{"id":180836,"date":"2022-11-30T19:08:00","date_gmt":"2022-11-30T22:08:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180836"},"modified":"2022-11-30T19:08:03","modified_gmt":"2022-11-30T22:08:03","slug":"desmatamento-na-amazonia-cai-11-em-2022","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/11\/30\/180836-desmatamento-na-amazonia-cai-11-em-2022.html","title":{"rendered":"Desmatamento na Amaz\u00f4nia cai 11% em 2022"},"content":{"rendered":"\n
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Foram 11,6 mil km2 de floresta derrubados, o segundo maior n\u00famero dos \u00faltimos 13 anos. Monitoramento identifica din\u00e2mica de aumento dos grandes pol\u00edgonos de desmate, que t\u00eam mais de 100 hectares.<\/p>\n\n\n\n

O desmatamento medido por sat\u00e9lite pelo Programa de Monitoramento da Floresta Amaz\u00f4nica (Prodes)\u00a0foi de 11.568 km2 em 2022.\u00a0O n\u00famero, divulgado\u00a0nesta quarta-feira (30\/11), \u00e9 11% menor que o\u00a0do\u00a0per\u00edodo anterior.<\/p>\n\n\n\n

O dado, monitorado h\u00e1 tr\u00eas d\u00e9cadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), estimou a \u00e1rea de floresta destru\u00edda de 1\u00ba de agosto de 2021 a 31 de julho de 2022.<\/p>\n\n\n\n

Para pesquisadores e ambientalistas ouvidos pela DW, a explica\u00e7\u00e3o para a queda ainda precisa ser investigada. “N\u00e3o houve qualquer a\u00e7\u00e3o do governo federal ou do governo dos estados que pudesse explicar essa redu\u00e7\u00e3o. Os\u00a0\u00f3rg\u00e3os de fiscaliza\u00e7\u00e3o\u00a0continuam sucateados\u201d, diz M\u00e1rcio Astrini, do Observat\u00f3rio do Clima.<\/p>\n\n\n\n

Ane Alencar, diretora de Ci\u00eancia do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amaz\u00f4nia (Ipam), pontua que meses mais chuvosos em alguns estados no per\u00edodo analisado podem ter freado os desmatadores.<\/p>\n\n\n\n

“Muitas pessoas n\u00e3o fazem opera\u00e7\u00f5es de desmatamento quando est\u00e1 chovendo muito. Em 2021, o La Ni\u00f1a come\u00e7ou a se estabelecer, e esse fen\u00f4meno meteorol\u00f3gico traz mais umidade para a Amaz\u00f4nia”, explica Alencar.<\/p>\n\n\n\n

Em todos os anos do governo de Jair Bolsonaro, iniciado em 2019, o corte da Floresta Amaz\u00f4nica ficou acima do patamar de 10 mil km2 anuais. No ano passado, a marca recorde dos \u00faltimos 15 anos foi atingida, com\u00a013 mil km2.<\/p>\n\n\n\n

“O dado de 2022 \u00e9 ainda o segundo maior dos \u00faltimos 13 anos e s\u00f3 perde para o recorde do pr\u00f3prio governo Bolsonaro”, diz Astrini. “N\u00e3o d\u00e1 para comemorar, infelizmente. Mas um aumento, certamente, seria muito pior. Vale lembrar que Bolsonaro entrega o governo com o desmatamento 50% maior do que pegou em 2018.”<\/p>\n\n\n\n

Mariana Napolitano, gerente de ci\u00eancias do WWF-Brasil, tamb\u00e9m \u00e9 cautelosa. “A gente sabe o impacto desse desmatamento: conflito com comunidades locais, aumento de crime e ilegalidades, aproximando, cada vez mais, a floresta, suas popula\u00e7\u00f5es, sua biodiversidade, de um\u00a0estado degradado de n\u00e3o retorno, em que a floresta perde sua capacidade de se restabelecer naturalmente”, afirma.<\/p>\n\n\n\n

