{"id":178969,"date":"2022-08-09T20:27:30","date_gmt":"2022-08-09T23:27:30","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=178969"},"modified":"2022-08-09T20:27:37","modified_gmt":"2022-08-09T23:27:37","slug":"buraco-gigante-no-deserto-do-chile-nao-para-de-crescer-e-intriga-cientistas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/08\/09\/178969-buraco-gigante-no-deserto-do-chile-nao-para-de-crescer-e-intriga-cientistas.html","title":{"rendered":"Buraco gigante no deserto do Chile n\u00e3o para de crescer e intriga cientistas"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a>
GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os moradores vizinhos n\u00e3o conseguiam acreditar no que estavam vendo em uma estrada em Tierra Amarilla, cidade de cerca de 15 mil habitantes na regi\u00e3o do Atacama, no norte do Chile.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Uma enorme cratera circular de 32 metros de largura e 64 metros de profundidade surgiu no meio de uma estrada que atravessa um terreno de propriedade de uma mineradora.<\/p>\n\n\n\n

Uma semana depois, o buraco aumentou: seu di\u00e2metro agora \u00e9 de 36,5 metros, de acordo com as \u00faltimas medi\u00e7\u00f5es de sat\u00e9lite.<\/p>\n\n\n\n

O Servi\u00e7o Nacional de Geologia e Minera\u00e7\u00e3o do Chile (Sernageomin) ordenou que a companhia de minera\u00e7\u00e3o Candelaria interrompesse todas as suas opera\u00e7\u00f5es na \u00e1rea.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m abriu um processo disciplinar contra a empresa, enquanto uma equipe investiga as poss\u00edveis causas do sumidouro.<\/p>\n\n\n\n

Como surgiu<\/h2>\n\n\n\n

Ge\u00f3logos consultados pela BBC News Mundo, servi\u00e7o de not\u00edcias em espanhol da BBC, explicaram que h\u00e1 v\u00e1rios eventos naturais ou resultado da atividade humana que podem causar um sumidouro deste tipo.<\/p>\n\n\n\n

Mas consideraram principalmente dois: o primeiro estaria relacionado \u00e0s chuvas intensas que ca\u00edram na regi\u00e3o no m\u00eas de julho.<\/p>\n\n\n\n

“Voc\u00ea tem v\u00e1rias camadas no solo, e h\u00e1 v\u00e1rias maneiras pelas quais a \u00e1gua pode erodir”, afirma o geof\u00edsico chileno Cristian Far\u00edas, diretor de constru\u00e7\u00e3o civil e geologia da Universidade Cat\u00f3lica de Temuco, no Chile.<\/p>\n\n\n\n

Ele explicou que “quando cai muita \u00e1gua da chuva em solos com alto teor de gesso, a \u00e1gua percola e corr\u00f3i toda a parte inferior por v\u00e1rios dias, o que tira a sustentabilidade da parte superior e acaba gerando um colapso”.<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/a>
GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A segunda hip\u00f3tese aponta para a influ\u00eancia da atividade mineradora na \u00e1rea.<\/p>\n\n\n\n

A companhia de minera\u00e7\u00e3o Candelaria explora uma jazida de cobre em Tierra Amarilla, e as galerias de sua mina penetram no subsolo, tanto no entorno do buraco quanto abaixo dele a uma profundidade muito maior.<\/p>\n\n\n\n

“As informa\u00e7\u00f5es preliminares que circulam apontam para a interven\u00e7\u00e3o da mineradora que realizou uma explora\u00e7\u00e3o excessiva de minerais naquela \u00e1rea”, afirma Crist\u00f3bal Mu\u00f1oz, diretor da ONG informativa Red Geocient\u00edfica de Chile.<\/p>\n\n\n\n

Ele destaca que a empresa “tinha uma proje\u00e7\u00e3o prevista para extrair 38 mil toneladas de min\u00e9rio, mas extraiu cerca de 138 mil toneladas, mais que o triplo” naquela jazida.<\/p>\n\n\n\n

