{"id":179887,"date":"2022-09-30T18:25:31","date_gmt":"2022-09-30T21:25:31","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=179887"},"modified":"2022-09-30T18:25:34","modified_gmt":"2022-09-30T21:25:34","slug":"asteroides-meteoros-e-cometas-entenda-a-diferenca-entre-eles","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/09\/30\/179887-asteroides-meteoros-e-cometas-entenda-a-diferenca-entre-eles.html","title":{"rendered":"Asteroides, meteoros e cometas: entenda a diferen\u00e7a entre eles"},"content":{"rendered":"\n
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Eventualmente, temos not\u00edcias sobre o surgimento de fen\u00f4menos luminosos\u00a0rasgando os c\u00e9us\u00a0pelo mundo. Esses eventos s\u00e3o chamados muitas vezes de meteoros, outras vezes de asteroides ou de\u00a0cometas. No entanto, esses nomes designam coisas diferentes.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Para entender exatamente o que s\u00e3o esses objetos, \u00e9 preciso voltar um pouco na hist\u00f3ria at\u00e9 o momento em que todos pertenciam \u00e0 mesma coisa: o p\u00f3. Sim, no princ\u00edpio do\u00a0Sistema Solar, tudo que existia era uma enorme nuvem de gases e poeira c\u00f3smica em forma de disco, girando em torno de um centro de gravidade comum.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

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Representa\u00e7\u00e3o art\u00edstica de um disco de poeira e g\u00e1s, semelhante ao que era o Sistema Solar em forma\u00e7\u00e3o. Cr\u00e9ditos: ESO\/L. Cal\u00e7ada<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O hidrog\u00eanio e o h\u00e9lio eram, e ainda s\u00e3o, os elementos mais abundantes do universo e, devido \u00e0 a\u00e7\u00e3o da gravidade, eles come\u00e7aram a se concentrar no centro dessa nuvem, formando uma enorme esfera de gases.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Em algum momento, h\u00e1 cerca de 4,6 bilh\u00f5es de anos, uma explos\u00e3o de supernova ocorreu em nossa vizinhan\u00e7a, e o calor liberado por esse evento forneceu a energia que faltava para que aquela imensa esfera de g\u00e1s iniciasse o processo de fus\u00e3o nuclear em seu interior, dando origem ao nosso Sol.<\/p>\n\n\n\n

Em torno do astro, as part\u00edculas de poeira c\u00f3smica derreteram com o calor e come\u00e7aram a se aglutinar em pequenas got\u00edculas de metal e rocha derretidos. Os ventos solares varreram os materiais mais vol\u00e1teis, como gases e \u00e1gua, para as regi\u00f5es mais distantes do Sistema Solar. Tanto esses gases quanto as got\u00edculas de material derretido come\u00e7aram a se solidificar \u00e0 medida que a temperatura ca\u00eda, continuando a se chocar e se fundir.<\/p>\n\n\n\n

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Durante a forma\u00e7\u00e3o do Sistema Solar, materiais mais vol\u00e1teis foram ejetados para regi\u00f5es mais distantes. Imagem: Sergey Nivens \u2013 Shutterstock<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ap\u00f3s alguns milh\u00f5es de anos, esse processo j\u00e1 havia formado todos os planetas do nosso sistema: os rochosos, mais pr\u00f3ximos do Sol (Merc\u00fario, V\u00eanus, Terra e\u00a0Marte), e, um pouco mais afastados, os gigantes gasosos (J\u00fapiter, Saturno, Urano e Netuno).\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Em torno de v\u00e1rios desses planetas, tamb\u00e9m se desenvolveram sat\u00e9lites, cada um com um processo de forma\u00e7\u00e3o distinto. Alguns, juntos com o planeta, outros, capturados por sua gravidade. E, em alguns casos,\u00a0como parece ser o da Lua, a partir do material ejetado de um grande impacto com o corpo planet\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n

Enquanto uma boa parte do material presente naquela nuvem de g\u00e1s e poeira foi destinado para formar o Sol, os planetas e os sat\u00e9lites, outra parcela tamb\u00e9m se aglutinou e formou corpos menores, os chamados planetas an\u00f5es. No entanto, ainda assim, sobrou muito material de constru\u00e7\u00e3o do Sistema Solar.<\/p>\n\n\n\n

Ainda hoje, uma quantidade significativa de mat\u00e9ria remanescente do processo de forma\u00e7\u00e3o orbita o Sol, e \u00e9 justamente dessas sobras que surgem os meteoros, meteoritos, cometas e asteroides.<\/p>\n\n\n\n

