{"id":179493,"date":"2022-09-12T18:37:59","date_gmt":"2022-09-12T21:37:59","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=179493"},"modified":"2022-09-12T18:38:02","modified_gmt":"2022-09-12T21:38:02","slug":"o-que-e-o-episodio-triplo-de-la-nina-que-preocupa-a-onu","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/09\/12\/179493-o-que-e-o-episodio-triplo-de-la-nina-que-preocupa-a-onu.html","title":{"rendered":"O que \u00e9 o ‘epis\u00f3dio triplo’ de La Ni\u00f1a que preocupa a ONU"},"content":{"rendered":"\n
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O prolongamento do La Ni\u00f1a agravar\u00e1 a seca no Chifre da \u00c1frica, que amea\u00e7a a subsist\u00eancia de cerca de 18 milh\u00f5es de pessoas, alerta a OMM – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A Organiza\u00e7\u00e3o Meteorol\u00f3gica Mundial (OMM) alertou que existe o risco de 2022 ter o terceiro epis\u00f3dio consecutivo do fen\u00f4meno clim\u00e1tico La Ni\u00f1a.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A ag\u00eancia meteorol\u00f3gica da Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas (ONU) alertou que h\u00e1 70% de probabilidade de que esse fen\u00f4meno continue durante os meses de setembro e novembro deste ano.<\/p>\n\n\n\n

Se isso acontecer, ser\u00e1 a primeira vez neste s\u00e9culo que h\u00e1 um “epis\u00f3dio triplo” do La Ni\u00f1a.<\/p>\n\n\n\n

O fen\u00f4meno clim\u00e1tico atual teve in\u00edcio em setembro de 2020.<\/p>\n\n\n\n

Se durar at\u00e9 o final do ano, atingir\u00e1 tr\u00eas invernos consecutivos, raz\u00e3o pela qual \u00e9 considerado um “epis\u00f3dio triplo”.<\/p>\n\n\n\n

A OMM tamb\u00e9m estimou que h\u00e1 55% de chance de que o La Ni\u00f1a continue at\u00e9 fevereiro de 2023.<\/p>\n\n\n\n

O que \u00e9 a La Ni\u00f1a?<\/h2>\n\n\n\n

Os fen\u00f4menos La Ni\u00f1a e El Ni\u00f1o s\u00e3o as duas fases opostas do mesmo padr\u00e3o clim\u00e1tico, conhecido entre os cientistas como El Ni\u00f1o-Oscila\u00e7\u00e3o Sul (Enso).<\/p>\n\n\n\n

O Enso \u00e9 um fen\u00f4meno natural em que a temperatura superficial no Oceano Pac\u00edfico, pr\u00f3ximo da Linha do Equador, se altera. E isso tem consequ\u00eancias importantes para o clima ao redor do planeta.<\/p>\n\n\n\n

O El Ni\u00f1o \u00e9 a fase quente e geralmente aparece primeiro.<\/p>\n\n\n\n

Ele ocorre quando as condi\u00e7\u00f5es de press\u00e3o do ar mudam, enfraquecendo os ventos al\u00edsios no Hemisf\u00e9rio Sul do Pac\u00edfico.<\/p>\n\n\n\n

Assim s\u00e3o conhecidos os ventos que costumam soprar de leste a oeste naquele oceano, desde regi\u00f5es subtropicais de alta press\u00e3o at\u00e9 zonas equatoriais de baixa press\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

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Os ventos al\u00edsios transportam \u00e1guas superficiais quentes da zona equatorial da costa da Am\u00e9rica do Sul em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 \u00c1sia, do outro lado do Pac\u00edfico.<\/p>\n\n\n\n

Isso faz com que as \u00e1guas das profundezas, que s\u00e3o mais frias, subam em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 superf\u00edcie.<\/p>\n\n\n\n

Mas quando esses ventos enfraquecem, ou sopram na dire\u00e7\u00e3o oposta, eles carregam \u00e1gua quente do Sudeste Asi\u00e1tico para a Am\u00e9rica do Sul.<\/p>\n\n\n\n

O La Ni\u00f1a \u00e9 justamente o oposto: quando os ventos al\u00edsios s\u00e3o muito fortes, a subida das \u00e1guas frias profundas \u00e9 acelerada e a temperatura do mar cai abaixo do normal.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 por isso que o La Ni\u00f1a \u00e9 considerado a fase fria do fen\u00f4meno.<\/p>\n\n\n\n

