{"id":178486,"date":"2022-07-11T14:55:14","date_gmt":"2022-07-11T17:55:14","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=178486"},"modified":"2022-07-11T14:55:21","modified_gmt":"2022-07-11T17:55:21","slug":"serei-o-proximo-a-morrer-servidores-da-funai-revelam-rotina-de-ameacas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/07\/11\/178486-serei-o-proximo-a-morrer-servidores-da-funai-revelam-rotina-de-ameacas.html","title":{"rendered":"\u201cSerei o pr\u00f3ximo a morrer?\u201d: servidores da Funai revelam rotina de amea\u00e7as"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a>
Servidores da Funai afirmam sofrer ass\u00e9dios, intimida\u00e7\u00f5es e amea\u00e7as (Foto: Jos\u00e9 Medeiros\/Ag\u00eancia P\u00fablica)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

N\u00e3o \u00e9 segredo que a Funda\u00e7\u00e3o Nacional do \u00cdndio (Funai) parece ignorar sua principal miss\u00e3o \u2013 a prote\u00e7\u00e3o aos\u00a0povos ind\u00edgenas\u00a0\u2013 durante o\u00a0governo de Jair Bolsonaro\u00a0(PL). N\u00e3o \u00e0 toa, ap\u00f3s o\u00a0assassinato do indigenista licenciado Bruno Pereira e do jornalista brit\u00e2nico Dom Phillips\u00a0os servidores da pasta se rebelaram contra a atual diretoria: a categoria lan\u00e7ou, junto ao Instituto de Estudos Socioecon\u00f4micos, um dossi\u00ea com mais de 200 p\u00e1ginas, uma esp\u00e9cie de radiografia do atual desmonte da Funai, e iniciou uma greve nacional pela sa\u00edda de Marcelo Xavier da presid\u00eancia do \u00f3rg\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

O cargo \u00e9 ocupado pelo delegado da Pol\u00edcia Federal (PF) desde julho de 2019. No per\u00edodo, o governo inundou a Funai com agentes de seguran\u00e7a: para se ter ideia,\u00a0segundo o dossi\u00ea rec\u00e9m-lan\u00e7ado, mais da metade das coordena\u00e7\u00f5es regionais do \u00f3rg\u00e3o estava sob controle de militares, policiais militares e federais at\u00e9 maio passado. Alguns deles j\u00e1 falaram em\u00a0\u201cmeter fogo\u201d em povos isolados, cometeram\u00a0agress\u00f5es f\u00edsicas contra ind\u00edgenas\u00a0e envolveram-se em\u00a0acordos de arrendamento de reservas.\u00a0\u00a0<\/p>\n\n\n\n

No fim das contas, o brutal crime ocorrido no Vale do Javari (AM) fez com que\u00a0alguns indigenistas rompessem a morda\u00e7a. A maioria dos entrevistados na ativa da Funai relatou em detalhes \u00e0 Ag\u00eancia P\u00fablica parte da rotina de ass\u00e9dios, intimida\u00e7\u00f5es e amea\u00e7as de morte que tem sofrido nos \u00faltimos quatro anos.<\/p>\n\n\n\n

\u201cAssim, n\u00e3o precisa nem contratar pistoleiros para nos matar\u201d<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Daniel Cangussu foi o \u00fanico indigenista do grupo ouvido pela P\u00fablica a n\u00e3o pedir anonimato, dada sua\u00a0not\u00f3ria insatisfa\u00e7\u00e3o com a presid\u00eancia de Marcelo Xavier. Ele atua h\u00e1 mais de dez anos na Frente de Prote\u00e7\u00e3o Etnoambiental (FPE) Madeira-Purus, uma das regi\u00f5es mais amea\u00e7adas da\u00a0Amaz\u00f4nia, onde se especializou na localiza\u00e7\u00e3o e no contato com povos isolados.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