O colunista do\u00a0Olhar Digital\u00a0<\/strong>Marcelo Zurita, presidente da Associa\u00e7\u00e3o Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astron\u00f4mica Brasileira (SAB), diretor t\u00e9cnico da\u00a0 Rede Brasileira de Observa\u00e7\u00e3o de Meteoros (BRAMON) e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil, explica abaixo o que \u00e9 cada um desses fen\u00f4menos.<\/p>\n\n\n\n

Asteroides<\/strong><\/h2>\n\n\n\n

Asteroides t\u00eam formatos irregulares, pois, diferentemente dos planetas, n\u00e3o t\u00eam massa suficiente para assumir uma forma esf\u00e9rica. Eles s\u00e3o pequenos em sua maioria, com poucos metros de largura, mas alguns podem ter centenas de quil\u00f4metros.<\/p>\n\n\n\n

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Imagem aproximada do asteroide Ryugu. Imagem: JAXA\/Reprodu\u00e7\u00e3o<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O Sistema Solar est\u00e1 repleto desses objetos, a maioria deles rodeando o Sol entre as \u00f3rbitas de Marte e J\u00fapiter, em uma regi\u00e3o conhecida como Cintur\u00e3o Principal de Asteroides. Entretanto, eles podem ser encontrados em toda a vizinhan\u00e7a, inclusive se aproximando perigosamente da Terra. Sempre que um asteroide se aproxima do nosso planeta causa um grande alvoro\u00e7o nas redes sociais e v\u00e1rias previs\u00f5es apocal\u00edpticas, que nunca se confirmam.<\/p>\n\n\n\n

Pela defini\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Astron\u00f4mica Internacional, para ser considerado um asteroide, o objeto deve ter, pelo menos, um metro de di\u00e2metro m\u00e9dio. Objetos que orbitam o Sol e que sejam menores que um metro devem ser chamados de meteoroides.<\/p>\n\n\n\n

Cometas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n

As regi\u00f5es mais distantes do Sistema Solar abrigam pequenos corpos gelados formados essencialmente de gelo e gases congelados. S\u00e3o parte daquele material que foi levado para longe pelos ventos solares no per\u00edodo de forma\u00e7\u00e3o do nosso sistema.<\/p>\n\n\n\n

A grande maioria desses objetos est\u00e1 al\u00e9m da \u00f3rbita de Netuno, mas, eventualmente, alguns deles s\u00e3o arremessados para o interior do Sistema Solar e formam os cometas.<\/p>\n\n\n\n

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O cometa Hale-Bopp, que passou pelo nosso Sistema Solar interno em 1997. Imagem: ESO\/E. Slawik<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Quando se aproximam da \u00f3rbita de J\u00fapiter, o calor do Sol faz evaporar os materiais mais vol\u00e1teis que comp\u00f5em o cometa, formando uma t\u00eanue atmosfera em torno do n\u00facleo chamada de coma. <\/p>\n\n\n\n

Ao atingirem o cometa, os ventos solares arrastam parte da coma na dire\u00e7\u00e3o oposta ao Sol, formando uma enorme cauda. Tanto a coma quanto a cauda de um cometa brilham devido \u00e0 ioniza\u00e7\u00e3o de seus gases pelo astro rei.<\/p>\n\n\n\n

Cometas s\u00e3o, em sua maioria, relativamente pequenos, com apenas algumas dezenas de metros de largura. Alguns deles, no entanto, podem medir v\u00e1rios quil\u00f4metros e ter material vol\u00e1til suficiente para formar uma coma maior que J\u00fapiter e uma cauda que pode se estender por v\u00e1rios milh\u00f5es de quil\u00f4metros, criando um espet\u00e1culo observ\u00e1vel a olho nu por v\u00e1rias noites \u2013 algo raro mas que, quando ocorre, \u00e9 o fen\u00f4meno astron\u00f4mico mais bonito de ser observado.<\/p>\n\n\n\n

Meteoros<\/strong><\/h2>\n\n\n\n

Asteroides, meteoroides e cometas orbitam o Sol em uma velocidade alt\u00edssima. Algo entre 40 mil e 266 mil quil\u00f4metros por hora. Quando atingem a atmosfera da Terra nessa velocidade, mesmo fragmentos t\u00e3o pequenos quanto um gr\u00e3o de areia s\u00e3o capazes de aquecer instantaneamente os gases atmosf\u00e9ricos, gerando um fen\u00f4meno luminoso, que \u00e9 o que os astr\u00f4nomos classificam como meteoro. <\/p>\n\n\n\n

