{"id":179880,"date":"2022-09-30T18:15:44","date_gmt":"2022-09-30T21:15:44","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=179880"},"modified":"2022-09-30T18:15:48","modified_gmt":"2022-09-30T21:15:48","slug":"oscilacao-lunar-pode-ter-contribuido-para-maior-morte-de-mangue-do-mundo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/09\/30\/179880-oscilacao-lunar-pode-ter-contribuido-para-maior-morte-de-mangue-do-mundo.html","title":{"rendered":"Oscila\u00e7\u00e3o lunar pode ter contribu\u00eddo para maior morte de mangue do mundo"},"content":{"rendered":"\n
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Imagens a\u00e9reas de morte de mangue no Golfo de Carpent\u00e1ria em meados de 2016 (Foto: Professor Norm Duke\/James Cook University)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Pesquisadores acreditavam que o\u00a0fen\u00f4meno El Ni\u00f1o, que move a \u00e1gua marinha para o leste do Pac\u00edfico, diminuiu o\u00a0n\u00edvel do mar, sendo culpado por matar de sede 40 milh\u00f5es de manguezais em 2015. Por\u00e9m, descobriu-se agora que o tr\u00e1gico evento foi impulsionado tamb\u00e9m pela oscila\u00e7\u00e3o da\u00a0\u00f3rbita da Lua.<\/p>\n\n\n\n

Essa conclus\u00e3o inesperada est\u00e1 em um estudo publicado em 14 de setembro na revista\u00a0Science Advances<\/em>. O epis\u00f3dio fatal \u2014 considerado a maior morte de um ecossistema de mangue no mundo \u2014 ocorreu ao longo de mil quil\u00f4metros de costa no Golfo de Carpentaria, na\u00a0Austr\u00e1lia.<\/p>\n\n\n\n

Para reavaliarem o que ocorreu, os autores da pesquisa examinaram imagens de sat\u00e9lite de 1987 a 2020, notando evid\u00eancias claras de que a oscila\u00e7\u00e3o orbital da\u00a0Lua\u00a0contribuiu para os \u00f3bitos das \u00e1rvores, que ficaram com as ra\u00edzes ressecadas.<\/p>\n\n\n\n

Os manguezais, n\u00e3o por acaso, tinham um ciclo de crescimento e morte na mesma escala de tempo da oscila\u00e7\u00e3o orbital do sat\u00e9lite. O fen\u00f4meno que faz a \u00f3rbita da Lua oscilar \u00e9 conhecido desde 1728 e acontece pois o astro n\u00e3o gira de modo plano, mas inclinado. Com isso, o ciclo lunar \u00e9 de 18,6 anos terrestres \u2014 metade dos quais as mar\u00e9s s\u00e3o suprimidas, sendo elevadas no outro restante do tempo.<\/p>\n\n\n\n

\u201cQuando analisamos detalhadamente o momento dos picos e vales do ciclo lunar, ele combinou perfeitamente com as mudan\u00e7as na cobertura do dossel de mangue \u2013 um daqueles momentos ‘Eureka!’ que voc\u00ea tem algumas vezes em sua carreira\u201d, relata Neil Saintilan, autor principal da pesquisa, ao site\u00a0Science Alert.<\/em><\/p>\n\n\n\n

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Morte de mangue no Golfo de Carpent\u00e1ria em 2016 (Foto: James Cook University )<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Contudo, em artigo ao site\u00a0The Conversation<\/em>, o pesquisador afirma que os mangues em outros lugares tamb\u00e9m deveriam ter sido atingidos: as mortes foram em grande parte s\u00f3 no Golfo de Carpentaria. Isso sugere que, embora o El Ni\u00f1o possa ter contribu\u00eddo com a trag\u00e9dia no ecossistema, a\u00a0oscila\u00e7\u00e3o orbital da Lua tamb\u00e9m teve muita influ\u00eancia, pois ela muda a forma como a\u00a0gravidade lunar\u00a0atrai os oceanos do mundo.<\/p>\n\n\n\n

Quando as mar\u00e9s est\u00e3o mais altas, a \u00e1gua inunda os manguezais e traz nutrientes, que aceleram o crescimento. Mas quando est\u00e3o mais baixas, as \u00e1rvores n\u00e3o conseguem a \u00e1gua de que precisam. Ao longo de 2015 e 2016, a oscila\u00e7\u00e3o orbital lunar reduziu o alcance das mar\u00e9s no Golfo de Carpentaria em cerca de 40 cm.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o pesquisador, as costas do norte pr\u00f3ximas ao golfo estavam na fase de mar\u00e9 grande e alta produtividade do ciclo de 18,6 anos, logo, estavam protegidas do El Ni\u00f1o. Por\u00e9m, no pr\u00f3prio Golfo de Carpentaria, a fase de mar\u00e9 baixa do ciclo de oscila\u00e7\u00e3o combinou-se com o fen\u00f4meno atmosf\u00e9rico-oce\u00e2nico. \u201cN\u00edveis mais baixos do mar e amplitudes de mar\u00e9 mais baixas empurraram os\u00a0manguezais\u00a0para o limite\u201d, concluiu.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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