A interven\u00e7\u00e3o da minera\u00e7\u00e3o pode ter desestabilizado o solo, segundo ele, desviando as \u00e1guas subterr\u00e2neas do seu curso natural e esvaziando os aqu\u00edferos, gerando espa\u00e7os que favorecem o terreno a ceder e cair devido ao seu pr\u00f3prio peso, formando a cratera.<\/p>\n\n\n\n

A Candelaria reconhece, por sua vez, a superexplora\u00e7\u00e3o de minerais, mas garante que foi totalmente legal.<\/p>\n\n\n\n

“Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 extra\u00e7\u00e3o excessiva, isso foi informado pela pr\u00f3pria empresa \u00e0s autoridades”, declarou o gerente de rela\u00e7\u00f5es p\u00fablicas da empresa, Edwin Hidalgo.<\/p>\n\n\n\n

Uma fonte do setor explicou \u00e0 BBC News Mundo que \u00e9 comum que mineradoras de cobre extraiam mais material do que o estimado devido \u00e0 detona\u00e7\u00e3o de explosivos, entre outros motivos.<\/p>\n\n\n\n

O representante da empresa alegou que \u00e9 cedo para tirar conclus\u00f5es e destacou que “est\u00e3o sendo investigados os diferentes fatos que podem ter causado o sumidouro, entre os quais se destaca a precipita\u00e7\u00e3o registrada no m\u00eas de julho”.<\/p>\n\n\n\n

Os moradores de Tierra Amarilla organizaram um protesto no domingo, e o prefeito, Crist\u00f3bal Z\u00fa\u00f1iga, pediu \u00e0 mineradora que assuma sua responsabilidade, embora n\u00e3o a tenha apontado diretamente como culpada, enquanto aguarda as conclus\u00f5es da investiga\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A ministra de Minas do Chile, Marcela Hernando, prometeu, por sua vez, ir “at\u00e9 as \u00faltimas consequ\u00eancias” para punir os respons\u00e1veis \u200b\u200buma vez que forem identificados.<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/a>
Deserto do Atacama, no Chile, abriga projetos de minera\u00e7\u00e3o importantes – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Quanto mais o buraco vai aumentar<\/h2>\n\n\n\n

Os deslizamentos de terra nas paredes do sumidouro t\u00eam sido constantes nos \u00faltimos dias, a ponto de aumentar seu di\u00e2metro em 450 cm at\u00e9 os atuais 36,5 metros.<\/p>\n\n\n\n

“Primeiro come\u00e7ou a alargar na parte de baixo; depois come\u00e7ou a criar uma forma assim\u00e9trica, e o que est\u00e1 em cima n\u00e3o tem suporte, ent\u00e3o come\u00e7a a cair e vai se alargando de forma lenta mas dramaticamente at\u00e9 chegar \u00e0 forma de cilindro”, observou Far\u00edas, autor do livro Volcanes y terremotos<\/em> (“Vulc\u00f5es e terremotos”, em tradu\u00e7\u00e3o literal).<\/p>\n\n\n\n

Sendo assim, a previs\u00e3o \u00e9 de que o buraco continue a crescer pelo menos at\u00e9 que o di\u00e2metro na superf\u00edcie se iguale ao do fundo, que \u00e9 de 48 metros.<\/p>\n\n\n\n

Mu\u00f1oz acredita, no entanto, que pode aumentar ainda mais se houver novas desestabiliza\u00e7\u00f5es no terreno.<\/p>\n\n\n\n

“De qualquer forma, n\u00e3o poderia ser mais de 200 ou 300 metros, que \u00e9 o que importa para n\u00f3s, porque o povoado mais pr\u00f3ximo fica a 600 metros”, declarou.<\/p>\n\n\n\n