\u201cCom o desmonte [da Funai<\/em>], ficamos desmoralizados na ponta\u2026 acabamos \u2018isolados\u2019 tamb\u00e9m. Os invasores sabem que n\u00e3o temos porte de arma regulamentado, nem for\u00e7as de seguran\u00e7a ao nosso dispor. As intimida\u00e7\u00f5es s\u00e3o constantes\u201d, afirma o indigenista.<\/p>\n\n\n\n

Sua rotina de trabalho envolve tanto o planejamento e a realiza\u00e7\u00e3o de expedi\u00e7\u00f5es em busca de vest\u00edgios de ind\u00edgenas como tamb\u00e9m a prote\u00e7\u00e3o dos isolados contra grileiros, madeireiros e pistoleiros que cercam as terras monitoradas pela Funai.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNo fim de 2021, uma pessoa abordou a gente, eu e minha equipe, em nosso trajeto de trabalho, nos alertando do perigo que est\u00e1vamos enfrentando. Meses depois, descobrimos que aquela mesma pessoa estava armando uma emboscada para n\u00f3s\u201d, diz.<\/p>\n\n\n\n

O servidor conta que a descoberta ocorreu quase que por acaso, vinda de algu\u00e9m convidado a participar do ataque. \u201cQuando recebemos amea\u00e7as, o relato vem primeiro pela boca dos outros. Receber amea\u00e7as [de morte<\/em>] virou algo comum, infelizmente. Dizem que s\u00e3o ossos do of\u00edcio, quando n\u00e3o deveria ser\u201d, afirma.<\/p>\n\n\n\n

Cangussu narra ainda o avan\u00e7o de invasores em \u00e1reas ind\u00edgenas entre o Amazonas e o Par\u00e1 durante o governo Bolsonaro. \u201cPor exemplo: na calha do [rio<\/em>] Madeira, houve um aumento de atividades criminosas, especialmente\u00a0desmatamento\u00a0e grilagem. Nas idas a campo, virou comum passarem caminh\u00f5es cheios de invasores armados, de pistoleiros, circulando nas \u00e1reas ind\u00edgenas \u2013 onde \u00e9 proibido.\u201d<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/a>
Receber amea\u00e7as [de morte] virou algo comum, afirma indigenista (Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ouvido antes da confirma\u00e7\u00e3o das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips, Cangussu afirmou ainda que \u201ch\u00e1 diversas formas de \u2018contratar\u2019 a morte de indigenistas e jornalistas que atuam na Amaz\u00f4nia\u201d. De acordo com ele, \u201cuma delas \u00e9 desmontar a estrutura de apoio e prote\u00e7\u00e3o da Funai, outra \u00e9 passar a impress\u00e3o que os servidores s\u00e3o os culpados quando algo d\u00e1 errado. Assim, n\u00e3o precisam nem contratar pistoleiros para nos matar\u201d.<\/p>\n\n\n\n

\u201cMuitos te olham com desconfian\u00e7a, com \u00f3dio. \u00c9 muito dif\u00edcil\u201d<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Outro indigenista que atua na Amaz\u00f4nia e pediu para n\u00e3o ser identificado deu uma amostra da seguran\u00e7a fornecida pela gest\u00e3o de Marcelo Xavier aos que v\u00e3o a campo em\u00a0terras ind\u00edgenas\u00a0com povos isolados. \u201cTemos menos de cinco coletes \u00e0 prova de balas, todos vencidos, o que n\u00e3o d\u00e1 para todos se estivermos em campo.\u201d<\/p>\n\n\n\n

O mesmo servidor relata como as promessas de invas\u00f5es armadas t\u00eam chegado aos seus companheiros de trabalho nas bases mais avan\u00e7adas na Amaz\u00f4nia. \u201cNormalmente, a amea\u00e7a chega pela fofoca e pelo burburinho dos moradores na regi\u00e3o, logo depois surgem os avisos \u2013 que \u2018[eles<\/em>] v\u00e3o invadir a base e matar\u2019 a gente\u201d, afirma.<\/p>\n\n\n\n

