{"id":181505,"date":"2023-02-13T21:17:47","date_gmt":"2023-02-14T00:17:47","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=181505"},"modified":"2023-02-13T21:17:49","modified_gmt":"2023-02-14T00:17:49","slug":"falta-de-diversidade-genetica-ameaca-populacao-de-linces-na-europa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2023\/02\/13\/181505-falta-de-diversidade-genetica-ameaca-populacao-de-linces-na-europa.html","title":{"rendered":"Falta de diversidade gen\u00e9tica amea\u00e7a popula\u00e7\u00e3o de linces na Europa"},"content":{"rendered":"\n
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Gen\u00e9tica indica que popula\u00e7\u00e3o lince-eurasiano est\u00e1 perto da extin\u00e7\u00e3o\u00a0– FOTO: wikimedia commons<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Na esteira de esp\u00e9cies que podem desaparecer num futuro pr\u00f3ximo est\u00e1 o lince-eurasi\u00e1tico, ou lince europeu (Lynx lynx<\/em>). \u00c9 o que aponta um estudo publicado no peri\u00f3dico\u00a0Frontiers in Conservation Science<\/em>\u00a0nesta segunda-feira (13).<\/p>\n\n\n\n

A popula\u00e7\u00e3o desses felinos n\u00e3o \u00e9 muito conhecida, sobretudo devido ao seu habitat: eles vivem nas profundezas da cordilheira do Jura, na divisa entre a Fran\u00e7a e a Su\u00ed\u00e7a. A esp\u00e9cie reapareceu nas regi\u00e3o no final dos anos 1970, como consequ\u00eancia da dispers\u00e3o de linces dos\u00a0C\u00e1rpatos,\u00a0cadeia montanhosa no centro e leste da Europa, na mesma \u00e9poca.<\/p>\n\n\n\n

A estimativa do\u00a0n\u00famero de esp\u00e9cimes\u00a0adultos no Jura \u00e9 de apenas 120 a 150. E o novo estudo traz um fator ainda mais preocupante: esse grupo de felinos n\u00e3o est\u00e1 se\u00a0reproduzindo\u00a0em escala sustent\u00e1vel a longo prazo.<\/p>\n\n\n\n

Para os autores, a combina\u00e7\u00e3o de\u00a0ca\u00e7a ilegal,\u00a0acidentes de carro\u00a0e depress\u00e3o endog\u00e2mica, em que a diversidade gen\u00e9tica insuficiente leva a problemas de reprodu\u00e7\u00e3o e sobreviv\u00eancia, limitou a concentra\u00e7\u00e3o de indiv\u00edduos no local.<\/p>\n\n\n\n

Com intuito de estabelecer o estado gen\u00e9tico do lince europeu, os pesquisadores utilizaram 23 marcadores de microssat\u00e9lites e 78 amostras de\u00a0DNA, coletadas entre 2008 e 2020. Por conta da\u00a0precariedade da popula\u00e7\u00e3o\u00a0e localidade, as amostras coletadas eram de atendimentos de linces muito feridos ou j\u00e1 mortos. Algumas amostras de crias \u00f3rf\u00e3s tamb\u00e9m foram utilizadas para que os animais adultos saud\u00e1veis n\u00e3o passassem por estresse.<\/p>\n\n\n\n

Ao todo, a equipe analisou 78 amostras. Com os dados em m\u00e3os, eles compararam a gen\u00e9tica dos\u00a0linces\u00a0do Jura com refer\u00eancias derivadas da popula\u00e7\u00e3o parental dos C\u00e1rpatos (Lynx lynx carpathicus<\/em>), e os resultados foram preocupantes. De acordo com a an\u00e1lise, a quantidade de indiv\u00edduos\u00a0reprodutores saud\u00e1veis\u00a0\u200b\u200b\u00e9 de apenas 38 na regi\u00e3o entre Fran\u00e7a e Su\u00ed\u00e7a. E essa ainda estimativa pode ser alta, ponderam os autores.<\/p>\n\n\n\n

Um outro ponto preocupante \u00e9 o resultado do coeficiente de\u00a0endogamia, medida que quantifica qu\u00e3o prov\u00e1vel \u00e9 que indiv\u00edduos em\u00a0acasalamento\u00a0sejam parentes pr\u00f3ximos. Segundo os c\u00e1lculos, ele \u00e9 de 41%, considerado alto. \u201cDada a r\u00e1pida perda de diversidade gen\u00e9tica, estimamos que essa popula\u00e7\u00e3o ser\u00e1 extinta em menos de 30 anos\u201d, diz Nathan Huvier, autor correspondente da pesquisa, em\u00a0nota. \u201cEssa popula\u00e7\u00e3o precisa urgentemente de novo material gen\u00e9tico para se tornar sustent\u00e1vel.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Os autores reconheceram que a introdu\u00e7\u00e3o de mais linces no habitat seria dif\u00edcil. Eles sugerem, por outro lado, que aumente a sinaliza\u00e7\u00e3o rodovi\u00e1ria sobre a presen\u00e7a de linces, al\u00e9m de uma aplica\u00e7\u00e3o mais rigorosa da lei onde a ca\u00e7a \u00e9 ilegal.<\/p>\n\n\n\n

\u201cQueremos que este trabalho apoie a a\u00e7\u00e3o para a conserva\u00e7\u00e3o do lince\u201d, afirma Huvier. \u201cA reintrodu\u00e7\u00e3o, a substitui\u00e7\u00e3o de linces ca\u00e7ados furtivamente e a troca de linces \u00f3rf\u00e3os entre centros de atendimento s\u00e3o a melhor solu\u00e7\u00e3o de curto prazo para que essa popula\u00e7\u00e3o permane\u00e7a viva, e dar\u00e1 a ela chance de se desenvolver e se conectar com outras popula\u00e7\u00f5es na Europa\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"