{"id":181541,"date":"2023-02-23T16:54:48","date_gmt":"2023-02-23T19:54:48","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=181541"},"modified":"2023-02-23T16:54:51","modified_gmt":"2023-02-23T19:54:51","slug":"prever-extremos-como-chuvas-em-sp-e-desafio-para-a-ciencia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2023\/02\/23\/181541-prever-extremos-como-chuvas-em-sp-e-desafio-para-a-ciencia.html","title":{"rendered":"“Prever extremos como chuvas em SP \u00e9 desafio para a ci\u00eancia”"},"content":{"rendered":"\n
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Climatologista Carlos Nobre afirma n\u00e3o haver d\u00favidas de que mudan\u00e7as clim\u00e1ticas tornam eventos como o que devastou o litoral paulista mais frequentes. Sirenes de alerta teriam ajudado a evitar mortes, aponta.<\/p>\n\n\n\n

Em S\u00e3o Sebasti\u00e3o, cidade tur\u00edstica aos p\u00e9s da Serra do Mar, no litoral norte paulista, a busca por desaparecidos n\u00e3o tem prazo para acabar. Defesa Civil e volunt\u00e1rios trabalham sob condi\u00e7\u00f5es dif\u00edceis nos bairros mais atingidos. As\u00a0chuvas intensas\u00a0registradas nas primeiras horas do \u00faltimo domingo (19\/02) deixaram ao menos 46 mortos. Centenas\u00a0est\u00e3o desabrigados.<\/p>\n\n\n\n

O maior volume de chuva registrado na regi\u00e3o em 24 horas \u2013 683 mil\u00edmetros, no munic\u00edpio de Bertioga\u00a0\u2013 \u00e9 o novo recorde no sistema meteorol\u00f3gico brasileiro. Antes dele, no ano passado, 534,4 mil\u00edmetros haviam sido registrados na\u00a0trag\u00e9dia de Petr\u00f3polis, que deixou 241 mortos h\u00e1 um ano. Em\u00a0S\u00e3o Sebasti\u00e3o, foram 627 mm em 24 horas no \u00faltimo fim de semana.<\/p>\n\n\n\n

Carlos Nobre, climatologista aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que esteve envolvido na cria\u00e7\u00e3o do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em 2011, refor\u00e7a o alerta que a ci\u00eancia vem dando h\u00e1 anos:\u00a0eventos clim\u00e1ticos extremos desse tipo est\u00e3o ficando mais frequentes com as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

“No planeta inteiro, todos esses fen\u00f4menos extremos est\u00e3o acontecendo com muito mais frequ\u00eancia, e a ci\u00eancia n\u00e3o deixa nenhuma d\u00favida de que eles n\u00e3o estariam acontecendo com essa frequ\u00eancia se o planeta n\u00e3o estivesse sofrendo o aquecimento global”, afirma Nobre em entrevista \u00e0 DW.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o climatologista, modelos matem\u00e1ticos existentes mundo afora n\u00e3o conseguem capturar recordes de chuva como o do litoral de S\u00e3o Paulo, mas apenas reproduzir eventos extremos das \u00faltimas d\u00e9cadas.<\/p>\n\n\n\n

“Essas chuvas no litoral norte paulista foram tr\u00eas vezes maiores do que os modelos de previs\u00e3o indicaram”, detalha Nobre. “\u00c9 um desafio muito grande para a ci\u00eancia ver como fazer com que os modelos clim\u00e1ticos consigam prever esses recordes que est\u00e3o acontecendo todos os anos em todo o planeta.”<\/p>\n\n\n\n

Na regi\u00e3o atingida no litoral paulista, n\u00e3o h\u00e1 sistema de sirene que comunique o risco \u00e0 popula\u00e7\u00e3o e que indique o momento de abandonar o local. “Quando o alerta mais grave foi emitido, por volta da meia-noite de domingo, se houvesse tocado alguma sirene, as pessoas poderiam ter sa\u00eddo de casa. Naquele hor\u00e1rio ainda n\u00e3o tinham acontecido deslizamentos”, lamenta Nobre.<\/p>\n\n\n\n

