{"id":180403,"date":"2022-11-01T18:35:36","date_gmt":"2022-11-01T21:35:36","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180403"},"modified":"2022-11-01T18:35:38","modified_gmt":"2022-11-01T21:35:38","slug":"emissoes-brasileiras-atingem-maior-nivel-em-quase-20-anos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/11\/01\/180403-emissoes-brasileiras-atingem-maior-nivel-em-quase-20-anos.html","title":{"rendered":"Emiss\u00f5es brasileiras atingem maior n\u00edvel em quase 20 anos"},"content":{"rendered":"\n
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Alta foi impulsionada pelo aumento do desmatamento na Amaz\u00f4nia, mostram dados. Agropecu\u00e1ria e energia tamb\u00e9m liberaram mais gases de efeito estufa.<\/p>\n\n\n\n

As emiss\u00f5es brasileiras de gases de efeito estufa atingiram em 2021 o maior n\u00edvel em quase duas d\u00e9cadas: foram 2,42 bilh\u00f5es de toneladas brutas de CO2 (tCO2e) despejadas na atmosfera no per\u00edodo.<\/p>\n\n\n\n

De 2020 para 2021, o salto em emiss\u00f5es foi de 12,2%, o maior crescimento percentual registrado desde 2003, ano em que o pa\u00eds atingiu o pico de emiss\u00f5es. Mais uma vez, a alta foi puxada pelo\u00a0desmatamento.<\/p>\n\n\n\n

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Os dados fazem parte do Sistema de Estimativas de Emiss\u00f5es de Gases de Efeito Estufa (Seeg) e foram divulgados nesta quinta-feira (01\/11). O projeto, que publica essas informa\u00e7\u00f5es desde 2013, integra o Observat\u00f3rio do Clima, rede que re\u00fane 77 organiza\u00e7\u00f5es, entre ONGs, institutos de pesquisa e movimentos sociais.<\/p>\n\n\n\n

“J\u00e1 aguard\u00e1vamos este aumento por conta da subida do desmatamento. A surpresa foi a alta nos setores de energia, agropecu\u00e1ria e processos industriais”, comenta Tasso Azevedo, coordenador do Seeg, em entrevista \u00e0 DW.<\/p>\n\n\n\n

As emiss\u00f5es por desmatamento, contabilizadas no relat\u00f3rio como “mudan\u00e7as de uso da terra”, foram respons\u00e1veis por 49% do total, com 1,19 bilh\u00e3o de tCO2e.<\/p>\n\n\n\n

A agropecu\u00e1ria \u00e9 a segunda colocada no ranking, com 601 milh\u00f5es de tCO2e em 2021, 3,8% a mais que o ano anterior. O setor de energia, que totalizou 435 milh\u00f5es de tCO2e, teve um salto de 12,2%, a maior alta desde 1973, quando o pa\u00eds vivia o per\u00edodo\u00a0chamado de “milagre econ\u00f4mico”, de forte industrializa\u00e7\u00e3o, em plena ditadura militar.<\/p>\n\n\n\n

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Os gases de efeito estufa liberados pelas atividades humanas s\u00e3o os principais respons\u00e1veis pelas\u00a0mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. Proje\u00e7\u00f5es reunidas no relat\u00f3rio mais recente do Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas (IPCC)\u00a0sugerem que, por causa da alta concentra\u00e7\u00e3o desses gases, a temperatura m\u00e9dia global deve subir 1,5 \u00b0C at\u00e9 a pr\u00f3xima d\u00e9cada e que alguns impactos\u00a0\u2013 como eleva\u00e7\u00e3o do n\u00edvel do mar e queda no volume de chuvas em algumas regi\u00f5es\u00a0\u2013 j\u00e1 s\u00e3o irrevers\u00edveis.<\/p>\n\n\n\n

Desmatamento na lideran\u00e7a absoluta<\/h2>\n\n\n\n

O desmatamento na Amaz\u00f4nia novamente domina as emiss\u00f5es brasileiras. Dos 16,5 mil km\u00b2 de cobertura de vegeta\u00e7\u00e3o nativa perdidas no pa\u00eds no ano passado, 9,7 mil km\u00b2\u00a0foram no bioma amaz\u00f4nico, apontam\u00a0medi\u00e7\u00f5es feitas pelo MapBiomas, cuja base de dados \u00e9 usada no c\u00e1lculo do Seeg.<\/p>\n\n\n\n

“A Amaz\u00f4nia \u00e9 o local que tem as maiores taxas de desmatamento no pa\u00eds, assim como os maiores estoques de carbono na floresta. A gente est\u00e1 vendo desde 2017 um aumento de desmatamento, e, consequentemente, de emiss\u00f5es”, comenta B\u00e1rbara Zimbres, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaz\u00f4nia (Ipam).<\/p>\n\n\n\n

