{"id":180347,"date":"2022-10-28T18:16:43","date_gmt":"2022-10-28T21:16:43","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180347"},"modified":"2022-10-28T18:16:45","modified_gmt":"2022-10-28T21:16:45","slug":"nasa-consegue-registrar-grandes-impactos-de-corpos-celestes-em-marte","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/10\/28\/180347-nasa-consegue-registrar-grandes-impactos-de-corpos-celestes-em-marte.html","title":{"rendered":"Nasa consegue registrar grandes impactos de corpos celestes em Marte"},"content":{"rendered":"\n
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Nesta representa\u00e7\u00e3o em 3D, blocos de gelo de \u00e1gua (marcas brancas) cobrem os arredores da cratera – NASA\/JPL-CALTECH\/UNIVERSITY OF ARIZONA<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Uma sonda espacial da Nasa testemunhou a forma\u00e7\u00e3o de uma enorme cratera em Marte \u2014 a maior do Sistema Solar j\u00e1 capturada no momento de sua abertura.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O impacto causado por um corpo celeste do tamanho de uma van abriu um buraco de 150 m de largura no planeta vermelho, lan\u00e7ando detritos a at\u00e9 35 km de dist\u00e2ncia.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas detectaram o evento usando o sism\u00f3grafo da sonda InSight, da ag\u00eancia espacial americana, que captou as vibra\u00e7\u00f5es do solo.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o veio por meio de imagens obtidas na sequ\u00eancia pelo sat\u00e9lite Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), tamb\u00e9m da Nasa. Ele retrata rotineiramente o planeta e pode produzir evid\u00eancias do antes e depois de uma grande perturba\u00e7\u00e3o em sua superf\u00edcie que correspondam ao momento exato e na dire\u00e7\u00e3o e dist\u00e2ncia esperadas (3.500 km) da InSight.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 a maior cratera nova que j\u00e1 vimos”, comentou Ingrid Daubar, da Brown University, nos EUA.<\/p>\n\n\n\n

“Tem cerca de 500 p\u00e9s de largura, algo pr\u00f3ximo ao equivalente a dois quarteir\u00f5es de largura, e embora meteoritos estejam atingindo o planeta o tempo todo, esta cratera \u00e9 mais de 10 vezes maior do que as habituais crateras novas que vemos se formando em Marte.”<\/p>\n\n\n\n

“Acreditamos que uma cratera desse tamanho poderia se formar em algum lugar do planeta uma vez a cada poucas d\u00e9cadas, talvez uma vez por gera\u00e7\u00e3o, ent\u00e3o foi muito emocionante poder testemunhar esse evento.”<\/p>\n\n\n\n

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O impacto em Marte aconteceu a cerca de 3.500 km de onde estava a InSight – NASA<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A observa\u00e7\u00e3o p\u00f3s-impacto mostra que enormes blocos de gelo de \u00e1gua que estavam no subsolo foram arremessados no entorno das bordas da cratera. O gelo submerso nunca havia sido visto t\u00e3o perto do equador de Marte.<\/p>\n\n\n\n

Tais dep\u00f3sitos poderiam ser um recurso importante para futuras miss\u00f5es humanas ao planeta.<\/p>\n\n\n\n

“Esse gelo pode ser convertido em \u00e1gua, oxig\u00eanio ou hidrog\u00eanio. Pode ser muito \u00fatil”, disse Lori Glaze, diretora de ci\u00eancia planet\u00e1ria da Nasa.<\/p>\n\n\n\n

Por meio do seu sism\u00f3grafo constru\u00eddo na Fran\u00e7a\/Reino Unido, a sonda InSight da Nasa detectou mais de 1,3 mil terremotos em Marte desde sua chegada, em novembro de 2018.<\/p>\n\n\n\n

Mas o tremor de magnitude 4 resultante desse evento em particular, ocorrido em 24 de dezembro de 2021, despertou imediatamente o interesse dos cientistas da miss\u00e3o porque continha um componente das chamadas “ondas de superf\u00edcie”.<\/p>\n\n\n\n

A grande maioria dos terremotos captados pela InSight havia produzido as tradicionais ondas prim\u00e1rias e secund\u00e1rias associadas a movimentos de rochas nas profundezas do planeta.<\/p>\n\n\n\n

As ondula\u00e7\u00f5es rec\u00e9m-detectadas estavam viajando na parte superior de Marte, por meio de sua crosta.<\/p>\n\n\n\n

