{"id":180096,"date":"2022-10-11T14:50:26","date_gmt":"2022-10-11T17:50:26","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180096"},"modified":"2022-10-11T14:50:26","modified_gmt":"2022-10-11T17:50:26","slug":"bacterias-geneticamente-modificadas-produzem-materiais-vivos-para-paredes-que-se-auto-reparam-e-limpam-a-poluicao","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/redacao\/traducoes\/2022\/10\/11\/180096-bacterias-geneticamente-modificadas-produzem-materiais-vivos-para-paredes-que-se-auto-reparam-e-limpam-a-poluicao.html","title":{"rendered":"Bact\u00e9rias geneticamente modificadas produzem materiais vivos para paredes que se auto-reparam e limpam a polui\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"\n<p>Com apenas uma incubadora e um pouco de caldo, os pesquisadores podem cultivar filtros reutiliz\u00e1veis \u200b\u200bfeitos de bact\u00e9rias para limpar a \u00e1gua polu\u00edda, detectar produtos qu\u00edmicos no ambiente e proteger superf\u00edcies contra ferrugem e mofo.<\/p>\n\n\n\n<p>Eu sou um bi\u00f3logo sint\u00e9tico que estuda materiais vivos projetados \u2013 subst\u00e2ncias feitas de c\u00e9lulas vivas que t\u00eam uma variedade de fun\u00e7\u00f5es. Em minha pesquisa publicada recentemente, programei bact\u00e9rias para formar materiais vivos que n\u00e3o s\u00f3 podem ser modificados para diferentes aplica\u00e7\u00f5es, mas tamb\u00e9m s\u00e3o r\u00e1pidos e f\u00e1ceis de produzir.<\/p>\n\n\n\n<h4 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-de-celulas-vivas-a-materiais-utilizaveis\">De c\u00e9lulas vivas a materiais utiliz\u00e1veis<\/h4>\n\n\n\n<p>Como as c\u00e9lulas humanas, as bact\u00e9rias cont\u00eam DNA que fornece as instru\u00e7\u00f5es para construir prote\u00ednas. O DNA bacteriano pode ser modificado para instruir a c\u00e9lula a construir novas prote\u00ednas, incluindo aquelas que n\u00e3o existem na natureza. Os pesquisadores podem at\u00e9 controlar exatamente onde essas prote\u00ednas estar\u00e3o localizadas dentro da c\u00e9lula.<\/p>\n\n\n\n<p>Como os materiais vivos projetados s\u00e3o feitos de c\u00e9lulas vivas, eles podem ser geneticamente modificados para executar uma ampla variedade de fun\u00e7\u00f5es, quase como programar um celular com diferentes aplicativos. Por exemplo, os pesquisadores podem transformar bact\u00e9rias em sensores para poluentes ambientais, modificando-as para mudar de cor na presen\u00e7a de certas mol\u00e9culas. Os pesquisadores tamb\u00e9m usaram bact\u00e9rias para criar part\u00edculas de calc\u00e1rio, o produto qu\u00edmico usado para fazer isopor e energia fotovoltaica viva, entre outros.<\/p>\n\n\n\n<iframe loading=\"lazy\" width=\"754\" height=\"425\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/7pMhqyteR5g\" title=\"Why \"biofabrication\" is the next industrial revolution | Suzanne Lee\" frameborder=\"0\" allow=\"accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture\" allowfullscreen><\/iframe>\n\n\n\n<p>Um desafio prim\u00e1rio para materiais vivos projetados tem sido descobrir como induzi-los a produzir uma matriz, ou subst\u00e2ncias ao redor da c\u00e9lula, que permita aos pesquisadores controlar as propriedades f\u00edsicas do material final, como viscosidade, elasticidade e rigidez. Para resolver isso, minha equipe e eu criamos um sistema para codificar essa matriz no DNA da bact\u00e9ria.<\/p>\n\n\n\n<p>Modificamos o DNA da bact\u00e9ria <em>Caulobacter crescentus<\/em> para que as c\u00e9lulas bacterianas produzissem em suas superf\u00edcies uma matriz feita de grandes quantidades de prote\u00ednas el\u00e1sticas. Essas prote\u00ednas el\u00e1sticas t\u00eam a capacidade de se ligar umas \u00e0s outras e formar hidrog\u00e9is, um tipo de material que pode reter grandes quantidades de \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n<p>Quando duas c\u00e9lulas bacterianas geneticamente modificadas se aproximam, essas prote\u00ednas se unem e mant\u00eam as c\u00e9lulas ligadas umas \u00e0s outras. Ao cercar cada c\u00e9lula com esse material el\u00e1stico e pegajoso, as c\u00e9lulas bacterianas se agrupar\u00e3o para formar um lodo vivo.<\/p>\n\n\n\n<p>Al\u00e9m disso, podemos modificar as prote\u00ednas el\u00e1sticas para alterar as propriedades do material final. Por exemplo, poder\u00edamos transformar bact\u00e9rias em materiais de constru\u00e7\u00e3o duros que t\u00eam a capacidade de auto-repara\u00e7\u00e3o em caso de danos. Alternativamente, poder\u00edamos transformar bact\u00e9rias em materiais macios que poderiam ser usados \u200b\u200bcomo enchimentos em produtos.<\/p>\n\n\n\n<h4 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-a-vantagem-do-material-vivo\">A vantagem do material vivo<\/h4>\n\n\n\n<p>Normalmente, a cria\u00e7\u00e3o de materiais multifuncionais \u00e9 extremamente dif\u00edcil, em parte devido aos custos de processamento muito caros. Como uma \u00e1rvore que cresce a partir de uma semente, os materiais vivos, por outro lado, crescem a partir de c\u00e9lulas que t\u00eam necessidades m\u00ednimas de nutrientes e energia. Sua biodegradabilidade e requisitos m\u00ednimos de produ\u00e7\u00e3o permitem uma produ\u00e7\u00e3o sustent\u00e1vel e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n<p>A tecnologia para fazer materiais vivos \u00e9 sem sofistica\u00e7\u00e3o e barata. Basta uma incubadora agitada, prote\u00ednas e a\u00e7\u00facares para desenvolver um material multifuncional e de alto desempenho a partir de bact\u00e9rias. A incubadora \u00e9 apenas uma caixa de metal ou pl\u00e1stico que mant\u00e9m a temperatura em cerca de 37 graus Celsius, muito mais baixa do que um forno dom\u00e9stico convencional, e agita as c\u00e9lulas em velocidades mais lentas do que um liquidificador.