{"id":180316,"date":"2022-10-26T20:17:24","date_gmt":"2022-10-26T23:17:24","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180316"},"modified":"2022-10-26T20:17:28","modified_gmt":"2022-10-26T23:17:28","slug":"maioria-das-queimadas-nos-biomas-brasileiros-sao-por-acao-humana","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/10\/26\/180316-maioria-das-queimadas-nos-biomas-brasileiros-sao-por-acao-humana.html","title":{"rendered":"Maioria das queimadas nos biomas brasileiros s\u00e3o por a\u00e7\u00e3o humana"},"content":{"rendered":"\n
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Inc\u00eandio na Chapada dos Veadeiros, em Goi\u00e1s – Foto:\u00a0Valter Campanato\/Ag\u00eancia Brasil<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

De 2011 a 2020, a frequ\u00eancia e a quantidade de\u00a0queimadas\u00a0da\u00a0Caatinga,\u00a0Mata Atl\u00e2ntica\u00a0e\u00a0Amaz\u00f4nia, que n\u00e3o t\u00eam condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas que favore\u00e7am o fogo, foi semelhante \u00e0 dos biomas do\u00a0Cerrado,\u00a0Pampa\u00a0e\u00a0Pantanal, cujo fogo \u00e9 um elemento natural.<\/p>\n\n\n\n

Esse padr\u00e3o, levantado por pesquisa publicada na revista cient\u00edfica\u00a0PeerJ Life & Environment<\/em>\u00a0na ter\u00e7a-feira (25), indica que grande parte dos\u00a0inc\u00eandios, em todos os biomas, s\u00e3o provocados pelo homem e n\u00e3o pelas condi\u00e7\u00f5es naturais do clima.<\/p>\n\n\n\n

Liderado por pesquisadoras das universidades federais da Bahia (UFBA) e do Rio de Janeiro (UFRJ), o estudo investigou a ocorr\u00eancia de padr\u00f5es de queimadas nos seis\u00a0biomas brasileiros, de 2011 a 2020, a partir de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).<\/p>\n\n\n\n

Elas tamb\u00e9m fizeram proje\u00e7\u00f5es sobre a ocorr\u00eancia de inc\u00eandios nos biomas e sua vulnerabilidade e risco, em 2050 e 2090, a partir das\u00a0proje\u00e7\u00f5es dos efeitos de mudan\u00e7as do clima do Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas (IPCC).<\/p>\n\n\n\n

Apesar de localizada a persist\u00eancia do fogo em todos os biomas, houve pequenas varia\u00e7\u00f5es em cada regi\u00e3o, o que pode ser atribu\u00eddo, tamb\u00e9m, a eventos de inc\u00eandios naturais. A Caatinga, por exemplo, foi o bioma com menos recorr\u00eancia de epis\u00f3dios de queimadas. Isso se explica pelo fato desse bioma ter condi\u00e7\u00f5es desfavor\u00e1veis \u00e0 propaga\u00e7\u00e3o do fogo, como a falta de biomassa. As queimadas foram mais persistentes na Mata Atl\u00e2ntica \u2013 o que acende um sinal de alerta dos pesquisadores.<\/p>\n\n\n\n

Em todos os cen\u00e1rios projetados, a Mata Atl\u00e2ntica \u00e9 o bioma que apresenta maior risco a inc\u00eandios, pois, possivelmente, ir\u00e1 diminuir a sua capacidade de se adaptar ao fogo ao longo das d\u00e9cadas. A Amaz\u00f4nia aparece como mais resiliente ao fogo, em compara\u00e7\u00e3o a outros biomas, como a pr\u00f3pria Mata Atl\u00e2ntica e o Pampa, que t\u00eam mais perda vegetativa e menos \u00e1reas de prote\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisadora Lu\u00edsa Maria Diele-Viegas, coautora e l\u00edder do estudo, aponta que a principal contribui\u00e7\u00e3o do trabalho \u00e9 de levantar evid\u00eancias de que o aumento das secas, da temperatura m\u00e9dia e a diminui\u00e7\u00e3o das chuvas ser\u00e3o prop\u00edcias para a propaga\u00e7\u00e3o do fogo com mais intensidade. \u201cSe mantivermos a cultura de atear fogo para abertura de pasto e de \u00e1reas de plantio, os inc\u00eandios v\u00e3o ficar cada vez mais incontrol\u00e1veis\u201d, ressalta.<\/p>\n\n\n\n

Um evento que mostra o que pode acontecer com o encontro de a\u00e7\u00f5es provocadas pelo homem e condi\u00e7\u00f5es favor\u00e1veis \u00e0 expans\u00e3o do fogo, segundo Diele-Viegas, \u00e9 que queimou mais de 30% do Pantanal em 2019 e 2020. O epis\u00f3dio foi provocado pela falta de chuvas e a baixa umidade do ar na regi\u00e3o, devido ao\u00a0desmatamento da Amaz\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

A an\u00e1lise do estudo projeta que secas extremas se tornar\u00e3o mais frequentes com as\u00a0mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, o que pode facilitar a ocorr\u00eancia e propaga\u00e7\u00e3o de inc\u00eandios.<\/p>\n\n\n\n

Diante disso, Diele-Viegas acredita que a pesquisa pode embasar pol\u00edticas p\u00fablicas para preservar a biodiversidade dos biomas, al\u00e9m de promover medidas de controle e preven\u00e7\u00e3o de inc\u00eandios. \u201c\u00c9 importante, por exemplo, promover educa\u00e7\u00e3o ambiental para que as pessoas entendam os efeitos negativos de se utilizar esse tipo de m\u00e9todo\u201d, aconselha a pesquisadora.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"