DW: Por que as chuvas registradas no litoral norte de S\u00e3o Paulo na madrugada do \u00faltimo domingo, que deixaram ao menos 46 mortos, s\u00e3o consideradas um evento clim\u00e1tico extremo?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Carlos Nobre<\/strong>: Trata-se de um evento extremo porque, de fato, foi um recorde de chuvas nos munic\u00edpios de Bertioga e S\u00e3o Sebasti\u00e3o. Foram mais de 600 mil\u00edmetros que ca\u00edram num espa\u00e7o de nove horas. \u00c9 um recorde registrado pelos milhares de pluvi\u00f4metros do Cemaden em dez anos, esse \u00e9 o recorde de chuva em menos de 24 horas.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 um fen\u00f4meno extremo que foi previsto pelo Cemaden, que alertou todas as Defesas Civis do estado de S\u00e3o Paulo. Nunca tinha acontecido um volume de chuva t\u00e3o alto num espa\u00e7o de tempo t\u00e3o curto. Em alguns momentos, como \u00e0s 2h da madrugada de s\u00e1bado para domingo, chegou a chover 120 mm em uma hora. \u00c9 um recorde no sistema meteorol\u00f3gico brasileiro.<\/p>\n\n\n\n

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“No planeta inteiro, fen\u00f4menos clim\u00e1ticos extremos est\u00e3o acontecendo com muito mais frequ\u00eancia”, afirma o climatologista Carlos Nobre, refer\u00eancia brasileira em estudos sobre aquecimento global<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O quanto se pode relacionar o que aconteceu com as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Hoje j\u00e1 existem v\u00e1rios sistemas no mundo \u2013 e seria importante ter um desses no Brasil \u2013 que procuram fazer o que se chama de atribui\u00e7\u00e3o de causa. Um evento extremo como esse poderia ser absolutamente natural, que n\u00e3o tem nada a ver com o\u00a0aquecimento global, ou s\u00f3 pode ser explicado em fun\u00e7\u00e3o do aquecimento?<\/p>\n\n\n\n

Esses estudos fazem simula\u00e7\u00f5es com modelos matem\u00e1ticos do sistema meteorol\u00f3gico. Por exemplo: eles fazem uma simula\u00e7\u00e3o de como seria o clima sem nenhuma influ\u00eancia do aumento da concentra\u00e7\u00e3o dos gases de efeito estufa na atmosfera. Ent\u00e3o o modelo mostra como aconteceriam eventos extremos como esse do litoral paulista em todo o mundo, ou seja, naturais, associados com o clima do planeta.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas fazem esse mesmo tipo de simula\u00e7\u00e3o adicionando o aumento da concentra\u00e7\u00e3o dos gases de efeito estufa, que \u00e9 o que aconteceu no planeta nos \u00faltimos 100 anos. E a\u00ed a simula\u00e7\u00e3o mostra o quanto os eventos extremos aumentariam nesse cen\u00e1rio. \u00c9 uma maneira de se atribuir causa.<\/p>\n\n\n\n

Isso foi feito ap\u00f3s a\u00a0chuva que causou mais de 120 mortes em Recife em 2022. Imediatamente, um grupo da Inglaterra fez essa simula\u00e7\u00e3o e mostrou que a intensidade e frequ\u00eancia daquele tipo de evento extremo se deve ao aquecimento global. N\u00e3o aconteceria se o planeta n\u00e3o estivesse se aquecendo.<\/p>\n\n\n\n

Temos que esperar esses grupos que t\u00eam capacidade de fazer esses estudos. Tenho certeza que, em poucas semanas, far\u00e3o isso e dir\u00e3o se o que aconteceu pode ser atribu\u00eddo a uma causa natural ou n\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

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Deslizamentos ap\u00f3s chuvas em Juquehy, S\u00e3o Sebasti\u00e3o<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Pela minha experi\u00eancia, eu acho que um evento que bate o recorde de chuva em 24 horas deve ter muito a ver com o aquecimento global. Muito desse volume imenso de chuva que aconteceu no litoral paulista tem a ver com o fato de que a temperatura superficial do oceano estava mais alta, a cerca de 27 \u00b0C. Isso faz o oceano evaporar uma quantidade imensa de \u00e1gua. O sistema meteorol\u00f3gico que ficou sobre o oceano, perto da costa, uma baixa de press\u00e3o, jogou essa imensa quantidade de vapor que evaporou do oceano para dentro da costa. O vapor subiu a Serra do Mar, condensou e choveu muito.<\/p>\n\n\n\n

No planeta inteiro, todos esses fen\u00f4menos extremos est\u00e3o acontecendo com muito mais frequ\u00eancia, e a ci\u00eancia n\u00e3o deixa nenhuma d\u00favida de que eles n\u00e3o estariam acontecendo com essa frequ\u00eancia se o planeta n\u00e3o estivesse sofrendo o aquecimento global.<\/p>\n\n\n\n

