{"id":180201,"date":"2022-10-18T19:20:07","date_gmt":"2022-10-18T22:20:07","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180201"},"modified":"2022-10-18T19:20:10","modified_gmt":"2022-10-18T22:20:10","slug":"brasil-pode-cultivar-soja-sem-desmatar-amazonia-conclui-estudo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/10\/18\/180201-brasil-pode-cultivar-soja-sem-desmatar-amazonia-conclui-estudo.html","title":{"rendered":"Brasil pode cultivar soja sem desmatar Amaz\u00f4nia, conclui estudo"},"content":{"rendered":"\n
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Planta\u00e7\u00e3o de Soja em Mato Grosso (Foto: IPAM )<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

De 2015 a 2019, a Bacia Amaz\u00f4nica respondeu por um ter\u00e7o das terras convertidas em\u00a0soja\u00a0no\u00a0Brasil, gerando enorme\u00a0desmatamento.\u00a0Um novo estudo mostra, contudo, ser poss\u00edvel ampliar a produ\u00e7\u00e3o anual agr\u00edcola desse alimento em 36% at\u00e9 2035 \u2014 e reduzindo as emiss\u00f5es de gases de efeito estufa em 58%, em compara\u00e7\u00e3o com as tend\u00eancias atuais.<\/p>\n\n\n\n

O estudo foi publicado em 10 de outubro na revista\u00a0Nature Sustaintabily<\/em>. Os autores s\u00e3o\u00a0experts<\/em>\u00a0da Universidade de Nebraska-Lincoln, nos Estados Unidos, que atuam em parceria com pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade de S\u00e3o Paulo (USP), Universidade Federal de Goi\u00e1s (UFG) e Embrapa.<\/p>\n\n\n\n

O Brasil \u00e9 o maior exportador mundial de soja. Se mantido o ritmo de hoje, a previs\u00e3o da pesquisa \u00e9 que cerca de 57 milh\u00f5es de acres sejam convertidos em planta\u00e7\u00f5es do produto nos pr\u00f3ximos 15 anos. Aproximadamente um quarto dessa expans\u00e3o deve ocorrer em terras ambientalmente fr\u00e1geis, como\u00a0floresta tropical\u00a0e savana.<\/p>\n\n\n\n

Proibir a expans\u00e3o das terras agr\u00edcolas custaria cerca de US$ 447 bilh\u00f5es (cerca de R$ 2,3 trilh\u00f5es) em oportunidades econ\u00f4micas perdidas at\u00e9 2035. Por\u00e9m, de acordo com os especialistas, uma estrat\u00e9gia de “intensifica\u00e7\u00e3o” poderia possibilitar cultivar soja ao reduzir o desmatamento e os\u00a0efeitos clim\u00e1ticos.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas examinaram a produ\u00e7\u00e3o de soja em quatro regi\u00f5es-chave: Pampa, Mata Atl\u00e2ntica, Amaz\u00f4nia e Cerrado. A an\u00e1lise fez uso extensivo do Global Yield Gap Atlas, um banco l\u00edder mundial em dados agron\u00f4micos de alta qualidade, cobrindo mais de 15 grandes culturas alimentares em mais de 75 pa\u00edses.<\/p>\n\n\n\n

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Foto a\u00e9rea mostra onde a savana foi convertida em terras agr\u00edcolas na regi\u00e3o do Cerrado do Brasil (Foto: Alencar Zanon | Universidade Federal de Santa Maria, Brasil)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A equipe calculou tr\u00eas cen\u00e1rios nas quatro regi\u00f5es-chave: um quadro com tend\u00eancias atuais que continuariam (business as usual<\/em>); outro sem expans\u00e3o agr\u00edcola e, por fim, uma situa\u00e7\u00e3o de “intensifica\u00e7\u00e3o”. Nessa \u00faltima, a proposta seriam tr\u00eas: aumentar os rendimentos das culturas de soja; cultivar uma segunda safra de\u00a0milho\u00a0em alguns campos de soja e criar mais gado em pastagens menores para liberar mais terra para a soja.<\/p>\n\n\n\n

Os climas tropicais e subtropicais do Brasil possibilitariam o cultivo das duas culturas na mesma terra na esta\u00e7\u00e3o de crescimento na maioria das regi\u00f5es, segundo explica Patricio Grassini, l\u00edder do estudo. Com isso, a estimativa \u00e9 que o pa\u00eds realizaria 85% da receita bruta projetada da soja e do milho, em compara\u00e7\u00e3o com as tend\u00eancias atuais, reduzindo emiss\u00f5es de\u00a0gases do efeito estufa\u00a0em 58%.<\/p>\n\n\n\n

Enquanto a produ\u00e7\u00e3o de soja aumentaria, nosso pa\u00eds poderia \u201celiminar completamente o desmatamento e essencialmente reduzir a quantidade de equivalentes de di\u00f3xido de carbono liberados na atmosfera, ajudando a mitigar as\u00a0mudan\u00e7as clim\u00e1ticas\u201d, conforme conta Grassini, em\u00a0comunicado.<\/p>\n\n\n\n

As recomenda\u00e7\u00f5es para o Brasil teriam, inclusive, uma ampla aplicabilidade a outros pa\u00edses em desenvolvimento. “No contexto atual de altos pre\u00e7os de gr\u00e3os e interrup\u00e7\u00f5es no fornecimento de alimentos, acreditamos que h\u00e1 uma necessidade cr\u00edtica de os principais pa\u00edses produtores de safras reavaliarem seu potencial de produzir mais nas terras agr\u00edcolas existentes”, escreveram os pesquisadores.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com Grassini, o sucesso da abordagem de \u201cintensifica\u00e7\u00e3o\u201d, contudo, exige institui\u00e7\u00f5es fortes, pol\u00edticas adequadas e fiscaliza\u00e7\u00e3o \u2014 tudo o que \u00e9 necess\u00e1rio para garantir que os ganhos de produtividade se traduzam na\u00a0preserva\u00e7\u00e3o da floresta.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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