{"id":181395,"date":"2023-01-24T22:37:53","date_gmt":"2023-01-25T01:37:53","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=181395"},"modified":"2023-01-24T22:37:55","modified_gmt":"2023-01-25T01:37:55","slug":"nucleo-da-terra-teria-mudado-sentido-de-rotacao-diz-estudo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2023\/01\/24\/181395-nucleo-da-terra-teria-mudado-sentido-de-rotacao-diz-estudo.html","title":{"rendered":"N\u00facleo da Terra teria mudado sentido de rota\u00e7\u00e3o, diz estudo"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a><\/figure>\n\n\n\n

Pesquisa publicada na “Nature Geoscience” pode ajudar a entender o papel que o n\u00facleo interno desempenha na manuten\u00e7\u00e3o do campo magn\u00e9tico da Terra e na velocidade de sua rota\u00e7\u00e3o \u2013 e, portanto, na dura\u00e7\u00e3o dos dias.<\/p>\n\n\n\n

O\u00a0n\u00facleo interno da Terra\u00a0quase\u00a0parou de girar recentemente e teria invertido o sentido de sua rota\u00e7\u00e3o,\u00a0segundo\u00a0um estudo\u00a0publicado\u00a0na revista cient\u00edfica\u00a0Nature Geoscience\u00a0<\/em>nesta segunda-feira (23\/01).<\/p>\n\n\n\n

O artigo \u00e9 assinado por Xiaodong Song e Yi Yang, da Universidade de Pequim, na China, que pesquisam o fen\u00f4meno desde 1995 e se dizem “bastante surpresos”. O estudo se baseou na an\u00e1lise de abalos s\u00edsmicos ocorridos ao longo das \u00faltimas seis d\u00e9cadas.<\/p>\n\n\n\n

Os resultados podem ajudar a desvendar muitos mist\u00e9rios das profundezas da Terra, como o papel que o n\u00facleo interno desempenha na manuten\u00e7\u00e3o do campo magn\u00e9tico do planeta e na velocidade de rota\u00e7\u00e3o da Terra \u2013 e, portanto, na dura\u00e7\u00e3o dos dias \u2013, explica a Nature Geoscience.<\/em><\/p>\n\n\n\n

“Mas eles [os resultados] s\u00e3o apenas a \u00faltima parcela de um longo esfor\u00e7o para explicar a rota\u00e7\u00e3o incomum do n\u00facleo interno, e podem n\u00e3o ser a \u00faltima palavra sobre isso”, pondera a revista.<\/p>\n\n\n\n

Camadas da Terra<\/h2>\n\n\n\n

A Terra \u00e9 composta de v\u00e1rias camadas: a crosta, o manto, o n\u00facleo externo e o n\u00facleo interno, o lugar mais inacess\u00edvel do nosso planeta.<\/p>\n\n\n\n

Trata-se de uma bola quente e densa de ferro s\u00f3lido, mais ou menos do tamanho de Plut\u00e3o, localizada a mais de 5 mil quil\u00f4metros de profundidade, cercada por um n\u00facleo externo l\u00edquido que permite que a por\u00e7\u00e3o mais interna gire de maneira diferente da pr\u00f3pria rota\u00e7\u00e3o da Terra. \u00c9 uma esp\u00e9cie de “planeta dentro do planeta”. <\/p>\n\n\n\n

A rota\u00e7\u00e3o do n\u00facleo interno \u00e9 impulsionada pelo campo magn\u00e9tico gerado no n\u00facleo externo e equilibrada pelos efeitos gravitacionais do manto.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com os autores, saber como o n\u00facleo s\u00f3lido interno gira poderia esclarecer como as camadas da Terra interagem. A velocidade dessa rota\u00e7\u00e3o e se ela varia tem sido objeto de debate na comunidade cient\u00edfica h\u00e1 anos.<\/p>\n\n\n\n

Como o estudo foi feito<\/h2>\n\n\n\n

N\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil estudar o inacess\u00edvel centro da Terra, mas a sismologia \u00e9 um m\u00e9todo alternativo para isso: os terremotos geram ondas s\u00edsmicas que se propagam pelo interior do planeta, e algumas passam pelo n\u00facleo.<\/p>\n\n\n\n

Para conduzir a pesquisa, Yang e Song analisaram ondas s\u00edsmicas de terremotos quase id\u00eanticos que atravessaram o n\u00facleo interno da Terra seguindo trajet\u00f3rias semelhantes desde a d\u00e9cada de 1960.<\/p>\n\n\n\n

Os autores do estudo disseram ter conclu\u00eddo que a rota\u00e7\u00e3o do n\u00facleo interno “quase parou por volta de 2009 e ent\u00e3o girou na dire\u00e7\u00e3o oposta”.<\/p>\n\n\n\n

