{"id":180296,"date":"2022-10-25T18:16:13","date_gmt":"2022-10-25T21:16:13","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180296"},"modified":"2022-10-25T18:16:15","modified_gmt":"2022-10-25T21:16:15","slug":"conan-a-bacteria-poderia-sobreviver-por-milhoes-de-anos-em-marte","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/10\/25\/180296-conan-a-bacteria-poderia-sobreviver-por-milhoes-de-anos-em-marte.html","title":{"rendered":"\u201cConan, a Bact\u00e9ria\u201d poderia sobreviver por milh\u00f5es de anos em Marte"},"content":{"rendered":"\n
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Um estudo publicado nesta ter\u00e7a-feira (25) na revista cient\u00edfica\u00a0Astrobiology\u00a0<\/em>afirma que um dos micr\u00f3bios mais resistentes da\u00a0Terra\u00a0poderia sobreviver em Marte, adormecido abaixo da superf\u00edcie, por 280 milh\u00f5es de anos. Essa descoberta aumenta a probabilidade de que a\u00a0vida\u00a0microbiana ainda possa existir no Planeta Vermelho.<\/p>\n\n\n\n

Um estudo publicado nesta ter\u00e7a-feira (25) na revista cient\u00edfica\u00a0Astrobiology\u00a0<\/em>afirma que um dos micr\u00f3bios mais resistentes da\u00a0Terra\u00a0poderia sobreviver em Marte, adormecido abaixo da superf\u00edcie, por 280 milh\u00f5es de anos. Essa descoberta aumenta a probabilidade de que a\u00a0vida\u00a0microbiana ainda possa existir no Planeta Vermelho.<\/p>\n\n\n\n

Liderada por Michael Daly, professor de patologia na Universidade das Ci\u00eancias da Sa\u00fade em Maryland, nos EUA, e membro do Comit\u00ea Nacional de Prote\u00e7\u00e3o Planet\u00e1ria da Academia Nacional, a pesquisa testou meia d\u00fazia de micr\u00f3bios e fungos \u2014 todos extrem\u00f3filos, ou seja, capazes de viver em ecossistemas hostis o bastante para matar outros seres \u2014 para ver quanto tempo poderiam sobreviver em um ambiente que simulava as latitudes m\u00e9dias de Marte.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Durante os experimentos, os organismos enfrentaram temperaturas de at\u00e9 63 graus Celsius negativos e exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 luz ultravioleta, raios gama e pr\u00f3tons de alta energia imitando o bombardeio constante de Marte pela luz solar e pela radia\u00e7\u00e3o c\u00f3smica do espa\u00e7o.<\/p>\n\n\n\n

Depois disso, a equipe mediu a quantidade de antioxidantes de mangan\u00eas que haviam acumulado nas c\u00e9lulas dos micr\u00f3bios. Antioxidantes de mangan\u00eas se formam como resultado da exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 radia\u00e7\u00e3o, e quanto mais se acumula, mais radia\u00e7\u00e3o os micr\u00f3bios podem resistir.<\/p>\n\n\n\n

De todos os extrem\u00f3filos verificados, \u201cConan, a Bact\u00e9ria\u201d, foi a vencedora. Os pesquisadores descobriram que esse supermicr\u00f3bio poderia absorver at\u00e9 28 mil vezes mais radia\u00e7\u00e3o do que a taxa \u00e0 qual um humano consegue sobreviver. Tal medi\u00e7\u00e3o permitiu que os cientistas estimassem quanto tempo ela poderia sobreviver em diferentes profundidades em Marte.<\/p>\n\n\n\n

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Conan, a Bact\u00e9ria, teria primos marcianos t\u00e3o resistentes quanto ela? Imagem: Michael Daly\/USU<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Experimentos anteriores, nos quais a superbact\u00e9ria havia sido suspensa em \u00e1gua l\u00edquida e submetida a radia\u00e7\u00e3o semelhante \u00e0 encontrada em Marte, indicaram que esse ser poderia sobreviver abaixo da superf\u00edcie marciana por 1,2 milh\u00e3o de anos.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, os novos testes, por meio dos quais o micr\u00f3bio foi congelado e seco para imitar as condi\u00e7\u00f5es frias e secas de Marte, sugeriram que ele seria capaz de sobreviver 280 milh\u00f5es de anos no Planeta Vermelho se estivesse enterrado a uma profundidade de 10 metros. Esta expectativa de vida \u00e9 reduzida para 1,5 milh\u00e3o de anos se a superbact\u00e9ria for enterrada apenas 10 cent\u00edmetros abaixo da superf\u00edcie, e apenas algumas horas sobre o solo, que \u00e9 metralhado por luz ultravioleta.<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 280 milh\u00f5es, Marte era praticamente o mesmo de agora \u2013 frio e seco. Isso quer dizer que \u00e9 preciso voltar muito mais longe no tempo para encontrar um per\u00edodo em que o ambiente por l\u00e1 estava mais quente e molhado, o que poderia ter permitido que a hipot\u00e9tica vida marciana se estabelecesse em primeiro lugar. <\/p>\n\n\n\n

Daly reconhece essa complica\u00e7\u00e3o, mas acredita que existam maneiras de a vida ter encontrado ambientes para se proliferar mesmo ap\u00f3s a dram\u00e1tica mudan\u00e7a clim\u00e1tica de Marte.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEmbora os radiorresistentes\u00a0Deinococcus\u00a0<\/em>enterrados na subsuperf\u00edcie marciana n\u00e3o pudessem sobreviver adormecidos pelos estimados dois a 2,5 bilh\u00f5es de anos desde que a \u00e1gua corrente desapareceu em Marte, esses ambientes s\u00e3o regularmente alterados e derretidos por impactos de meteoritos\u201d, disse ele em um comunicado. \u201cSugerimos que o derretimento peri\u00f3dico poderia permitir repopula\u00e7\u00e3o intermitente e dispers\u00e3o\u201d.<\/p>\n\n\n\n

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N\u00edvel de radia\u00e7\u00e3o na superf\u00edcie de Marte \u00e9 altamente agressivo, o que inviabiliza a prolifera\u00e7\u00e3o da vida, mas, a mais de dez metros de profundidade, bact\u00e9rias radiorresistentes poderiam se abrigar e permanecer vivas por centenas de milh\u00f5es de anos. Imagem: ConceptCafe \u2013 Shutterstock<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Miss\u00f5es rob\u00f3ticas de explora\u00e7\u00e3o do planeta atualmente em busca de sinais de vida podem atingir grandes crateras com menos de 280 milh\u00f5es de anos. A Cratera Gale, que o rover\u00a0Curiosity, da NASA, est\u00e1 investigando, por exemplo, tem 3,8 bilh\u00f5es de anos. A Cratera Jezero, local de opera\u00e7\u00e3o do rover Perseverance, tem, provavelmente, uma idade semelhante.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas descobriram que cromossomos e plasm\u00eddeos nas c\u00e9lulas de \u201cConan, a Bact\u00e9ria\u201d est\u00e3o conectados, o que mant\u00e9m essas estruturas alinhadas e impede que as c\u00e9lulas irradiadas se quebrem at\u00e9 que possam ser reparadas.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com o site\u00a0Space.com<\/em>, essa durabilidade significa que futuras miss\u00f5es, como o rover Rosalind Franklin, da Ag\u00eancia Espacial Europeia (ESA), projetado para cavar profundamente o solo de Marte em busca de vida microbiana, tem grandes chances de encontrar um primo marciano de \u201cConan, a Bact\u00e9ria\u201d, caso exista.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Olhar Digital<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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