\u201cInfelizmente, toda a economia daqui gira em torno do ilegal. Tem quem trabalha cortando toras de madeira, quem opera m\u00e1quinas, quem conserta motores destas m\u00e1quinas na cidade. Muitos te olham com desconfian\u00e7a, com \u00f3dio. \u00c9 muito dif\u00edcil\u201d, diz o indigenista.<\/p>\n\n\n\n

\u201cE ainda passamos por tudo isso sem receber qualquer adicional de periculosidade pela fun\u00e7\u00e3o, sem porte de arma, ganhando apenas\u00a0meia di\u00e1ria extra\u00a0quando estamos nas bases avan\u00e7adas, em uma escala perversa de, \u00e0s vezes, trabalhar por 30 dias ininterruptos\u201d, afirma o mesmo servidor.<\/p>\n\n\n\n

\u201cFa\u00e7o o que acredito, mas \u00e0s vezes parece que estou numa guerra\u201d, diz.<\/p>\n\n\n\n

\u201cSerei o pr\u00f3ximo?\u201d<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Entre os indigenistas ouvidos pela reportagem, h\u00e1 quem atue no mesmo setor onde Bruno Pereira fez seu nome, a Coordenadoria-Geral de \u00cdndios Isolados e de Contato Recente (CGRIIC). Ocorreram diversas mudan\u00e7as na chefia da CGRIIC ao longo do governo Bolsonaro, especialmente ap\u00f3s a sa\u00edda de Bruno Pereira da Funai, em 2019.<\/p>\n\n\n\n

\u201cA sa\u00edda do Bruno [do cargo de chefia da CGRIIC]<\/em> foi um inferno para n\u00f3s. Primeiro, destacaram o \u2018mission\u00e1rio\u2019 [Ricardo Lopes Dias<\/em>], que atrapalhou muito nosso trabalho, e os que vieram depois seguiram a mesma toada\u201d, afirma outro servidor, tamb\u00e9m lotado no arco do desmatamento na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

Esse indigenista relata que, gradualmente, a Funai mudou seu pr\u00f3prio entendimento quanto aos ind\u00edcios de presen\u00e7a de povos isolados na floresta, dificultando a prote\u00e7\u00e3o aos ind\u00edgenas. “Temos vest\u00edgios contundentes de presen\u00e7a [ind\u00edgena<\/em>] por aqui h\u00e1 anos, com pegadas, fios de cabelo, cultura alimentar [restos de alimentos consumidos pelos ind\u00edgenas<\/em>] e outros elementos que provam sua exist\u00eancia, mas tudo segue desacreditado pela diretoria. Afinal, se reconhecerem, eles ter\u00e3o de demarcar a \u00e1rea, obrigatoriamente\u201d, diz.<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/a>
Servidores denunciam inseguran\u00e7a fornecida pela gest\u00e3o de Marcelo Xavier aos que v\u00e3o a campo em terras ind\u00edgenas com povos isolados (Foto: M\u00e1rio Vilela\/Funai)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O servidor relata tamb\u00e9m a ofensiva de invasores nos arredores da base onde atua. \u201cJ\u00e1 fizemos den\u00fancias sobre o avan\u00e7o de mineradoras \u2013 que t\u00eam at\u00e9 usado explosivos nas proximidades \u2013 e de outros invasores, como pescadores ilegais, mas ningu\u00e9m nos d\u00e1 retaguarda\u201d, afirma.<\/p>\n\n\n\n

\u201cN\u00e3o autorizam nenhuma opera\u00e7\u00e3o para desmontarmos as invas\u00f5es, n\u00e3o d\u00e1 para enfrentar [os invasores<\/em>] assim, correndo risco de tomar bala no peito. Teve o\u00a0caso do Maxciel em 2019, o do Bruno agora, e a gente fica se perguntando: \u2018Serei o pr\u00f3ximo\u2019?\u201d, diz o indigenista.<\/p>\n\n\n\n

