{"id":181032,"date":"2022-12-16T13:56:56","date_gmt":"2022-12-16T16:56:56","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=181032"},"modified":"2022-12-16T13:56:58","modified_gmt":"2022-12-16T16:56:58","slug":"as-20-crises-humanitarias-mais-graves-do-planeta","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2022\/12\/16\/181032-as-20-crises-humanitarias-mais-graves-do-planeta.html","title":{"rendered":"As 20 crises humanit\u00e1rias mais graves do planeta"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a><\/figure>\n\n\n\n

Lista elaborada por comit\u00ea internacional engloba desde Som\u00e1lia at\u00e9 Venezuela. Necessidades nunca foram t\u00e3o grandes como hoje.<\/p>\n\n\n\n

O Comit\u00ea Internacional de Resgate (IRC, do nome em ingl\u00eas) \u00e9 uma organiza\u00e7\u00e3o de socorro fundada nos Estados Unidos em 1933 por sugest\u00e3o do ent\u00e3o refugiado judeu Albert Einstein para salvar pessoas do regime nazista na Alemanha. Hoje, o IRC est\u00e1 empenhado em\u00a0ajudar necessitados\u00a0em \u00e1reas de crise em todo o mundo.<\/p>\n\n\n\n

Todos os anos, ele elabora a chamada Lista de Vigil\u00e2ncia de Emerg\u00eancia, com 20 pa\u00edses que est\u00e3o particularmente em risco. Para isso, examina fatores como resili\u00eancia econ\u00f4mica, intensidade de conflitos, desastres naturais e deslocamento for\u00e7ado.<\/p>\n\n\n\n

Os Estados em crise s\u00e3o, nesta ordem,\u00a0Som\u00e1lia, Eti\u00f3pia,\u00a0Afeganist\u00e3o,\u00a0Rep\u00fablica Democr\u00e1tica do Congo, I\u00eamen, S\u00edria, Sud\u00e3o do Sul, Burkina Faso, Haiti e Ucr\u00e2nia. Do 11\u00ba ao 20\u00ba lugar,\u00a0est\u00e3o\u00a0Rep\u00fablica Centro-Africana, Chade, L\u00edbano, Mali, Mianmar, N\u00edger, Nig\u00e9ria, Paquist\u00e3o, Sud\u00e3o e\u00a0Venezuela.<\/p>\n\n\n\n

Crescente falta de financiamento para ajuda internacional<\/h2>\n\n\n\n

O IRC enfatiza que a elabora\u00e7\u00e3o da lista n\u00e3o considera a gravidade das crises existentes no momento, mas “o risco de deteriora\u00e7\u00e3o”, ou seja, uma previs\u00e3o de desenvolvimentos futuros para \u2013 assim se espera \u2013 evitar uma cat\u00e1strofe a tempo.<\/p>\n\n\n\n

“A mensagem mais importante deste ano \u00e9 que as crises est\u00e3o piorando e se acelerando, mas tamb\u00e9m podemos fazer algo contra isso”, disse \u00e0 DW George Readings, do Comit\u00ea.<\/p>\n\n\n\n

A lista mostra n\u00edveis recordes de necessidade de ajuda humanit\u00e1ria em 2022 e prev\u00ea graves perigos em 2023. Desenvolvimentos de longo prazo tamb\u00e9m s\u00e3o preocupantes. De acordo com o IRC, 81 milh\u00f5es de pessoas em todo o mundo precisaram de ajuda humanit\u00e1ria em 2014; hoje, s\u00e3o 339 milh\u00f5es. E 90% delas vivem em pa\u00edses da Lista de Vigil\u00e2ncia de Emerg\u00eancia. Ao mesmo tempo, o d\u00e9ficit de financiamento para a ajuda internacional tem crescido constantemente nos \u00faltimos anos. As necessidades aumentam, mas cada vez menos elas podem ser pagas. <\/p>\n\n\n\n

O relat\u00f3rio tamb\u00e9m aponta para a crescente desigualdade: “Enquanto os conflitos armados, as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e o caos econ\u00f4mico est\u00e3o arrastando uma crescente minoria da\u00a0popula\u00e7\u00e3o mundial\u00a0para a crise, em outros lugares o desenvolvimento econ\u00f4mico est\u00e1 tirando um n\u00famero recorde de pessoas da pobreza”.<\/p>\n\n\n\n

Conflitos armados impulsionam crises<\/h2>\n\n\n\n

A organiza\u00e7\u00e3o identifica conflitos armados, mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e turbul\u00eancias econ\u00f4micas como os tr\u00eas fatores mais importantes para agravar esta situa\u00e7\u00e3o. Em quase todos os pa\u00edses citados, os problemas existem h\u00e1 muito tempo, mas esses fatores os acirram ou desencadeiam novas crises.<\/p>\n\n\n\n

