{"id":179991,"date":"2022-10-06T18:06:18","date_gmt":"2022-10-06T21:06:18","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=179991"},"modified":"2022-10-06T18:06:21","modified_gmt":"2022-10-06T21:06:21","slug":"mudancas-climaticas-provocam-divorcios-de-aves-monogamicas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/10\/06\/179991-mudancas-climaticas-provocam-divorcios-de-aves-monogamicas.html","title":{"rendered":"Mudan\u00e7as clim\u00e1ticas provocam \u201cdiv\u00f3rcios\u201d de aves monog\u00e2micas"},"content":{"rendered":"\n
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Estudos sugerem que cerca de 90% das aves s\u00e3o monog\u00e2micas, incluindo as esp\u00e9cies\u00a0marinhas. Mas, como se sabe, a vida de casado nem sempre \u00e9 f\u00e1cil, e muitos acabam recorrendo ao div\u00f3rcio \u2013 at\u00e9 mesmo no mundo dos\u00a0p\u00e1ssaros. E as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas podem ter sua parcela de culpa nessas separa\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

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Estudos apontam que 90% dos casais de albatrozes-de-sobrancelhas-negras passam a vida toda juntos. Imagem: Giedriius \u2013 Shutterstock<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Como grande parte das aves marinhas, os albatrozes-de-sobrancelhas-negras formam pares monog\u00e2micos que podem ficar juntos ao longo de seus 70 anos de vida. Segundo estimativas, pouco menos de 4% desses casais se separam a cada ano. No entanto, com as mudan\u00e7as de temperatura, essa taxa chega a quase 8%.<\/p>\n\n\n\n

Ao analisar dados coletados ao longo de 18 anos de extensas observa\u00e7\u00f5es, uma equipe nas Ilhas Malvinas, um arquip\u00e9lago remoto do Atl\u00e2ntico Sul pertencente ao\u00a0Reino Unido, est\u00e1 investigando as raz\u00f5es do div\u00f3rcio em aves desta esp\u00e9cie que vivem l\u00e1.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Segundo a pesquisa, publicada no jornal\u00a0Proceedings of The Royal Society<\/em>, as condi\u00e7\u00f5es ambientais afetam profundamente a sobreviv\u00eancia dos animais e a capacidade de se reproduzir com sucesso \u2013 o que, por sua vez, \u00e9 fator decisivo para as separa\u00e7\u00f5es. Os pesquisadores sugerem que, em ambientes mais hostis \u2013 o que poderia levar a um menor sucesso reprodutivo \u2013 o div\u00f3rcio poderia ser mais comum.<\/p>\n\n\n\n

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Cada um para o seu lado: mudan\u00e7as clim\u00e1ticas podem estar provocando div\u00f3rcios entre os albatrozes. Imagem: Thomas Labriekl \u2013 Shutterstock<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Quando os\u00a0oceanos\u00a0est\u00e3o mais quentes, os albatrozes precisam trabalhar mais para encontrar comida. Nesse esfor\u00e7o, os animais podem acabar feridos ou com problemas de sa\u00fade.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

De acordo com o estudo, os p\u00e1ssaros podem culpar equivocadamente seu parceiro por suas pr\u00f3prias dificuldades (como se eles estivessem sofrendo porque seu parceiro n\u00e3o est\u00e1 se esfor\u00e7ando para cuidar de seu filhote, e n\u00e3o porque o ambiente \u00e9 prejudicial).<\/p>\n\n\n\n

Assim como acontece com os seres humanos, no caso das aves, o div\u00f3rcio pode ser ben\u00e9fico, mas tamb\u00e9m traz desvantagens. Em algumas popula\u00e7\u00f5es de aves marinhas, os casais rec\u00e9m-formados t\u00eam menos sucesso na cria\u00e7\u00e3o de seus filhotes. Se as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas aumentarem as taxas de div\u00f3rcio, isso poder\u00e1 impactar no n\u00famero de novos albatrozes chegando ao mundo, reduzindo todo o tamanho da popula\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisa sugere que \u00e9 preciso examinar mais de perto se esses tipos de padr\u00f5es clim\u00e1ticos aparecem na vida de outras esp\u00e9cies, nos mostrando as muitas maneiras pelas quais as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas est\u00e3o afetando os seres com os quais compartilhamos nosso mundo.<\/p>\n\n\n\n

Outro ponto percebido pelo novo estudo \u00e9 que esp\u00e9cimes mais \u201ct\u00edmidos\u201d preferem se abster em vez de lutar pela f\u00eamea. \u201cPela primeira vez, demonstramos a liga\u00e7\u00e3o entre personalidade e div\u00f3rcio em uma esp\u00e9cie de animal selvagem\u201d, disse Ruijiao Sun, principal autor do estudo.<\/p>\n\n\n\n

Para atrair as f\u00eameas, os albatrozes machos t\u00eam uma dan\u00e7a bastante peculiar. Em um grupo de 2 mil indiv\u00edduos, os cientistas observaram que os mais afoitos podem atrapalhar os mais contidos. <\/p>\n\n\n\n

S\u00e3o poucas f\u00eameas em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de machos. Logo, elas t\u00eam o poder de escolha (e seus crit\u00e9rios). \u201cSe uma f\u00eamea descobre que as chances de reprodu\u00e7\u00e3o s\u00e3o baixas com um determinado parceiro, procurar\u00e1 outro\u201d, explica Sun, que tamb\u00e9m aponta as maiores taxas de separa\u00e7\u00e3o em casais mais jovens.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Olhar Digital<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"