{"id":180946,"date":"2022-12-07T20:35:16","date_gmt":"2022-12-07T23:35:16","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180946"},"modified":"2022-12-07T20:35:18","modified_gmt":"2022-12-07T23:35:18","slug":"mandibula-que-se-pensava-ser-de-neandertal-seria-de-1o-humano-europeu","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/12\/07\/180946-mandibula-que-se-pensava-ser-de-neandertal-seria-de-1o-humano-europeu.html","title":{"rendered":"Mand\u00edbula que se pensava ser de neandertal seria de 1\u00ba humano europeu"},"content":{"rendered":"\n
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Compara\u00e7\u00e3o da mand\u00edbula de Banyoles (centro), com a de H. sapiens (\u00e0 esquerda) e a de um Neandertal (\u00e0 direita)\u00a0– Foto: Brian Keeling<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Um f\u00f3ssil encontrado na\u00a0Espanha,\u00a0que cientistas acreditavam h\u00e1 mais de um s\u00e9culo que pertencia a um\u00a0neandertal, pode ser, na verdade, de um\u00a0Homo sapiens.<\/em>\u00a0Portanto, esse seria o ind\u00edcio mais antigo de presen\u00e7a do homem moderno j\u00e1 documentada na\u00a0Europa.<\/p>\n\n\n\n

A nova interpreta\u00e7\u00e3o do achado foi registrada em 9 de novembro na revista\u00a0Journal of Human Evolution.\u00a0<\/em>O osso de mand\u00edbula foi encontrado durante atividades de extra\u00e7\u00e3o em 1887, na cidade de Banyoles. Trata-se de um dos primeiros\u00a0f\u00f3sseis\u00a0humanos descobertos na Espanha.<\/p>\n\n\n\n

A mand\u00edbula foi estudada por diferentes pesquisadores ao longo do s\u00e9culo passado. Como o f\u00f3ssil data cerca de 45 mil a 65 mil anos atr\u00e1s \u2014 \u00e9poca em que o continente europeu era ocupado por neandertais \u2014 a maioria dos especialistas relacionou o f\u00f3ssil \u00e0 esp\u00e9cie\u00a0Homo neanderthalensis.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Por muito tempo, o osso foi considerado de um neandertal por conta de sua idade e localiza\u00e7\u00e3o, al\u00e9m do fato de que “faltava uma das principais caracter\u00edsticas para identificar um\u00a0Homo sapiens<\/em>: o queixo\u201d, segundo conta Brian Keeling, principal autor da pesquisa, em\u00a0comunicado.<\/p>\n\n\n\n

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Reconstru\u00e7\u00e3o em 3D da mand\u00edbula descoberta em Banyoles, na Espanha \u2014 Foto: Brian Keeling<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Por meio de t\u00e9cnicas virtuais, incluindo tomografia computadorizada, os autores do novo estudo reconstru\u00edram virtualmente as partes ausentes do f\u00f3ssil. Em seguida, a equipe gerou um modelo 3D do osso no computador e estudou caracter\u00edsticas distintas na mand\u00edbula que diferenciam os neandertais dos H. sapiens.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Ao contr\u00e1rio das hip\u00f3teses anteriores, a pesquisa mostrou que o f\u00f3ssil de Banyoles n\u00e3o tinha tra\u00e7os neandertais. Contudo, o fato de n\u00e3o ter queixo fez os pesquisadores pensarem duas vezes antes de atribu\u00ed-lo a esp\u00e9cie\u00a0H. sapiens<\/em>, segundo relata Rolf Quam, professor de antropologia da Universidade de Binghamton, em Nova York.<\/p>\n\n\n\n

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Mapa da Pen\u00ednsula Ib\u00e9rica indicando o local onde foi encontrada a mand\u00edbula de Banyoles (estrela amarela) \u2014 Foto: Brian Keeling<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os cientistas tamb\u00e9m compararam o f\u00f3ssil com uma mand\u00edbula de um\u00a0H.sapiens<\/em>\u00a0encontrada no sistema de galerias Pe\u015ftera cu Oase, na Rom\u00eania. O fragmento \u00f3sseo tinha um queixo cheio junto com algumas caracter\u00edsticas de neandertal, e uma an\u00e1lise de\u00a0DNA antigo\u00a0revelou que o indiv\u00edduo tinha um ancestral neandertal de quatro a seis gera\u00e7\u00f5es anteriores.<\/p>\n\n\n\n

Com a aus\u00eancia de caracter\u00edsticas neandertais no f\u00f3ssil de Banyoles, os cientistas descartaram a possibilidade de mistura entre os neandertais e o H. sapiens <\/em>para explicar sua anatomia.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores notaram ainda que havia queixos menos pronunciados entre alguns dos primeiros f\u00f3sseis de homem moderno da \u00c1frica, anteriores do de Banyoles em mais de 100 mil anos. Com isso, eles levantaram duas hip\u00f3teses: ou a\u00a0mand\u00edbula\u00a0achada na Espanha era de um membro de uma popula\u00e7\u00e3o desconhecida de\u00a0H. sapiens\u00a0<\/em>que coexistiu com os neandertais, ou era um h\u00edbrido entre\u00a0H. sapiens<\/em>\u00a0e uma esp\u00e9cie humana n\u00e3o neandertal.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, na \u00e9poca de Banyoles, os \u00fanicos f\u00f3sseis recuperados da Europa s\u00e3o neandertais, tornando esta \u00faltima hip\u00f3tese menos prov\u00e1vel. Os autores consideram, portanto, que o\u00a0f\u00f3ssil\u00a0da cidade espanhola pode ser realmente um membro de nossa esp\u00e9cie.<\/p>\n\n\n\n

Em 8 de julho, a Funda\u00e7\u00e3o Atapuerca divulgou\u00a0que na caverna Sima del Elefante, tamb\u00e9m na Espanha, pesquisadores encontraram o osso parcial da face de um homin\u00eddeo de 1,4 milh\u00e3o de anos, que seria o f\u00f3ssil mais antigo de um ancestral humano j\u00e1 descoberto na Europa. O fragmento estava abaixo de uma mand\u00edbula localizada em 2007, com cerca de 1,2 milh\u00f5es de anos.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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