{"id":180707,"date":"2022-11-18T18:30:25","date_gmt":"2022-11-18T21:30:25","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180707"},"modified":"2022-11-18T18:30:33","modified_gmt":"2022-11-18T21:30:33","slug":"como-aumento-da-temperatura-pode-matar-peixes-e-causar-fome-na-amazonia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/11\/18\/180707-como-aumento-da-temperatura-pode-matar-peixes-e-causar-fome-na-amazonia.html","title":{"rendered":"Como aumento da temperatura pode matar peixes e causar fome na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"\n
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Pescados representam 90% da prote\u00edna consumida pela popula\u00e7\u00e3o que vive na Amaz\u00f4nia – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

As pesquisas do bi\u00f3logo Adalberto Luis Val permitiram entender melhor como os peixes e outros organismos aqu\u00e1ticos da Amaz\u00f4nia vivem, se reproduzem e morrem.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O trabalho dele explora como essas esp\u00e9cies foram capazes de se adaptar a condi\u00e7\u00f5es extremas \u2014 como a baixa disponibilidade de oxig\u00eanio e a acidez intensa \u2014 ao longo dos milh\u00f5es de anos de evolu\u00e7\u00e3o do planeta.<\/p>\n\n\n\n

Os estudos tamb\u00e9m ajudaram a compreender como as \u00faltimas d\u00e9cadas submeteram toda essa biodiversidade a um estresse nunca antes visto, com o despejo de min\u00e9rios, pl\u00e1sticos e metais pesados em rios e igarap\u00e9s.<\/p>\n\n\n\n

E tudo isso representa um risco enorme: o aumento de 1,5 \u00b0C na temperatura j\u00e1 seria suficiente para extinguir muitos desses seres, que s\u00e3o vitais na dieta da popula\u00e7\u00e3o local.<\/p>\n\n\n\n

Val est\u00e1 participando da Confer\u00eancia sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas das Na\u00e7\u00f5es Unidas (COP27), que acontece em Sharm El-Sheikh, no Egito.<\/p>\n\n\n\n

Numa reuni\u00e3o da sociedade civil com o presidente eleito Luiz In\u00e1cio Lula da Silva, realizada em 17 de novembro, ele foi um dos seis escolhidos para falar e apresentou as demandas do setor de ci\u00eancia, pesquisa e desenvolvimento.<\/p>\n\n\n\n

Um dos pedidos do bi\u00f3logo foi que o novo governo crie pol\u00edticas p\u00fablicas para “trazer os meninos para casa” \u2014 uma alus\u00e3o aos cientistas brasileiros que fizeram toda a forma\u00e7\u00e3o no pa\u00eds, mas que foram trabalhar no exterior em busca de melhores condi\u00e7\u00f5es de vida.<\/p>\n\n\n\n

Numa entrevista \u00e0 BBC News Brasil, Val contou um pouco sobre suas pesquisas, falou da import\u00e2ncia de conhecer os saberes tradicionais amaz\u00f4nicos e apontou o caminho para incentivar a pesquisa no pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n

A boca vol\u00e1til do tambaqui<\/h2>\n\n\n\n

Val nasceu em Campinas, no interior paulista, estudou bioqu\u00edmica e depois cursou biologia. Foi a paix\u00e3o pela pesca \u2014 seu passatempo favorito nos finais de semana durante a inf\u00e2ncia e a adolesc\u00eancia \u2014 que o levou a estudar esses animais.<\/p>\n\n\n\n

Em 1978, ele foi para a Amaz\u00f4nia pela primeira vez e, no ano seguinte, resolveu fixar resid\u00eancia na regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“Quando cheguei l\u00e1 e vi aquela quantidade de peixes no mercado, entendi que ali era o meu lugar”, lembra.<\/p>\n\n\n\n

Professor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amaz\u00f4nia (Inpa), Val explica que sua linha de pesquisa busca entender como os organismos aqu\u00e1ticos, como peixes, anf\u00edbios, r\u00e9pteis, mosquitos e plantas, se adaptam \u00e0s mudan\u00e7as ambientais.<\/p>\n\n\n\n

Ele aponta que a oscila\u00e7\u00e3o do n\u00edvel das \u00e1guas nos rios e reservat\u00f3rios naturais coloca os peixes em contato com a floresta por um tempo prolongado no per\u00edodo das cheias.<\/p>\n\n\n\n

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Entender a boca do tambaqui pode levar \u00e0 melhor compreens\u00e3o sobre os mecanismos de cicatriza\u00e7\u00e3o da pele, avalia cientista – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Na contram\u00e3o, durante o per\u00edodo de \u00e1guas baixas, esses animais ficam em locais mais isolados.<\/p>\n\n\n\n

