{"id":179330,"date":"2022-09-02T18:07:43","date_gmt":"2022-09-02T21:07:43","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=179330"},"modified":"2022-09-02T18:07:50","modified_gmt":"2022-09-02T21:07:50","slug":"saiba-como-a-funai-encontrou-ha-26-anos-o-recem-falecido-indio-do-buraco","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/09\/02\/179330-saiba-como-a-funai-encontrou-ha-26-anos-o-recem-falecido-indio-do-buraco.html","title":{"rendered":"Saiba como a Funai encontrou, h\u00e1 26 anos, o rec\u00e9m-falecido “\u00edndio do buraco”"},"content":{"rendered":"\n
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\u00cdndio que vivia no territ\u00f3rio Tanaru (Foto: Divulga\u00e7\u00e3o\/Funai)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A Funda\u00e7\u00e3o Nacional do \u00cdndio (Funai) lamentou a morte do\u00a0ind\u00edgena conhecido como \u201c\u00cdndio do buraco\u201d ou \u201c\u00cdndio Tanaru\u201d, encontrado sem vida no \u00faltimo dia 24 de agosto,\u00a0segundo revela reportagem da Ag\u00eancia P\u00fablica. O homem vivia isolado em um trecho da\u00a0Amaz\u00f4nia, em Rond\u00f4nia, sendo monitorado e protegido pela entidade h\u00e1 cerca de 26 anos.<\/p>\n\n\n\n

O corpo do morador da Terra Ind\u00edgena Tanaru, que era o\u00a0\u00faltimo sobrevivente de sua\u00a0 comunidade, de etnia desconhecida, foi encontrado dentro de uma rede de dormir em sua palho\u00e7a. A descoberta ocorreu durante uma ronda realizada pela equipe da FPE (Frente de Prote\u00e7\u00e3o Etnoambiental) Guapor\u00e9\/Coordena\u00e7\u00e3o-Geral de \u00cdndios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC).<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o havia vest\u00edgios de pessoas no local, nem de marca\u00e7\u00f5es na mata, sinais de viol\u00eancia ou luta,\u00a0de acordo com nota da Funai.\u00a0Os utens\u00edlios utilizados costumeiramente pelo \u201c\u00cdndio do buraco\u201d estavam ainda em seus devidos lugares.<\/p>\n\n\n\n

No interior da casa do ind\u00edgena havia dois locais de fogo pr\u00f3ximos de sua rede. Registros da funda\u00e7\u00e3o indicaram que a palho\u00e7a \u00e9 a de n\u00famero 53, \u201cseguindo o mesmo padr\u00e3o arquitet\u00f4nico das demais, com uma \u00fanica porta de entrada\/sa\u00edda e sempre com um buraco no interior da casa\u201d,\u00a0de acordo com a nota.<\/p>\n\n\n\n

A Funai disse ainda que, \u201cao que tudo indica, a morte se deu por causas naturais, o que ainda ser\u00e1 confirmado por laudo de m\u00e9dico legista da Pol\u00edcia Federal\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Servidores da funda\u00e7\u00e3o acompanharam o exame do local de morte, realizado pelos policiais federais, junto do Instituto Nacional de Criminal\u00edstica (INC) de Bras\u00edlia e de peritos de Vilhena (RO). Foram usados na investiga\u00e7\u00e3o equipamentos como drone e esc\u00e2ner 3D.<\/p>\n\n\n\n

Primeiro contato<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Registros da Funai sobre o ind\u00edgena isolado datam de 1996, mas apenas no ano seguinte \u00e9 que agentes da funda\u00e7\u00e3o conseguiram travar contato visual com ele. A busca foi comandada por Altair Algayer, chefe da Frente de Prote\u00e7\u00e3o Etno-Ambiental do Rio Guapor\u00e9.<\/p>\n\n\n\n

Segundo a\u00a0ag\u00eancia Amaz\u00f4nia<\/em>, o “\u00cdndio do buraco” foi localizado em uma \u00e1rea de mata sob interdi\u00e7\u00e3o judicial com aproximadamente 5 mil hectares (50 km\u00b2), entre diversas grandes fazendas. Por causa da dist\u00e2ncia entre sua moradia e ro\u00e7a, e da for\u00e7a empregada nos cortes de \u00e1rvores do ind\u00edgena, tudo indicava que ele estava bem de sa\u00fade e trabalhando para sua sobreviv\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

Algayer contou que, em um encontro do “\u00cdndioTanaru” com uma expedi\u00e7\u00e3o da Funai, em novembro de 2005, um dos integrantes foi flechado no peito pelo\u00a0homem\u00a0isolado, o que seria uma rea\u00e7\u00e3o aos massacres provocados pelo “branco” contra seu povo.<\/p>\n\n\n\n

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A casa do ‘\u00cdndio do buraco’ em fotografia de 2005 (Foto: Survival International)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

De acordo com o\u00a0El Mundo<\/em>, o indigenista Marcelo dos Santos, que trabalhou na prote\u00e7\u00e3o do ind\u00edgena, escreveu em seu relat\u00f3rio de expedi\u00e7\u00e3o que, na primeira viagem, os pesquisadores seguiram o rastro do indiv\u00edduo por dias, at\u00e9 encontrarem uma cabana com um buraco e uma pequena clareira onde ele cultivava mandioca.<\/p>\n\n\n\n

\u201cPouco depois, o encontramos sentado em frente \u00e0 porta. Tentamos conversar com ele, oferecemos milho, machado, nossos guias \u00edndios dan\u00e7avam e faziam rituais de cura para atrair sua aten\u00e7\u00e3o e confian\u00e7a… Mas ele s\u00f3 respondeu com flechas”, escreveu Santos.<\/p>\n\n\n\n

V\u00edtima de massacre<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Apesar de nunca ter se concretizado uma comunica\u00e7\u00e3o direta com o \u201c\u00cdndio do buraco\u201d, acredita-se que seu\u00a0grupo tenha sido assassinado. Uma hip\u00f3tese diz que ele teria sobrevivido a dois massacres sucessivos \u2014 o primeiro, um envenenamento por volta de 1985; o segundo, em 1996, quando foram achados cartuchos de bala e restos de uma aldeia sob marcas das rodas de tratores.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o\u00a0Google Arts & Culture,<\/em>\u00a0ningu\u00e9m nunca soube a l\u00edngua do ind\u00edgena. O pouco de informa\u00e7\u00e3o que se tinha era que ele fazia buracos dentro das casas onde vivia, por isso o nome \u201c\u00cdndio do Buraco\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Apenas alguns meses antes da primeira vis\u00e3o do ind\u00edgena, conforme o\u00a0The Washington Post,\u00a0<\/em>Santos e Algayer haviam contatado uma tribo isolada de \u00edndios Kano\u00ea reduzida a cinco sobreviventes. O povo estava pr\u00f3ximo do rio Omer\u00ea, afluente do Corumbiara.<\/p>\n\n\n\n

Os kano\u00ea tamb\u00e9m haviam sido massacrados, contudo, n\u00e3o s\u00f3 aceitaram a presen\u00e7a do \u201chomem branco\u201d como tamb\u00e9m ajudaram a procurar vest\u00edgios do \u201c\u00cdndio do Buraco\u201d. Em meio as buscas, encontrou-se tamb\u00e9m outra etnia, os Akun\u2019su (ou Akuntsu), que estavam na mesma regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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