{"id":180330,"date":"2022-10-27T18:15:24","date_gmt":"2022-10-27T21:15:24","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180330"},"modified":"2022-10-27T18:15:31","modified_gmt":"2022-10-27T21:15:31","slug":"a-comunicacao-secreta-das-tartarugas-marinhas-e-outros-animais","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/10\/27\/180330-a-comunicacao-secreta-das-tartarugas-marinhas-e-outros-animais.html","title":{"rendered":"A comunica\u00e7\u00e3o secreta das tartarugas marinhas e outros animais"},"content":{"rendered":"\n
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As tartarugas conseguem comunicar-se, mas s\u00f3 agora os seres humanos se dispuseram a ouvi-las – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Um cientista estudou 53 criaturas aqu\u00e1ticas que, segundo se acreditava, n\u00e3o emitiam sons. E ele descobriu que, na verdade, elas conseguem se comunicar.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Gabriel Jorgewich-Cohen indica que essas criaturas sempre emitiram suas mensagens, mas os seres humanos nunca haviam pensado em ouvi-las.<\/p>\n\n\n\n

Ele usou microfones para gravar as esp\u00e9cies, incluindo tartarugas, comunicando que queriam acasalar-se ou que estavam saindo dos seus ovos. E suas descobertas reescrevem parte do que sabemos sobre a evolu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Elas indicam que todos os vertebrados que respiram pelo nariz e usam o som para comunicar-se descendem de um ancestral comum, que viveu 400 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s.<\/p>\n\n\n\n

Existe forte debate na biologia evolutiva para descobrir se as coisas vivas descendem de um \u00fanico ancestral ou de diversas origens diferentes.<\/p>\n\n\n\n

Jorgewich-Cohen \u00e9 estudante de PhD da Universidade de Zurique, na Su\u00ed\u00e7a, e come\u00e7ou a trabalhar com a hip\u00f3tese de que os animais marinhos poderiam comunicar-se usando o som. Ele empregou equipamento de som e v\u00eddeo para gravar 53 esp\u00e9cies em cativeiro em todo o mundo, incluindo o zool\u00f3gico de Chester, na Inglaterra. Elas inclu\u00edram 50 tartarugas, um tuatara, um peixe-pulmonado e uma cobra-cega.<\/p>\n\n\n\n

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Tartaruga sul-americana comunicando-se durante a pesquisa – GABRIEL JORGEWICH-COHEN<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Acreditava-se que esses animais n\u00e3o emitissem sons, mas Jorgewich-Cohen sugere que eles s\u00f3 n\u00e3o foram ouvidos por que \u00e9 dif\u00edcil detect\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n

“Conhecemos o canto de um p\u00e1ssaro. Voc\u00ea n\u00e3o precisa de ningu\u00e9m para saber o que \u00e9. Mas alguns desses animais s\u00e3o muito silenciosos ou emitem um som a cada dois dias”, explicou ele \u00e0 BBC News.<\/p>\n\n\n\n

Jorgewich-Cohen tamb\u00e9m sugere que os seres humanos t\u00eam prefer\u00eancia pelas criaturas que vivem em terra e, por isso, ignoram as esp\u00e9cies aqu\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

V\u00eddeos dos animais gravados quando eles emitem ru\u00eddos permitiram a ele associar os sons a determinados comportamentos, diferenciando-os de sons acidentais que n\u00e3o transmitem mensagens.<\/p>\n\n\n\n

“As tartarugas marinhas cantam de dentro dos ovos para sincronizar a eclos\u00e3o”, ele conta. “Se elas chamarem de dentro [dos ovos], todas elas saem juntas e \u00e9 mais f\u00e1cil evitar que sejam comidas.”<\/p>\n\n\n\n

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Os tuataras fazem ru\u00eddos para impedir que outros animais invadam seu territ\u00f3rio – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O pesquisador afirma que as tartarugas tamb\u00e9m fazem ru\u00eddos para indicar que querem acasalar-se. Ele indica v\u00eddeos de sons de acasalamento das tartarugas que s\u00e3o populares nas redes sociais.<\/p>\n\n\n\n

Jorgewich-Cohen tamb\u00e9m gravou ru\u00eddos emitidos por tuataras \u2014 uma esp\u00e9cie de r\u00e9ptil da Nova Zel\u00e2ndia \u2014 para proteger seu territ\u00f3rio. Ele ent\u00e3o come\u00e7ou a analisar o que a descoberta revela sobre a evolu\u00e7\u00e3o dos animais que emitem sons.<\/p>\n\n\n\n

Os f\u00f3sseis, muitas vezes, n\u00e3o “contam” o suficiente aos cientistas sobre animais que viveram milh\u00f5es de anos atr\u00e1s. Por isso, eles comparam o comportamento dos animais vivos.<\/p>\n\n\n\n

Usando uma t\u00e9cnica conhecida como an\u00e1lise filogen\u00e9tica, Jorgewich-Cohen rastreou a rela\u00e7\u00e3o entre os animais que produzem sons.<\/p>\n\n\n\n

A t\u00e9cnica compara o comportamento de uma esp\u00e9cie, mapeando-a como em uma \u00e1rvore geneal\u00f3gica. Se, por exemplo, um ser humano e um chimpanz\u00e9 se comportarem fazendo ru\u00eddos, isso sugere que o ancestral comum \u00e0s duas esp\u00e9cies tamb\u00e9m produzia sons.<\/p>\n\n\n\n

O pesquisador concluiu que toda a comunica\u00e7\u00e3o ac\u00fastica dos vertebrados descende de um ancestral comum, 400 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s – no per\u00edodo devoniano, quando a maioria das esp\u00e9cies vivia embaixo d’\u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

Esta conclus\u00e3o contradiz pesquisas recentes que rastrearam a comunica\u00e7\u00e3o por som a diversas esp\u00e9cies diferentes, 200 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s.<\/p>\n\n\n\n

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As cobras d’\u00e1gua tamb\u00e9m podem ‘falar’, segundo a pesquisa – PATRICK VIANA<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A bi\u00f3loga Catherine Hobaiter, que n\u00e3o fez parte da pesquisa, afirmou \u00e0 BBC News que as grava\u00e7\u00f5es dessas 53 esp\u00e9cies foram bem recebidas e aumentam nosso conhecimento sobre a comunica\u00e7\u00e3o ac\u00fastica.<\/p>\n\n\n\n

“Comparar esp\u00e9cies como chimpanz\u00e9s e seres humanos s\u00f3 nos leva at\u00e9 poucos milh\u00f5es de anos atr\u00e1s”, explica ela. “Precisamos observar como as caracter\u00edsticas comuns entre parentes muito mais distantes ampliam nossa compreens\u00e3o at\u00e9 centenas de milh\u00f5es de anos atr\u00e1s.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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