\u201cMinha fam\u00edlia j\u00e1 pediu diversas vezes para eu repensar, para sair daqui, mas o trabalho n\u00e3o pode parar. D\u00f3i muito pensar no Bruno, que era meu amigo pessoal, d\u00f3i saber que ele n\u00e3o volta mais. Mas essa for\u00e7a h\u00e1 de gerar mudan\u00e7as\u201d, afirma o indigenista.<\/p>\n\n\n\n

A \u201cturma da PF\u201d<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Se nas \u00e1reas mais cobi\u00e7adas da Amaz\u00f4nia o risco \u00e9 de morte, nos corredores da sede da Funai em Bras\u00edlia h\u00e1 outros tipos de amea\u00e7a aos indigenistas cr\u00edticos \u00e0 gest\u00e3o de Marcelo Xavier. \u201cInternamente, funciona assim: tudo o que a diretoria n\u00e3o gosta, ela classifica como \u2018ideol\u00f3gico\u2019 \u2013 \u00e9 s\u00f3 ver o caso de Ituna-Itat\u00e1, com aquele relat\u00f3rio assinado pelo diretor na \u00e9poca\u201d, disse \u00e0 P\u00fablica um servidor lotado em Bras\u00edlia.<\/p>\n\n\n\n

O indigenista se refere a\u00a0Cesar Augusto Martinez, delegado da PF tal como Marcelo Xavier, que comandou o setor respons\u00e1vel pela \u00e1rea de prote\u00e7\u00e3o a povos isolados, a Diretoria de Prote\u00e7\u00e3o Territorial (DPT),\u00a0entre julho de 2020 e junho passado. Martinez deixou o cargo logo ap\u00f3s o desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips, alegando, por\u00e9m, que sua sa\u00edda n\u00e3o tinha rela\u00e7\u00e3o com o crime no Vale do Javari.<\/p>\n\n\n\n

Enquanto diretor, o delegado da PF bancou pelo menos uma medida controversa: a\u00a0exclus\u00e3o de terras ind\u00edgenas n\u00e3o demarcadas da prote\u00e7\u00e3o por parte da Funai. Al\u00e9m disso, sua filha conseguiu um est\u00e1gio remunerado na Coordena\u00e7\u00e3o-Geral de Licenciamento Ambiental da Funai enquanto Martinez ainda trabalhava no \u00f3rg\u00e3o, como\u00a0revelado pela\u00a0Folha de S.Paulo<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

O delegado ganhou destaque com a pol\u00eamica sobre a derrubada da interdi\u00e7\u00e3o da Terra Ind\u00edgena (TI) Ituna-Itat\u00e1, no Par\u00e1, um caso que se arrasta\u00a0desde 2020.<\/p>\n\n\n\n

Como mostrado pelo portal InfoAmazonia, a posi\u00e7\u00e3o dos servidores \u00e9 que existem fortes ind\u00edcios da presen\u00e7a de povos isolados nos limites do territ\u00f3rio, o que manteria a interdi\u00e7\u00e3o do local, mas Martinez, na condi\u00e7\u00e3o de diretor respons\u00e1vel, contestava. A\u00a0Folha de S.Paulo<\/em>\u00a0reportou que o delegado da PF teria assinado um despacho qualificando o relat\u00f3rio dos servidores sobre Ituna-Itat\u00e1 como \u201cirregular, ideol\u00f3gico e imprest\u00e1vel\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Antes, o jornalista Rubens Valente havia revelado que o\u00a0senador bolsonarista Zequinha Marinho\u00a0(PL) teria discutido esse mesmo relat\u00f3rio com a presid\u00eancia da Funai, com o parlamentar apontando supostas \u201cimprobidade ou irregularidades, cunho ideol\u00f3gico e imprestabilidade\u201d do estudo \u2013 contr\u00e1rio aos interesses de invasores da terra ind\u00edgena.<\/p>\n\n\n\n