Eles descobriram que as trajet\u00f3rias que anteriormente mostravam varia\u00e7\u00e3o temporal significativa sofreram poucas mudan\u00e7as, sugerindo que a rota\u00e7\u00e3o do n\u00facleo interno parou. Eles tamb\u00e9m descobriram que isso pode estar relacionado a uma revers\u00e3o da rota\u00e7\u00e3o do n\u00facleo interno como parte de uma oscila\u00e7\u00e3o de sete d\u00e9cadas.<\/p>\n\n\n\n

“Acreditamos que o n\u00facleo interno gira, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 superf\u00edcie da Terra, para frente e para tr\u00e1s, como um balan\u00e7o”, disseram os pesquisadores \u00e0 ag\u00eancia de not\u00edcias AFP.<\/p>\n\n\n\n

Essas mudan\u00e7as podem ligar o n\u00facleo interno a fen\u00f4menos geof\u00edsicos mais amplos, como o aumento ou diminui\u00e7\u00e3o da dura\u00e7\u00e3o dos dias na Terra em fra\u00e7\u00f5es de segundo.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores tamb\u00e9m conclu\u00edram que essa oscila\u00e7\u00e3o na rota\u00e7\u00e3o do n\u00facleo interno demonstra a intera\u00e7\u00e3o entre as diferentes camadas da Terra, resume a revista.<\/p>\n\n\n\n

Segundo os pesquisadores, “um ciclo de oscila\u00e7\u00e3o dura cerca de sete d\u00e9cadas”, o que significa que o n\u00facleo muda de dire\u00e7\u00e3o aproximadamente a cada 35 anos.<\/p>\n\n\n\n

Eles disseram que, al\u00e9m de 2009, isso j\u00e1 havia ocorrido no in\u00edcio dos anos 1970 e preveem que a pr\u00f3xima reviravolta ser\u00e1 em meados dos anos 2040.<\/p>\n\n\n\n

“Esperamos que nosso estudo possa motivar alguns pesquisadores a construir e testar modelos que tratem toda a Terra como um sistema din\u00e2mico integrado”, disseram.<\/p>\n\n\n\n

Cautela<\/h2>\n\n\n\n

Especialistas n\u00e3o envolvidos no estudo expressaram cautela sobre as descobertas, apontando para v\u00e1rias outras teorias e alertando que muitos mist\u00e9rios sobre o centro da Terra permanecem.<\/p>\n\n\n\n

“Este \u00e9 um estudo muito cuidadoso realizado por excelentes cientistas que trazem muitos dados”, disse John Vidale, sism\u00f3logo da Universidade do Sul da Calif\u00f3rnia. “[Mas] nenhum dos modelos explica todos os dados muito bem, na minha opini\u00e3o”, acrescentou.<\/p>\n\n\n\n

Vidale publicou, no ano passo, uma pesquisa sugerindo que o n\u00facleo interno oscila muito mais rapidamente, mudando de dire\u00e7\u00e3o a cada mais ou menos seis anos. Seu trabalho se baseou em ondas s\u00edsmicas de duas explos\u00f5es nucleares no final dos anos 1960 e in\u00edcio dos anos 1970.<\/p>\n\n\n\n

Tal momento equivale a por volta do ponto em que a pesquisa publicada na segunda-feira diz que o n\u00facleo interno mudou de dire\u00e7\u00e3o \u2013 o que Vidale chamou de “uma esp\u00e9cie de coincid\u00eancia”.<\/p>\n\n\n\n

Outra teoria \u2013 que Vidale disse ter boas evid\u00eancias para apoiar \u2013 \u00e9 que o n\u00facleo interno s\u00f3 se moveu significativamente entre 2001 e 2013 e permaneceu parado desde ent\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Hrvoje Tkalcic, geof\u00edsico da Australian National University, publicou uma pesquisa sugerindo que o ciclo do n\u00facleo interno ocorre a cada 20 a 30 anos, em vez dos 70 propostos no estudo mais recente. Para ele, “a comunidade geof\u00edsica continuar\u00e1 dividida sobre essa descoberta, e o t\u00f3pico permanecer\u00e1 controverso”.<\/p>\n\n\n\n

Ele comparou os sism\u00f3logos aos m\u00e9dicos “que estudam os \u00f3rg\u00e3os internos dos corpos dos pacientes usando equipamentos imperfeitos ou limitados”.<\/p>\n\n\n\n

Na falta de algo como uma tomografia computadorizada, “nossa imagem do interior da Terra ainda est\u00e1 emba\u00e7ada”, disse ele, prevendo mais surpresas pela frente.<\/p>\n\n\n\n

Isso pode incluir mais dados sobre uma teoria de que o n\u00facleo interno pode ter mais uma bola de ferro dentro dele.<\/p>\n\n\n\n

“Algo est\u00e1 acontecendo, e acho que vamos descobrir. Mas pode levar uma d\u00e9cada”, diz\u00a0Vidale.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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