{"id":178791,"date":"2022-07-28T17:20:20","date_gmt":"2022-07-28T20:20:20","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=178791"},"modified":"2022-07-28T17:20:28","modified_gmt":"2022-07-28T20:20:28","slug":"peixe-zebra-pode-curar-o-proprio-coracao-mostra-pesquisa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/07\/28\/178791-peixe-zebra-pode-curar-o-proprio-coracao-mostra-pesquisa.html","title":{"rendered":"Peixe-zebra pode curar o pr\u00f3prio cora\u00e7\u00e3o, mostra pesquisa"},"content":{"rendered":"\n
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F\u00eamea de peixe- zebra (Danio rerio) (Foto: Wikimedia Commons )<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O peixe-zebra (Danio rerio<\/em>) \u00e9 um\u00a0animal fascinante: h\u00e1 ind\u00edcios de que a criatura transparente pode\u00a0regenerar a retina e at\u00e9 o pr\u00f3prio\u00a0cora\u00e7\u00e3o\u00a0ap\u00f3s uma les\u00e3o no\u00a0\u00f3rg\u00e3o. A regenera\u00e7\u00e3o do\u00a0tecido card\u00edaco\u00a0foi descoberta por uma equipe de especialistas em estudo publicado no dia 21 de julho na revista\u00a0Nature Genetics.<\/em><\/p>\n\n\n\n

De acordo com o l\u00edder da pesquisa, Jan Philipp Junker, pesquisador do Instituto de Biologia de Sistemas M\u00e9dicos de Berlim (BIMSB), na Alemanha, o objetivo foi descobrir como o peixe de cerca de tr\u00eas cent\u00edmetros regenera o cora\u00e7\u00e3o \u2013 e o que os\u00a0seres humanos\u00a0poderiam aprender com esse processo.<\/p>\n\n\n\n

Quando uma pessoa sofre um ataque do cora\u00e7\u00e3o, as c\u00e9lulas do m\u00fasculo card\u00edaco, os cardiomi\u00f3citos, se danificam pela falta de oxig\u00eanio, come\u00e7am a morrer e iniciam uma cicatriza\u00e7\u00e3o. Quando n\u00e3o se consegue produzir novas c\u00e9lulas, o\u00a0\u00f3rg\u00e3o card\u00edaco\u00a0n\u00e3o bombeia mais t\u00e3o bem.<\/p>\n\n\n\n

O mesmo n\u00e3o ocorre com o peixe-zebra: a esp\u00e9cie regenera os cardiomi\u00f3citos. Os cientistas descobriram isso simulando les\u00f5es de infarto do mioc\u00e1rdio nos\u00a0peixes.\u00a0Eles come\u00e7aram segurando uma agulha fria no cora\u00e7\u00e3o de um mil\u00edmetro do animal por alguns segundos sob um microsc\u00f3pio. Assim como um ataque card\u00edaco humano, o objeto mata o tecido do cora\u00e7\u00e3o, gerando uma inflama\u00e7\u00e3o seguida por cicatrizes de c\u00e9lulas do tecido conjuntivo, conhecidas como fibroblastos.<\/p>\n\n\n\n

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Direita: Peixe-zebra adulto no microsc\u00f3pio. Esquerda: Cora\u00e7\u00e3o de peixe-zebra 7 dias ap\u00f3s a les\u00e3o criog\u00eanica (Foto: AG Pan\u00e1kov\u00e1, MDC)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

\u201cEnquanto o processo nos humanos para nesse ponto, ele continua nos peixes. Eles formam novos cardiomi\u00f3citos, que s\u00e3o capazes de se contrair\u201d, explica Junker em\u00a0comunicado. \u201cQuer\u00edamos identificar os sinais que v\u00eam de outras c\u00e9lulas e ajudar a impulsionar a regenera\u00e7\u00e3o.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Novas t\u00e9cnicas<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A equipe usou a gen\u00f4mica de uma \u00fanica c\u00e9lula para procurar por c\u00e9lulas que n\u00e3o existem em peixes saud\u00e1veis, encontrando tr\u00eas novos tipos de fibroblastos que entram temporariamente em um estado ativado. Mesmo muito parecidos com os outros fibroblastos, essas estruturas podem ler\u00a0genes\u00a0adicionais respons\u00e1veis \u200b\u200bpela forma\u00e7\u00e3o de prote\u00ednas, como o col\u00e1geno 12.<\/p>\n\n\n\n

Enquanto nos humanos a cicatriza\u00e7\u00e3o \u00e9 um obst\u00e1culo \u00e0 regenera\u00e7\u00e3o, no peixe de origem asi\u00e1tica os fibroblastos ativados s\u00e3o um aux\u00edlio para cicatrizar o tecido. Em um experimento que comprovou isso, as c\u00e9lulas que expressam o col\u00e1geno 12 foram \u201cdesligadas\u201d, cancelando a habilidade de recompor o\u00a0cora\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Para identificar a fonte dos fibroblastos ativados, a equipe produziu \u00e1rvores de linhagem celular usando uma t\u00e9cnica chamada LINNAEUS, desenvolvida pelo laborat\u00f3rio de Junker em 2018. O m\u00e9todo trabalha com cicatrizes gen\u00e9ticas que agem como um \u201cc\u00f3digo de barras\u201d para a origem de cada\u00a0c\u00e9lula. \u201cCriamos este c\u00f3digo usando uma tesoura gen\u00e9tica CRISPR-Cas9. Se, ap\u00f3s a les\u00e3o, duas c\u00e9lulas tiverem a mesma sequ\u00eancia de c\u00f3digo de barras, significa que est\u00e3o relacionadas\u201d, explica o l\u00edder do grupo.<\/p>\n\n\n\n

A LINNAEUS permitiu identificar duas fontes de fibroblastos temporariamente ativados: a camada externa do cora\u00e7\u00e3o (epic\u00e1rdio) e a camada interna (endoc\u00e1rdio).<\/p>\n\n\n\n

Ainda h\u00e1 uma s\u00e9rie de d\u00favidas: n\u00e3o se sabe, por exemplo, se faltam nos\u00a0mam\u00edferos\u00a0e em camundongos os sinais ou a leitura necess\u00e1ria para a regenera\u00e7\u00e3o. Junker e sua equipe querem estudar os genes que esses fibroblastos leem.<\/p>\n\n\n\n

O grupo sabe que muitos dos genes s\u00e3o importantes para liberar prote\u00ednas e podem incluir fatores que tamb\u00e9m influenciam os cardiomi\u00f3citos. Evid\u00eancias iniciais sugerem ainda que os fibroblastos ativados n\u00e3o apenas promovem a regenera\u00e7\u00e3o do cora\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m ajudam a formar novos\u00a0vasos sangu\u00edneos\u00a0que fornecem oxig\u00eanio ao \u00f3rg\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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