{"id":180831,"date":"2022-11-30T19:05:13","date_gmt":"2022-11-30T22:05:13","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180831"},"modified":"2022-11-30T19:05:16","modified_gmt":"2022-11-30T22:05:16","slug":"lecanemab-medicamento-experimental-contra-alzheimer-tem-resultados-historicos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/11\/30\/180831-lecanemab-medicamento-experimental-contra-alzheimer-tem-resultados-historicos.html","title":{"rendered":"Lecanemab: medicamento experimental contra Alzheimer tem resultados ‘hist\u00f3ricos’"},"content":{"rendered":"\n
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Ap\u00f3s decadas de fracassos com tratamentos experimentais contra o Alzheimer, o lecanemab mostrou resultados animadores – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Pela primeira vez, um medicamento se mostrou capaz, em experimentos com volunt\u00e1rios, de desacelerar a destrui\u00e7\u00e3o do c\u00e9rebro pela doen\u00e7a de Alzheimer.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O sucesso da pesquisa,\u00a0divulgada nesta ter\u00e7a-feira (29\/11) na revista cient\u00edfica New England Journal of Medicine, encerra d\u00e9cadas de fracassos em tratamentos experimentais contra o Alzheimer, a forma mais comum de dem\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, o medicamento, o lecanemab, ainda mostrou algumas limita\u00e7\u00f5es: seu efeito foi moderado e trouxe alguns riscos. Exames de imagem mostraram a ocorr\u00eancia de hemorragias cerebrais em 17% dos participantes e de incha\u00e7o cerebral em 13%. Entre os volunt\u00e1rios, 7% tiveram que deixar os testes devido a efeitos colaterais.<\/p>\n\n\n\n

O lecanemab ataca a gosma pegajosa que se acumula no c\u00e9rebro de pessoas com Alzheimer, a chamada beta-amiloide. A droga funciona nos est\u00e1gios iniciais da doen\u00e7a, ent\u00e3o boa parte das pessoas n\u00e3o se beneficiaria com ela, j\u00e1 que \u00e9 frequente que a condi\u00e7\u00e3o s\u00f3 seja investigada ap\u00f3s a apari\u00e7\u00e3o de sinais \u2014 muitas vezes, em est\u00e1gios relativamente avan\u00e7ados.<\/p>\n\n\n\n

O centro de pesquisa brit\u00e2nico Alzheimer’s Research UK afirmou que os resultados s\u00e3o “importantes”.<\/p>\n\n\n\n

Um dos primeiros pesquisadores do mundo a propor tratamentos que atinjam a amiloide, h\u00e1 mais de 30 anos, o professor John Hardy avaliou que o experimento \u00e9 “hist\u00f3rico” e mostra que “estamos vendo o in\u00edcio de tratamentos contra o Alzheimer”.<\/p>\n\n\n\n

A professora Tara Spires-Jones, da Universidade de Edimburgo, afirmou que os resultados s\u00e3o “importantes porque tivemos uma taxa de falha de 100% por muito tempo”.<\/p>\n\n\n\n

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David Essam \u2014 na foto, ao lado da esposa Cheryl \u2014 \u00e9 volunt\u00e1rio no ensaio cl\u00ednico<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

David Essam, que tem 78 anos e \u00e9 de Kent, no Reino Unido, participou dos ensaios cl\u00ednicos.<\/p>\n\n\n\n

A doen\u00e7a o obrigou a abrir m\u00e3o do trabalho como marceneiro \u2014 ele n\u00e3o se lembrava mais de como usar suas ferramentas ou construir um arm\u00e1rio. Ele agora usa um rel\u00f3gio digital, pois n\u00e3o consegue ver as horas usando um rel\u00f3gio anal\u00f3gico.<\/p>\n\n\n\n

“Se algu\u00e9m puder desacelerar [o Alzheimer] e, eventualmente, par\u00e1-lo de uma vez, seria brilhante. \u00c9 simplesmente uma coisa horr\u00edvel”, diz David, referindo-se \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Sua esposa, Cheryl, lamenta mudan\u00e7as j\u00e1 muito percept\u00edveis no marido, mas afirma que a participa\u00e7\u00e3o nos ensaios cl\u00ednicos trouxe esperan\u00e7a \u00e0 fam\u00edlia.<\/p>\n\n\n\n