Os modelos usados no Brasil para previs\u00e3o do tempo d\u00e3o conta de prever esse volume de \u00e1gua que caiu, mais de 600 mil\u00edmetros num dia numa localidade?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Os modelos matem\u00e1ticos de previs\u00e3o de tempo s\u00e3o normalmente calibrados para representar o fen\u00f4meno f\u00edsico que aconteceu ao longo dos \u00faltimos 30 anos. \u00c9 muito dif\u00edcil prever que esses modelos v\u00e3o conseguir antever esses recordes. Globalmente falando, eles n\u00e3o conseguem prever esses recordes porque s\u00e3o calibrados para responder ao que aconteceu nas \u00faltimas d\u00e9cadas.<\/p>\n\n\n\n

Essas chuvas no litoral norte paulista foram tr\u00eas vezes maiores do que os modelos de previs\u00e3o indicaram. Mas o Cemaden fez um alerta de alt\u00edssimo risco: os pr\u00f3prios modelos j\u00e1 estavam indicando mais de 200 mm, e esse volume de chuva em poucas horas causa desastre em qualquer lugar do mundo. Mas ca\u00edram 600 mm.<\/p>\n\n\n\n

E isso \u00e9 uma coisa que acontece em todo o planeta. Quando h\u00e1 um recorde de chuva, os modelos matem\u00e1ticos n\u00e3o conseguem capturar o recorde, mas reproduzir os eventos extremos que t\u00eam acontecido nos \u00faltimos 30 anos.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o \u00e9 um desafio muito grande para a ci\u00eancia ver como fazer com que os modelos clim\u00e1ticos consigam prever esses recordes que est\u00e3o acontecendo todos os anos em todo o planeta.<\/p>\n\n\n\n

O pr\u00f3prio Cemaden foi criado num contexto semelhante de trag\u00e9dia, em 2011. O quanto ele ajudou a diminuir o n\u00famero de mortes por desastres naturais?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Ele foi criado em 2011, depois do evento extremo na regi\u00e3o serrana do Rio, em Petr\u00f3polis e Teres\u00f3polis, que teve o maior n\u00famero de mortes registrado por um evento clim\u00e1tico na hist\u00f3ria do Brasil. Morreram mais de 900 pessoas naquele janeiro.<\/p>\n\n\n\n

A ent\u00e3o presidente, Dilma Rousseff, que havia acabado de assumir o cargo, visitou os prefeitos e soube que n\u00e3o havia nenhum sistema de alerta para prevenir aquelas mortes. Eu havia, um pouco antes, apresentado ao ministro Mercadante, que estava \u00e0 frente da Ci\u00eancia e Tecnologia, uma proposta que defendia h\u00e1 muitos anos, que era criar uma capacidade de o Brasil de fazer alerta de desastres naturais.<\/p>\n\n\n\n

O Inpe j\u00e1 fazia previs\u00f5es de qualidade das condi\u00e7\u00f5es do tempo, mas aquilo n\u00e3o chegava \u00e0 Defesa Civil. Aquela chuva que aconteceu na regi\u00e3o serrana havia sido prevista com tr\u00eas dias de anteced\u00eancia pelo Inpe.<\/p>\n\n\n\n

O Cemaden foi criado ent\u00e3o. Ele pega as previs\u00f5es e transforma em risco de desastre de inunda\u00e7\u00f5es, deslizamentos, enxurradas, secas, inc\u00eandios de grandes propor\u00e7\u00f5es. Hoje, ele monitora 1.038 munic\u00edpios e calculou que mais de 10 milh\u00f5es de brasileiros vivem em \u00e1reas de risco de desastres. Mais de 2 milh\u00f5es de brasileiros vivem em \u00e1reas de alto risco.<\/p>\n\n\n\n

A gente teve l\u00e1 atr\u00e1s, em 2011, 900 mortos. Depois, por muitos anos, esse n\u00famero baixou para menos de 100. Os munic\u00edpios que receberam alertas do Cemaden conseguiram reduzir o n\u00famero de mortes. A regi\u00e3o serrana do Rio, desde ent\u00e3o, tem sirenes. Quando o alerta chega, a Defesa Civil aciona as sirenes e a popula\u00e7\u00e3o sabe que tem que sair de casa e aonde deve ir.<\/p>\n\n\n\n

Infelizmente, em 2022 esse n\u00famero explodiu, foram mais de 500 pessoas mortas por desastres. Do fim de 2021 at\u00e9 agora, ou seja, em 14 meses, tivemos o recorde de desastres naturais na hist\u00f3ria do Brasil. Precisamos entender realmente o porqu\u00ea, se est\u00e3o acontecendo mais eventos do tipo ou se a comunica\u00e7\u00e3o do alerta de risco est\u00e1 sendo efetiva. <\/p>\n\n\n\n