O Cerrado, segundo maior bioma e que tem 45,4% do seu territ\u00f3rio original ocupado por agropecu\u00e1ria, \u00e9 o segundo maior emissor.<\/p>\n\n\n\n

Uma surpresa desagrad\u00e1vel durante o levantamento veio da Mata Atl\u00e2ntica: reduzida a apenas 12,4% de sua sua \u00e1rea original, ela teve a maior participa\u00e7\u00e3o como fonte de CO2. “O aumento do desmatamento e das emiss\u00f5es na\u00a0Mata Atl\u00e2ntica, que \u00e9 um bioma de uso consolidado, com pouco desmatamento na s\u00e9rie, foi surpreendente. A gente viu um aumento significativo, de 65%”, pontua Zimbres.<\/p>\n\n\n\n

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\u00c1rea de Mata Atl\u00e2ntica desmatada em Minas Gerais, em foto de maio de 2022<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Segundo a pesquisadora, o quadro, apesar de sombrio, pode ser alterado. “Isso j\u00e1 foi feito no Brasil. A gente viu um pico de desmatamento em 2004, com quase 30 mil km\u00b2, e o \u00edndice caiu bruscamente at\u00e9 2012. Existe aparato legal, institucional, s\u00f3 precisa de vontade pol\u00edtica”, afirma.<\/p>\n\n\n\n

Mais gado e menos \u00e1lcool <\/strong><\/h2>\n\n\n\n

De acordo com o Seeg, em 2021 o setor da agropecu\u00e1ria registrou um dos maiores \u00edndices de sua s\u00e9rie hist\u00f3rica. Foram 601 milh\u00f5es de tCO2e contra 579 milh\u00f5es de tCO2e em 2020.<\/p>\n\n\n\n

O g\u00e1s metano, liberado pelo gado, \u00e9 o que tem o maior peso no setor (79,4%). Outro fator que explica os n\u00fameros foi o crescimento do rebanho bovino, que contava em 2021 com 224,6 milh\u00f5es de cabe\u00e7as \u2013 3,1% a mais que o ano anterior.<\/p>\n\n\n\n

O uso de adubo nitrogenado tamb\u00e9m influenciou os n\u00fameros do setor agropecu\u00e1rio. Grandes quantidades desse produto aplicado no solo acarretam elevadas emiss\u00f5es de N2O para a atmosfera.<\/p>\n\n\n\n

“A gente tem que fazer um bom trabalho com os fertilizantes, que aumentou a participa\u00e7\u00e3o nas emiss\u00f5es do setor”, comenta Azevedo, citando a alta de 13,8% no consumo e de 20% no volume de calc\u00e1rio usado nos plantios.<\/p>\n\n\n\n

“Temos que olhar para os pr\u00f3ximos anos pensando em ganhar em produtividade, em prosperar com a agricultura sem novos desmatamentos”, sugere.<\/p>\n\n\n\n

O setor de energia, que engloba a queima de combust\u00edveis e a produ\u00e7\u00e3o de eletricidade, registrou o maior aumento absoluto desde a d\u00e9cada de 1970. “O setor se \u2018recuperou’ depois da pandemia, e as taxas de intensidade de uso de energia voltaram para patamares pr\u00f3ximos a 2014, 2015”, explica Felipe Barcellos, analista do Instituto de Energia e Meio Ambiente.<\/p>\n\n\n\n

Essa retomada, por outro lado, se deu com um uso maior de combust\u00edveis f\u00f3sseis. Com menos \u00e1gua dispon\u00edvel nos reservat\u00f3rios para gerar eletricidade em 2021 devido \u00e0 crise h\u00eddrica,\u00a0mais usinas termel\u00e9tricas foram acionadas, principalmente as movidas a g\u00e1s natural.<\/p>\n\n\n\n

“No Brasil, n\u00e3o adianta bater recorde de energia renov\u00e1vel se tiver que ligar termel\u00e9trica. O pa\u00eds faz a op\u00e7\u00e3o por ligar essas usinas, al\u00e9m de contratos novos de termel\u00e9tricas, movidas a g\u00e1s principalmente, contratadas a longo prazo”, critica Tasso Azevedo.<\/p>\n\n\n\n

Outro fator que contribuiu para o aumento das emiss\u00f5es no setor foi a baixa na produ\u00e7\u00e3o de cana-de-a\u00e7\u00facar, mat\u00e9ria prima do etanol usado nos carros, adiciona Barcellos.<\/p>\n\n\n\n

“Como o pa\u00eds tem a tend\u00eancia de aumento do consumo de energia, \u00e9 preciso incentivar tecnologias de baixo carbono, uso de fontes renov\u00e1veis como a e\u00f3lica, al\u00e9m do transporte p\u00fablico”, cita Barcellos alguns exemplos para equilibrar o c\u00e1lculo de CO2.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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