{"id":180086,"date":"2022-10-10T20:13:56","date_gmt":"2022-10-10T23:13:56","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180086"},"modified":"2022-10-10T20:13:59","modified_gmt":"2022-10-10T23:13:59","slug":"conheca-a-maior-e-mais-nova-expedicao-brasileira-ao-interior-da-antartida","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/10\/10\/180086-conheca-a-maior-e-mais-nova-expedicao-brasileira-ao-interior-da-antartida.html","title":{"rendered":"Conhe\u00e7a a maior e mais nova expedi\u00e7\u00e3o brasileira ao interior da Ant\u00e1rtida"},"content":{"rendered":"\n
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Equipamento foi produzido com base em tecnologias nacionais (Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o\/Universidade Federal do Rio Grande do Sul)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 28 de setembro, o m\u00f3dulo Criosfera 2 embarcou para a maior opera\u00e7\u00e3o brasileira no interior do\u00a0continente ant\u00e1rtico. O\u00a0laborat\u00f3rio\u00a0totalmente automatizado, sustent\u00e1vel e fabricado em solo nacional auxiliar\u00e1 na coleta de\u00a0dados ambientais\u00a0e permanecer\u00e1 em miss\u00e3o at\u00e9 o in\u00edcio de janeiro de 2023, dependendo da situa\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica.<\/p>\n\n\n\n

Partindo da Base A\u00e9rea de Canoas, no\u00a0Rio Grande do Sul, para a base de Punta Arenas, no Chile, o m\u00f3dulo desenvolvido por cientistas do Centro Polar e Clim\u00e1tico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) permanecer\u00e1 30 dias em solo chileno e em seguida partir\u00e1 para a\u00a0Ant\u00e1rtida. A miss\u00e3o integra o Programa Ant\u00e1rtico Brasileiro (Proantar) e tamb\u00e9m est\u00e1 dedicada \u00e0 pesquisa sobre climatologia e glaciologia.<\/p>\n\n\n\n

O ge\u00f3logo Jefferson Sim\u00f5es, professor e vice-pr\u00f3-reitor de pesquisa da UFRGS, conta a GALILEU que esse novo projeto vem para ampliar as atividades que j\u00e1 vinham sendo realizadas desde 2012, quando o m\u00f3dulo\u00a0Criosfera 1\u00a0foi implantado. Segundo o cientista, essa nova fase \u00e9 uma a\u00e7\u00e3o integrada liderada pela UFRGS em parceria com a Universidade Federal do Par\u00e1 (UFPA), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e o Instituto Nacional de Pesquisas e Estat\u00edsticas (Inpe).

No total, ir\u00e3o participar oito pesquisadores da universidade ga\u00facha, sendo que quatro ser\u00e3o respons\u00e1veis por acompanhar, testar e instalar o Criosfera 2, retornando logo em seguida. O restante do grupo, liderado por Sim\u00f5es, viajar\u00e1 pelo continente em miss\u00e3o avan\u00e7ada a fim de fazer perfura\u00e7\u00f5es de\u00a0gelo\u00a0e coletar dados geof\u00edsicos.<\/p>\n\n\n\n

\u201cTemos objetivos cient\u00edficos bem claros relacionados \u00e0 variabilidade do clima na Ant\u00e1rtida, na reconstru\u00e7\u00e3o da hist\u00f3ria ambiental e tamb\u00e9m no entendimento do papel do gelo ant\u00e1rtico no controle do n\u00edvel m\u00e9dio dos mares\u201d, afirma o ge\u00f3logo.<\/p>\n\n\n\n

Estudando o gelo<\/strong>

Diferentemente do Criosfera 1, que estava mais relacionado \u00e0 pesquisa da qu\u00edmica da\u00a0atmosfera, o segundo m\u00f3dulo utilizar\u00e1 as novas tecnologias para ampliar o olhar para outro setor geogr\u00e1fico, o Mar de Weddell. \u201cN\u00f3s queremos aprimorar nosso entendimento de como essa regi\u00e3o controla a forma\u00e7\u00e3o das frentes frias que chegam nas Am\u00e9rica e at\u00e9 o pr\u00f3prio\u00a0clima\u00a0da Am\u00e9rica do Sul\u201d, explica Sim\u00f5es.

Al\u00e9m dessa pesquisa, o Criosfera 2 tamb\u00e9m possibilitar\u00e1 o estudo do\u00a0oceano austral\u00a0que liga os oceanos Pac\u00edfico, Atl\u00e2ntico e \u00cdndico. Com esses dados os cientistas poder\u00e3o entender qual a liga\u00e7\u00e3o com as varia\u00e7\u00f5es nas\u00a0correntes oce\u00e2nicas\u00a0e atmosf\u00e9ricas do Atl\u00e2ntico Sul, que exerce o controle do\u00a0clima do planeta.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

\u201cTamb\u00e9m usaremos os dados para uma previs\u00e3o meteorol\u00f3gica. Entender essa variabilidade clim\u00e1tica tem um impacto socioecon\u00f4mico muito grande e ajuda a prever\u00a0eventos clim\u00e1ticos extremos, como ciclones extratropicais\u201d, informa o pesquisador.

De acordo com o especialista, a equipe realizar\u00e1 uma terceira a\u00e7\u00e3o: um acampamento cient\u00edfico focado na perfura\u00e7\u00e3o de gelo. O material coletado auxiliar\u00e1 nas investiga\u00e7\u00f5es sobre como a\u00a0polui\u00e7\u00e3o\u00a0humana atinge a Ant\u00e1rtida e como o degelo afeta os oceanos.<\/p>\n\n\n\n

\u201cO Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas [IPCC<\/em>]\u00a0apontou em relat\u00f3rio de 2019 que o aumento do\u00a0n\u00edvel m\u00e9dio dos mares\u00a0varia de 1,1 at\u00e9 2,1 metros, mas existem alguns cen\u00e1rios mais catastr\u00f3ficos e \u00e9 exatamente devido \u00e0 desestabiliza\u00e7\u00e3o dessa parte da Ant\u00e1rtida”, completa.<\/p>\n\n\n\n

Tecnologia brasileira<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Outra novidade \u00e9 que desta vez o laborat\u00f3rio foi fabricado com\u00a0tecnologia brasileira. Com exce\u00e7\u00e3o de alguns sensores importados, o pr\u00f3-reitor destaca que toda a infraestrutura, cientistas envolvidos e constru\u00e7\u00e3o s\u00e3o nacionais.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

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O m\u00f3dulo possibilitar\u00e1 investiga\u00e7\u00f5es sobre forma\u00e7\u00e3o de frentes frias que atingem o Conesul (Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o\/Universidade Federal do Rio Grande do Sul)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O Criosfera 2 recebeu cerca de 50% dos recursos necess\u00e1rios ao financiamento da Funda\u00e7\u00e3o de Amparo \u00e0 Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e o restante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient\u00edfico e Tecnol\u00f3gico (CNPq).

Sim\u00f5es ressalta, em comunicado divulgado \u00e0 imprensa, que o Proantar n\u00e3o \u00e9 um projeto de governo, mas do Estado brasileiro, financiado por meio de recursos p\u00fablicos do Minist\u00e9rio da Ci\u00eancia, Tecnologia e Inova\u00e7\u00e3o. “Essa iniciativa demonstra a lideran\u00e7a ga\u00facha, pois hoje cerca de 60% dos projetos de pesquisa do Programa Ant\u00e1rtico est\u00e3o ancorados nas cinco universidades do Rio Grande do Sul”, comemora.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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