{"id":179746,"date":"2022-09-22T19:02:30","date_gmt":"2022-09-22T22:02:30","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=179746"},"modified":"2022-09-22T19:02:39","modified_gmt":"2022-09-22T22:02:39","slug":"sobreviveriamos-a-altas-taxas-de-co2-como-os-dinossauros-estudo-responde","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/09\/22\/179746-sobreviveriamos-a-altas-taxas-de-co2-como-os-dinossauros-estudo-responde.html","title":{"rendered":"Sobreviver\u00edamos a altas taxas de CO2 como os dinossauros? Estudo responde"},"content":{"rendered":"\n
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Poder\u00edamos sobreviver a altas taxas de CO2 como os dinossauros? (Foto: Chris Leboutillier\/ Unsplash)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

H\u00e1 cerca de 200 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s, a concentra\u00e7\u00e3o de\u00a0di\u00f3xido de carbono\u00a0do mundo subiu para 6 mil partes por milh\u00e3o (ppm), e as plantas e animais que habitavam a\u00a0Terra\u00a0continuaram vivos. Hoje, o aquecimento global faz com que o CO2 aumente em n\u00edveis alt\u00edssimos. Mas ser\u00e1 que os seres humanos conseguiriam prosperar em um planeta inundado de di\u00f3xido de carbono?<\/p>\n\n\n\n

Um novo estudo conduzido por Paul Olsen, ge\u00f3logo e paleont\u00f3logo da Columbia Climate School, procurou entender os n\u00edveis de CO2 ao longo da hist\u00f3ria e relacionar com as atuais taxas, que bateram recorde em 2021, com 414,72 ppm.<\/p>\n\n\n\n

Embora ningu\u00e9m estivesse por perto para medir a concentra\u00e7\u00e3o de CO2 da\u00a0atmosfera\u00a0milh\u00f5es de anos atr\u00e1s, os paleoclimatologistas conseguem reconstruir a temperatura e os n\u00edveis de di\u00f3xido de carbono estudando a composi\u00e7\u00e3o de n\u00facleos de gelo, an\u00e9is de \u00e1rvores,\u00a0corais, p\u00f3len antigo e rochas sedimentares.<\/p>\n\n\n\n

Durante o\u00a0Per\u00edodo Cambriano, que durou de 542 milh\u00f5es a 485,4 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s, a estimativa \u00e9 que os n\u00edveis de CO2 podem ter sido cerca de 20 vezes maiores do que os de hoje, e as temperaturas foram 10\u00baC mais quentes.<\/p>\n\n\n\n

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Paul Olsen, ge\u00f3logo e paleontologista da Columbia Climate School (Foto: Kevin Krajick\/Columbia Climate School)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ainda assim, foi nesse per\u00edodo que uma gama de criaturas marinhas apareceram, al\u00e9m das primeiras plantas come\u00e7arem a criar ra\u00edzes, provavelmente desfrutando de altos n\u00edveis de di\u00f3xido de carbono atmosf\u00e9rico.<\/p>\n\n\n\n

J\u00e1 no\u00a0Per\u00edodo Tri\u00e1ssico\u00a0(252 a 201 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s), a chamada\u00a0Era dos dinossauros, as taxas eram cinco vezes maiores que os n\u00edveis atuais. E, mesmo assim, r\u00e9pteis, crocodilianos, p\u00e1ssaros e dinossauros viviam bem.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com Olsen, a maioria dos pesquisadores acredita que os eventos de\u00a0extin\u00e7\u00e3o em massa\u00a0do final do Tri\u00e1ssico est\u00e3o diretamente ligados \u00e0 erup\u00e7\u00f5es vulc\u00e2nicas generalizadas. Essas erup\u00e7\u00f5es foram associadas a uma duplica\u00e7\u00e3o abrupta para a triplica\u00e7\u00e3o do di\u00f3xido de carbono atmosf\u00e9rico em pouco tempo.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 bastante compar\u00e1vel ao que os humanos est\u00e3o fazendo com o planeta agora”, disse o pesquisador norte-americano,\u00a0em comunicado.\u00a0Um estudo de 2019\u00a0revelou que as atividades humanas est\u00e3o liberando anualmente at\u00e9 100 vezes mais carbono na atmosfera do que os vulc\u00f5es que ocasionaram na extin\u00e7\u00e3o da maioria das esp\u00e9cies do Tri\u00e1ssico.<\/p>\n\n\n\n

Cientistas do clima alertam que, no pr\u00f3ximo s\u00e9culo, a taxa de mudan\u00e7a ser\u00e1 10 vezes mais r\u00e1pida do que qualquer padr\u00e3o clim\u00e1tico que se desenrolou nos \u00faltimos 65 milh\u00f5es de anos. Por causa da r\u00e1pida taxa de aquecimento de hoje, at\u00e9 14% de todas as plantas e animais terrestres podem enfrentar a extin\u00e7\u00e3o nas pr\u00f3ximas d\u00e9cadas, de acordo com um relat\u00f3rio do\u00a0Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

O planeta Terra at\u00e9 tem mecanismos para \u201csugar\u201d todo esse di\u00f3xido de carbono, seja sendo absorvido pelo oceano, pelo intemperismo das rochas ou pela fotoss\u00edntese. \u201cMas, quando a Terra experimenta mudan\u00e7as r\u00e1pidas nas concentra\u00e7\u00f5es de CO2 atmosf\u00e9rico \u2013 como o que estamos experimentando hoje por causa das\u00a0atividades humanas\u00a0\u2013, esses tr\u00eas mecanismos n\u00e3o respondem r\u00e1pido o suficiente para compensar as taxas impressionantes de mudan\u00e7a\u201d, explicou Olsen, em comunicado.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Mas ser\u00e1 que os humanos poderiam sobreviver a condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas hostis como as da era dos dinossauros? Embora a Terra tenha visto in\u00fameras flutua\u00e7\u00f5es nos n\u00edveis de di\u00f3xido de carbono no passado, a maioria delas ocorreu em taxas mais lentas, tornando poss\u00edvel que os organismos se adaptassem e evolu\u00edssem \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. Isso \u00e9 menos prov\u00e1vel no ritmo acelerado de aquecimento de hoje.<\/p>\n\n\n\n

A hip\u00f3tese de Olsen \u00e9 a de que, mesmo com os n\u00edveis extremamente altos de CO2 atmosf\u00e9rico que foram registrados durante a era dos dinossauros (de at\u00e9 6.000 ppm), os humanos poderiam, sim, sobreviver, mas gra\u00e7as a avan\u00e7os tecnol\u00f3gicos, e n\u00e3o \u00e0\u00a0evolu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, altas taxas de mudan\u00e7a clim\u00e1tica em curtos per\u00edodos ocasionariam rupturas sociais associadas a\u00a0recursos limitados de alimentos e \u00e1gua,\u00a0alerta Olsen. Isso significa que poder\u00edamos sobreviver, mas n\u00e3o ter\u00edamos uma qualidade de vida invej\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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