\u201cSobre a presen\u00e7a de isolados, nenhum perito da PF tem capacidade de avaliar de forma \u2018t\u00e9cnica\u2019 os relat\u00f3rios, porque toda a metodologia foi constru\u00edda por d\u00e9cadas, pelo aprendizado com ind\u00edgenas, mateiros, sertanistas, gente que \u2018engrossou o couro\u2019 de tanto andar no mato\u201d, disse um dos servidores \u00e0 P\u00fablica. Sua posi\u00e7\u00e3o cr\u00edtica ao delegado e ex-diretor da Funai ecoa em outros relatos colhidos pela reportagem.<\/p>\n\n\n\n

\u201cO Martinez e a \u2018turma da PF\u2019 usaram um suposto m\u00e9todo cient\u00edfico para desacreditar os relat\u00f3rios sobre povos isolados, e fizeram isso como se fossem \u2018legalistas\u2019\u201d, afirma um dos servidores, enquanto outro indigenista diz que \u201cas partes da lei sobre direitos humanos s\u00e3o ignoradas pela \u2018turma da PF\u2019, mas o direito \u00e0 propriedade privada \u00e9 \u2018cl\u00e1usula p\u00e9trea\u2019, \u00e9 sagrado\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Outro lado<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A P\u00fablica procurou a Funai e os nomes citados, mas n\u00e3o houve resposta at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n

O presidente da Funai \u201cpediu minha cabe\u00e7a\u201d, denuncia servidor<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O indigenista e servidor Guilherme Martins, na Funai desde 2018, contou\u00a0em entrevista exclusiva \u00e0 rep\u00f3rter Alice Maciel, da P\u00fablica, que o coordenador-geral de \u00cdndios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC), Geov\u00e2nio Pantoja Katukina, foi omisso nas buscas pelo colega Bruno Pereira e pelo jornalista Dom Phillips.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Ele diz que houve retalia\u00e7\u00e3o direta ao seu trabalho na TI Ituna-Itat\u00e1 (Par\u00e1). \u201cEu era ponto focal nessa regi\u00e3o do m\u00e9dio Xingu h\u00e1 quatro anos, mais ou menos. A gente fez uma expedi\u00e7\u00e3o l\u00e1, achamos vest\u00edgios dos ind\u00edgenas isolados na regi\u00e3o, eu elaborei um relat\u00f3rio contextualizando a presen\u00e7a dos \u00edndios isolados na regi\u00e3o, denunciando o esquema criminoso de grilagem, desmatamento, de esbulho territorial na terra ind\u00edgena. Em retalia\u00e7\u00e3o a esse meu trabalho, um dia eu chego na minha mesa na CGIIRC para trabalhar e o Geov\u00e2nio Pantoja, meu coordenador, me avisa que eu n\u00e3o trabalho mais l\u00e1, que eu fui removido de of\u00edcio, sem a minha anu\u00eancia, sem ter acesso anterior ao processo. Eu n\u00e3o fiquei sabendo de nada. Quando ele me chamou, o processo da minha remo\u00e7\u00e3o j\u00e1 estava pronto, assinado pelo coordenador da CGIIRC, e eu fui transferido para o setor de RH, de folha de ponto. Quando eu fui pedir explica\u00e7\u00f5es sobre o motivo dessa transfer\u00eancia, o ent\u00e3o coordenador-geral da CGIIRC disse explicitamente que foi em retalia\u00e7\u00e3o ao meu trabalho em Ituna-Itat\u00e1 que o presidente da Funai ‘pediu minha cabe\u00e7a'”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

N\u00e3o \u00e9 segredo que a Funda\u00e7\u00e3o Nacional do \u00cdndio (Funai) parece ignorar sua principal miss\u00e3o \u2013 a prote\u00e7\u00e3o aos\u00a0povos ind\u00edgenas\u00a0\u2013 durante o\u00a0governo de Jair Bolsonaro\u00a0(PL). <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":178487,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,270,582],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/178486"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=178486"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/178486\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":178490,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/178486\/revisions\/178490"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/178487"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=178486"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=178486"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=178486"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}