{"id":180398,"date":"2022-10-31T19:59:32","date_gmt":"2022-10-31T22:59:32","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180398"},"modified":"2022-10-31T19:59:36","modified_gmt":"2022-10-31T22:59:36","slug":"assim-como-humanos-esta-ave-parece-ter-autocontrole-para-encarar-decisoes","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/10\/31\/180398-assim-como-humanos-esta-ave-parece-ter-autocontrole-para-encarar-decisoes.html","title":{"rendered":"Assim como humanos, esta ave parece ter autocontrole para encarar decis\u00f5es"},"content":{"rendered":"\n
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Ave gaio-comum, da fam\u00edlia Corvidae\u00a0– Foto: Wikimedia Commons
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O gaio-comum \u00e9 uma\u00a0ave\u00a0bastante esperta, com autocontrole o suficiente para resistir \u00e0 tenta\u00e7\u00e3o de comer alimentos de imediato, esperando por uma recompensa melhor. Esse dom sustenta as tomadas de decis\u00e3o nos p\u00e1ssaros, assim como em n\u00f3s,\u00a0seres humanos, de acordo com um curioso estudo publicado nesta segunda-feira (31) na revista\u00a0Philosophical Transactions of the Royal Society B.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Os p\u00e1ssaros que s\u00e3o da esp\u00e9cie\u00a0Garrulus glandarius<\/em>, membros da fam\u00edlia\u00a0Corvidae<\/em>, escondem ou \u201cguardam\u201d sua\u00a0comida\u00a0para refei\u00e7\u00f5es futuras. Os pesquisadores acham que isso pode ter impulsionado a evolu\u00e7\u00e3o do autocontrole nessas aves.<\/p>\n\n\n\n

De todos os membros de sua fam\u00edlia, os G. glandarius<\/em> em particular s\u00e3o vulner\u00e1veis \u200b\u200ba terem seus esconderijos roubados por outras aves. Seu equil\u00edbrio sobre si mesmos permite que eles esperem o momento certo para esconder sua comida sem serem vistos ou ouvidos.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas observaram isso em dez gaios-comuns, em um experimento inspirado no “experimento do marshmallow” da Universidade de Stanford, de 1972, no qual crian\u00e7as escolheram entre comer um marshmallow imediatamente ou dois se esperassem por um per\u00edodo de tempo.<\/p>\n\n\n\n

A diferen\u00e7a \u00e9 que, em vez de marshmallows, os gaios receberam ofertas imediatas de p\u00e3o e queijo e mais tardias de besouros da esp\u00e9cie larvas-da-farinha (Tenebrio molito<\/em>r). Os insetos eram entregues somente ap\u00f3s um certo atraso, quando uma tela de acr\u00edlico era levantada.<\/p>\n\n\n\n

Um intervalo de tempo de atraso foi alternado de cinco segundos a cinco minutos e meio. O bicho-da-farinha era disponibilizado s\u00f3 se o p\u00e1ssaro tivesse resistido \u00e0 tenta\u00e7\u00e3o de comer o p\u00e3o ou o queijo.<\/p>\n\n\n\n

A prefer\u00eancia das aves variava, mas elas normalmente preferiam comer os\u00a0besouros\u00a0\u2014 e a maioria conseguiu esperar para ganhar o inseto. Os p\u00e1ssaros que se sa\u00edram pior na espera foram Dolci e Homer, que s\u00f3 aguentaram aguardar por no m\u00e1ximo 20 segundos.<\/p>\n\n\n\n

Quem esperou mais foi o p\u00e1ssaro chamado JayLo, que ignorou um peda\u00e7o de queijo e esperou cinco minutos e meio por um bicho-da-farinha. \u201cEm v\u00e1rios testes, fiquei sentado assistindo JayLo ignorar um peda\u00e7o de queijo por mais de cinco minutos \u2013 eu estava ficando entediado, mas ela estava apenas esperando pacientemente pelo inseto\u201d, recorda Alex Schnell, primeiro autor do estudo, em\u00a0comunicado.<\/p>\n\n\n\n

De modo semelhante ao j\u00e1 observado em chimpanz\u00e9s e crian\u00e7as humanas, os gaios-comuns desviavam o olhar do p\u00e3o ou do queijo como que para ter maior autocontrole, se distra\u00edrem e n\u00e3o com\u00ea-los.<\/p>\n\n\n\n

Autocontrole como sinal de intelig\u00eancia<\/h2>\n\n\n\n

N\u00e3o satisfeitos, os pesquisadores tamb\u00e9m apresentaram aos gaios cinco tarefas cognitivas que s\u00e3o comumente usadas para medir a intelig\u00eancia. Os p\u00e1ssaros que tiveram melhor desempenho nessas tarefas tamb\u00e9m conseguiram esperar mais tempo pela recompensa do bicho-da-farinha, sugerindo que o autocontrole est\u00e1 ligado \u00e0\u00a0intelig\u00eancia\u00a0nessas aves.<\/p>\n\n\n\n

\u201cO mais interessante foi que, se um p\u00e1ssaro era bom em uma das tarefas, era bom em todas \u2013 o que sugere que um fator geral de intelig\u00eancia est\u00e1 subjacente ao seu desempenho\u201d, avalia Schnell.<\/p>\n\n\n\n

Em outro experimento, o besouro era vis\u00edvel, mas sempre fora de alcance, ent\u00e3o os gaios sempre comiam o p\u00e3o ou o queijo imediatamente dispon\u00edveis. O tempo que eles estavam dispostos a esperar ca\u00eda se o inseto fosse oferecido j\u00e1 de imediato junto dos outros itens. Essa flexibilidade mostra que os gaios s\u00f3 atrasam a gratifica\u00e7\u00e3o quando ela se justifica.<\/p>\n\n\n\n

Pesquisas de outros cientistas descobriram que as crian\u00e7as que fazem o experimento do marshmallow de Stanford tamb\u00e9m variam muito em seu autocontrole. Aquelas que podiam resistir \u00e0 tenta\u00e7\u00e3o de comer o\u00a0doce\u00a0por mais tempo obtinham pontua\u00e7\u00f5es mais altas em uma s\u00e9rie de tarefas acad\u00eamicas.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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