<\/p>\n\n\n\n<p>Transformar bact\u00e9rias em materiais vivos tamb\u00e9m \u00e9 um processo r\u00e1pido. Minha equipe e eu conseguimos cultivar nossos materiais vivos bacterianos em cerca de 24 horas. Isso \u00e9 bastante r\u00e1pido em compara\u00e7\u00e3o com o processo de fabrica\u00e7\u00e3o de outros materiais, incluindo materiais vivos como madeira, que podem levar anos para serem produzidos.<\/p>\n\n\n\n<iframe loading=\"lazy\" width=\"754\" height=\"425\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/T69vpk3eR4A\" title=\"Caulobacter crescentus growing in weak flow, by Tamara Rossy\" frameborder=\"0\" allow=\"accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture\" allowfullscreen><\/iframe>\n\n\n\n<p>Al\u00e9m disso, nosso lodo bacteriano vivo \u00e9 f\u00e1cil de transportar e armazenar. Ele pode sobreviver em um frasco \u00e0 temperatura ambiente por at\u00e9 tr\u00eas semanas e colocado de volta em um meio fresco para crescer novamente. Isso poderia reduzir o custo da tecnologia futura baseada nesses materiais.<\/p>\n\n\n\n<p>Por \u00faltimo, materiais vivos projetados s\u00e3o uma tecnologia ecologicamente correta. Por serem feitos de c\u00e9lulas vivas, s\u00e3o biocompat\u00edveis, ou n\u00e3o t\u00f3xicos, e biodegrad\u00e1veis, ou naturalmente decompon\u00edveis.<\/p>\n\n\n\n<h4 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-proximos-passos\">Pr\u00f3ximos passos<\/h4>\n\n\n\n<p>Ainda existem alguns aspectos do nosso material bacteriano vivo que precisam ser esclarecidos. Por exemplo, n\u00e3o sabemos exatamente como as prote\u00ednas na superf\u00edcie da c\u00e9lula bacteriana interagem umas com as outras, ou qu\u00e3o fortemente elas se ligam umas \u00e0s outras. Tamb\u00e9m n\u00e3o sabemos exatamente quantas mol\u00e9culas de prote\u00edna s\u00e3o necess\u00e1rias para manter as c\u00e9lulas juntas.<\/p>\n\n\n\n<p>Responder a essas perguntas nos permitir\u00e1 personalizar ainda mais os materiais vivos com as qualidades desejadas para diferentes fun\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n<p>Em seguida, estou planejando explorar o cultivo de diferentes tipos de bact\u00e9rias como materiais vivos para expandir as aplica\u00e7\u00f5es para as quais elas podem ser usadas. Alguns tipos de bact\u00e9rias s\u00e3o melhores que outros para diferentes prop\u00f3sitos. Por exemplo, algumas bact\u00e9rias sobrevivem melhor em ambientes espec\u00edficos, como o corpo humano, solo ou \u00e1gua doce. Alguns, por outro lado, podem se adaptar a diferentes condi\u00e7\u00f5es externas, como varia\u00e7\u00e3o de temperatura, acidez e salinidade.<\/p>\n\n\n\n<p>Ao ter muitos tipos de bact\u00e9rias para escolher, os pesquisadores podem personalizar ainda mais os materiais que podem criar.<\/p>\n\n\n\n<p><em>Fonte: The Conversation \/ Sara Molinari<br>Tradu\u00e7\u00e3o: Reda\u00e7\u00e3o Ambientebrasil \/ Maria Beatriz Ayello Leite<br>Para ler a reportagem original em ingl\u00eas acesse:<\/em> <a href=\"https:\/\/theconversation.com\/genetically-engineered-bacteria-make-living-materials-for-self-repairing-walls-and-cleaning-up-pollution-191411\" target=\"_blank\" rel=\"noreferrer noopener\">https:\/\/theconversation.com\/genetically-engineered-bacteria-make-living-materials-for-self-repairing-walls-and-cleaning-up-pollution-191411<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>As paredes da sua casa podem um dia serem constru\u00eddas com bact\u00e9rias vivas. Bi\u00f3logos sint\u00e9ticos est\u00e3o criando micr\u00f3bios em materiais vivos que s\u00e3o baratos e sustent\u00e1veis. <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/redacao\/traducoes\/2022\/10\/11\/180096-bacterias-geneticamente-modificadas-produzem-materiais-vivos-para-paredes-que-se-auto-reparam-e-limpam-a-poluicao.html\" title=\"Bact\u00e9rias geneticamente modificadas produzem materiais vivos para paredes que se auto-reparam e limpam a polui\u00e7\u00e3o\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":180114,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4132],"tags":[256,5273,5274,5271,5272,5275,4895],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/180096"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=180096"}],"version-history":[{"count":11,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/180096\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":180116,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/180096\/revisions\/180116"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/180114"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=180096"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=180096"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=180096"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}