{"id":179556,"date":"2022-09-13T18:39:26","date_gmt":"2022-09-13T21:39:26","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=179556"},"modified":"2022-09-13T18:39:29","modified_gmt":"2022-09-13T21:39:29","slug":"agricultura-causa-mais-de-90-do-desmatamento-em-florestas-tropicais-aponta-estudo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/09\/13\/179556-agricultura-causa-mais-de-90-do-desmatamento-em-florestas-tropicais-aponta-estudo.html","title":{"rendered":"Agricultura causa mais de 90% do desmatamento em florestas tropicais, aponta estudo"},"content":{"rendered":"\n
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A expectativa, segundo comunicado \u00e0 imprensa, \u00e9 que os dados sejam abordados na COP 15 ainda este ano (Foto: Getty Images)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Estudo publicado na revista Science revela que entre 90% e 99% do\u00a0desmatamento\u00a0que ocorre nos tr\u00f3picos \u00e9 causado direta ou indiretamente pela agricultura. O valor \u00e9 superior a 80%, n\u00famero mais citado na \u00faltima d\u00e9cada e, embora a rela\u00e7\u00e3o entre agricultura e desmatamento n\u00e3o seja novidade, at\u00e9 aqui as estimativas eram bastante imprecisas e apontavam que algo em torno de 4,3 a 9,6 milh\u00f5es de hectares de floresta foram convertidos em terras agr\u00edcolas nos tr\u00f3picos (apenas entre 2011 e 2015). Faixa que agora foi estreitada para 6,4 a 8,8 milh\u00f5es de hectares por ano.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m dos dados macros, a pesquisa destaca outras informa\u00e7\u00f5es que podem ajudar a guiar resolu\u00e7\u00f5es para o desmatamento. Florence Pendrill, principal autora do estudo na Chalmers University of Technology (Su\u00e9cia), destaca, por exemplo, uma que o que mais surpeende os cientistas foi \u201cque uma parcela comparativamente menor do desmatamento \u2013 entre 45% e 65% \u2013 resulta na expans\u00e3o de uma produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola real nas terras desmatadas\u201d. Assim,como explica o Prof. Patrick Meyfroidt, da UCLouvain e F.R.S.-FNRS (B\u00e9lgica),\u00a0 \u201cuma grande pe\u00e7a do quebra-cabe\u00e7a \u00e9 o quanto o desmatamento \u00e9 \u2018para nada\u2019\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Segundo os pesquisadores, embora a agricultura seja o motor final, as\u00a0florestas\u00a0e outros ecossistemas s\u00e3o frequentemente desmatados para especula\u00e7\u00e3o de terras que nunca se materializaram, projetos que foram abandonados ou mal concebidos, terras que se mostraram impr\u00f3prias para o cultivo, bem como devido a\u00a0inc\u00eandios\u00a0que se espalharam pelas florestas vizinhas \u00e0s \u00e1reas desmatadas.<\/p>\n\n\n\n

O estudo ainda destaca que um grupo espec\u00edfico de commodities \u00e9 respons\u00e1vel pela maior parte do desmatamento ligado \u00e0 produ\u00e7\u00e3o ativa de terras agr\u00edcolas. Segundo os dados analisados, mais da metade dos desmatamentos est\u00e1 ligada apenas a pastagens,\u00a0soja\u00a0e produ\u00e7\u00e3o de \u00f3leo de palma (dend\u00ea). Tamb\u00e9m chama a aten\u00e7\u00e3o as defici\u00eancias que ainda existem em iniciativas espec\u00edficas do setor, j\u00e1 que no geral elas n\u00e3o lidam com os impactos indiretos da sua produ\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

\u201cFortalecer a governan\u00e7a florestal e o uso da terra nos pa\u00edses produtores deve ser o objetivo final de qualquer resposta pol\u00edtica. A cadeia de suprimentos e as medidas do lado da demanda devem ser projetadas de uma forma que tamb\u00e9m aborda as formas subjacentes e indiretas pelas quais a agricultura est\u00e1 ligada ao desmatamento. Eles precisam impulsionar melhorias no desenvolvimento rural\u00a0sustent\u00e1vel, caso contr\u00e1rio, podemos esperar que as taxas de desmatamento permane\u00e7am teimosamente altas em muitos lugares\u201d, explicou o Dr. Toby Gardner, do Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo e Diretor da iniciativa de transpar\u00eancia da cadeia de suprimentos, Trase.<\/p>\n\n\n\n

Os cientestistas ainda destacam tr\u00eas lacunas cr\u00edticas onde uma base de evid\u00eancias mais forte \u00e9 necess\u00e1ria para direcionar os esfor\u00e7os e reduzir o desmatamento. \u201cA primeira \u00e9 que, sem um produto de dados global e temporalmente consistente sobre desmatamento, n\u00e3o podemos ter certeza sobre as tend\u00eancias gerais de convers\u00e3o. A segunda \u00e9 que, com exce\u00e7\u00e3o do dend\u00ea e da soja, carecemos de dados sobre a cobertura e expans\u00e3o de commodities espec\u00edficas para saber quais s\u00e3o mais importantes, com nossa compreens\u00e3o de pastagens e pastagens globais sendo especialmente terr\u00edvel. A terceira \u00e9 que sabemos comparativamente muito pouco sobre florestas tropicais secas e florestas na \u00c1frica\u201d, explica o professor Martin Persson, da Chalmers University of Technology.<\/p>\n\n\n\n

Essa pesquisa \u00e9 uma colabora\u00e7\u00e3o entre muitos dos principais especialistas em desmatamento do mundo, incluindo o pesquisador brasileiro Tasso Azevedo, Coordenador de iniciativas MapBiomas & SEEG. A expectativa, segundo comunicado \u00e0 imprensa, \u00e9 que os dados sejam abordados na COP 15, que ocorre no fim do ano, a fim de garantir que os esfor\u00e7os urgentes para combater o desmatamento sejam guiados e avaliados por uma base de evid\u00eancias adequada ao prop\u00f3sito.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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