{"id":180773,"date":"2022-11-24T22:19:41","date_gmt":"2022-11-25T01:19:41","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180773"},"modified":"2022-11-24T22:19:43","modified_gmt":"2022-11-25T01:19:43","slug":"que-efeitos-teria-um-acidente-na-usina-nuclear-de-zaporijia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/11\/24\/180773-que-efeitos-teria-um-acidente-na-usina-nuclear-de-zaporijia.html","title":{"rendered":"Que efeitos teria um acidente na usina nuclear de Zapor\u00edjia?"},"content":{"rendered":"\n

Em meio \u00e0 guerra na Ucr\u00e2nia, teme-se um desastre na maior usina nuclear da Europa. Com base nos acidentes de Tchernobil e Fukushima, especialistas tentam estimar poss\u00edveis consequ\u00eancias para a sa\u00fade e o meio ambiente.<\/p>\n\n\n\n

Quando se\u00a0pensa em amea\u00e7as nucleares e na\u00a0guerra na Ucr\u00e2nia, a maioria considera duas possibilidades: o que aconteceria se ocorresse um acidente em uma usina nuclear ucraniana? E o que aconteceria se uma arma nuclear fosse utilizada?<\/p>\n\n\n\n

Para produzir esta reportagem, conversamos com especialistas sobre o impacto que os desastres de Fukushima, no Jap\u00e3o, e de\u00a0Tchernobil, na Ucr\u00e2nia, tiveram na sa\u00fade das popula\u00e7\u00f5es vizinhas, e pedimos que explicassem at\u00e9 que ponto essas cat\u00e1strofes poderiam ajudar a compreender o risco\u00a0em\u00a0Zapor\u00edjia.<\/p>\n\n\n\n

Zapor\u00edjia ocupada<\/h2>\n\n\n\n

A usina de Zapor\u00edjia n\u00e3o fica muito longe da fronteira sul da\u00a0Ucr\u00e2nia. Este ano, tornou-se a primeira usina nuclear ativa a continuar operando em meio a uma guerra.<\/p>\n\n\n\n

Desde que as for\u00e7as russas a tomaram, em mar\u00e7o, muitos europeus t\u00eam se perguntado como um potencial acidente na \u00e1rea poderia ser comparado ao de Tchernobil, em 1986 \u2013 um evento que por d\u00e9cadas foi considerado o pior acidente nuclear da hist\u00f3ria. O desastre de Tchernobil liberou radia\u00e7\u00e3o por todo o continente e contaminou humanos, plantas e animais.<\/p>\n\n\n\n

Nos tr\u00eas meses seguintes ao acidente\u00a0na usina sovi\u00e9tica, mais de 30 trabalhadores morreram como consqu\u00eancia direita dele. Um relat\u00f3rio publicado pelo F\u00f3rum de Tchernobil, um grupo de ag\u00eancias da\u00a0ONU\u00a0formado em 2003 para avaliar as consequ\u00eancias sanit\u00e1rias e ambientais do desastre, sugeriu, em 2006, que ele\u00a0ainda causaria ao menos 4 mil mortes por c\u00e2ncer no longo prazo, embora essa estimativa seja contestada.<\/p>\n\n\n\n

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Pripyat, onde ficava a usina nuclear de Tchernobil, no norte da Ucr\u00e2nia, transformou-se em uma cidade fantasma<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Controv\u00e9rsia sobre efeitos de Thernobil<\/h2>\n\n\n\n

Alguns especialistas dizem que o real impacto de Thernobil foi mascarado por autoridades sovi\u00e9ticas numa tentativa de minimizar sua gravidade. \u00c9 o que acredita a professora Kate Brown, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ela conduziu uma extensa pesquisa sobre o impacto que a radia\u00e7\u00e3o teve sobre a sa\u00fade das pessoas na Ucr\u00e2nia e nos pa\u00edses vizinhos desde o acidente.<\/p>\n\n\n\n

Em um relat\u00f3rio do\u00a0Greenpeace\u00a0publicado em 2006, pesquisadores estimaram o n\u00famero de mortes em consequ\u00eancia do desastre em cerca de 90 mil \u2013 mais de 20 vezes mais do que havia sido sugerido pelo relat\u00f3rio do F\u00f3rum de Thernobil.<\/p>\n\n\n\n

Edwin Lyman, f\u00edsico e diretor de Seguran\u00e7a de Energia Nuclear da Union of Concerned Scientists, com sede nos Estados Unidos, diz que “n\u00e3o considera o relat\u00f3rio do F\u00f3rum de Thernobil confi\u00e1vel”.<\/p>\n\n\n\n

Lyman afirma que esse levantamento baseou suas proje\u00e7\u00f5es de morte por c\u00e2ncer apenas em casos dentro da antiga\u00a0Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica, ignorando popula\u00e7\u00f5es de outras partes da Europa e do Hemisf\u00e9rio Norte.<\/p>\n\n\n\n

O relat\u00f3rio original sobre Thernobil e o seu impacto na sa\u00fade, conduzido por ag\u00eancias da ONU e publicado em 1988, abordou a exposi\u00e7\u00e3o global \u00e0 radia\u00e7\u00e3o em resposta ao acidente, e estimou que ela responderia, no fim, por 30 mil ou mais mortes por c\u00e2ncer, segundo Lyman.<\/p>\n\n\n\n

“A quest\u00e3o fundamental \u00e9 acreditar ou n\u00e3o que exposi\u00e7\u00f5es de baixo n\u00edvel [\u00e0 radia\u00e7\u00e3o] causam c\u00e2ncer \u2013 e o consenso mundial entre os\u00a0especialistas \u00e9 de que sim. O F\u00f3rum de Thernobil afirma essencialmente o contr\u00e1rio”, diz, chamando o estudo de um “documento altamente pol\u00edtico com conclus\u00f5es que foram cuidadosamente massageadas para minimizar os impactos do acidente”.<\/p>\n\n\n\n

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