Os conflitos violentos respondem por 80% das necessidades humanit\u00e1rias. Frequentemente, os civis s\u00e3o os que mais sofrem. Sem exce\u00e7\u00e3o, todos os 20 pa\u00edses da lista de vigil\u00e2ncia est\u00e3o sofrendo com conflitos armados. A mudan\u00e7a clim\u00e1tica est\u00e1 acentuando as emerg\u00eancias humanit\u00e1rias em muitos dos pa\u00edses mais vulner\u00e1veis. E o caos econ\u00f4mico agrava a pobreza.<\/p>\n\n\n\n

Som\u00e1lia: Seca, conflitos e alta nos pre\u00e7os dos gr\u00e3os<\/h2>\n\n\n\n

Selecionamos tr\u00eas exemplos de pa\u00edses de tr\u00eas continentes:<\/p>\n\n\n\n

A Som\u00e1lia encabe\u00e7a a lista. Uma crise alimentar catastr\u00f3fica surgiu da conflu\u00eancia de anos de seca e d\u00e9cadas de conflito. Al\u00e9m disso, a\u00a0Som\u00e1lia\u00a0est\u00e1 na depend\u00eancia\u00a0de uma nova regi\u00e3o em crise: “Antes da guerra na Ucr\u00e2nia, a Som\u00e1lia importava 90% de seus gr\u00e3os da R\u00fassia e da Ucr\u00e2nia”, diz George Readings. “Esses suprimentos foram severamente interrompidos e os pre\u00e7os dos alimentos nos mercados mundiais t\u00eam subido desde o in\u00edcio da guerra.” Tudo isso junto faz da Som\u00e1lia o pa\u00eds mais atingido do mundo na lista do RCI.<\/p>\n\n\n\n

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Grande parte da ajuda ao Afeganist\u00e3o est\u00e1 em falta desde que o Talib\u00e3 assumiu o poder em agosto de 2021<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O Afeganist\u00e3o encabe\u00e7ou a lista no ano passado. Desta vez, caiu um pouco no ranking, n\u00e3o porque as coisas tenham melhorado por l\u00e1, mas porque pioraram em outros lugares. A popula\u00e7\u00e3o afeg\u00e3 sente os efeitos do colapso econ\u00f4mico desde a\u00a0tomada do poder pelos talib\u00e3s\u00a0e a retirada das tropas ocidentais do pa\u00eds. Praticamente toda a popula\u00e7\u00e3o vive na pobreza e um inverno longo e rigoroso est\u00e1 apenas come\u00e7ando.<\/p>\n\n\n\n

A Ucr\u00e2nia est\u00e1 na lista apenas por causa da guerra. Segundo o Alto Comissariado das Na\u00e7\u00f5es Unidas para Refugiados (ACNUR), a guerra desencadeou a maior crise de refugiados em d\u00e9cadas. Os ataques russos \u00e0 infraestrutura civil deixaram milh\u00f5es de pessoas sem eletricidade e \u00e1gua. A\u00a0Ucr\u00e2nia\u00a0s\u00f3 est\u00e1 em uma posi\u00e7\u00e3o melhor por causa da ajuda r\u00e1pida e ampla do exterior.<\/p>\n\n\n\n

Contra o derrotismo<\/h2>\n\n\n\n

Este ano, o IRC examinou em particular os chamados guard rails<\/em> (balaustradas). Assim s\u00e3o chamadas institui\u00e7\u00f5es sociais e de assist\u00eancia em n\u00edvel local, nacional ou internacional que protegem as pessoas em crise do colapso total. No entanto, o IRC v\u00ea essas “balaustradas” como enfraquecidas em muitos pa\u00edses. Mas isso, escreve o presidente do IRC, David Miliband, no pref\u00e1cio do relat\u00f3rio, “n\u00e3o \u00e9 inevit\u00e1vel, mas uma decis\u00e3o consciente”, e \u00e9 aqui que a resolu\u00e7\u00e3o da crise deveria come\u00e7ar, assinala. “Se pudermos reconstruir os guard rails<\/em>“, disse George Readings, “poderemos come\u00e7ar a aliviar as necessidades humanit\u00e1rias e as crises em todo o mundo”.<\/p>\n\n\n\n

O IRC cita exemplos positivos: o cessar-fogo mediado pela ONU no I\u00eamen, “o mais longo per\u00edodo de relativa calma (…) desde que a guerra come\u00e7ou em 2014”; a constru\u00e7\u00e3o de defesas costeiras em\u00a0Bangladesh\u00a0“que salvou milhares de vidas (…)”; e, finalmente, o acordo de gr\u00e3os mediado pela ONU em agosto deste ano na guerra da Ucr\u00e2nia, atrav\u00e9s do qual as\u00a0exporta\u00e7\u00f5es de cereais\u00a0da Ucr\u00e2nia puderam ser retomadas, especialmente para pa\u00edses particularmente dependentes da \u00c1frica.<\/p>\n\n\n\n

As crises, admite o relat\u00f3rio, n\u00e3o terminaram a\u00ed. Mas pelo menos seus efeitos puderam ser mitigados. E mostraram que “n\u00e3o devemos permitir que o derrotismo triunfe.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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