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Antes e depois: o impacto de 24 de dezembro de 2021 espalhou detritos por mais de 30 km – NASA\/JPL-CALTECH\/MSSS<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Esta \u00e9 a primeira vez que ondas s\u00edsmicas de superf\u00edcie foram observadas em um planeta diferente da Terra. Nem mesmo as miss\u00f5es Apollo \u00e0 Lua conseguiram isso”, afirmou Doyeon Kim, do Instituto de Geof\u00edsica do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurich), na Su\u00ed\u00e7a, e principal autor dos relat\u00f3rios acad\u00eamicos que aparecem na revista cient\u00edfica Science nesta semana.<\/p>\n\n\n\n

O reconhecimento de ondas de superf\u00edcie tamb\u00e9m permitiu que os pesquisadores identificassem um segundo impacto de meteorito. Este, em 18 de setembro de 2021, ocorreu a cerca de 7.500 km da InSight. Foi um evento um pouco menor e produziu um aglomerado de crateras, a maior delas com 130 m de di\u00e2metro.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas acreditam que ambos os impactos podem fornecer novos conhecimentos sobre o interior de Marte. Enquanto os terremotos de origem profunda informam sobre a estrutura e composi\u00e7\u00e3o do manto e do n\u00facleo do planeta, as ondas de superf\u00edcie revelam novos detalhes sobre a crosta sobrejacente.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores podem dizer que, entre a sonda InSight e os locais de impacto, a crosta tem uma estrutura muito uniforme e alta densidade. Isso contrasta com as tr\u00eas camadas de crosta de baixa densidade reportadas anteriormente diretamente abaixo da InSight.<\/p>\n\n\n\n

Essa constata\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m pode ter algo a dizer sobre a famosa dicotomia de Marte \u2014 a observa\u00e7\u00e3o de que o hemisf\u00e9rio norte \u00e9 baixo e relativamente plano, enquanto o hemisf\u00e9rio sul do planeta \u00e9 elevado e montanhoso.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores se perguntam se isso acontece porque a crosta nessas regi\u00f5es \u00e9 composta por materiais diferentes. Mas os novos dados das ondas de superf\u00edcie e sua sugest\u00e3o de uniformidade generalizada na crosta indicam que essa teoria provavelmente n\u00e3o \u00e9 a melhor explica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

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A poeira vermelha de Marte se acumulou nos pain\u00e9is solares da InSight, reduzindo sua efici\u00eancia – NASA\/JPL-CALTECH<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“As observa\u00e7\u00f5es da InSight na zona de transi\u00e7\u00e3o entre o norte e o sul foram realmente valiosas porque claramente a crosta evoluiu de maneiras muito diferentes nessas regi\u00f5es do planeta”, disse \u00e0 BBC News Ben Fernando, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, \u00e9 um cientista da miss\u00e3o InSight.<\/p>\n\n\n\n

“Como e por que se desenvolveram dessa maneira ainda \u00e9 uma quest\u00e3o em aberto, mas acho que esses impactos provavelmente forneceram mais entendimento sobre esse t\u00f3pico do que qualquer outra coisa que fizemos at\u00e9 agora na miss\u00e3o.”<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 muitas crateras em Marte, consequ\u00eancia de bilh\u00f5es de anos de bombardeios de rochas \u00e0 deriva no espa\u00e7o. Algumas s\u00e3o verdadeiras gigantes. A Bacia de Hellas \u00e9 uma estrutura de impacto com mais de 2.000 km de di\u00e2metro.<\/p>\n\n\n\n

Os impactos de 2021, contudo, s\u00e3o significativos porque os cientistas t\u00eam o registro do momento de sua cria\u00e7\u00e3o e informa\u00e7\u00f5es mais precisas feitas por seus instrumentos.<\/p>\n\n\n\n

“Algo como [o que causou o impacto de 24 de dezembro] atinge a Terra algumas vezes a cada d\u00e9cada, mas \u00e9 destru\u00eddo com seguran\u00e7a pelo calor na atmosfera ou solta alguns meteoritos. Tivemos uma sorte incr\u00edvel de pegar este enquanto a InSight estava ouvindo”, comentou o professor Gareth Collins, da Universidade Imperial College London, no Reino Unido.<\/p>\n\n\n\n

A miss\u00e3o InSight est\u00e1 perto de terminar. Poeira vem se acumulando em seus pain\u00e9is solares, reduzindo sua efici\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

“Em um curto per\u00edodo de tempo, talvez entre quatro e oito semanas, o melhor que podemos prever, esperamos que a sonda n\u00e3o tenha mais energia suficiente para operar”, disse Bruce Banerdt, principal pesquisador da miss\u00e3o, a jornalistas.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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