“A Amaz\u00f4nia tem mais de 3 mil esp\u00e9cies de peixes, mas vamos pegar como exemplo o tambaqui”, diz.<\/p>\n\n\n\n

“Na fase adulta, ele se alimenta de frutas, e temos estudos mostrando que \u00e9 poss\u00edvel encontrar at\u00e9 140 variedades diferentes desses alimentos no sistema digestivo deles”, calcula.<\/p>\n\n\n\n

“No per\u00edodo das secas, o peixe perde em parte essa conex\u00e3o com o resto do meio ambiente.”<\/p>\n\n\n\n

O professor conta outro atributo curioso do tambaqui: nos momentos do ano em que a esp\u00e9cie fica exposta a uma baixa disponibilidade de oxig\u00eanio na \u00e1gua, ela expande significativamente os l\u00e1bios.<\/p>\n\n\n\n

“Com isso, esse peixe vai para a superf\u00edcie do rio e coleta aquela camada superficial de \u00e1gua que, pelo contato com o ar, \u00e9 mais rica em oxig\u00eanio”, explica.<\/p>\n\n\n\n

Quando o oxig\u00eanio volta aos n\u00edveis superiores nos rios, os l\u00e1bios do animal deixam de se expandir.<\/p>\n\n\n\n

“Entender esse mecanismo nos ajuda a compreender, por exemplo, como acontece a prolifera\u00e7\u00e3o de c\u00e9lulas. E isso poder\u00e1 ajudar no futuro a cicatrizar mais rapidamente os ferimentos na pele”, antev\u00ea.<\/p>\n\n\n\n

Muitas mudan\u00e7as em pouco tempo<\/h2>\n\n\n\n

Embora v\u00e1rias dessas esp\u00e9cies aqu\u00e1ticas tenham aprendido a se adaptar a ambientes extremos ao longo de centenas de milhares de anos, elas nunca foram submetidas a uma situa\u00e7\u00e3o t\u00e3o complicada, acredita Val.<\/p>\n\n\n\n

Por tr\u00e1s disso, est\u00e1 a a\u00e7\u00e3o humana e a destrui\u00e7\u00e3o dos rios que correm pela regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 poss\u00edvel observar um conjunto de outras modifica\u00e7\u00f5es produzidas pelo homem de forma r\u00e1pida e imediata, como a polui\u00e7\u00e3o de tudo que \u00e9 tipo, com medicamentos, agrot\u00f3xicos, nanopart\u00edculas de pl\u00e1stico, petr\u00f3leo\u2026”, lista.<\/p>\n\n\n\n

“Tudo isso nos preocupa muito, porque as altera\u00e7\u00f5es causadas pelo homem s\u00e3o r\u00e1pidas demais e n\u00e3o d\u00e1 tempo de as esp\u00e9cies aqu\u00e1ticas se adaptarem”, diz.<\/p>\n\n\n\n

A distribui\u00e7\u00e3o de uma fina camada de petr\u00f3leo na superf\u00edcie da \u00e1gua, por exemplo, impede que os tambaquis acessem o oxig\u00eanio que os mant\u00eam vivos.<\/p>\n\n\n\n

“Estamos concluindo v\u00e1rios estudos que detectaram a presen\u00e7a de micropl\u00e1sticos nos peixes, inclusive com uma transfer\u00eancia direta desse material da m\u00e3e para os filhos”, informa.<\/p>\n\n\n\n

“Uma prote\u00edna nos \u00f3vulos dos peixes se liga \u00e0s mol\u00e9culas de pl\u00e1stico, ent\u00e3o o filhote j\u00e1 nasce com essa subst\u00e2ncia no organismo.”<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m de representar um risco \u00e0 biodiversidade da Amaz\u00f4nia, a extin\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies \u00e9 um perigo \u00e0 seguran\u00e7a alimentar do povo que vive ali.<\/p>\n\n\n\n

“Vale lembrar que 90% da prote\u00edna consumida pela popula\u00e7\u00e3o local tem origem nos peixes. Trata-se de uma coisa extremamente importante para a regi\u00e3o”, chama a aten\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Val alerta que, apesar do clima local, os peixes amaz\u00f4nicos s\u00e3o extremamente vulner\u00e1veis \u00e0 varia\u00e7\u00e3o da temperatura.<\/p>\n\n\n\n

“Muitos deles j\u00e1 vivem no limite t\u00e9rmico superior e qualquer varia\u00e7\u00e3o futura pode levar ao desaparecimento de v\u00e1rias esp\u00e9cies”, diz.<\/p>\n\n\n\n

