{"id":178809,"date":"2022-07-29T17:56:16","date_gmt":"2022-07-29T20:56:16","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=178809"},"modified":"2022-07-29T17:56:18","modified_gmt":"2022-07-29T20:56:18","slug":"mineracao-na-amazonia-agravaria-ainda-mais-o-desmatamento","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/07\/29\/178809-mineracao-na-amazonia-agravaria-ainda-mais-o-desmatamento.html","title":{"rendered":"Minera\u00e7\u00e3o na Amaz\u00f4nia agravaria ainda mais o desmatamento"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a><\/figure>\n\n\n\n

Estudo publicado na “Nature” afirma que, nos pr\u00f3ximos 30 anos, uma \u00e1rea equivalente a cinco vezes a cidade de S\u00e3o Paulo pode ser desmatada se o Brasil legalizar explora\u00e7\u00e3o mineral em zona entre Par\u00e1 e Amap\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

A legaliza\u00e7\u00e3o da minera\u00e7\u00e3o em terras ind\u00edgenas e \u00e1reas protegidas na Amaz\u00f4nia brasileira pode provocar o desmatamento de milhares de quil\u00f4metros quadrados, adverte um estudo da revista cient\u00edfica Nature Sustainability<\/em> publicado nesta quinta-feira (28\/07).<\/p>\n\n\n\n

A minera\u00e7\u00e3o em terras ind\u00edgenas \u00e9 uma das bandeiras do presidente Jair Bolsonaro. Um projeto nesse sentido\u00a0foi apresentado em 2020\u00a0e atualmente est\u00e1 tramitando na C\u00e2mara Federal. Em mar\u00e7o, deputados chegaram a aprovar regime de urg\u00eancia para o projeto, despertando cr\u00edticas de ambientalistas e defensores dos povos ind\u00edgenas. Nos \u00faltimos anos, a\u00a0Amaz\u00f4nia j\u00e1 vem registrando\u00a0seguidos recordes de desmatamento.<\/p>\n\n\n\n

Bolsonaro tamb\u00e9m se pinta como um defensor dos garimpeiros que atuam na Amaz\u00f4nia, na maioria das vezes de forma ilegal.<\/p>\n\n\n\n

Defensores da minera\u00e7\u00e3o argumentam que o setor poderia ser mais regulamentado com a legaliza\u00e7\u00e3o das atividades, com o efeito de refor\u00e7ar a prote\u00e7\u00e3o da floresta tropical, mas o estudo publicado na Nature <\/em>aponta que esse n\u00e3o \u00e9 o caso. Na realidade, a abertura de novas \u00e1reas de explora\u00e7\u00e3o aceleraria o desmatamento que alimenta as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

O modelo de impacto foi proposto por pesquisadores da Escola Polit\u00e9cnica (Poli) da USP e analisou os efeitos da poss\u00edvel abertura para minera\u00e7\u00e3o em \u00e1reas da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), entre os estados do Amap\u00e1 e do Par\u00e1, uma zona de 47 mil quil\u00f4metros quadrados que inclui dois territ\u00f3rios ind\u00edgenas e v\u00e1rias reservas naturais de prote\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o estudo, a abertura da regi\u00e3o para minera\u00e7\u00e3o abriria caminho para a explora\u00e7\u00e3o de 242 jazidas adicionais de ouro, cobre e outros minerais. No entanto, essa explora\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m levaria ao desmatamento de cerca de 7.626 quil\u00f4metros quadrados \u2013 uma \u00e1rea equivalente a cinco vezes o munic\u00edpio de S\u00e3o Paulo \u2013 nos pr\u00f3ximos 30 anos, e isso apenas com a abertura das estradas necess\u00e1rias para explorar as minas.<\/p>\n\n\n\n

A constru\u00e7\u00e3o de novas estradas tamb\u00e9m permitiria aos madeireiros ilegais, grileiros e pecuaristas um acesso mais f\u00e1cil a partes relativamente intocadas da floresta.<\/p>\n\n\n\n

“No total, 7.626 km\u00b2 de florestas seriam perdidas considerando os impactos diretos e indiretos da constru\u00e7\u00e3o de 1.450 quil\u00f4metros de novas estradas necess\u00e1rias para acessar os 242 dep\u00f3sitos minerais da regi\u00e3o”, apontou ao Jornal da USP a engenheira ambiental Juliana Siqueira-Gay, que desenvolveu a pesquisa para sua tese de doutorado.<\/p>\n\n\n\n

“Metade de todo esse desmatamento aconteceria em \u00e1reas de alta import\u00e2ncia para conserva\u00e7\u00e3o da biodiversidade, evidenciando a import\u00e2ncia do estabelecimento de \u00e1reas protegidas, em que a minera\u00e7\u00e3o e seus impactos n\u00e3o s\u00e3o permitidos”, acrescentou.<\/p>\n\n\n\n

“Mostramos que para atingir dep\u00f3sitos em locais remotos, como muitas vezes acontece em projetos de minera\u00e7\u00e3o no mundo, s\u00e3o necess\u00e1rias estradas longas que causam perda direta de ecossistemas com alta relev\u00e2ncia para conserva\u00e7\u00e3o. Outras estradas, com um desenho mais compacto, tamb\u00e9m podem causar significativa fragmenta\u00e7\u00e3o de habitats, sendo necess\u00e1ria, portanto, uma robusta verifica\u00e7\u00e3o das consequ\u00eancias da constru\u00e7\u00e3o de infraestrutura de suporte \u00e0 mina.”<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m participaram da pesquisa o professor do Instituto de Bioci\u00eancias da USP Jean Paul Metzger; o professor da Poli Luis Enrique S\u00e1nchez e a pesquisadora da Universidade de Queensland, na Austr\u00e1lia, Laura Sonter.<\/p>\n\n\n\n

“O artigo preconiza o tamanho do preju\u00edzo e o que pode acontecer se o incentivo \u00e0 minera\u00e7\u00e3o em \u00e1reas protegidas continuar sendo promovido por esse governo”, disse Ane Alencar, diretora de ci\u00eancia do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaz\u00f4nia (Ipam), que n\u00e3o participou da pesquisa.<\/p>\n\n\n\n

A destrui\u00e7\u00e3o potencial seria ainda maior se a mesma metodologia fosse aplicada em toda a Amaz\u00f4nia, de acordo com Siqueira-Gay. Novas \u00e1reas de minera\u00e7\u00e3o est\u00e3o frequentemente localizadas em algumas das \u00e1reas de maior biodiversidade do planeta e s\u00f3 devem ser abertas se houver planos para evitar essa destrui\u00e7\u00e3o adicional, disse ela.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores compararam isso com uma estimativa de 4.254 quil\u00f4metros quadrados de desmatamento se as prote\u00e7\u00f5es continuarem em sua forma atual.<\/p>\n\n\n\n

Segundo Philip Fearnside, ecologista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amaz\u00f4nia (Inpa), o estudo informa o debate pol\u00edtico ao quantificar o que est\u00e1 em jogo. “Eu diria apenas ‘n\u00e3o, n\u00e3o abra para a minera\u00e7\u00e3o'”, disse ele.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Uma \u00e1rea equivalente a cinco vezes a cidade de S\u00e3o Paulo pode ser desmatada se o Brasil legalizar explora\u00e7\u00e3o mineral em zona entre Par\u00e1 e Amap\u00e1. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":178810,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,54,311],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/178809"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=178809"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/178809\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":178811,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/178809\/revisions\/178811"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/178810"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=178809"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=178809"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=178809"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}