{"id":180951,"date":"2022-12-07T20:37:58","date_gmt":"2022-12-07T23:37:58","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=180951"},"modified":"2022-12-07T20:38:02","modified_gmt":"2022-12-07T23:38:02","slug":"ambientalistas-celebram-acordo-da-ue-que-proibe-importacao-de-produtos-do-desmatamento-mas-alertam-para-pressao-no-cerrado","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/12\/07\/180951-ambientalistas-celebram-acordo-da-ue-que-proibe-importacao-de-produtos-do-desmatamento-mas-alertam-para-pressao-no-cerrado.html","title":{"rendered":"Ambientalistas celebram acordo da UE que pro\u00edbe importa\u00e7\u00e3o de produtos do desmatamento, mas alertam para press\u00e3o no Cerrado"},"content":{"rendered":"\n
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Nos \u00faltimos tr\u00eas anos, o Brasil registrou o pior desmatamento em 15 anos, o maior n\u00famero de focos de inc\u00eandios em 10 anos e a maior taxa de emiss\u00e3o de gases poluentes em 16 anos. \u2014 Foto: Reuters<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O Parlamento Europeu e os Estados-membros da Uni\u00e3o Europeia (EU) chegaram, na madrugada de ter\u00e7a-feira (6), a um\u00a0acordo para proibir a importa\u00e7\u00e3o para o territ\u00f3rio do bloco de produtos que contribuem para o desmatamento.\u00a0Apesar de ser considerado como uma vit\u00f3ria para a prote\u00e7\u00e3o das florestas, ambientalistas temem que a nova regra aumente ainda mais a press\u00e3o sobre o Cerrado, n\u00e3o inclu\u00eddo no texto.<\/p>\n\n\n\n

O documento foi celebrado por ONGs como um marco hist\u00f3rico para a prote\u00e7\u00e3o das florestas. Al\u00e9m de ampliar a lista de produtos que podem ser barrados, o texto inclui itens que contenham ou que sejam provenientes de animais que tenham sido alimentados com commodities produzidas em \u00e1reas desmatadas ap\u00f3s 31 de dezembro de 2020.<\/p>\n\n\n\n

A lei tamb\u00e9m inclui a ideia de desmatamento zero, j\u00e1 que n\u00e3o faz diferen\u00e7a entre \u00e1reas desmatadas legal ou ilegalmente.<\/p>\n\n\n\n

\u201cA gente acredita que essa legisla\u00e7\u00e3o, como foi aprovada, \u00e9 incr\u00edvel\u201d, diz Katia Favilla, secret\u00e1ria executiva da ong Rede Cerrado. \u201c\u00c9 uma vit\u00f3ria da sociedade civil e das negocia\u00e7\u00f5es esse reconhecimento da Uni\u00e3o Europeia, de que h\u00e1 um problema no Brasil e de que eles precisam cuidar e olhar para isso de uma forma espec\u00edfica\u201d, reconhece.<\/p>\n\n\n\n

K\u00e1tia lamenta, no entanto, a n\u00e3o inclus\u00e3o do cerrado no texto e teme o aumento do desmatamento do bioma e o risco de conflitos e de amea\u00e7as \u00e0 vida de lideran\u00e7as de povos ind\u00edgenas e comunidades tradicionais.<\/p>\n\n\n\n

\u201cDa forma que est\u00e1 escrita a lei, apenas 24% do cerrado (constitu\u00eddo por zonas de floresta) est\u00e3o protegidos\u201d, explica. \u201cNesse ponto a legisla\u00e7\u00e3o nos preocupa. Quando a lei n\u00e3o considera o cerrado em sua totalidade, a gente passa a ter uma fragilidade do bioma, dos territ\u00f3rios dos povos tradicionais que est\u00e3o nele. A press\u00e3o agora vai vir muito forte nesses territ\u00f3rios. Ent\u00e3o, para n\u00f3s \u00e9 um alerta\u201d, afirma.<\/p>\n\n\n\n

O acordo foi aprovado com um compromisso de ser revisto daqui a um ano para avaliar a\u00a0inclus\u00e3o de outras \u00e1reas arborizadas (other wooded land) e biomas. Para K\u00e1tia, 2023 ser\u00e1 um ano de \u201cmuita expectativa e monitoramento\u201d.<\/p>\n\n\n\n

\u201cA gente precisa fazer com que o Parlamento Europeu entenda que do mesmo jeito que existe uma preocupa\u00e7\u00e3o com a preserva\u00e7\u00e3o da Amaz\u00f4nia e dos povos ind\u00edgenas da Amaz\u00f4nia, n\u00f3s temos in\u00fameras comunidades quilombolas, centenas de povos tradicionais e comunidades que precisam tamb\u00e9m ser conservados, que precisam tamb\u00e9m ser olhados. Isso o Parlamento europeu precisa entender de forma muito urgente, se n\u00e3o daqui a pouco a gente n\u00e3o vai ter mais esses territ\u00f3rios e esses povos\u201d, alerta.<\/p>\n\n\n\n

Paris pede implementa\u00e7\u00e3o r\u00e1pida<\/h2>\n\n\n\n

A Fran\u00e7a saudou nesta ter\u00e7a-feira o “texto inovador” adotado pela Uni\u00e3o Europeia. Paris pediu a sua “implementa\u00e7\u00e3o o mais rapidamente poss\u00edvel” por meio da abertura de um di\u00e1logo com os pa\u00edses produtores e consumidores de todo o mundo.<\/p>\n\n\n\n

“Trabalhamos para isso e a Fran\u00e7a mostrou o caminho: a Uni\u00e3o Europeia pro\u00edbe a importa\u00e7\u00e3o de produtos resultantes do desmatamento. Somos os primeiros no mundo a fazer isso! A batalha pelo clima e pela biodiversidade continua acelerada”, afirmou o presidente franc\u00eas, Emmanuel Macron, em sua conta no Twitter.<\/p>\n\n\n\n

A Fran\u00e7a fez da luta contra o desmatamento uma de suas prioridades durante o per\u00edodo em que esteve na presid\u00eancia da UE. Poucos dias antes do fim de seu mandato de seis meses, o pa\u00eds obteve, em 28 de junho, a concord\u00e2ncia dos 27 Estados-membros durante o Conselho de Ministros Europeus do Meio Ambiente para proibir a importa\u00e7\u00e3o para a UE de seis produtos (soja, carne bovina, \u00f3leo de palma, madeira, cacau, caf\u00e9) que contribu\u00edssem para o desmatamento, mas n\u00e3o inclu\u00eda a borracha ou outros ecossistemas amea\u00e7ados.<\/p>\n\n\n\n

A poucas horas do in\u00edcio da COP15 centrada na biodiversidade que come\u00e7a em Montreal (7 a 19 de dezembro), o texto “pioneiro e ambicioso” aprovado pelo Parlamento Europeu “constitui um grande passo \u00e0 frente na luta contra a defloresta\u00e7\u00e3o e a degrada\u00e7\u00e3o florestal”, reagiu o ministro da Transi\u00e7\u00e3o Ecol\u00f3gica da Fran\u00e7a, Christophe B\u00e9chu, em um comunicado \u00e0 imprensa.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: G1<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"