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O bi\u00f3logo Adalberto Luis Val foi um dos representantes da sociedade civil a apresentar demandas a Lula na COP27 – ARQUIVO PESSOAL<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O bi\u00f3logo entende que a urg\u00eancia da situa\u00e7\u00e3o exige que os cientistas fa\u00e7am pesquisas gen\u00e9ticas para detectar quais s\u00e3o as esp\u00e9cies mais adaptadas \u00e0s altas temperaturas, para que elas sejam criadas em fazendas e possam suprir a demanda num futuro pr\u00f3ximo.<\/p>\n\n\n\n

“Um aumento de temperatura na ordem de 1 \u00b0C ou 1,5 \u00b0C j\u00e1 \u00e9 suficiente para testemunharmos o desaparecimento de muitas esp\u00e9cies da Amaz\u00f4nia, principalmente daquelas que vivem nos pequenos igarap\u00e9s dentro da floresta”, alerta.<\/p>\n\n\n\n

Jaraqui velho n\u00e3o sobe o rio<\/h2>\n\n\n\n

Durante a reuni\u00e3o com Lula, Val tamb\u00e9m destacou a import\u00e2ncia de “aliar os saberes tradicionais com a ci\u00eancia contempor\u00e2nea”.<\/p>\n\n\n\n

Para ilustrar a rela\u00e7\u00e3o entre esses dois universos, ele se recorda de uma hist\u00f3ria que viveu.<\/p>\n\n\n\n

“Existe um peixe na Amaz\u00f4nia chamado jaraqui que \u00e9 extremamente popular e muito consumido pela popula\u00e7\u00e3o de classe m\u00e9dia baixa”, descreve.<\/p>\n\n\n\n

Sabe-se que essa esp\u00e9cie vive em cardumes e desce do Alto Rio Negro at\u00e9 o encontro das \u00e1guas com o Solim\u00f5es, onde acontece a reprodu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“Na pr\u00e1tica, as f\u00eameas depositam os \u00f3vulos e os machos liberam o esperma para fecundar. \u00c0 medida que os novos peixes se desenvolvem, eles nadam de volta para a cabeceira do Rio Negro, e sabem exatamente como ir at\u00e9 l\u00e1”, ensina.<\/p>\n\n\n\n

O bi\u00f3logo conta que durante um per\u00edodo coletou alguns jaraquis para tirar amostras de sangue, que seriam depois analisadas no laborat\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n

“Nessas pesquisas, eu sempre encontrava tr\u00eas ou quatro animais que destoavam do resto do grupo e tinham par\u00e2metros sangu\u00edneos completamente diferentes”, diz.<\/p>\n\n\n\n

Mas ele n\u00e3o fazia ideia do motivo. At\u00e9 que um dia estava fazendo trabalho de campo, no meio da floresta, quando o barco que o grupo utilizava quebrou.<\/p>\n\n\n\n

“Decidimos ent\u00e3o dormir ali mesmo e fizemos uma fogueira para assar um peixe”, lembra.<\/p>\n\n\n\n

“Nisso, veio um caboclo que morava ali perto conversar com a gente. O resto do grupo foi dormir, mas fiquei batendo papo com ele.”<\/p>\n\n\n\n

Foi a\u00ed que o pesquisador comentou do mist\u00e9rio que o intrigava \u2014 e descobriu a resposta prontamente.<\/p>\n\n\n\n

“Ele olhou pra mim e disse: ‘Mas professor, isso \u00e9 muito simples. Acontece que os peixes sobem e descem o rio v\u00e1rias vezes ao longo da vida. Mas, quando eles ficam mais velhos, n\u00e3o aguentam fazer isso. Eles permanecem ent\u00e3o aqui na mata inundada dos igap\u00f3s. S\u00f3 que, ao ver o cardume saindo, eles pensam que est\u00e3o recuperados e se misturam aos peixes mais novos’.”<\/p>\n\n\n\n

“Eu n\u00e3o tinha pensado nisso e fui verificar. A\u00ed notei que, dito e feito, esses tr\u00eas ou quatro peixes diferentes que eu encontrava no meio do grupo eram justamente os mais velhos.”<\/p>\n\n\n\n

“Eu tenho um monte de hist\u00f3rias desse tipo, que mostram como a ci\u00eancia precisa do apoio dos ind\u00edgenas e das comunidades locais para entender todas as coisas que existem na Amaz\u00f4nia”, aponta.<\/p>\n\n\n\n

“Para mim, n\u00e3o h\u00e1 contraste entre o conhecimento tradicional e a ci\u00eancia contempor\u00e2nea. Uma se vale da outra”, conclui.<\/p>\n\n\n\n

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O jaraqui \u00e9 um dos peixes mais consumidos na Amaz\u00f4nia – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O resgate dos ‘meninos’<\/h2>\n\n\n\n