Ele n\u00e3o descartou, no entanto, que este fen\u00f4meno seja reproduzido em outras \u00e1reas da regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“As \u00e1reas que seriam mais suscet\u00edveis \u00e0 ocorr\u00eancia de outros sumidouros tamb\u00e9m est\u00e3o sendo estudadas”, afirmou.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o \u00e9 a primeira vez que um fen\u00f4meno do tipo acontece em Tierra Amarilla.<\/p>\n\n\n\n

Em novembro de 2013, uma cratera de 20 metros de comprimento e 30 metros de largura com 30 metros de profundidade apareceu ap\u00f3s o colapso de uma estrutura subterr\u00e2nea de uma opera\u00e7\u00e3o de minera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Por que \u00e9 circular<\/h2>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m chamou a aten\u00e7\u00e3o que a cratera forme um c\u00edrculo quase perfeito.<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/a>
SERNAGEOMIN<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“A apar\u00eancia redonda de tal buraco se deve \u00e0 forma do colapso”, afirmou Cristian Far\u00edas.<\/p>\n\n\n\n

O geof\u00edsico explicou que o colapso “come\u00e7a em um ponto e se vai se estendendo de forma sim\u00e9trica, ou seja, para todos os lados, radialmente, e isso faz com que tudo que colapsa o fa\u00e7a em c\u00edrculo e pare em algum momento, quando encontra estabilidade.<\/p>\n\n\n\n

“Muitas estruturas de colapsos na natureza ocorrem dessa maneira. Quando os vulc\u00f5es, por exemplo, desmoronam porque o edif\u00edcio vulc\u00e2nico cai devido ao seu pr\u00f3prio peso, ou porque havia fluidos que n\u00e3o est\u00e3o mais l\u00e1, a estrutura que \u00e9 gerada costuma ser bastante circular; \u00e0s vezes, um pouco mais oval, mas mais frequentemente circular”.<\/p>\n\n\n\n

O que vai acontecer com a cratera<\/h2>\n\n\n\n

Ainda n\u00e3o se sabe tamb\u00e9m o que o futuro reserva para o inesperado sumidouro de Tierra Amarilla. O buraco ser\u00e1 tapado ou ficar\u00e1 \u00e0 merc\u00ea das intemp\u00e9ries?<\/p>\n\n\n\n

“A capacidade volum\u00e9trica que este sumidouro tem \u00e9 bastante grande. Para ser honesto, n\u00e3o pode ser tapado facilmente, ent\u00e3o uma solu\u00e7\u00e3o seria cercar esse per\u00edmetro e colocar barreiras de seguran\u00e7a”, avalia o diretor da Red Geocient\u00edfica de Chile.<\/p>\n\n\n\n

Para Mu\u00f1oz, \u00e9 importante “garantir que as pessoas n\u00e3o se aproximem para tirar fotos”, pois podem ocorrer acidentes.<\/p>\n\n\n\n

Ele afirmou ainda que, mesmo que se tentasse tap\u00e1-lo, poderia ser em v\u00e3o devido \u00e0 pr\u00f3pria natureza do buraco.<\/p>\n\n\n\n

“Tem que pensar que parte da terra que caiu n\u00e3o est\u00e1 mais embaixo, porque tem um fluido que \u00e9 a \u00e1gua. Quando caiu, foi como por um rio.”<\/p>\n\n\n\n

O gerente de rela\u00e7\u00f5es p\u00fablicas da mineradora assegurou, por sua vez, que grande parte dos sedimentos teria se acumulado no fundo do buraco, reduzindo sua profundidade de 64 para 62 metros, segundo suas \u00faltimas medi\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Os moradores vizinhos n\u00e3o conseguiam acreditar no que estavam vendo em uma estrada em Tierra Amarilla, cidade de cerca de 15 mil habitantes na regi\u00e3o do Atacama, no norte do Chile. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":178970,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[570,2110,311],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/178969"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=178969"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/178969\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":178974,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/178969\/revisions\/178974"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/178970"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=178969"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=178969"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=178969"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}