Amazonas foi \u00fanico estado que registrou alta<\/h2>\n\n\n\n

Claudio Almeida, coordenador do Prodes no Inpe, afirma que as condi\u00e7\u00f5es do trabalho de monitoramento em 2022 s\u00e3o semelhantes \u00e0s de 2021. “Olhando para o mapa de nuvens sobre os estados, n\u00e3o tem muita diferen\u00e7a entre os anos. Al\u00e9m do mais, as imagens que analisamos s\u00e3o sempre as do per\u00edodo seco, as nuvens interferem pouco neste processo”, diz.<\/p>\n\n\n\n

Dentre os nove estados que compreendem a Amaz\u00f4nia Legal (Acre, Amap\u00e1, Amazonas, Maranh\u00e3o, Mato Grosso, Par\u00e1, Rond\u00f4nia, Roraima e Tocantins), o Amazonas \u00e9 o \u00fanico que registrou aumento de desmatamento, com alta de 13%. O Amap\u00e1 teve o maior percentual de redu\u00e7\u00e3o, de 65%.<\/p>\n\n\n\n

Embora tenha apresentado queda na devasta\u00e7\u00e3o (21%), o Par\u00e1 segue\u00a0l\u00edder em 2022 em \u00e1rea devastada, com 4.141 km2, seguido por Amazonas (2.607 km2) e Mato Grosso (1.906 km2).<\/p>\n\n\n\n

As taxas foram calculadas com base em imagens geradas pelo sat\u00e9lite Landsat, que cobre a Amaz\u00f4nia. Segundo o Inpe, tr\u00eas crit\u00e9rios t\u00e9cnicos s\u00e3o usados na escolha das imagens para a an\u00e1lise: cenas que cobrem a regi\u00e3o onde foram registrados pelo menos 90% do desmatamento do per\u00edodo anterior, locais de onde partiram pelo menos 90% dos alertas do Deter (Sistema de Detec\u00e7\u00e3o do Desmatamento em Tempo Real) e imagens que cobrem os 52 munic\u00edpios priorit\u00e1rios para a fiscaliza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Pol\u00edgonos desmatados cada vez maiores <\/h2>\n\n\n\n

A an\u00e1lise mostrou que o tamanho dos pol\u00edgonos desmatados, como \u00e9 chamada cada \u00e1rea analisada, est\u00e1 crescendo.<\/p>\n\n\n\n

“Isso tem um impacto muito grande na taxa total do desmatamento. Os pol\u00edgonos grandes, de 100 a 500 hectares, est\u00e3o se sobressaindo. Ou seja, os grandes desmatamentos est\u00e3o de volta”, diz Almeida.<\/p>\n\n\n\n

Os dados de 2022 mostram que 3% dos pol\u00edgonos analisados respondem por mais de 42% da \u00e1rea desmatada: as \u00e1reas maiores de 500 hectares corresponderam a 16% do total, e aquelas entre 100 e 500 hectares s\u00e3o 26%.<\/p>\n\n\n\n

“Isso quer dizer que se os esfor\u00e7os de fiscaliza\u00e7\u00e3o fossem centrados nos maiores desmatamentos haveria maior impacto na queda dos n\u00fameros”, afirma Almeida. “E tamb\u00e9m mostra que n\u00e3o faz sentido dizer que \u00e9 preciso imagens de alt\u00edssima resolu\u00e7\u00e3o para combater o desmatamento. Os dados mostram que as \u00e1reas desmatadas est\u00e3o maiores e s\u00e3o elas que trazem mais impactos.”<\/p>\n\n\n\n

Para o pr\u00f3ximo ano, a expectativa \u00e9 de que os dados n\u00e3o sejam t\u00e3o diferentes. Ane Alencar, do Ipam, lembra que os elevados \u00edndices de alerta de desmatamento medidos no segundo semestre de 2022 s\u00f3 v\u00e3o aparecer no Prodes de 2023. “Agosto,\u00a0setembro\u00a0e outubro deste ano tiveram dados alarmantes, teve tamb\u00e9m a influ\u00eancia da elei\u00e7\u00e3o. Ent\u00e3o a heran\u00e7a para o pr\u00f3ximo governo ser\u00e1 muito desastrosa.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"