Por fim, Val enumerou alguns caminhos poss\u00edveis para desenvolver a ci\u00eancia no Brasil \u2014 e mais especificamente na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

“Da totalidade do or\u00e7amento nacional para a ci\u00eancia e a tecnologia, apenas 2% s\u00e3o investidos na Amaz\u00f4nia”, calcula.<\/p>\n\n\n\n

“E n\u00e3o ser\u00e1 poss\u00edvel avan\u00e7ar na conserva\u00e7\u00e3o ambiental e na redu\u00e7\u00e3o dos impactos clim\u00e1ticos se a gente n\u00e3o contar com a ci\u00eancia na regi\u00e3o. N\u00e3o adianta a Finl\u00e2ndia ou os Estados Unidos virem estudar a Amaz\u00f4nia, porque as informa\u00e7\u00f5es n\u00e3o ser\u00e3o acess\u00edveis para o caboclo que est\u00e1 no interior e n\u00e3o conseguir\u00e1 ler o artigo cient\u00edfico publicado numa revista internacional”, critica.<\/p>\n\n\n\n

O bi\u00f3logo aponta que, nos \u00faltimos quatro anos, houve uma “degrada\u00e7\u00e3o muito significativa das institui\u00e7\u00f5es de pesquisa no Brasil, sendo que na Amaz\u00f4nia a coisa foi ainda pior”.<\/p>\n\n\n\n

“O Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaz\u00f4nia) mesmo tem cerca de 140 pesquisadores, sendo que 70 a 80 deles j\u00e1 est\u00e3o em idade de aposentadoria, mas continuam a trabalhar por falta de gente.”<\/p>\n\n\n\n

Val acredita que o primeiro grande desafio do pr\u00f3ximo governo \u00e9 “viabilizar oportunidades para que os meninos e as meninas fiquem no Brasil”.<\/p>\n\n\n\n

Ele explica que os termos “meninos” ou “meninas” s\u00e3o maneiras carinhosas de se referir aos mais jovens na regi\u00e3o amaz\u00f4nica.<\/p>\n\n\n\n

“As pessoas t\u00eam o direito de morar no exterior, mas n\u00e3o porque n\u00e3o h\u00e1 condi\u00e7\u00f5es de fazer pesquisa no pa\u00eds”, lamenta.<\/p>\n\n\n\n

“N\u00f3s gastamos uma fortuna para formar esses profissionais e, quando eles chegam aos 28 anos, recebem propostas melhores para trabalhar fora.”<\/p>\n\n\n\n

Ele cita o exemplo de um aluno que era eletricista em S\u00e3o Paulo e foi ao Ipam para fazer mestrado e doutorado.<\/p>\n\n\n\n

Durante o trabalho, o jovem cientista desenvolveu um mecanismo de intelig\u00eancia artificial que ajuda a saber se peixes ornamentais est\u00e3o saud\u00e1veis \u2014 e foi contratado por uma empresa no Reino Unido.<\/p>\n\n\n\n

Val tamb\u00e9m acredita que ao menos 2% do PIB do pa\u00eds deveria ser investido em ci\u00eancia e tecnologia.<\/p>\n\n\n\n

“Precisamos utilizar nossos recursos para criar estruturas capazes de desenvolver novas tecnologias”, aponta.<\/p>\n\n\n\n

“Por \u00faltimo, precisamos transformar a informa\u00e7\u00e3o que temos produzido em tecnologias sustent\u00e1veis, que possam ser socializadas com a popula\u00e7\u00e3o.”<\/p>\n\n\n\n

“E o foco dessa inclus\u00e3o social precisa acontecer principalmente nas regi\u00f5es perif\u00e9ricas, como a Amaz\u00f4nia, o Nordeste, o Pantanal e o Centro-Oeste”, sugere.<\/p>\n\n\n\n

Ele cita como exemplo o fato de nenhuma carne de peixe amaz\u00f4nico ser exportada para o exterior a partir de uma produ\u00e7\u00e3o sustent\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n

“Durante a confer\u00eancia Rio-92, o ent\u00e3o governador do Estado do Amazonas deu dez casais de tambaqui de presente para a delega\u00e7\u00e3o chinesa”, lembra.<\/p>\n\n\n\n

“Logo depois, o presidente chin\u00eas determinou que um time de pesquisadores fosse enviado ao Brasil, onde os cientistas aprenderam mais sobre a esp\u00e9cie e coletaram informa\u00e7\u00f5es.”<\/p>\n\n\n\n

“E, h\u00e1 alguns anos, a China come\u00e7ou a exportar a carne de tambaqui”, finaliza.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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