Assim, os meteoros s\u00e3o apenas esses eventos luminosos, nada mais. Meteoro n\u00e3o \u00e9 s\u00f3lido, n\u00e3o \u00e9 l\u00edquido nem gasoso, \u00e9 apenas luz. Popularmente, tamb\u00e9m \u00e9 chamado de \u201cestrela cadente\u201d.<\/p>\n\n\n\n

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Rastro luminoso de maior dura\u00e7\u00e3o observado em 2022, durante a chuva de meteoros Tau Hercul\u00eddeas. Imagem: Observat\u00f3rio Espacial Heller & Jung<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Como a maioria dos meteoros \u00e9 gerada por min\u00fasculos fragmentos de rocha, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel prever quando e onde poderemos v\u00ea-los. No entanto, h\u00e1 algumas \u00e9pocas do ano em que as nossas chances de observ\u00e1-los aumenta consideravelmente. <\/p>\n\n\n\n

S\u00e3o as chamadas chuvas de meteoros, que ocorrem quando a Terra passa por uma regi\u00e3o do Sistema Solar repleta de fragmentos deixados por algum cometa ou asteroide. Quando a Terra atravessa essa trilha, eles atingem a atmosfera, gerando dezenas ou at\u00e9 centenas de meteoros em uma \u00fanica noite \u2013 um espet\u00e1culo de encher os olhos.<\/p>\n\n\n\n

O que acontece quando um objeto maior atinge a Terra?<\/strong><\/h2>\n\n\n\n

De maneira geral, quanto maior o objeto, mais luminoso ser\u00e1 o meteoro. E quando sua luminosidade supera o brilho de V\u00eanus, o meteoro \u00e9 comumente chamado de fireball \u2013 <\/em>ou bola de fogo. <\/p>\n\n\n\n

Algumas vezes, dependendo tamb\u00e9m da velocidade e do \u00e2ngulo de entrada, o meteoroide ou asteroide \u00e9 grande o suficiente para atingir as camadas mais densas da atmosfera. Nesses casos, al\u00e9m de formar uma bola de fogo mais espetacular, o meteoro geralmente termina com um evento explosivo. <\/p>\n\n\n\n

Esse tipo de meteoro tamb\u00e9m \u00e9 chamado de b\u00f3lido, e popularmente, tamb\u00e9m \u00e9 associado ao \u201cfim  dos tempos\u201d, \u201cJesus voltando\u201d e outras profecias apocal\u00edpticas.<\/p>\n\n\n\n

Se o objeto (meteoroide ou asteroide) for realmente grande, al\u00e9m de gerar um b\u00f3lido, ele pode resistir \u00e0 passagem atmosf\u00e9rica e chegar ao solo. Esses peda\u00e7os s\u00e3o chamados de meteoritos. <\/p>\n\n\n\n

Os meteoritos s\u00e3o uma importante fonte de pesquisa cient\u00edfica, pois nos trazem fragmentos de asteroides, cometas e, em alguns casos raros, at\u00e9 de outros planetas ou da Lua.<\/p>\n\n\n\n

An\u00e1lises de meteoritos s\u00e3o a forma mais barata de se estudar esses objetos distantes e ajudar a contar a hist\u00f3ria da forma\u00e7\u00e3o do Sistema Solar.<\/p>\n\n\n\n

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C\u00f4ndrulos no interior de um meteorito. Cr\u00e9ditos: AMS\/Andr\u00e9 Moutinho-BRAMON<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A principal caracter\u00edstica dos meteoritos mais comuns \u2013 os chamados condritos \u2013 \u00e9 a presen\u00e7a de c\u00f4ndrulos em seu interior, que s\u00e3o min\u00fasculas esferas de minerais e metais. A forma\u00e7\u00e3o de condritos se d\u00e1 a partir do resfriamento e aglutina\u00e7\u00e3o das got\u00edculas de material derretido pelo calor da supernova que deu origem ao Sistema Solar. <\/p>\n\n\n\n

Isso quer dizer que quando um meteorito chega ao solo ele poder\u00e1 trazer consigo 4,6 bilh\u00f5es de anos da nossa hist\u00f3ria.<\/p>\n\n\n\n

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Cr\u00e9ditos: AMS\/Andr\u00e9 Moutinho-BRAMON<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Para facilitar ainda mais o entendimento das diferen\u00e7as entre asteroides, meteoros, cometas e meteoritos, o infogr\u00e1fico acima traz um resumo do que foi abordado aqui.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Olhar Digital<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"