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Geralmente, entre as duas fases, h\u00e1 um per\u00edodo conhecido como “zona neutra”, em que nenhum dos dois eventos s\u00e3o notavelmente ativos e as temperaturas ficam na m\u00e9dia.<\/p>\n\n\n\n

O climatologista Alfredo Alpio Costa, especialista em mudan\u00e7as clim\u00e1ticas do Instituto Ant\u00e1rtico Argentino, explica que o Enso \u00e9 bem irregular. Os ciclos de in\u00edcio do El Ni\u00f1o e o t\u00e9rmino do La Ni\u00f1a podem demorar entre dois e sete anos.<\/p>\n\n\n\n

Mas esses dois fen\u00f4menos nem sempre se alternam de forma regular. \u00c0s vezes, como est\u00e1 acontecendo agora, apenas uma das fases se repete v\u00e1rias vezes, sem que o oposto apare\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

“Faz muitas d\u00e9cadas que n\u00e3o vemos tr\u00eas Las Ni\u00f1as consecutivos”, observa o especialista.<\/p>\n\n\n\n

As consequ\u00eancias<\/h2>\n\n\n\n

Costa destaca que o Enso gera impacto em grande parte do mundo porque “a extens\u00e3o do Oceano Pac\u00edfico equatorial \u00e9 t\u00e3o vasta que acaba afetando os padr\u00f5es clim\u00e1ticos em escala global”.<\/p>\n\n\n\n

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GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Sobre o La Ni\u00f1a, ele afirma que o evento provoca mudan\u00e7as nas Am\u00e9ricas, na \u00c1sia, na \u00c1frica e na Oceania, “mas n\u00e3o tanto na Europa”, onde o clima \u00e9 afetado por outros fatores meteorol\u00f3gicos.<\/p>\n\n\n\n

“Os efeitos do La Ni\u00f1a no mundo s\u00e3o muito variados: no leste da Argentina, no sul do Brasil e no Uruguai, produz seca”, detalha.<\/p>\n\n\n\n

“Por\u00e9m, no nordeste do Brasil, no norte da Austr\u00e1lia e no sudeste da \u00c1sia \u00e9 o oposto, com aumento das chuvas. E partes de China, \u00cdndia e Jap\u00e3o, al\u00e9m do oeste do Canad\u00e1 e sul do Alasca (EUA) acabam afetadas por temperaturas mais baixas do que o esperado”, diz.<\/p>\n\n\n\n

“A \u00c1frica Oriental tamb\u00e9m \u00e9 atingida pela seca”, alerta.<\/p>\n\n\n\n

Num relat\u00f3rio sobre “o primeiro epis\u00f3dio triplo de La Ni\u00f1a deste s\u00e9culo”, o secret\u00e1rio-geral da OMM, Petteri Taalas, destacou o impacto que o fen\u00f4meno ter\u00e1 neste continente.<\/p>\n\n\n\n

“Infelizmente, os dados mais recentes sobre o La Ni\u00f1a confirmam proje\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas regionais que apontavam para um agravamento da devastadora seca no Chifre da \u00c1frica, cujas consequ\u00eancias afetar\u00e3o milh\u00f5es de pessoas”, escreve.<\/p>\n\n\n\n

Estima-se que 18 milh\u00f5es de indiv\u00edduos enfrentam fome severa como resultado da pior seca da regi\u00e3o em 40 anos.<\/p>\n\n\n\n

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O Chifre da \u00c1frica est\u00e1 passando pela pior seca em 40 anos – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Mudan\u00e7a clim\u00e1tica?<\/h2>\n\n\n\n

A ONU esclarece que o Enso n\u00e3o \u00e9 causado pelas mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

“Trata-se de um fen\u00f4meno natural recorrente que vem acontecendo h\u00e1 milhares de anos”, diz a ag\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, ela destaca que “alguns cientistas acreditam que [El Ni\u00f1o e La Ni\u00f1a] podem se tornar mais intensos e\/ou mais frequentes como resultado das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, embora ainda n\u00e3o esteja 100% claro exatamente como isso tudo acontece”.<\/p>\n\n\n\n

“As mudan\u00e7as clim\u00e1ticas provavelmente afetar\u00e3o o El Ni\u00f1o e o La Ni\u00f1a, em termos de eventos extremos. Pesquisas adicionais ajudar\u00e3o a separar a variabilidade clim\u00e1tica natural de quaisquer tend\u00eancias relacionadas \u00e0s atividades humanas”, conclui o relat\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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