n\n\n\n

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\u00c0 primeira vista, superf\u00edcie do asteroide Bennu parece ser resistente, mas pesquisas revelaram que ela \u00e9 na verdade bem porosa, o que pode dificultar um desvio caso ele ameace a Terra (Imagem: NASA\/Divulga\u00e7\u00e3o)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Quando chegamos\u00a0ao asteroide, nosso pouso desencadeou uma explos\u00e3o inesperada na superf\u00edcie, e o que era para ser uma simples retirada de amostra se provou algo bem mais aprofundado: \u201cEsper\u00e1vamos que a superf\u00edcie fosse bem s\u00f3lida, meio que como se voc\u00ea pisar descal\u00e7o numa pilha de cascalhos: nada mais que um pouquinho de poeira levantando e umas part\u00edculas subindo\u201d, disse Dante Lauretta, cientista planet\u00e1rio no Arizona e investigador principal de um dos estudos.<\/p>\n\n\n\n

Segundo ele, o que aconteceu na verdade foi, em suas pr\u00f3prias palavras, \u201cuma parede de destro\u00e7os voando por todas as dire\u00e7\u00f5es a partir da \u00e1rea de coleta da amostra\u201d. Essa impress\u00e3o ficou marcada em todos os operadores \u2013 tanto que Lauretta sugeriu e teve atendida\u00a0a ideia de uma segunda passagem. Seis meses depois, em abril de 2021, a OSIRIS-REx observou o ponto do pouso original, encontrando a cratera de impacto. Um segundo pouso gerou uma nova cratera dentro da anterior, com oito metros de tamanho, deslocando rochas e pedras menores para v\u00e1rias dire\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

E a\u00ed veio a maior surpresa: os cientistas esperavam cavar cerca de 30 cent\u00edmetros para coletar novas amostras \u2013 a capacidade m\u00e1xima da sonda. Entretanto, o bra\u00e7o que serve de coletor \u201cafundou\u201d cerca de 70 cent\u00edmetros. \u201cN\u00e3o havia qualquer tipo de resist\u00eancia\u201d, disse Lauretta, que ressaltou ter encontrado material intocado pelo\u00a0bombardeio de ventos solares\u00a0e radia\u00e7\u00e3o c\u00f3smica.<\/p>\n\n\n\n

Segundo Lauretta, c\u00e1lculos especulativos estimaram que a densidade do material de superf\u00edcie do Bennu era de algo entre 500 e 700 quilogramas (kg) por metro c\u00fabico (m\u00b3). Para fins de compara\u00e7\u00e3o, qualquer rocha na Terra tem uma densidade seis vezes maior que isso \u2013 algo como tr\u00eas toneladas por m\u00b3.<\/p>\n\n\n\n

O segundo estudo confirmou esses n\u00fameros: \u201cas rochas da superf\u00edcie s\u00e3o bem porosas e tem muito espa\u00e7o vazio entre elas\u201d, disse Kevin Walsh, autor do paper e ge\u00f3logo do Instituto Southwest Research do Colorado. \u201cEsper\u00e1vamos que os gr\u00e3os menores e mais finos da poeira se aderissem \u00e0s grandes rochas e preencher esse vazio, agindo como uma \u2018cola\u2019 e oferecendo alguma for\u00e7a de resist\u00eancia, o que permitiria \u00e0 superf\u00edcie sustentar melhor a nave. Mas isso simplesmente n\u00e3o existe l\u00e1\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Esses s\u00e3o detalhes importantes pois, embora pequena, h\u00e1 uma chance do asteroide Bennu entrar em rota de colis\u00e3o com a Terra entre os anos 2175 e 2199 \u2013 especificamente, uma chance em 2,7 mil. Na pr\u00e1tica,\u00a0\u00e9 um risco pequeno, mas ainda com essa superf\u00edcie \u201cfofa\u201d, o Bennu \u00e9 um dos asteroides mais perigosos para o nosso planeta.<\/p>\n\n\n\n

O problema: se viermos a ter que desviar o Bennu de uma poss\u00edvel colis\u00e3o \u2013 como a NASA vem\u00a0testando com a miss\u00e3o DART\u00a0-, n\u00e3o h\u00e1 como prever a rea\u00e7\u00e3o de suas rochas diante de um impacto de, digamos, uma nave lan\u00e7ada diretamente contra ele. Por ser, como dissemos, \u201cfofa\u201d, a superf\u00edcie do Bennu pode acabar absorvendo o impacto sem altera\u00e7\u00e3o de rota.<\/p>\n\n\n\n

Por ora, tudo est\u00e1 no campo especulativo: a sonda OSIRIS-REx est\u00e1 a caminho da Terra, voltando para casa com as amostras coletadas, e deve entreg\u00e1-las at\u00e9 setembro de 2023, quando partir\u00e1 para uma nova miss\u00e3o, agora visitando o asteroide Apophis \u2013 um outro asteroide de risco moderado para n\u00f3s (e mudando seu nome para \u201cOSIRIS-APEX<\/em>\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Olhar Digital<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"