Nenhuma das cidades do litoral de S\u00e3o Paulo tem sirene. Mais de 40 mil \u00e1reas foram mapeadas pelo Cemaden no pa\u00eds como de risco, ent\u00e3o seria muito importante que todos esses locais tivessem sistema de sirene.<\/p>\n\n\n\n

Quando o alerta mais grave foi emitido, por volta da meia-noite de domingo, se houvesse tocado alguma sirene, as pessoas poderiam ter sa\u00eddo de casa. Naquele hor\u00e1rio ainda n\u00e3o tinham acontecido deslizamentos.<\/p>\n\n\n\n

Instalar sirenes \u00e9 para ontem, \u00e9 medida de curto prazo. A m\u00e9dio prazo, tem que tirar os 2 milh\u00f5es de brasileiros que moram em \u00e1reas de alt\u00edssimo risco. Tem pessoas que moram em locais com declividade acima de 25 graus, isso \u00e9 muito perigoso, ningu\u00e9m deveria morar numa encosta assim.<\/p>\n\n\n\n

Isso leva tempo. Tem que criar Minha Casa, Minha Vida, como o presidente Luiz In\u00e1cio Lula da Silva anunciou em S\u00e3o Sebasti\u00e3o, mas tem que ser minha casa sustent\u00e1vel, minha vida sustent\u00e1vel. As pessoas n\u00e3o podem voltar para essas \u00e1reas de alt\u00edssimo risco. \u00c9 um enorme desafio.<\/p>\n\n\n\n

A maioria das pessoas voltou para onde morava depois do desastre de 2011 na regi\u00e3o serrana do Rio. Isso n\u00e3o poderia ter acontecido.<\/p>\n\n\n\n

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\u00c1rea devastada em Barra do Sahy, S\u00e3o Sebasti\u00e3o. Nenhuma das cidades do litoral paulista tem sirene de alerta, aponta Carlos Nobre<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Existe tamb\u00e9m o perigo representado pelos eventos clim\u00e1ticos extremos que n\u00e3o aparecem nas previs\u00f5es…<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O Cemaden consegue fazer alerta com dias de anteced\u00eancia para a maioria dos casos associados a eventos meteorol\u00f3gicos previs\u00edveis, como o que ocorreu no litoral paulista agora. Foi enviado, na \u00faltima sexta-feira, um documento t\u00e9cnico detalhado para todas as Defesas Civis.<\/p>\n\n\n\n

O evento extremo de 15 de fevereiro de 2022 em Petr\u00f3polis, que matou mais de 200 pessoas, foi um evento raro e n\u00e3o foi previsto pelos modelos matem\u00e1ticos. Isso acontece em todo o mundo.<\/p>\n\n\n\n

Aquele evento se desenvolveu de uma maneira muito r\u00e1pida e gerou grande quantidade de umidade que saiu do oceano, subiu a serra de Petr\u00f3polis e causou 230 mm de chuva em tr\u00eas horas e aquelas horr\u00edveis inunda\u00e7\u00f5es. Naquele evento, a Defesa Civil n\u00e3o recebeu o alerta com anteced\u00eancia, e por isso morreram tantas pessoas.<\/p>\n\n\n\n

Nos Estados Unidos, os modelos n\u00e3o captam tornados. Eles mostram que uma tempestade poderia gerar um tornado, mas depois que o tornado \u00e9 gerado, os modelos n\u00e3o conseguem prever a trajet\u00f3ria e dura\u00e7\u00e3o. Mas l\u00e1 existem in\u00fameros sistemas de monitoramento que, quando detectam o tornado se formando, avisam toda a popula\u00e7\u00e3o possivelmente atingida. E todos podem se abrigar e sobreviver.<\/p>\n\n\n\n

Em 2021, houve aquela\u00a0inunda\u00e7\u00e3o no Vale do Ahr, na Alemanha. Foi uma enorme analogia com o que aconteceu aqui no litoral paulista agora, porque os modelos mais avan\u00e7ados do mundo n\u00e3o previram aquele evento. Previram que haveria muita chuva, mas o volume foi quatro vezes maior que o previsto [total de 150 mm]. Mesmo num pa\u00eds super desenvolvido como a Alemanha, aquela chuva, com aquela intensidade e naquela dura\u00e7\u00e3o, causou um desastre que matou tantas pessoas.<\/p>\n\n\n\n

A maioria dos eventos extremos no Brasil s\u00e3o previs\u00edveis. Ent\u00e3o a popula\u00e7\u00e3o tem que ser capacitada para responder a isso, principalmente com o aumento do risco que as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas trazem. Isso precisa se tornar uma pol\u00edtica que o governo tem que desenvolver.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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