“Ele n\u00e3o \u00e9 o homem que j\u00e1 foi. Ele precisa ajuda com a maioria das coisas e, em geral, sua mem\u00f3ria quase n\u00e3o existe mais”, diz a esposa.<\/p>\n\n\n\n

Existem mais de 55 milh\u00f5es de pessoas no mundo como David e o n\u00famero de pessoas com a doen\u00e7a de Alzheimer deve passar de 139 milh\u00f5es at\u00e9 2050, segundo proje\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Limita\u00e7\u00f5es<\/h2>\n\n\n\n

H\u00e1 um debate entre cientistas e m\u00e9dicos sobre o impacto do lecanemab no “mundo real”.<\/p>\n\n\n\n

Os melhores resultados foram encontrados nas avalia\u00e7\u00f5es individuais de sintomas. Trata-se de uma escala de 18 pontos, variando de normal \u00e0 dem\u00eancia grave. Aqueles que receberam o medicamento tiveram 0,45 ponto a mais.<\/p>\n\n\n\n

A professora Tara Spires-Jones disse que foi observado um “pequeno efeito” da droga na doen\u00e7a, mas “mesmo que n\u00e3o seja algo t\u00e3o impactante, eu aceitaria”.<\/p>\n\n\n\n

Susan Kohlhaas, do Alzheimer’s Research UK, disse que foi um “efeito modesto, mas que nos d\u00e1 um pouco de ch\u00e3o”. Para ela, a pr\u00f3xima gera\u00e7\u00e3o de medicamentos contra o Alzheimer deve ser melhor.<\/p>\n\n\n\n

Uma quest\u00e3o crucial \u00e9 o que acontecer\u00e1 ap\u00f3s os 18 meses do experimento, e as respostas ainda s\u00e3o especula\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

A m\u00e9dica Elizabeth Coulthard, que trata pacientes na rede p\u00fablica de Bristol, diz que as pessoas t\u00eam, em m\u00e9dia, seis anos de vida independente desde que o comprometimento cognitivo leve come\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

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A OMS estima que 55 milh\u00f5es vivem com dem\u00eancia \u2014 em 2050, esse n\u00famero dever\u00e1 chegar perto dos 139 milh\u00f5es – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Se o decl\u00ednio for reduzido em um quarto, como observado nos ensaios cl\u00ednicos, isso daria mais 19 meses de vida independente \u2014 mas, por enquanto, isso \u00e9 apenas uma suposi\u00e7\u00e3o, diz ela.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 at\u00e9 cientificamente plaus\u00edvel que a efic\u00e1cia possa ser maior em ensaios mais longos.<\/p>\n\n\n\n

O surgimento de medicamentos que alteram o curso da doen\u00e7a levanta grandes quest\u00f5es sobre se os servi\u00e7os de sa\u00fade estariam prontos para us\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n

As drogas devem ser administradas no in\u00edcio da doen\u00e7a, antes que ocorram muitos danos ao c\u00e9rebro, mas um percentual muito pequeno de pessoas faz exames precoces para detectar o Alzheimer.<\/p>\n\n\n\n

“H\u00e1 um enorme abismo entre o atendimento prestado hoje e o que precisamos fazer para oferecer tratamentos que alteram o curso da doen\u00e7a”, diz Coulthard.<\/p>\n\n\n\n

Alguns cientistas tamb\u00e9m enfatizaram que a amiloide \u00e9 apenas uma pe\u00e7a do complexo quadro da doen\u00e7a de Alzheimer e n\u00e3o deveria ser o \u00fanico foco das terapias.<\/p>\n\n\n\n

O sistema imunol\u00f3gico e processos inflamat\u00f3rios est\u00e3o fortemente envolvidos na doen\u00e7a, al\u00e9m de outra prote\u00edna t\u00f3xica, chamada tau \u2014 encontrada onde as c\u00e9lulas cerebrais est\u00e3o realmente morrendo.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 onde eu apostaria meu dinheiro”, opina Spires-Jones. “Estou muito animada por estarmos prestes a entender suficientemente o problema. Devemos ter algo [tratamento] que far\u00e1 uma diferen\u00e7a maior em uma d\u00e9cada ou mais.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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